Conhecimentos Pedagógicos
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- Juliana Marinho
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1 Conhecimentos Pedagógicos 01. De acordo com Alarcão (2003), a sociedade da informação exige competências de acesso, avaliação e gestão da informação oferecida. Tais competências devem ser adquiridas ou reconhecidas: (a) na convivência familiar (b) no ambiente acadêmico (c) na escola (d) na relação social (e) na uso de materiais pedagógicos 02. São novas competências exigidas pela sociedade da aprendizagem, exceto: (a) Lidar com situações que fujam à rotina (b) Decidir e assumir responsabilidades (c) Resolver problemas (d) Trabalhar em cooperação (e) Inserir-se num meio meritocrático a fim obter êxito 03. A inclusão envolve reestruturação das culturas, políticas e práticas das escolas que, como sistemas abertos, precisam rever suas ações, até então, predominantemente elitistas e excludentes. Muito mais do que desmontar a educação especial e distribuir seu alunado pelo ensino regular, aleatoriamente, a proposta inclusiva deve ser entendida como um processo que não se reduz à inserção deste ou daquele aluno numa classe de ensino regular. Podemos afirmar, portanto que: (a) a inclusão é um longo processo e não ocorre por decreto ou modismo. (b) para incluir um aluno com características diferenciadas numa turma dita comum, basta apenas modificar o mobiliário da escola. (c) por mais que se busque a inclusão, jamais o aluno será integrado educacional, social e emocionalmente com seus colegas e professores e com os objetos do conhecimento e da cultura. (d) a proposta da inclusão direciona-se somente para os alunos especiais. (e) A busca da homogeneidade nos processos de ensino torna-se central na prática da inclusão. 04. As teorias de Piaget e Vygotsky são bastante discutidas na atualidade. Apesar de algumas similaridades entre elas, as diferenças são mais relevantes que as semelhanças. Sobre tais diferenças, podemos afirmar que: (a) o processo de desenvolvimento intelectual, explicado em Piaget pelo mecanismo de equilibração das ações sobre o mundo, ocorre posteriormente e dissolve os aprendizados. Ao contrário, para Vygotsky, a aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo sua abertura nas zonas de desenvolvimento proximal, nas quais as interações sociais e o contexto sócio-cultural são centrais. (b) A teoria piagetiana é apresentada como uma versão de desenvolvimento cognitivo nos termos de um processo de construção de estruturas lógicas, explicada por mecanismos endógenos, e para a qual a intervenção social externa só pode ser "facilitadora ou obstaculizadora. A teoria de Vygotsky aparece como uma teoria histórico-social do desenvolvimento que propõe uma visão da formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada da cultura. (c) Vygotsky concebe sua perspectiva sobre as relações entre a aprendizagem e o desenvolvimento da mesma forma à apoiada por Piaget. (d) Para boa parte dos psicólogos do desenvolvimento, psicólogos educacionais e mesmo pedagogos do mundo europeu e também latino-americano, as teorias de Piaget e Vygotsky são duas versões complementares sobre o desenvolvimento intelectual e os processos de aprendizagem. (e) Vygotsky defendeu um estudo interrelacionado e reducionista das funções e processos
2 psicológicos, e Piaget insistiu na constituição de sistemas estruturais como a chave do desenvolvimento da inteligência. 05. O termo interdisciplinaridade não possui ainda um sentido único e estável. Embora as diferenças terminológicas sejam inúmeras, o princípio delas é sempre o mesmo: (a) A interdisciplinaridade caracteriza-se pelas intensidades das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa. (b) A interdisciplinaridade caracteriza-se pela justaposição de disciplinas diversas, desprovidas de relação aparente entre elas. (c) A interdisciplinaridade é resultado de uma axiomática comum a um conjunto de disciplinas. (d) A interdisciplinaridade é um conjunto específico de conhecimentos com suas próprias características sobre o plano do ensino, da formação, dos mecanismos, dos métodos, das matérias. (e) A interdisciplinaridade caracteriza-se pela justaposição de disciplinas mais ou menos vizinhas nos domínios dos conhecimentos. 06. Segundo Ivani Fazenda, a construção da identidade pessoal e coletiva numa escola supõe a superação da dicotomia subjetividade/objetividade, tendo em vista a totalidade. Para tal, é possível realizar nas escolas uma proposta de trabalho: (a) Disciplinar (b) Pluridisciplinar (c) Multidisciplinar (d) Interdisciplinar (e) Transdisciplinar 07. Quatro direções anunciam a natureza das pesquisas interdisciplinares. São elas, exceto: (a) Interdisciplinaridade científica (b) Interdisciplinaridade prática (c) Interdisciplinaridade metodológica (d) Interdisciplinaridade profissional (e) Interdisciplinaridade complementar 08. No livro Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire destaca que é importante discutir com os alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina cujo conteúdo se ensina. Considera, para tal, que ensinar exige: (a) Pensar certo (b) Alegria e esperança (c) Respeito aos saberes dos educandos (d) Corporeificação das palavras pelo exemplo (e) Liberdade e autoridade 09. São princípios da educação libertadora (Paulo Freire), exceto: (a) Acreditar na igualdade fundamental entre os seres humanos, independentemente de quaisquer diferenças. (b) Buscar a transformação social, constituindo-se como meio de contribuir para a justiça social e para a participação. (c) Conceber a participação como um processo que favoreça cada vez mais a centralização das decisões tendo em vista a unidade institucional. (d) Organizar-se como um processo em que as pessoas sejam sujeitos de sua própria formação. (e) Sublinhar a nós mesmos, professores e professoras, a nossa responsabilidade ética no exercício da tarefa docente.
3 10. A questão da formação docente, ao lado da reflexão sobre a prática educativo-progressista em favor da autonomia do ser dos educadores, é a temática central em torno da qual gira este texto. É também temática a que se incorpora a análise de saberes fundamentais àquela prática e aos quais espero que o leitor crítico acrescente alguns que me tenham escapado ou cuja importância não tenha percebido. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 13 (com adaptações). Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou sua própria construção, o que exige que o professor pense certo. Com relação aos pressupostos filosóficos subjacentes a essa afirmativa e ao texto, assinale a opção correta: (a) Pensar certo é uma postura exigente, difícil e penosa que o professor tem de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos. (b) Pensar certo é ter a certeza de que todas as ações humanas estão predeterminadas pelo destino, que a interferência do indivíduo pouco mudará a realidade. (c) Pensar certo é agir com espontaneidade, a ponto de todas as ações serem pautadas pelo espontaneísmo. (d) Pensar certo é fácil, pouco exigente e complementa a atitude autoritária do professor, que cada vez menos necessita da rigorosidade metódica. (e) Pensar certo é faz parte da tarefa docente, ao contrário da proposta de ensinar os conteúdos. Gabarito 01. C Comentário: Segundo a autora Isabel Alarcão na página 12 do livro Professores reflexivos em uma escola reflexiva, as escolas são lugares onde as novas competências devem ser adquiridas ou reconhecidas e desenvolvidas. 02. E Comentário: Isabel Alarcão explica que são muitas as novas ccompetências desejadas pela sociedade da aprendizagem, que assentam num conjunto de capacidades. Valoriza-se a curio#sidade intelectual, a capacidade de utilizar e recriar o conhecimento, de questionar e indagar, de ter um pensa#mento próprio, de desenvolver mecanismos de auto-apren#dizagem. Mas também a capacidade de gerir a sua vida individual e em grupo, de se adaptar sem deixar de ter a sua própria identidade, de se sentir responsável pelo seu desenvolvimento constante, de lidar com situações que fujam à rotina, de decidir e assumir responsabilidades, de resolver problemas, de trabalhar em colaboração, de acei#tar os outros. Deseja-se ainda dos cidadãos que tenham horizontes temporais e geográficos alargados não se li#mitando a ver o seu pequeno mundo, que tenham dos acon#tecimentos uma compreensão sistêmica, que sejam capa#zes de comunicar e interagir, e que desenvolvam a capa#cidade de auto-conhecimento e auto-estima. 03. A Comentário: De acordo com Rosita Edler Carvalho, no livro Educação inclusiva: com os pingos nos is (2004), a inclusão é um longo processo e não ocorre por decreto ou modismo. Para incluir um aluno com características diferenciadas numa turma dita comum, há necessidade de se criarem mecanismos que permitam que ele se integre social, educacional e emocionalmente com seus colegas e professores e com os objetos do conhecimento e da cultura. A política de inclusão dos alunos na rede regular de ensino que apresentam necessidades educacionais especiais, não consiste somente na permanência física desses alunos, mas o propósito de rever concepções e paradigmas, respeitando e valorizando a diversidade desses alunos, exigindo assim que a escola defina a responsabilidade criando espaços inclusivos. Dessa forma, a inclusão significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à escola, mas a escola consciente de sua função coloca-se a
4 disposição do aluno. Para entender a educação inclusiva deve-se primeiro entender que a proposta não foi concebida apenas para determinados alunos e sim para todos, sem distinção. 04. B Comentário: Para José Antônio Castorina, no livro Piaget e Vygotsky: novas contribuições para o debate (2001), em linhas gerais, a teoria piagetiana é apresentada como uma versão de desenvolvimento cognitivo nos termos de um processo de construção de estruturas lógicas, explicada por mecanismos endógenos, e para a qual a intervenção social externa só pode ser "facilitadora ou obstaculizadora. Em poucas palavras, uma teoria universalista e individualista do desenvolvimento, capaz de oferecer um sujeito ativo, porém abstrato ( epistêmico ), e que faz da aprendizagem um derivado do próprio desenvolvimento. A teoria de Vygotsky aparece como uma teoria histórico-social do desenvolvimento que, pela primeira vez, propõe uma visão da formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada da cultura e, portanto, postula um sujeito social que não é apenas ativo mas, sobretudo, interativo. 05. A Comentário: Segundo Ivani Fazenda no livro Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia (2002), o termo interdisciplinaridade trata de um neologismo cuja significação nem sempre é a mesma e cujo papel nem sempre é compreendido da mesma forma. Embora as discussões terminológicas sejam inúmeras, o princípio delas é sempre o mesmo: a interdisciplinaridade caracteriza-se pelas intensidades das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa. 06. D Comentário: No livro Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa, a autora Ivani Fazenda afirma que a construção da identidade pessoal e coletiva numa escola pode realizar-se com a instauração de um trabalho interdisciplinar, que entretanto precisa ser cuidadosamente revista, seja em suas limitações ou em suas possibilidades de efetivação. 07. E Comentário: Uma síntese dos últimos escritos sobre interdisciplinaridade na educação anuncia as quatro direções que a pesquisa interdisciplinaridade vem empreendendo: interdisciplinaridade profissional, interdisciplinaridade científica, interdisciplinaridade prática e interdisciplinaridade metodológica. 08. C Comentário: Paulo Freire afirma que pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os da classes populares, chegam a ela - saberes socialmente construídos na prática comunitária - mas também discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. 09. C Comentário: Paulo Freire, no livro Pedagogia da Autonomia, explica que o grande problema que se coloca ao educador ou à educadora de opção democrática é trabalhar no sentido de fazer possível para que que a necessidade do limite seja assumida eticamente pela liberdade. Quanto mais criticamente a liberdade assuma o limite necessário tanto mais autoridade tem ela, eticamente falando, para continuar lutando em seu nome. Afirma o quanto aposta na liberdade, o quanto lhe parece fundamental que ele se exercite assumindo decisões nunca centralizadoras.
5 10. A Comentário: No livro Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire afirma que Pensar certo - e saber que ensinar não é transferir conhecimento é fundamentalmente pensar certo - é uma postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo e dos fatos, ante nós mesmos. É difícil, não porque pensar certo seja forma própria de pensar de santos e de anjos e a que nós arrogantemente aspirássemos. É difícil, entre outras coisas, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar os simplismos, as facilidades, as incoerências grosseiras.
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