Portugal Hoje. Bloqueios & Desafios. Instituto de Estudos Políticos UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA

Transcrição

1 Instituto de Estudos Políticos UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA Portugal Hoje Bloqueios & Desafios Joaquim Aguiar Ricardo Bayão Horta Carlos Gaspar Adriano Moreira João César das Neves Marcelo Rebelo de Sousa António Vitorino Universidade Católica Editora

2 Índice Apresentação João Carlos Espada 7 O Abuso do Poder Joaquim Aguiar 9 Desenvolvimento Económico e Social assimptótico Ricardo Bayão Horta 39 Três cenários sobre o futuro da Europa Carlos Gaspar 51 CPLP: Uma janela de liberdade Adriano Moreira 65 Esperança, apesar dos bloqueios João César das Neves 75 Optimismo na Vontade Marcelo Rebelo de Sousa 95 Portugal no caminho do futuro António Vitorino 115

3 Programa do Ciclo de Palestras 3 MARÇO JOAQUIM AGUIAR 10 MARÇO RICARDO BAYÃO HORTA 17 MARÇO ANTÓNIO BORGES 1 ABRIL ANTÓNIO PINTO LEITE 7 ABRIL CARLOS GASPAR 14 ABRIL ANTÓNIO CORREIA DE CAMPOS 21 ABRIL LUÍS CAMPOS E CUNHA 28 ABRIL JOÃO MARQUES DE ALMEIDA 5 MAIO ADRIANO MOREIRA 12 MAIO JOÃO CÉSAR DAS NEVES 19 MAIO JOSÉ PACHECO PEREIRA 26 MAIO RUI RAMOS 2 JUNHO MARCELO REBELO DE SOUSA 16 JUNHO ANTÓNIO VITORINO

4 Apresentação João Carlos Espada Durante o ano de 2009, realizaram-se três eleições em Portugal: para o Parlamento europeu, autárquicas e legislativas. Assinalando esta conjugação eleitoral, o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em associação com a revista Nova Cidadania, propôsse contribuir para o debate sobre os principais bloqueios e desafios que o país enfrentava. Entre 3 de Março e 16 de Junho, todas as terças-feiras entre as 18h e as 19h30, teve lugar uma palestra, seguida de debate. Quinze personalidades públicas nacionais foram convidadas a apresentar uma comunicação de 30 a 40 minutos sobre o que considerassem ser os principais bloqueios e desafios para o desenvolvimento do país. Seguiu-se um período de cerca de 50 a 60 minutos para debate. Os trabalhos encerraram por volta das 19h30, seguindo-se um jantar nas instalações do Instituto. Cada orador foi convidado a eleger um ou vários bloqueios que considerasse fundamentais para explicar as dificuldades de Portugal, sendo estas entendidas relativamente ao desenvolvimento médio europeu. Cada orador escolheu livremente o(s) domínio(s) que entendeu: político, económico, social, cultural, etc. Pela parte do Instituto de Estudos Políticos, o desafio que colocámos a todos os oradores foi que desafiassem com total liberdade o pensamento convencional. De forma a garantir um ambiente de total liberdade académica, aplicámos as chamadas Chatham House Rules : a intervenção inicial do orador pode ser citada e a ele atribuída, mas todas as intervenções subsequentes, incluindo as ulteriores intervenções do orador durante o debate, só podem ser citadas sem as atribuir a quem as proferiu. Por outras

5 8 Apresentação palavras, as ideias introduzidas no debate podem ser citadas de forma substantiva, mas não podem ser atribuídas a oradores específicos. Foi ainda pedido a cada orador uma comunicação escrita, que pode ou não corresponder exactamente à palestra que proferiu. O conjunto de comunicações que foi possível obter é agora reunido em livro pela Editora Universidade Católica, na sua Colecção IEP (Ideias e Estudos Políticos). Com esta iniciativa, o IEP-UCP deseja dar mais um contributo para um debate elevado sobre os principais desafios que o nosso país enfrenta. Este esforço de análise livre e pluralista faz parte da missão que procuramos cumprir desde a nossa fundação, em Propusemo-nos criar uma escola de elite em Estudos Políticos, na melhor tradição da Universidade Católica Portuguesa. Por escola de elite entendemos aqui não uma escola para as elites, mas uma escola aberta a todos para educar elites. E o nosso entendimento de elite é o que sempre distinguiu o melhor da civilização ocidental fundada na liberdade e responsabilidade pessoal. Ser educado para integrar a elite de um país livre significa ser educado na compreensão de que o privilégio de uma educação de elite gera um exigente dever de servir o público, e não um complacente e vulgar espírito de arrogância sobre o público. Para designar este entendimento de educação de elites, costumamos usar a feliz expressão inglesa educação para a gentlemanship. Como recordou Karl Popper, um gentleman é aquele que não se toma a si mesmo demasiado a sério, mas está preparado para tomar muito a sério os seus deveres especialmente quando todos os outros à sua volta só falam de direitos. O Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa é uma escola de liberdade e responsabilidade pessoal, onde são estudadas e emuladas as melhores tradições do Ocidente livre e pluralista. Estas tradições estão enraizadas numa conversação civilizada a várias vozes desde logo entre a filosofia da Grécia antiga, da lei romana, e da revelação judaico-cristã. Foi neste espírito de conversação civil e civilizada que decorreu o nosso ciclo Portugal 2009: Bloqueios e Desafios. Aos nossos oradores, bem como a todos os que quiseram assistir e participar nos debates e foram muitos aqui deixamos os nossos agradecimentos.