A Nova Ordem Mundial

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Sebastiana Malheiro Canela
8 Há anos
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1 Fórmula 1 A Nova Ordem Mundial Categoria volta às pistas com muitas mudanças nos carros, na liderança das equipes, além de muitas polêmicas. Desde 1997, a categoria automobilística mais cara do mundo, a Fórmula Um, não via tantas mudanças em seu regulamento. A princípio, a adaptação dos carros, tanto mecânica, quanto visualmente, era para aumentar o número de ultrapassagens. Porém, em um cenário de crise econômica internacional, os times que participam da Fórmula Um se viram obrigados a diminuir gastos. A poucas semanas do início da temporada, apenas 18 carros eram confirmados na disputa pelo mundial. A antiga Honda, que havia decretado falência, tentava vender seu espólio a grandes milionários. Porém, Ross Brawn, diretor técnico da equipe japonesa, foi quem assumiu a frente da equipe, que passou a se chamar Brawn GP. Todas as equipes tiveram que adaptar seus carros aos pneus slicks, que estavam afastados da categoria desde Segundo o regulamento, os carros perdem todos seus componentes aerodinâmicos e contam com uma tecnologia, até então inédita na categoria: o KERS, Sistema de Reaproveitamento de Energia Cinética. Esse novo

A princípio, a adaptação dos carros, tanto mecânica, quanto visualmente, era para aumentar o número de ultrapassagens.

2 sistema armazena a energia liberada nas freadas e a transforma em um turbo que da potência ao motor, por até 6,6 segundos, por volta. Todas essas mudanças levaram a categoria a estabelecer uma Nova Ordem Mundial da Fórmula Um, com carros, que até então ocupavam as últimas posições, disputando a primeira fila do Grid. A questão dos difusores Dentre os componentes aerodinâmicos, o novo regulamento da categoria obrigava as equipes a reduzirem o tamanho dos difusores, ligando-os ao eixo traseiro central dos bólidos (veja box). Porém, três equipes, Brawn GP, Toyota e Williams, tiveram a idéia de ligar apenas um andar do difusor ao eixo, deixando a parte que circula o ar mais afastada do chão, fator que aumentaria a aderência do carro. Dessa forma, Ferrari, Renault, Red Bull e BMW Sauber, entraram na justiça afirmando que os novos difusores eram ilegais. Em primeira instância, a Federação Internacional de Automobilismo FIA declarou em comunicado que o difusor de dois andares estava de acordo com o regulamento. As quatro equipes já recorreram a Corte de Apelações. Segundo Flávio Gomes, jornalista que cobre a categoria para doze jornais brasileiros e para a ESPN, a saída encontrada por Brawn, Toyota e Williams foi genial. Flávio acredita ainda, que dessa vez, a questão política não vai pesar no julgamento, pois é uma forma de a FIA mostrar ao mundo que não é só dinheiro que conta, que a F- 1 é capaz de produzir um campeonato legal com equipes menores, que gastam menos, sendo capazes de enfrentar o poder econômico das grandes. Dessa forma, as equipes sem os potentes difusores, dentro de dois ou três meses, já estarão com o equipamento funcionando perfeitamente. Porém a adaptação de projetos tão sofisticados a um componente novo não é fácil. Mas somente os difusores não vão fazer carros como Ferrari e McLaren, que tiveram um começo de temporada pífio, voltem a figurar nas primeiras posições. A Red Bull, por exemplo, não usa os polêmicos difusores e tem um excelente carro nas mãos, projetado por Adrian Newey, que, segundo Gomes, é o melhor projetista para carros limpos, como os dessa temporada, e é indiscutivelmente o melhor em aerodinâmica.

A questão dos difusores Dentre os componentes aerodinâmicos, o novo regulamento da categoria obrigava as equipes a reduzirem o tamanho dos difusores, ligando-os ao eixo traseiro central dos bólidos

3 A surpreendente Brawn O time de Ross Brawn, que era uma incógnita para todos, foi a maior surpresa, até agora, da temporada. Em duas corridas, o time conquistou duas vitórias, sendo que na primeira, conquistou uma dobradinha de primeiro e segundo lugar, com Jenson Button e Rubens Barrichello. Uma equipe não ganhava suas duas primeiras corridas na categoria, desde a Alfa Romeu, em Flavio Gomes acredita que a equipe pode ganhar um campeonato logo na sua estréia, uma vez que, já tem um orçamento fechado para essa temporada de Porém, para 2010, mesmo com o patrocínio da Virgin, empresa de Richard Branson milionário que chegou a ser cotado para comprar o espólio da ex-honda o jornalista não arriscaria nada no time. Em relação ao brasileiro Rubens Barrichello que volta a ter o fantasma do segundo piloto assombrando-o novamente, Flavio Gomes diz que a diferença de habilidade entre Rubinho e Jenson Button é pequena. Dessa forma, o brasileiro tem capacidade de correr atrás das duas vitórias de seu companheiro de equipe e afastar de vez o posto de segundo piloto, que ocupou durante anos, na Ferrari. A volta de um Senna Apesar das tentativas de Bruno Senna para entrar na Fórmula Um, o sobrinho de Ayrton Senna não conseguiu ingressar nem na Honda, atual Brawn, nem na Toro Rosso, equipe que tinha como sócio Gerard Berger, melhor amigo de seu tio, Ayrton. Mas as chances do brasileiro, para essa temporada, ainda existem. Vijay Mallya, dono da Force India declarou recentemente que Giancarlo Fisichella, piloto de 36 anos, pode aposentar-se, durante essa temporada. E o piloto mais cotado para o cargo do italiano é Bruno Senna. As chances de isso acontecer, segundo Flávio Gomes, são grandes. A Force India estabeleceu uma parceria com a Mercedes, esse ano, que passou a fornecer os motores para a equipe indiana. Bruno Senna também tem um contrato com a montadora alemã, dessa forma, as duas partes seriam beneficiadas. Além do mais, Giancarlo Fisichella vem numa decadência notória, e o brasileiro poderia levar juventude e evolução para o time de Mallya.

Uma equipe não ganhava suas duas primeiras corridas na categoria, desde a Alfa Romeu, em 1950.

4 A reincidência da McLaren Após o escândalo da espionagem, em 2007, no qual a McLaren foi obrigada a pagar uma multa de US$ 100 milhões, a equipe volta a estar envolvida em polêmica. Durante o Grande Prêmio da Austrália, Lewis Hamilton, atual campeão mundial, foi instruído pela equipe a deixar o italiano Jarno Trulli ultrapassá-lo durante a bandeira amarela. No final da corrida, a equipe inglesa disse que o italiano fez uma ultrapassagem durante a bandeira de advertência, fato que levou o piloto da Toyota a sofrer uma punição de 25 segundos, caindo de terceiro lugar para décimo segundo lugar. Porém, uma conversa no rádio da McLaren revelou que a equipe mentiu nos tribunais, alegando que Trulli teria ultrapassado Hamilton. Dessa forma, Hamilton foi desclassificado da corrida, perdendo os seis pontos conquistados pelo seu terceiro lugar. A FIA convocou o time de Woking para uma reunião extraordinária que será realizada no dia 29 de abril. Nessa reunião, a Federação vai definir qual será a pena cumprida pela McLaren. A equipe pode sofrer de uma multa até desligamento total da categoria. Para o jornalista Victor Martins, colunista da Grande Prêmio, a exclusão da equipe inglesa só não vai acontecer, devido à pouca quantidade de equipes da categoria. Se a Fórmula Um vivesse seu auge, com 15 equipes, a McLaren seria facilmente desligada, devido à reincidência. Flavio Gomes diz que Lewis Hamilton, em três anos de carreira, já tem sua imagem marcada para sempre na categoria, como mau caráter. O inglês se envolveu em vários episódios desde que chegou à Fórmula Um. Porém, Hamilton disse que esse

No final da corrida, a equipe inglesa disse que o italiano fez uma ultrapassagem durante a bandeira de advertência, fato que levou o piloto da Toyota a sofrer uma punição de 25 segundos, caindo de

5 incidente da mentira pode causar sua saída da McLaren. Gomes não acredita e diz que Lewis deve ficar na equipe até sua aposentadoria. O resultado do histórico de polêmicas de Hamilton é que ninguém mais discute se ele é ou não um bom piloto, mas sim seu caráter duvidoso. (Flávio Gomes) Por: Luciana Cabral

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