A SAÚDE MENTAL DOS JOVENS BRASILEIROS
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- Luiz Felipe Canela
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1 A SAÚDE MENTAL DOS JOVENS BRASILEIROS Laura Helena S G Andrade Nucleo de Epidemiologia Instituto de Psiquiatria Hospital Das Clinicas Faculdade de Medicina da USP
2 ESTUDO DAS CARGAS DAS DOENÇAS Global Burden of Disease (GBD) Objetivos: Organização Mundial da Saúde Banco Mundial Universidade de Harvard iniciado Medir o impacto de mais de 100 doenças, lesões e fatores de risco, obtendo um perfil comparativo no mundo (oito regiões) Utilizar medidas de incapacitação, além de taxas de mortalidade Evidenciar as conseqüências não-fatais da doença, como indicadores de necessidades de saúde Murray et al, The Global Burden o f Disease, 1996
3 ESTUDO DAS CARGAS DAS DOENÇAS Grupos de doenças ou agravos à saúde Grupo I Doenças Infecciosas e Parasitárias, Maternais, Perinatais, e Deficiências Nutricionais Grupo II Doenças Não-Transmissíveis: Neoplasias, diabetes, endócrinas, transtornos neuropsiquiátricos, dos órgãos dos sentidos, cardiovasculares, respiratórias crônicas, e outras Grupo III Causas Externas: Não intencionais: acidentes de transito, envenenamento, quedas, e outras Intencionais: Auto-infligidas (suicídio), violência, guerra
4 COMO SE DISTRIBUI A MORBIDADE NO BRASIL? Global burden of disease 2015
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9 PESQUISA SÃO PAULO MEGACITY
10 São Paulo Megacity Projeto Temático FAPESP: Coordenação: Laura Helena S. G. de Andrade Parte do World Mental Health Survey: consórcio internacional com mais de 28 países Pesquisa realizada em domicílio, em uma amostra de indivíduos com 18 anos ou mais, residentes na Região Metropolitana de São Paulo
11 RMSP: 39 municípios, área de km2 e 19,6 milhões de habitantes
12 Importância de estudar a idade de inicio Identificar os que tem maior risco: informar os grupos de risco Planejar intervenções preventivas nos primeiros sinais Identificar o curso de um transtorno índex e da comorbidade associada, pois muitas vezes o tratamento do transtorno primário diminui a chance do desenvolvimento dos transtornos secundários
13 Idade de inicio dos transtornos de ansiedade 5% 10% 25% 50% 75% 90% 95% 99% ANXIETY DISORDERS Panico Ansiedade Generalizada Fobia Social Fobia Especifica Agorafobia sem Panico Stress Pos- Traumatico Transtorno Obsessivo Ansiedade de Separação
14 Idade de inicio dos transtornos de humor 5% 10% 25% 50% 75% 90% 95% 99% Major Depressive Disorder Dysthymia Bipolar I and I Disorder Any Mood Disorder
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16 Resultados Últimos 12 meses Andrade LH, Wang YP, Andreoni S, e cols. (2012) PloS One
17 Últimos 12 meses Pelo - 1 transtorno 29,6% 2 ou + transtornos 5,9% 3 ou + transtornos 5,8% Transtorno de Ansiedade 19,9% Depressão 10% Fobia especifica 10,6% Dependência química 3,6% Fobia social 3,9% Transtorno obsessivo-compulsivo 3,9% 10% algum transtorno grave Andrade LH, Wang YP, Andreoni S, e cols. (2012) PloS One
18 SP Megacity Gênero Mulheres: Transtorno de Humor e Ansiedade Homens: Uso de substâncias Faixa Etária Adultos jovens: Humor, Ansiedade e Uso de substâncias Estado Civil Separados/divorciados/viúvos: Humor, Ansiedade e Impulso Escolaridade Menor escolaridade: Uso de substâncias Renda Sem efeito Andrade LH, Wang YP, Andreoni S, e cols. (2012) PloS One
19 Latent Class Analysis: outra forma de ver a psicopatologia COMORBIDIDADE Classe 1 Unaffected respondents 80.2% Classe 2 Fear-related disorders 6.5% Classe 3 Distress 6.4% Classe 4 Comorbid Severe Depression 2.8% Classe 5 Externalizing Disorders 2.6% Classe 6 Comorbid Bipolar Disorder 1.5%
20 Unaffected Fear-related disorders Comorbid Anxious- Depression Comorbid Severe Depression Externalizing Comorbid Bipolar n Weighted within-class disorder prevalence 80.2% 6.5% 6.4% 2.8% 2.6% 1.5% Within-class disorder prevalence 85.1% 4.7% 4.5% 2.3% 2.0% 1.4% Panic disorder 0.7% 6.1% 4.5% 12.3% 0.2% 30.7% Agoraphobia 0.8% 19.7% 2.0% 16.7% 0.01% 72.1% Specific phobia 9.7% 54.0% 26.3% 39.2% 20.2% 99.5% Social Phobia 1.5% 43.5% 6.8% 17.9% 6.9% 52.5% Obsessive-compulsive disorder 1.9% 23.0% 14.3% 10.3% 14.5% 42.1% Separation anxiety disorder 1.1% 7.4% 15.2% 18.3% 2.7% 23.5% Generalized anxiety disorder 2.1% 14.0% 40.3% 3.7% 8.7% 48.3% Posttraumatic stress disorder 1.0% 4.6% 6.9% 31.6% 3.3% 15.7% Major depressive episode/dysthymia 9.5% 22.5% 76.6% 98.0% 27.6% 83.7% Manic/hypomanic episode 0.1% 2.9% 9.6% 15.1% 18.3% 49.5% Oppositional defiant disorder 0.0% 4.5% 0.0% 3.5% 5.3% 16.3% Conduct disorder 0.0% 0.0% 0.0% 6.8% 12.1% 4.6% Attention-deficit/hyperactivity disorder 0.2% 3.5% 1.7% 5.0% 18.9% 27.2% Intermittent explosive disorder 2.8% 16.5% 2.7% 28.7% 22.8% 23.0% Alcohol abuse or dependence 3.4% 4.7% 2.1% 6.6% 62.0% 0.1% Drug abuse or dependence 0.1% 0.0% 1.8% 0.01% 35.4% 8.9% Within-class disorder distribution % 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% % 0.4% 18.5% 0.0% 0.2% 0.0% 2 2.9% 46.9% 41.2% 21.6% 19.3% 0.0% 3 or more 0.3% 52.7% 40.3% 78.4% 80.5% 100.0% Within-class severity distribution None 77.7% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% Mild 9.6% 20.6% 8.1% 5.5% 8.8% 1.5% Moderate 7.7% 26.8% 43.4% 32.4% 17.7% 7.9% Serious 5.0% 52.6% 48.5% 63.1% 73.5% 90.6%
21 Unaffected Fear-related disorders Comorbid Anxious- Depression Comorbid Severe Depression Externalizing Comorbid Bipolar N OR (CI OR (CI 95%) 95%) OR (CI 95%) OR (CI 95%) OR (CI 95%) OR (CI 95%) Sex Female 0.6 ( ) 2.1 ( ) 2.4 ( ) 2.1 ( ) 0.3 ( ) 2.1 ( ) Age yo 0.6 ( ) 1.2 ( ) 1.4 ( ) 2.2 ( ) 22.5 ( ) 0.3 ( ) yo 0.7 ( ) 1.1 ( ) 0.8 ( ) 3.1 ( ) 15.9 ( ) 0.6 ( ) Family income Low 0.9 ( ) 1.1 ( ) 1.2 ( ) 1.2 ( ) 0.7 ( ) 2.5 ( ) Low-average 1.0 ( ) 0.8 ( ) 1.0 ( ) 1.6 ( ) 0.7 ( ) 1.7 ( ) High-average 1.0 ( ) 0.7 ( ) 1.0 ( ) 1.4 ( ) 1.6 ( ) 1.0 ( ) Marital status Married Separated 0.7 ( ) 1.4 ( ) 1.2 ( ) 1.3 ( ) 2.1 ( ) 0.9 ( ) Never married 0.9 ( ) 2.0 ( ) 0.6 ( ) 0.7 ( ) 1.3 ( ) 0.7 ( ) Education 0-4 years 1.0 ( ) 1.1 ( ) 0.7 ( ) 0.9 ( ) 2.3 ( ) 0.5 ( ) 5-8 years 0.6 ( ) 1.4 ( ) 1.7 ( ) 1.6 ( ) 1.9 ( ) 1.1 ( ) Employment Working/student Homemaker 0.8 ( ) 1.7 ( ) 0.6 ( ) 0.8 ( ) 2.5 ( ) 1.2 ( ) Out of labor force 0.9 ( ) 1.2( ) 0.7 ( ) 1.6 ( ) 2.5 ( ) 0.6 ( ) Social Deprivation No/very low deprivation Low deprivation OLD 0.9 ( ) 0.9 ( ) 2.2 ( ) 0.8 ( ) 0.4 ( ) 1.9 ( ) Medium deprivation ADULTS 1.2 ( ) 0.9 ( ) 0.7 ( ) 0.9 ( ) 0.5 ( ) 5.0 ( ) Medium low deprivation OLD 0.8 ( ) 1.4 ( ) 1.6 ( ) 1.6 ( ) 0.3 ( ) 4.4 ( ) High deprivation YOUNG 1.3 ( ) 0.4 ( ) 0.5 ( ) 1.5 ( ) 0.7 ( ) 7.2 ( ) High deprivation ADULTS 1.0 ( ) 0.9 ( ) 0.8 ( ) 0.5 ( ) 0.6 ( ) 13.0 ( ) Very high deprivation YOUNG 0.9 ( ) 0.5 ( ) 1.5 ( ) 1.8 ( ) 1.3 ( ) 1.1 ( )
22 DEPRESSÃO SPMegacity
23 IDADE DE INICIO
24 IDADE DE INICIO Mediana (interquartil range) ( ) ( ) ( ) ( ) Todas as idades 24.3 ( ) Não há diferença entre os gêneros na idade de inicio em nenhum coorte
25 Média do número de anos em um episódio Total Homens Mulheres χ² P 5.3 (0.2) 5.0 (0.3) 5.5 (0.2) Não há diferença entre os gêneros na média de número de anos em um episódio, exceto na coorte anos: mulheres 6.5 (0.5) vs homens 4.9 (0.6); χ² = 8.3; P= 0.004
26 Comorbidades com outros transtornos mentais 12m MDD com 12m outros transtornos % (SE) OR (95% CI) ansiedade 44.6 (2.2) 4.0 ( ) substancias 6.9 (1.4) 3.3 ( ) impulso 16.3 (1.5) 4.9 ( ) Pelo menos 1 outro 53.1 (2.5) 4.5 ( ) A comorbidade é maior com todos os transtornos de ansiedade, exceto na coorte 65+ Associada à Transtornos por uso de substancias e impulso: nas duas coortes mais jovens
27 Comportamento/cognições suicidas %(SE) OR (95% CI) %(SE) OR (95% CI) %(SE) OR (95% CI) Ideação 15.4 (2.3) 5.8*( ) 16.1 (3.4) 20.8*( ) 12.1 (3.8) 10.3*( ) Plano 6.5 (2.2) 6.2*( ) 6.1 (2.1) 22.4*( ) 3.3 (1.4) 4.4( ) Tentativa 3.2 (1.3) 5.0*( ) 2.6 (1.2) 7.8*( ) 3.2 (1.8) -(-,-) Associação maior nas coortes mais novas
28 Comorbidade com doenças físicas 12M MDD com doenças físicas no mesmo período % (SE) OR (95% CI) Dores nas costas 39.2 (2.8) 2.0 ( ) Alergias 32.3 (3.1) 1.5 ( ) Dores crônicas 29.0 (2.3) 2.6 ( ) Cefaléias graves e freqüentes 54.7 (2.9) 3.0 ( )
29 Tratamento no ano anterior à entrevista Qualquer 12M MDD 12M MDD grave* 12M MDD leve e moderada* % (se) OR % (se) OR % (se) OR Profissional S. Mental Médico não psiquiatra Qualquer Tx médico 23.1 (2.5) 6.5*( ) 28.1 (2.5) 17.9*( ) 16.5 (3.4) 0.7( ) 15.2 (1.8) 8.8*( ) 16.0 (2.3) 4.6*( ) 14.7 (3.1) 1.1( ) 32.8 (2.1) Human services 7.1 (1.7) 8.9*( ) 7.8 (1.5) 5.2*( ) 6.7 (3.2) 14.0*( ) Terapias alternativas Qualquer 4.5 (1.1) 4.2*( ) 6.9 (1.5) 2.8( ) 2.8 (1.4) 1.3( ) 37.4 (2.3) 7.5*( ) 39.6 (3.3) 9.9*( ) 34.8 (3.7) 1.0( )
30 Tratamento no ano anterior à entrevista Apenas 37.4% dos indivíduos com depressão no ano anterior à entrevista recebem algum tipo de tratamento A maior parte daqueles em tratamento o fazem com profissionais de saúde mental (61.8%). Esse percentual cresce para 71% nos casos graves e muito graves Só 12% dos em tratamento o fazem com terapias alternativas Depressões leves e moderadas estão mais associadas a procura por Human Services
31 Tratamento no ano anterior à entrevista: determinantes Socio-demográficos: Renda familiar foi o único determinante, sendo que os com renda abaixo do quartil mais elevado de renda tem menos chance de receber tratamento em qualquer setor. O mesmo ocorre para tratamento no setor de saúde mental. Gravidade, número de comorbidades físicas e mentais não foram determinantes.
32 % recebendo tratamento adequado % (se) Tx adequado/ em TX Psiquiatra 69.6 (7.6) Outro Profissional SM 71.8 (7.6) Qualquer Profissional Saúde Mental 66.1 (6.0) % (se) Tx adequado/ 12M MDD Médico não psiquiatra 21.4 (4.3) Qualquer serviço médico 47.0 (5.9) 15.4 Human services 22.0 (7.9) Terapias alternativas -- Qualquer 41.5 (5.2)
33 Tratamento adequado Dos indivíduos com 12M MDD tratados no ano anterior à entrevista, 66% (sd 6.0) recebeu tratamento adequado de profissionais de saúde mental, enquanto somente 21.4% receberam Tx adequado de médicos não-psiquiatras (47% foram atendidos no serviço médico) Como apenas 32.8% dos casos 12M MDD receberam tratamento no serviço médico, somente 15.4% dos com 12M MDD recebem tratamento adequado nesse setor
34 Discussão É o transtorno mental mais comum na RMSP A prevalência na RMSP está entre as maiores do mundo, maior que no SP-ECA e no Estudo de Bambuí, com exceção da prevalência 30 dias. Sexo feminino tem 2 a 3 vezes mais chances que homens, porém na depressão 12M, mais homens que mulheres tem depressão grave ou muito grave. Não há diferença de gênero na idade de inicio e número de anos em um episódio. Coortes mais jovens tem maior risco e a idade de início menor nas coortes mais jovens, sem diferença entre os gêneros.
35 SUICIDIO
36 Estudo ECA São Paulo Inquérito epidemiológico (n=1.464) Residentes na área de captação do HC-FMUSP Com 18 anos ou mais CIDI 1.1 (Composite International Diagnostic Interview) 36 Andrade et al., 2002
37 Estudo ECA São Paulo Inquérito epidemiológico (n=1.464) Área de captação do HC-FMUSP Residentes com 18 anos ou mais CIDI 1.1 (Composite International Diagnostic Interview) Prevalência ao longo da vida de comportamentos e cognições suicidas na população geral (n=1464). Pensamento de morte (%) 37 Desejo de morte (%) Pensamento suicida* (%) Tentativa de suicídio (%) Homens Mulheres Total *Diferença não significante Coêlho et al., 2011
38 São Paulo Megacity: Prevalência de comportamentos suicidas na população geral Amostra total (n=2,942) Naqueles com ideação (n=585) Ideação Planos Tentativa Planos Tentativas naqueles com ideação Tentativas naqueles com ideação e plano ao longo da vida Homens (N=1,239) 9.49% 2.88% 1.54% 30.38% 16.21% 38.59% Mulheres (N=1,703) 17.73% 6.79% 5.04% 38.28% 28.41% 50.17% Total (N=2,942) 13.84% 4.95% 3.39% 35.73% 24.47% 46.99%
39 Prevalência de transtornos do DSM-IV ao longo da vida entre aqueles com suicidalidade Among total sample Among ideators with a lifetime plan Among ideators without a lifetime plan % with disorder among % with disorder among % with disorder among Attempt Attempt Attempt % SE % SE % SE Panic Disorder 10 2,2 13,8 2,5 2,6 1,9 GAD 18,7 3,8 23,5 5,3 9,5 3,4 Specific Phobia 32,4 3,9 36,8 5,3 23,8 5 Social Phobia 14,3 2,9 15,5 4,3 12,1 5,1 PTSD 16,5 3,1 19,9 4,3 9,9 3,9 OCD 17,2 3,4 18,5 4,3 14,6 5,3 Separation Anxiety Disorder 18,6 3,6 20 3,7 15,9 6,2 Agoraphobia 5,5 1,3 7,2 2,1 2,1 1,4 Major Depression 55,1 4,4 66,3 5,6 33,5 7,2 Dysthymia 7,6 2,7 7,8 3,2 7,1 4 Bipolar 7,6 1,9 10,4 2,7 2,2 2,3 ODD 7,3 1,7 8,4 1,8 5,2 3,2 Conduct 7,8 2,5 9,5 2,8 4,4 2,9 ADD 3,1 1,5 2 1,1 5,2 3,6 Transtorno explosivo intermitente 21,9 3,2 25,5 4,6 15,1 5 Alcohol Abuse or Dependence 26,5 4,2 24,3 6,6 30,9 5,3 Drug Abuse or Dependence 12,4 2 14,9 2,4 7,6 3,4 N (5,037) Destacadas as prevalências > 15%
40 Prevalência de transtornos psiquiátricos Tentativa de suicídio 71% Transtorno psiquiatrico prévio Maior parte dos transtornos de humor, ansiedade, controle de impulsos e uso de substâncias prediz tentativa, mesmo quando controlado para comorbidades Depressão prediz fortemente ideação Transtornos caracterizados por grave ansiedade/agitação (ex, pânico, TEPT) e pobre controle dos impulsos (ex, transtorno de conduta, transtorno por uso de alcoool/substâncias) prediriam qual ideador fará uma futura tentativa.
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42 Comportamentos suicidas: fatores de risco I. Tentativa planejada Transtornos psiquiátricos: fobia específica, conduta, abuso de drogas e dependência Adversidades: depressão dos pais, pânico dos pais, pai ASP, divórcio dos pais, pais criminosos, abuso físico, abuso sexual, violência famíliar Suicidalidade: Nenhuma tentativa anterior mas teve o plano prévio, nenhum plano ou tentativa anterior mas teve ideação prévia Demografia: emprego: estudante II. Tentativa não planejada Transtorno mental: ansiedade de separação de adultos, transtorno explosivo intermitente Adversidades: abuso de substância de pai, pai criminoso, abuso físico, abuso sexual, negligência, violência de família, econ. adversidade Suicidalidade: Tentativa anterior, nenhuma tentativa anterior mas teve o plano prévio, nenhum plano prévio ou a tentativa mas teve ideação prévia Demografia: ter menos de 50 anos de idade World Mental Health Surveys
43 IDENTIFICAÇÃO DOS DIFERENTES SUBGRUPOS DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E FATORES ASSOCIADOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO LAURA HELENA SILVEIRA GUERRA DE ANDRADE NUCLEO DE EPIDEMIOLOGIA INSTITUTO DE PSIQUIATRIA HC-FMUSP
44 Porque estudar padrões de beber? O álcool causa mais anos perdidos de vida e incapacitação do que o tabaco e as drogas ilícitas Transtornos relacionados ao uso do álcool, como abuso e dependência, constituem somente uma pequena parcela dos problemas decorrentes do álcool. Beber Pesado está entre as principais causas de morbidade e mortalidade no mundo Rehm et al, 2005; WHO, 2004
45 Modelo atual para medir o impacto do uso do álcool na saúde Individuo. Ex: baixa resposta ao álcool Idade de experimentação Comparative Risk Assessment, CRA; Adaptado de: Rehm et al., 2010.
46 Padrões de beber Consumo moderado: 2 doses/dia para homens 1 dose/dia para mulheres 1 dose 8 a 13 gramas de álcool 285 ml de cerveja = 120 ml de vinho = 30 ml de destilado Department of Health and Human Services and the Department of Agriculture. Dietary Guidelines for Americans, 2005
47 Definições BEBER PESADO EPISÓDICO: : 5+ doses/ocasião (2 horas) : 4+ doses/ocasião (2 horas) BINGE: beber grandes quantidades por um longo tempo, por exemplo, no fim de semana
48 Problemas decorrentes do beber pesado episódico Prejuízos à saúde do indivíduo, família e sociedade: Pancreatite, gastrite, hipertensão, IAM, AVC e câncer Acidentes (quedas, trânsito), violência (brigas e homicídios) Comportamento sexual de risco, gravidez indesejada, DSTs, overdose alcoólica Comportamento antissocial na família, escola e trabalho Aumento da mortalidade por todas as causas e > risco para transtornos mentais
49 USO DE ÁLCOOL NO BRASIL
50 O impacto do uso do álcool e transtornos relacionados na Carga Global de Doenças (GBD) Mundo: 1. Uso associado + de 60 doenças e lesões (Rehm et al., 2010), 2. Piora gradual do consumo entre as mulheres (Wilsnack et al., 2009) As Américas: Ultrapassam as estatísticas globais para: 1. Mortes atribuíveis ao álcool, 2. Padrões de consumo do álcool, 3. Transtornos relacionados ao uso do álcool (AUD), 4. Principal fator de risco para a carga global de doenças nesta região (OMS, 2008) Brasil: Morte prematura e Anos vividos com incapacitação (DALYS) decorrentes do álcool Rehm et al., 2009 % DALYS H % DALYS M
51 Padrões de consumo
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53 BEBER PESADO EPISÓDICO EM DOIS BAIRROS DE SÃO PAULO Projeto São Paulo Cachment Area Study
54 PROJETO SÃO PAULO CATCHMENT AREA STUDY PROJETO TEMATICO FAPESP ( ) Amostra: 1464 sujeitos, +18 anos moradores da área de captação do Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza Instrumento: WHO-Composite International Diagnostic Interview (CIDI) Critério HED: : 5+ doses/ dia : 4+ doses/ dia Silveira CM, Wang YP, Andrade AG, Andrade LH. J Stud Alcohol Drugs Jan;68(1):18-27.
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56 Comparação entre homens e mulheres SP-ECA HOMENS MULHERES TOTAL H/M Abstinência 8,7% 32,4% 22,2% BPE 12m 15,4% 7,2% 10,7% 2,1 Abuso/depen d na vida 7,8% 3,8% 5.5% 2,1 Silveira CM, Wang YP, Andrade AG, Andrade LH. J Stud Alcohol Drugs Jan;68(1):18-27.
57 Comparação entre homens e mulheres bebedores pesados e não-pesados: frequência, quantidade e fatores de risco Beber pesado episódico HOMENS Bebedores moderados Beber pesado episódico MULHERES Bebedores moderados FREQUENCIA (MODA) Mediana # doses Validade convergente Abuso/depend Dependência a tabaco 12m 1-2 dias por semana Menos de 1 vez ao mês 1-2 dias por semana Menos de 1 vez ao mês ,6% 7,3% 19,4% 2,6%* 21,7% 10,2%* 25,3% 9,7%* Silveira CM, Wang YP, Andrade AG, Andrade LH. J Stud Alcohol Drugs Jan;68(1): * p<0.05
58 Beber pesado episódico HOMENS São Paulo-ECA: correlatos socio-demograficos Adultos jovens
59 Beber pesado episódico MULHERES São Paulo-ECA: correlatos socio-demograficos
60 São Paulo-ECA BPE com razão H/M = 2 foi < que a esperada Entre os homens: BPE entre os mais jovens (18 a 24 anos), os expõe a riscos (violência, acidentes de trânsito, faltas ao trabalho). HED não restrito às mulheres jovens: educadas, solteiras, emancipadas, potencialmente expostas DSTs, gravidez indesejada, doenças crônicas Forte associação álcool e tabaco => risco câncer
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62 Padrões de beber e problemas SP-ECA Silveira CM, Siu ER, Wang YP, Viana MC, Andrade AG, Andrade LH. Gender differences in drinking patterns and alcohol-related problems in a community sample in São Paulo, Brazil. Clinics (Sao Paulo). 2012;67(3):
63 Padrões de beber e problemas SP-ECA
64 PESQUISA SÃO PAULO MEGACITY
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66 Prevalências de uso na vida e transtornos relacionados Na amostra entre 18 a 60 anos de idade Uso (experimentou ao menos uma vez): 86% H/M: 1,2 Uso Regular: 56% H/M: 1,8 Abuso: 10% H/M: 4,0 Dependência: 3,6% H/M: 5,8 Transições na vida (probabilidades condicionais) 66% transitam da experimentação ao uso regular 19% do uso regular ao abuso 34% do abuso à dependência 73% e 59% remitiram do abuso e da dependência
67 Idade de início do uso de álcool, uso regular, abuso e dependência Uso: mediana de AOO aos 17 anos Uso regular: mediana de AOO aos anos Abuso: 50% antes dos 24 anos Dependência: maioria antes dos 35 anos de idade AOO= idade de inicio
68 Correlatos sociodemográficos das transições entre os estágios de uso do álcool Uso na vida na Uso Regular entre os Abuso entre usuários Dependência entre os Amostra Parte II usuários na vida regulares que abusam (N = 2,942) (N = 2559) (N = 1738) (N = 476) Variável Sociodemográfica Categoria OR (95% CI) OR (95% CI) OR (95% CI) OR (95% CI) Idade (anos) * ( ) 1.58* ( ) 1.98* ( ) * ( ) 1.40* ( ) * ( ) Gênero Mulher 0.57* ( ) 0.41* ( ) 0.53* ( ) Homem Escolaridade Estudante 3.50* ( ) Baixa 2.33* ( ) 3.35* ( ) 6.13* ( ) Média-baixa 3.53* ( ) 1.54* ( ) 3.52* ( ) Média-alta 3.96* ( ) 1.49* ( ) 2.36* ( ) Alta Estado Civil Solteiro 3.14* ( ) 1.49* ( ) Separado/Divorc iado/viúvo 1.58* ( ) 2.00* ( ) Casado/ mora junto Idade de início AOO uso * ( ) AOO uso regular
69 PESQUISA SÃO PAULO MEGACITY Explorando o construto do diagnóstico dos transtornos reacionados ao uso de álcool
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71 Métodos Amostra São Paulo Megacity Mental Health Survey Medidas: 948 indivíduos responderam beber ao menos uma dose de bebida por semana no último ano. Perguntas derivadas dos critérios de abuso/dependência DSM-IV e CID indivíduos não responderam ao questionário 3 níveis: leve, moderado e grave. Fatores sociodemográficos: gênero, idade, educação, estado civil, profissão e renda familiar
72 Resultados
73 Perfis paralelos
74 Resultados
75 Resultados
76 Conclusão BPE é padrão de consumo frequente na região metropolitana de São Paulo A proporção de indivíduos com problemas aumenta à medida que o padrão de uso se torna + pesado Convergência entre os gêneros: entre os usuários regulares, desapareceram as diferenças entre homens e mulheres População alvo das políticas públicas: menores de 18 anos e adultos jovens, estudantes, mulheres
77 Equipe NEP Laura Helena Andrade Yuan-Pang Wang Camila Magalhães Silveira Erica Siu João Maurício Maia Geilson Santana Bruno Mendonça Coelho Marcos Campello Batista
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Camila Magalhães Silveira Laura Helena Silveira Guerra de Andrade
Tese de Doutorado Preditores sociodemográficos das transições entre os estágios do uso de álcool (uso na vida, uso regular, abuso e dependência) e remissão dos transtornos relacionados, na população geral
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