SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL. Tomada de posse dos órgãos sociais do Centro de Estudos EuroDefense-Portugal
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- Marisa Fartaria Lameira
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1 INTERVENÇÃO DA SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA E DA DEFESA NACIONAL BERTA DE MELO CABRAL Tomada de posse dos órgãos sociais do Centro de Estudos EuroDefense-Portugal Lisboa, Instituto de Defesa Nacional, 24 de junho de 2014 Só serão válidas as palavras proferidas pela oradora
2 2 Exmo. Senhor Presidente do Conselho Geral da Associação Industrial Portuguesa-Câmara de Comércio e Indústria, Comendador Rocha de Matos Exmo. Senhor Diretor do Instituto de Defesa Nacional, Major-General Rodrigues Viana Exmos. Membros dos órgãos sociais do Centro de Estudos EuroDefense-Portugal Ilustres Convidados Minhas Senhoras e meus Senhores, É com muita honra e gosto pessoal que presido a esta sessão solene de posse dos órgãos sociais do Centro de Estudos EuroDefense-Portugal, entidade com um papel relevante na análise e debate de matérias de segurança e defesa da Europa, à luz de uma perspetiva portuguesa, tendo em conta as características e os condicionalismos do nosso país. Em primeiro lugar, quero saudar os novos corpos sociais e desejarlhes os maiores sucessos no desempenho das suas funções, para que o Centro de Estudos EuroDefense-Portugal continue a cumprir a sua missão. Quero, igualmente, deixar uma palavra de apreço a todos quantos deram o seu melhor durante o mandato que agora termina. Sou testemunha desse bom trabalho e quero aproveitar a oportunidade para reiterar o meu compromisso de colaboração pessoal e institucional para que o Centro de Estudos tenha um
3 3 papel cada vez mais importante na busca das melhores soluções para o setor onde está inserido (segurança e defesa). Ainda recentemente, participei no Seminário As pequenas e médias empresas (PME) de defesa no contexto de uma nova agenda pós-conselho Europeu de dezembro de 2013: desafios e oportunidades, mais um importante contributo do EuroDefense- Portugal para o estudo das questões relativas à segurança e a defesa, no âmbito do quadro do Tratado da União Europeia, e das suas consequências para a indústria de defesa e para as atividades das associações empresariais. Nesse Seminário, tive oportunidade de me referir à aposta forte e firme do Governo no desenvolvimento e promoção das indústrias de defesa, na certeza de que este conjunto de empresas privadas e públicas é determinante para o desenvolvimento económico e social nacional. O Governo está apostado em incrementar a economia de defesa e em transformar a respetiva indústria portuguesa numa referência internacional, em particular para empreendedores, promovendo a inovação empresarial, a criação de novas empresas e incentivando a cooperação entre as Forças Armadas, as entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e o mundo empresarial. Para este desígnio, contamos com os contributos, sempre bemvindos, do EuroDefense-Portugal. Tal como contamos com os vossos contributos para o necessário aprofundamento da coordenação efetiva dos Planos de Defesa Nacional dos Estadosmembros da União Europeia, com vista a uma melhor partilha e redução de recursos redundantes.
4 4 A Europa precisa de uma Base Industrial de Defesa mais integrada, inovadora e competitiva, que permita o desenvolvimento de capacidades de defesa. Minhas Senhoras e meus Senhores A centralidade atlântica de Portugal coloca o nosso país entre dois eixos fundamentais e complementares para garantir a sua segurança e defesa: a participação na Aliança Atlântica e o empenhamento na Política Europeia de Segurança e Defesa. A complementaridade entre a NATO e a União Europeia só pode ser efetiva se nos dois lados do Atlântico existirem pilares credíveis, o que remete, de imediato, para a necessária afirmação da Política Europeia de Segurança e Defesa. A defesa europeia está marcada por uma forte ligação à NATO, a qual é o instrumento preferido para a defesa coletiva dos Estadosmembros da União Europeia. Esta ligação é também uma referência para a cooperação com os Estados Unidos em operações externas de larga escala e alta intensidade. O pilar intergovernamental da União Europeia tem expressado, em várias instâncias e momentos, o desejo de desenvolver instrumentos autónomos de comando e de avaliação da situação. E os Estados Unidos têm vindo a sublinhar a necessidade de uma maior partilha de responsabilidades nos dois lados do Atlântico. Por outro lado, a visibilidade da Política Europeia de Segurança e Defesa deverá ser um desígnio comum, tal como obter a
5 5 cooperação reforçada e organizada entre os Estados que a desejem, como decorre do Conselho Europeu de dezembro de O EuroDefense-Portugal não pode, pois, deixar de funcionar como um fórum para todas estas questões cruciais e deve ser, como tem sido, um ponto de encontro para entidades e personalidades que se dedicam ao estudo destes temas, tanto no âmbito nacional como internacionalmente, por via da sua filiação à rede EuroDefense. O Tratado de Lisboa trouxe novas oportunidades à União Europeia no âmbito da segurança e da defesa mas também enormes desafios, a começar pelo da reflexão. O historial do EuroDefense, nas duas vertentes da instituição nacional e internacional, é muito significativo. E a verdade é que não é possível aprofundar a Política Comum de Segurança e Defesa nem construir uma identidade europeia de segurança e defesa sem o envolvimento ativo das elites de pensamento político, económico e empresarial. As lições da História e, sobretudo, os desenvolvimentos recentes demonstram que a Europa necessita, cada vez mais, de ter uma política de segurança e defesa devidamente estruturada e efetiva, que lhe permita enfrentar os desafios dos novos tempos. Minhas Senhoras e meus Senhores, Para quem toma decisões, centros de estudos como o EuroDefense-Portugal são instituições indispensáveis, fornecendo a
6 6 reflexão necessária para se poder tomar as opções políticas mais assertivas. Sendo o EuroDefense-Portugal resultado de uma parceria que caminha para duas décadas de proveito mútuo, este é também o momento adequado para deixar uma palavra de reconhecimento ao Instituto de Defesa Nacional e à Associação Industrial Portuguesa- Câmara de Comércio e Indústria, que, em 1997, iniciaram este caminho conjunto de reflexão em matéria de segurança e defesa. Com efeito, o Instituto de Defesa Nacional e a Associação Industrial Portuguesa são credores da nossa admiração, pela visão e iniciativa que levaram à criação deste Centro de Estudos, enquanto membro da rede de associações EuroDefense, e pela forma como se empenharam no seu desenvolvimento e no seu trabalho ao longo destes quase 17 anos. A estabilidade dos órgãos sociais do EuroDefense-Portugal é reveladora da seriedade e da motivação com que se entregam à missão e à causa. Uma causa que coincide com dois dos principais objetivos do Ministério da Defesa Nacional: Encontrar as melhores soluções para os desafios estratégicos com que hoje nos confrontamos em matéria de segurança e defesa; e Definir uma política adequada para a problemática das indústrias ligadas à defesa. Por isso, o Ministério da Defesa Nacional não dispensa a cooperação com o EuroDefense-Portugal.
7 7 O facto de estar entregue a personalidades reconhecidamente competentes e cujo mérito nesta matéria é indiscutível dá-nos a garantia de que o Centro de Estudos EuroDefense-Portugal prosseguirá a sua nobre missão. A recondução de vários dirigentes é sinal de que existe firme vontade de aprofundar a marca que têm deixado na vida e no serviço público, beneficiando, naturalmente, do revigoramento que advém do sangue novo que também foi introduzido nestes corpos sociais agora empossados. O desafio é grande e não dispensa o empenho de todos. Bom trabalho.
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