SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Digitalização do acervo iconográfico Fernando Eduardo Lee.

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1 SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Digitalização do acervo iconográfico Fernando Eduardo Lee. Resumo: Jeziel De Paula Historiador Docente e Pesquisador Unaerp - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá prof.depaula@terra.com.br Esta pesquisa tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee A fotografia por muitos anos foi usada apenas como ilustração de textos. Atualmente tornou-se uma fonte de informação bastante útil na construção e reconstrução de acontecimentos passados. Diante desse quadro apresentamos a proposta de digitalização do acervo iconográfico Fernando Eduardo Lee que possui uma importante coleção de fotografias em vários suportes (papel, negativos e diapositivos) que documentam a trajetória de vida desse empreendedor. Seus projetos científicos, experiências ecológicas e a construção das instalações na Ilha dos Arvoredos em Guarujá, SP. A metodologia a ser adotada consistirá no agrupamento, na seleção e análise das fotografias a serem digitalizadas. Buscando a preservação da memória, como forma de salvaguardar e transmitir o conhecimento acumulado por oito décadas de pesquisas. Palavras-chaves: Digitalização, Fotografia, Acervo Iconográfico. Seção 5: Projetos de Pesquisa Bacharelado em Turismo Apresentação: Oral 1. Introdução A fotografia deixou de ser utilizada apenas como um recurso de ilustração dos textos. Ganhou status de documento na medida em que se desenvolveram estudos visando o aprofundamento de sua leitura. Por outro lado, a chamada multimídia passou a ter um papel cada vez mais relevante nos processos de informação, preservação e divulgação de imagens conforme (Alves & Valério, 1998). Cada vez mais instituições como universidades, museus, arquivos e bibliotecas, (tanto da esfera pública quanto da privada), vêm implantando um tratamento especifico aos seus acervos iconográficos por meio da digitalização. Tal prática vem possibilitando uma eficiente preservação dos originais, assim como a socialização desse conteúdo informacional.

2 2. Justificativa Acervos, bibliotecas e arquivos enfrentam problemas, geralmente causados pelo grande acúmulo de documentos frágeis. Nesse aspecto, se destacam os riscos de degradação dos originais devido a sua manipulação direta e freqüente, bem como, a dificuldade de acesso às informações por parte dos pesquisadores e do público em geral. A tecnologia digital surge como uma possibilidade de alterar significativamente essa realidade. O advento da digitalização transformou o significado de captura, controle, visualização e uso dos recursos de informação. Diversos trabalhos têm sido desenvolvidos no sentido de aplicar sistemas de informação multimídia em acervos ou de propor modelos e implementações para esses sistemas. Através da Internet, muitos indivíduos, instituições e comunidades são capazes de publicar e disseminar informação sobre seus patrimônios culturais e criar suas próprias bibliotecas digitais, que aumentam o potencial para diversidade, pluralidade de vozes e fortalecimento dessas comunidades. 3. Objetivo Geral Criação e implantação de um Laboratório de Conservação Documental vinculado ao Núcleo de Pesquisa Fernando Eduardo Lee NUP Guarujá. 4. Objetivos Específicos a) Desenvolver processos para digitalização do Acervo Iconográfico Fernando Eduardo Lee. b) Recuperação, conservação e organização do Acervo. c) Treinamento e capacitação de funcionários da Biblioteca do Campus Guarujá e alunos bolsistas do Curso de Turismo da Unaerp - Guarujá. 5. Característica do Acervo O Acervo Iconográfico Fernando Eduardo Lee tem aproximadamente itens, divididos entre as coleções Fotográfica e Cinematográfica. Tais coleções são compostas principalmente por fotografias, diapositivos, fitas de vídeo VHS e películas cinematográficas. Atualmente esse material encontra-se em adiantado processo de deteriorização, pondo em risco a preservação de todo o acervo. A fotografia e, particularmente, a película cinematográfica, são materiais autodestrutivo e ao entrarem em processo de deterioração, (liberando nas reações inúmeros produtos químicos) aumentam a velocidade de degradação, colocando em risco também os materiais mais estáveis armazenados por perto. (FILIPPI; LIMA & CARVALHO, 2002, p.36).

3 6. Metodologia Tendo em vista a preservação e futura disponibilização ao público das imagens do acervo, pensou-se no processo de digitalização como uma forma prática e viável de operacionalizar tais objetivos. Para esse trabalho foram adotados os 03 (três) procedimentos básicos para digitalização de acervo de arquivos e bibliotecas, propostos pela Unesco e citado por (OGDEN, 2001), que são: 1. possibilitar acesso ao conteúdo informacional que se encontra em suporte de difícil acesso; 2. disponibilizar novas formas de uso e acesso aos acervos que tem alta demanda de uso, aumentando os grupos de usuários e; 3. contribuir para a preservação do acervo, reduzindo o manuseio e o acesso físico aos documentos, criando uma cópia de segurança do material original. Antes de definir o método para digitalização, foi realizado um levantamento tipológico dos documentos existentes na instituição. Através deste estudo foi possível identificar os parâmetros a serem adotados nesse trabalho. Após essa fase, foram definidas atividades a serem seguidas pelo operador técnico para se obter documentos digitais de ótima qualidade, diminuindo os custos de possíveis redigitalizações. Dentre tais procedimentos, destaca-se o controle de qualidade do processo de digitalização, visando assegurar que a qualidade definida para o projeto seja a qualidade dos documentos gerados. Para um desdobramento futuro do projeto, existe o desejo de se expandir o universo de usuários através de uma aplicação Web. Tal sistema permitiria que o público em geral acessasse boa parte do acervo digital. 6.1 Seleção e Análise das Fotografias Como procedimento metodológico o acervo iconográfico foi dividido em duas grandes coleções: Fotográfica e Cinematográfica. A partir daí, as fotografias foram agrupadas por temas gerais. Em seguida, se fará a seleção das imagens que serão primeiramente digitalizadas. Após este processo inicia-se a análise individual de cada fotografia. Desde já, ficou constatado que raramente existe qualquer informação que possa auxiliar na descrição do conteúdo das imagens. Por vezes, quando a fotografia traz uma legenda, nota ou dedicatória nem sempre corresponde ao motivo fotografado.

4 Daí, a necessidade de realizar entrevistas com pessoas ligadas ao engenheiro Fernando Lee, visando à identificação de itens como data, local, eventos, objetos e pessoas. Em tais entrevistas poderiam ser utilizadas como método de descrição da imagem fotográfica as seguintes perguntas: quem fotografou, quando, onde, o quê e/ou quem foi fotografado. Essa análise é importante porque permitiria a determinação do conteúdo da fotografia para futura organização, indexação, armazenamento e recuperação da imagem. 6.2 A Digitalização do Acervo Após seleção e análise das fotografias será iniciado o processo de digitalização. A digitalização consiste na conversão de qualquer tipo de informação para o formato digital. O processo para transformar uma fotografia ou qualquer outro documento em papel em arquivo digital requer alguns cuidados básicos para se chegar a bons resultados. As etapas vão desde o ajuste e uso correto dos equipamentos e das ferramentas disponíveis para tratamento da imagem até a edição (tamanho, cores balanceadas, definição) do objeto a ser escaneado. Abaixo, algumas vantagens que o processo de digitalização proporciona: Redução no tempo de recuperação da informação; Rapidez para atualização e edição de imagens; Possibilidade de acesso por mais de um usuário e; Possibilidade de manter cópias de segurança. Com a imagem já digitalizada poderão ser criados dois arquivos correspondentes a ela. O primeiro com uma visualização compactada (tumb) e o segundo com a imagem no seu tamanho real. 7. Considerações Finais Devido à sua composição química, a fotografia é bem mais sensível e sujeita à degradação do que a maioria dos documentos em suporte de papel. Sua preservação em meio digital se apresenta como uma das melhores alternativas para salvaguardar a coleção da deterioração provocada pelo armazenamento e condições climáticas inadequadas, pelos materiais de acondicionamento de baixa qualidade e por práticas de manuseio inapropriado. A preservação do Acervo Iconográfico é uma forma de manter a memória viva e ao mesmo tempo difundir a história e contribuições científicas do engenheiro e pesquisador Fernando Eduardo Lee. Finalmente, é importante mencionar, o alerta da literatura especializada em acervos digitais, sobre a necessidade de atualização constante das mídias e suportes, visando à diminuição do custo financeiro, tão oneroso para instituições como bibliotecas e arquivos.

5 8. Referências ALVES, Mônica Carneiro; VALÉRIO, Sérgio. Manual para indexação de documentos fotográficos. Com colaboração de Graziella de Castro Pigozzo. Rio de janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, p.,il. (Documentos técnicos, 4). CONWAY, Paul. Preservação no universo digital. Tradução de José Luiz Pedersoli Júnior e Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos; Arquivo Nacional, p., il. (Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 52). FILLIPPI, Patrícia de; LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vânia Carneiro de. Como tratar coleções de fotografias. 2. ed. São Paulo: Arquivo do Estado; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p., il. (Como Fazer, 4). MANINI, Miriam Paula. Análise documentária de imagens: um referencial de leitura de imagens fotográficas para fins documentários. Tese de Doutorado. São Paulo: USP OGDEN, Sherelyn et al. Reformatação. Tradução de Luiz Antonio M. Ewbank, José L. Pedersoli Júnior e Luiz A. Cruz Souza. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos; Arquivo Nacional, p., il. (Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 44-47). SMIT, Johanna W. A análise da imagem: um primeiro plano. In: Análise documentária: a análise da síntese. Brasília: IBICT, cap. 7, p