DIREITO PROCESSUAL PENAL

Transcrição

1 DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da Liberdade Provisória Medidas cautelares pessoais: normas fundamentais, pressupostos e - Parte I Prof. Gisela Esposel

2 - O Código de processo penal contempla medidas cautelares reais (sequestro, arresto, hipoteca legal, apreensão de coisa), probatórias (reconhecimento de pessoa, busca e apreensão, interceptações telefônicas etc) e também as medidas cautelares pessoais - As medidas cautelares pessoais, incidem sobre a pessoa, restringindo o seu direito de locomoção e estão disciplinadas no artigo 282 e seguintes do CPP - A prisão é a ultima ratio, só será possível ser for necessária e adequada

3 - A prisão é um instituto que pode ser estudado tanto no direito penal quanto no direito processual penal - Prisão pena X prisão processual - A prisão pena é a que decorre de uma sentença condenatória transitada em julgado, como uma resposta do Estado ao infrator como uma retribuição ao mal praticado - A prisão sem pena não decorre de uma sentença penal condenatória transitada em julgado

4 - Prisão cautelar. Constitucionalidade - Artigo 5º, inciso LXI : ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei - Como medidas cautelares, possuem as seguintes características: jurisdicionalidade, acessoriedade, instrumentalidade, provisoriedade e homogeneidade

5 - Jurisdicionalidade: as medidas cautelares estão submetidas em primeiro lugar à análise judicial de sua adoção, por se tratarem de restrição a direitos. São adotadas por decisão judicial fundamentada da autoridade judiciária competente - Acessoriedade: a medida cautelar segue a sorte da principal, sendo dela dependente. Quando houver o resultado do processo principal, a medida cautelar perde a sua eficácia

6 - Instrumentalidade: a medida cautelar serve de instrumento, de modo e de meio para se atingir a medida principal. Meios para assegurar a eficácia prática de um procedimento principal - Provisoriedade: a medida cautelar dura enquanto não for proferida a medida principal e enquanto os requisitos que a autorizarem estiverem presentes - Homogeneidade: proporcionalidade entre o que está sendo dado e o que será concedido, não sendo admitido que a restrição à liberdade durante o curso do processo seja mais severa que a sanção aplicada ao final

7 - A prisão no curso do processo só será possível se for necessária, adequada, proporcional e os princípios devem estar presentes: - Dignidade da pessoa humana: deve ser analisado até que ponto podemos invadir os direitos individuais, se é de fato necessária a prisão para o regular andamento do processo - Presunção de não culpabilidade: artigo 5, inciso LVII CR/88 ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória

8 - Motivação das decisões: todas as medidas cautelares devem ser devidamente fundamentadas. Artigo 93, inciso IX, X Cr/88 e artigos 283 e 315 do CPP - Proporcionalidade: a prisão deve ser proporcional à pena que será imposta - Atenção: quando se fala em necessidade da prisão cautelar, deve verificar se nenhuma das medidas cautelares diversas da prisão (artigo 319 do CPP) são suficientes

9 - Pressupostos e da medida cautelar: - Artigo 312 do CPP a prisão preventiva poderá ser decretado como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria - Periculum libertatis e fumus commissi delict