DIREITO PROCESSUAL PENAL

Transcrição

1 DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento penal Procedimento Especial dos Crimes de Competência do Parte 6 Prof. Gisela Esposel

2 - PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. 2ª FASE - Não sendo o réu absolvido e nem ocorrendo a desclassificação, está o réu condenado - Passa-se a análise da existência de causas de diminuição de pena (alegada pela defesa) e de qualificadoras ou causas de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação - Não poderá o juiz deixar de levar em consideração qualquer causa de diminuição de pena, caso seja reconhecida pelos jurados

3 - Se os jurados afastarem a causa de diminuição de pena, esta não poderá incidir na dosimetria da pena - Artigo 485 do CPP não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação - Da sala secreta : os quesitos serão votados em uma sala secreta (sala especial própria para a votação dos quesitos). O oficial de justiça irá atestar a incomunicabilidade entre os jurados

4 - Artigo 488 do CPP As decisões do serão tomadas por maioria de votos - O sigilo decorre da própria Constituição e visa a preservação dos jurados. Os jurados são pessoas do povo que estão colaborando com a justiça e por isso deve-se dar segurança aos juízes leigos, não declarando, até mesmo os seus votos

5 - Sistema da íntima convicção dos julgadores - Os jurados decidem sem qualquer motivação, julgam por livre convencimento imotivado - Alguns autores criticam, alegando tratar-se de um puro arbítrio, pois permite que o julgamento se dê em virtude de qualquer elemento, pela cara, cor, postura do réu, opção sexual, religião etc. Até mesmo permite-se que os mesmos julguem de forma contrária á prova dos autos

6 - Em caso de condenação, o juiz presidente irá mandar o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á a prisão, se presentes os requisitos da prisão preventiva - Artigo 312 do CPP a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria - Periculum libertatis e fumus commissi delict

7 - Da desclassificação na segunda fase: - Artigo 492 parágrafo 1º - Se houver a desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração de menor potencial ofensivo, o disposto nos artigos 69 e seguintes da lei 9099/95, de 26 de setembro de 1995

8 - Desclassificação e crime conexo - Artigo 492 parágrafo 2º - Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do, aplicando-se, no que couber, o disposto no parágrafo 1º deste artigo - Das decisões do caberá recurso de apelação, nos termos do artigo 593, inciso III e alíneas do CPP

9 - Artigo 593 caberá apelação, no prazo de 5(cinco)dias: - Inciso III das decisões do, quando: a) Ocorrer nulidade posterior à pronúncia b) For a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados c) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança d) For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos

10 - Parágrafo 1º - se a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação - Parágrafo 2º - interposta a apelação com fundamento no n.iii, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança

11 - Parágrafo 3º - se a apelação se fundar no n. III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação - Parágrafo 4º - quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra