Reorganização do Setor Elétrico: Algumas anotações. Edvaldo Santana

Transcrição

1 Reorganização do Setor Elétrico: Algumas anotações Edvaldo Santana

2 A direção das mudanças Ampliação do mercado livre Mais liberdade para contratação Coerência nos subsídios Maior precisão entre custo e preço Fim das quotas e privatização Separação de lastro e energia Centralização dos contratos de geração Outros aspectos

3 Ampliação do mercado livre Parece razoável o cronograma de transição O fim da comunhão de interesses, em 2017, vai, no começo, restringir o acesso ao ACL Há custos adicionais, inclusive para quem já migrou Ex.: custo da sobrecontratação involuntária novo encargo Isso pode gerar algum conflito na Justiça Obrigatoriedade de representação por Varejista Reserva de mercado? A restrição deve ser para que seja representado por alguém Poder ser um problema menor, crie-se um varejista Oportunidade de negócio para virtual power plant (VPP)

4 Mais liberdade de contratação A medida mais simples, mas talvez a de mais efeitos Sem sentido a prática atual: carga 100% précontratada O vendedor não vende 100% de sua GF A exigência só é cumprida com investimentos desnecessários É uma das causas da sobrecontratação O consumidor precisa saber gerenciar os riscos Elimina os custos com a sub e sobrecontratação Era assim antes de 2004 (95% e já tinha sido 85%) Oportunidade de negócio para virtual power plant (VPP)

5 Coerência nos subsídios Prêmio em R$/MWh, e não desconto no custo da rede Igual para todas as fontes Será aplicado apenas para os geradores Independe da localização e dos custos de transporte Parece melhor para fontes mais competitivas Quem já tem o incentivo pode migrar para o novo formato Pontos de atenção Não está claro o cálculo do montante de recursos para 2018 Será aplicado sobre a energia produzida e o MRE? Como ficam os consumidores que já têm incentivo?

6 Maior precisão entre custo e preço É mantida a preferência pelo despacho centralizado, com base em modelos matemáticos Parece firme a intenção de preços horários até 2020 Podia ser antes Não é difícil de fazer Menos volatilidade para o PLD Fechamento diário de posições Essencial a transparência: abertura do código-fonte dos algoritmos Prazo para oferta de preço, com MRE eventual? Muita atenção para o que significa preço horário ou em intervalos menores

7 Fim das quotas e privatização É a medida mais corajosa Elimina os principais efeitos da MP 579/2012 Aumenta as tarifas no ambiente regulado Mas o risco hidrológico fica com quem pode mitigá-lo Problema: apropriação da renda hidráulica (renda) 1/3 CDE; 1/3 Tesouro e 1/3 Eletrobrás Consumidores pagaram pela depreciação e amortização dos ativos Consumidores pagaram também via RGR Os recursos da deveriam ser prioritariamente para eles A Eletrobrás tem acionistas privados, que seriam subsidiados? É prudente separar da regra de privatização Atenção: deve aumentar a oferta no ACL

8 Separação de lastro e energia (1) A ideia é boa, mas ainda não foi bem definida Integra o ACL à expansão, via pagamento do lastro Receita fixa para geradores; função de suas contribuições para a confiabilidade Lastro será pago por todos os consumidores via encargo PPAs de energia podem ter menores prazos, no ACR e no ACR Melhora o provimento de funding? Talvez Atributos: confiabilidade, velocidade de resposta, redução de perdas, economia de transmissão, atendimento de ponta e regulação de tensão e frequência

9 Separação de lastro e energia (2) Pontos de atenção: Ainda muito subjetivo. Ex.: parâmetros para definir montante de lastro Conflitos de interesses no poder concedente Define o montante de lastro a contratar (capacidade a contratar) Homologa o lastro de cada usina Realiza o leilão É dono de usina e Controla o comprador único Contratação via centralizadora de contratos Sem incentivo a repasse eficiente para o consumidor (encargo?) Dependendo da receita fixa, vai aumentar a tarifa Como ficam os contratos atuais?

10 Centralização dos contratos de geração Objetivos (da proposta): Equalizar a tarifa de repasse para as Ds? Atenuar uma das causas de migração desiquilibrada? Reduz a responsabilidade das Ds!!! Os novos CCEARs podem ser assinados com a CCEE!!! Facilita a gestão dos contratos legados Os CCEAR serão centralizados na CCEE, o Single-Buyer Como funciona o Single-Buyer (SB)

11 G2 Gn CL1 SB CL2 D1 D2 Dm C11 C1k C21 C2k C31 C3k

12 Centralização dos contratos de geração No caso Clássico, das linhas vermelhas, é o design que mais tende a reduzir o preço As usinas só têm uma opção de venda, por isso competem muito Porém, se as usinas podem vender para outros mercados: Terão maior poder de barganha Alocam riscos do ACL no ACR assimetria de informações Ex: Redução do PLDmax; Repactuação, GSF Preços maiores no ACR que ACL Graves problemas de conflito de atribuições Sérios problemas de governança Já pensaram a Super CCEE nas mãos de Tolmasquinn?

13 Outros aspectos Autoprodução: mais adaptado ao que vem acontecendo no mundo Sinal locacional: É a melhor técnica. Ampliada para D, mas já não funciona bem em T Tarifa de fornecimento: separada em consumo, fio e encargos Desjudicialização: a ideia é boa. Funciona no caso do GSF. Porém, no caso da RGR para reversão da transmissão... Antecipar convergência da CDE: Muito complicado. Gera disputas

14 Obrigado pela atenção!