Sistema de monitoria e vigilância em saúde animal. CURSO DE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA, ACT Prof. Luís Gustavo Corbellini EPILAB /FAVET - UFRGS
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1 Sistema de monitoria e vigilância em saúde animal CURSO DE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA, ACT Prof. Luís Gustavo Corbellini EPILAB /FAVET - UFRGS
2 Objetivo da aula Compreender a importância do papel da coleta e análise epidemiológica de dados em programas de controle e/ou erradicação de doenças; Com prender os princípios amostrais e sensibilidade de um sistema de vigilância.
3 Roteiro de aula A. Definições; B. Coleta de dados; C. Noções de sensibilidade do sistema;
4 A. DEFINIÇÕES
5 Toma et al., 1991 Vigilância epidemiológica pode ser definido como um método observacional baseado na coleta contínua de dados para acompanhar o status sanitário ou fatores de risco em uma população, e particularmente detectar o aparecimento de processos patológicos ao longo do tempo e espaço, com o intuito de adotar medidas de controle
6 Incidência de TB bovina RS (2008)
7 Conforme a OIE (código de animais terrestres) Os principais objetivos de um sistema de monitoria e vigilância são: 1. Documentar ausência de uma doença/infecção numa zona ou país; 2. Detectar a presença de doenças exóticas ou emergentes o mais rápido possível; 3. Determinar a freqüência e distribuição de uma doença/infecção.
8 1. Inquéritos epidemiológicos; 2. Monitoria; 3. Vigilância; 4. Programa de controle de doenças (PCD); Programa de erradicação de doenças (PED);
9 1. Inquéritos epidemiológicos: Investigação de uma doença para satisfazer um objetivo específico ou testar uma hipótese; Curto período de tempo; Uma monitoria pode ser composta de uma série de estudos epidemiológicos;
10 2. Monitoria: Esforços orientados para monitorar a freqüência de uma doença numa dada população através de: Amostragem de indivíduos repetida ao longo de um período determinado; Registros sanitários coordenados notificações de doenças compulsórias;
11 3. Vigilância: Implica que alguma ação deve ser tomada quando a análise dos dados indicar que a freqüência da doença está acima de um ponto de corte estabelecido; Requer 3 componentes: Definição do sistema de monitoria; Definição do ponto de corte nível crítico de ocorrência na qual uma ação deve ser tomada; Planejamento de ações de intervenção;
12 Atuação frente a um aumento na ocorrência
13 Resumo Vigilância é o planejamento de um conjunto de ações frente a ocorrência de uma doença, que por sua vez, são detectados através da monitoria;
14 B. COLETA DE DADOS
15 1. Ativa (vigilância ativa); 2. Passiva (vigilância passiva); A coleta de dados é um componente de extrema importância num SIMV
16 Vigilância Ativa Coleta sistemática e regular de casos de uma doença; Geralmente por amostragem: Definir delineamento; Coleta de amostras pode ser de: Animais Inquéritos soroepidemiológicos para confirmar a ausência de circulação viral na zona livre do Brasil. Abatedouro Vigilância microbiológica de produtos de origem animal.
17 Vigilância Ativa Processo amostral Randomizado; Direcionado à população de maior risco Eficiente em casos de doenças raras; Eficiente quando o objetivo é detectar a presença da doença;
18 Exemplo EEB França (OIE, 1996): Incidência anual de 3,2/ de bovinos; Europa: Detecção de 1 caso / 2000 amostras de animais > 24 meses com sintomas neurológicos. Direcionar vigilância ativa para animais de risco: Vigilância em animais encontrados mortos (ou sacrificados) nas propriedades ou durante o transporte ao abate ( fallen stock )
19 Sistema de vigilância EEB preconizado pela OIE: a) Bovinos >30 meses com suspeita clínica; b) Bovinos >30 meses caídos ou enviados para abate de emergência; c) Bovinos >30 meses encontrados mortos (ou sacrificados) nas propriedades ou durante o transporte ao abate ( fallen stock ); d) Bovinos >36 meses em abate de rotina;
20 Vigilância Ativa EEB Brasil Brasil: Coleta de amostras de animais: Com sintomas neurológicos negativos para raiva; De abate de emergência; Amostras submetidas para uma rede laboratorial credenciada pelo Serviço Veterinário Oficial (MAPA);
21 Vigilância Passiva Coleta de dados através da notificação de doenças Médicos veterinários oficiais (MVO); Médicos veterinários privados; Produtores;
22 Vigilância Passiva Notificação aumenta com base na sensibilização dos envolvidos: Educação sanitária; Conhecimento sobre uma determinada doença; Depende da capacidade diagnóstico de uma determinada região; Doenças tendem a ter maior registro, por exemplo: Alta letalidade: Raiva em herbívoros;
23 Vigilância Passiva Pode gerar inconsistência de dados Dificulta comparação de dados de regiões diferentes;
24 Vigilância Passiva Universidades Vet. autônomo Educação Sanitária Vet. Oficiais População Proprietários Envolvidos na cadeia
25 C. VIGILÂNCIA DIRECIONADA AO RISCO
26 Exemplo No âmbito do PNSS, o sistema de vigilância trabalha no sentido de prevenção de entrada e realiza inquéritos para demonstração de ausência de PSC ou DA.
27 Amostragem Randomizada Alto custo para doenças raras ou regiões com baixa prevalência Com o avanço de programas de controle numa região, a prevalência atinge valores muito próximo de 0, tornando o n muito alto (inviável) Exemplo: granjas admitindo-se que 0,1% estejam infectadas com DA, seria necessário amostrar 2587 granjas para detectar a doença.
28 Princípio A amostra deve ter um tamanho adequado para conseguir detectar pelo menos uma animal infectado em uma população a uma prevalência constante e um nível de confiança de pelo menos 95% (Alta Sensibilidade).
29 Tamanho da amostra detectar a doença
30 Amostra direcionada ao risco Targeted surveillance 1. Critérios claros e objetivos para classificação de população de risco; 2. Identificação da população de risco através de estudos epidemiológicos; 3. Amostragem nesta população; Se a doença não for detectada nesta população, a probabilidade de estar presente na população não considerada de risco é ainda menor!
31 Amostragem em criatórios: critérios de risco
32 Amostra direcionada ao risco para inquérito de influenza aviária no RS.
33 Controle e a Erradicação da Doenca de Aujeszky (DA) INSTRUCAO NORMATIVA No 8, DE 3 DE ABRIL DE 2007 Monitoramento soroepidemiológico, de periodicidade anual, abrangendo todos os estabelecimentos de criação de suídeos que representem risco ; Notificação de suspeita ALARME - AÇÃO Plano de contingência: ações coordenadas por uma Equipe para conter o foco (Vigilância);
34 C. NOÇÕES PROBABILÍSTICAS DE SENSIBILIDADE DO SISTEMA
35 Teste Diagnóstico: imperfeitos Não existe teste perfeito; Devem corresponder o mais próximo possível ao verdadeiro status da doença infecção; Resultados sujeito a erros de classificação;
36 Teste de diagnóstico Resultado Teste T - T + VN FN VP FP
37 Detecção dos verdadeiros infectados Sensibilidade: Proporção de VP que são detectados por um método. P(T+ D+) P(T- D+) = falso negativo
38 Detecção dos verdadeiros não infectados Especificidade: Proporção de VN que são detectados por um método. P(T- D-) P(T+ D-) = falso positivo
39 Probabilidade de detectar a doença numa região visto ela contenha animais infectados = Sens_Sistema País, zona, compartimento Nº de Granjas PG Status Granja PDG Animais 1-PDG 1-PG Granja I+ Teste diagnóstico Negativo Positivo Se 1-Se Parâmetros: Prevalência granja (PG) Prevalência dentro da Granja (PDG) Sensibilidade Teste (Se)
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