PARLAMENTO EUROPEU. Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos PROJECTO DE PARECER

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1 PARLAMENTO EUROPEU Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos 30 de Julho de 2001 PROVISÓRIO PROJECTO DE PARECER da Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos destinado à Comissão dos Orçamentos sobre o orçamento para 2002 Secção III Comissão (relatório do Deputado Carlos Costa Neves) Relatora de parecer: Ulpu Iivari PA\ doc PE

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3 PROCESSO Na sua reunião de, a Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos designou relatora de parecer Ulpu Iivari. Na sua reunião de, a comissão procedeu à apreciação do projecto de parecer. Na mesma reunião, a comissão aprovou as conclusões que seguidamente se expõem por votos a favor, contra e abstenções/por unanimidade. Encontravam-se presentes no momento da votação (presidente), (vice-presidente), Ulpu Iivari (relatora de parecer), (em substituição de ), (em substituição de, nos termos do nº 2 do artigo 153º do Regimento),... e.... PA\ doc 3/12 PE

4 BREVE JUSTIFICAÇÃO INTRODUÇÃO 1. O orçamento da Comunidade Europeia para o exercício de 2002 será o terceiro abrangido pelas actuais Perspectivas Financeiras plurianuais ( ). O respectivo acordo estabelece limites máximos anuais para o orçamento comunitário no seu conjunto (em 2002, 1,18% do PNB total da Comunidade), assim como limites máximos de despesas para cada uma das categorias individuais (Política Agrícola Comum, Fundos Estruturais, etc.) da Secção III do orçamento (Comissão), o qual corresponde a 98% das despesas comunitárias. Para 2002, o limite máximo de despesas da categoria 3 é de milhões. 2. No orçamento da Comissão, há três tipos diferentes de rubricas orçamentais. A Parte A do orçamento cobre as despesas administrativas : trata-se de pagar edifícios, custos salariais, etc., da Comissão, mas o capítulo A3 financia também organizações e actividades de promoção da União Europeia (e.g. A-321, Geminação de cidades). A Parte B cobre as despesas operacionais, e.g., os programas SOCRATES (B3-1001) ou CULTURA (B3-2008). Finalmente, na Parte B do orçamento existem rubricas orçamentais híbridas BA que cobrem despesas administrativas de actividades como a realização de reuniões de grupos de peritos. 3. Em cada rubrica orçamental da Parte B do orçamento da Comissão há geralmente duas colunas, uma designada dotações para autorizações (DA) e outra dotações para pagamentos (DP). Esta divisão é uma forma de conciliar o princípio da anualidade orçamental com o facto de a maioria das despesas da Parte B do orçamento dizer respeito a programas plurianuais: os montantes são sucessivamente inscritos em DA, ao passo que a coluna DP indica quanto pode a Comissão gastar no exercício em questão. A ausência de inscrição de uma rubrica B na coluna DA mostra que o programa está a ser desactivado. A presença de um p.m. (pro memoria) em qualquer das colunas de uma rubrica B indica que não foi inscrito qualquer montante, mas que a Comissão deseja manter a existência da rubrica orçamental. Uma vez que as despesas administrativas são realizadas numa base puramente anual, a diferenciação entre DA e DP não se coloca relativamente às rubricas A. 4. Importa ainda fazer uma última referência introdutória. A separação entre rubricas A e B tornou, até agora, muito difícil estabelecer o custo global de cada programa ou actividade individual, uma vez que os custos totais com o pessoal (vencimentos, edifícios, etc.) não são claramente mostrados. Numa tentativa para resolver esta deficiência contabilística, a Comissão está agora a introduzir um sistema de orçamento por actividades cujo objectivo é apresentar o custo total dos referidos programas ou actividades. As actividades que, em grande parte, correspondem aos capítulos orçamentais B3-1, B3-2, B3-3 e partes do capítulo A-30, e que são da competência particular da Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos são: PE /12 PA\ doc

5 Actividade 6301: Apoio administrativo à DG EAC Actividade 6302: Apoio operacional geral à EAC e respectiva coordenação Actividade 6303: Educação Actividade 6305: Cultura Actividade 6306: Política audiovisual e desportos Actividade 6307: Diálogo com os cidadãos Actividade 6308: Juventude A Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais será a comissão competente para a Actividade 6304 (formação profissional), mas estão incluídos no quadro que acompanha o presente parecer os números B e B3-1020A, que abrangem o programa LEONARDO DA VINCI, na medida em que tradicionalmente tem interessado a Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos. O ANTEPROJECTO DE ORÇAMENTO (APO) 5. O anteprojecto de orçamento da Comissão (APO) para o exercício de 2001 prevê um aumento das dotações para autorizações de 3,5% relativamente ao orçamento de Prevê também que as dotações para pagamentos aumentem de 4,8% relativamente a 2001, o correspondente a 1,06% do PNB comunitário (e muito aquém do limite máximo de 1,8% previsto nas Perspectivas Financeiras para 2002). Pela primeira vez, as dotações para pagamentos ultrapassam milhões. 6. No APO 2002, tanto as dotações para autorizações como para pagamentos da Política Agrícola Comum (categoria 1) aumentam de 5,0% e as dos Fundos Estruturais (categoria 2) 2,8%. Estas duas categorias contam para, respectivamente, 46% e 33% do orçamento da Comissão. As dotações para autorizações das Políticas internas (categoria 3) aumentam de 4,1%, para 6,5 mil milhões, ou seja, 6,5% do orçamento comunitário, o que constitui um ligeiro aumento relativamente aos 6,2% desta categoria no orçamento de As dotações para pagamentos aumentam 3,3%, para 6,05 mil milhões. 7. A categoria 3 (Políticas internas)cobre uma vasta gama de políticas e quatro subsecções completas do orçamento (B3, B4, B5 e B6), assim como diversos títulos de uma outra subsecção (B2-5 a B2-9) e também acções comunitárias em domínios tão diversos como o controlo de segurança nuclear, as redes transeuropeias, contribuições para os partidos políticos europeus, o desenvolvimento do mercado interno ou o desenvolvimento científico e tecnológico: o denominador comum é que todas estas políticas se destinam a apoiar a realização do mercado interno. 8. Na categoria 3, os títulos B3-1, B3-2 e B3-3 são de particular interesse para a nossa comissão. Correspondem a 11,2% das dotações para autorizações da categoria 3 (0,72% das dotações do orçamento total da Comissão) e a 12,1% das dotações para pagamentos (0,75% do orçamento total da Comissão). O total de dotações para autorizações destes capítulos no APO 2002 é de cerca de 724,5 milhões (714 milhões em 2001) e, no caso das dotações para pagamentos, 734,4 milhões (646 milhões em 2001). A variação percentual relativamente ao orçamento de 2001, por áreas de políticas, é a seguinte: PA\ doc 5/12 PE

6 DA DP B3-1 Educação, formação profissional e juventude +1,5% +17,9% B3-2 Cultura a audiovisuais - 5,3% +10,2% B3-3 Informação e comunicação +8,7% + 0,2% 9. Quais são as principais propostas da Comissão? uma redução linear de 10% em todas as rubricas A-302, A-303 e A-3042; uma redução de 30% do financiamento da rubrica A-321; grande aumento das dotações para pagamentos dos programas SOCRATES, JUVENTUDE, LEONARDO, CULTURA e MEDIA PLUS; reduções correspondentes do financiamento das acções preparatórias que precedem os programas plurianuais (B3-1002, B3-2009, B3-2016); supressão da rubrica orçamental que financia acções-piloto de luta contra o doping no desporto; aumentos substanciais das dotações para pagamentos das acções gerais de informação e comunicação (B3-300), dos custos de informação (B3-301) e do programa PRINCE (B3-306), mas redução do financiamento dos programas de informação em países terceiros (B3-302) e das acções de informação (B3-303). O PROJECTO DE ORÇAMENTO 10. O Conselho concluiu a sua primeira leitura do orçamento i. e., aprovou o projecto de orçamento em 20 de Julho. No que diz respeito ao orçamento da Comissão, o projecto de orçamento: aceita as propostas de dotações relativas à parte A do APO; faz pequenas reduções (entre 2,7% e 7,1%) nas dotações dos programas plurianuais dos títulos B3-1 e B3-2; reduz substancialmente (entre 5,3% e 20,0) as dotações para as acções de informação e de comunicação do título B3-3; reduz assim de 42,44 milhões as dotações dos títulos B3-1, B3-2 e B3-3. Para indicações mais pormenorizadas, rubrica por rubrica, ver o quadro em anexo. OBSERVAÇÕES DA RELATORA 11. As Conclusões da Cimeira de Lisboa (Março de 2000) dão particular importância à educação e à economia liderada pelo conhecimento. As Conclusões da Cimeira de Nice reforçam este aspecto ao aprovar a Agenda Social Europeia, com a qual se pretende garantir o acesso às tecnologias da informação e da comunicação por parte de todos os que se encontram em fase de formação, assim como dar formação sobre a utilização destas tecnologias, nomeadamente como parte da aprendizagem. E existem, naturalmente, importantes dimensões culturais e linguísticas na ambição de tornar a Europa a mais competitiva e dinâmica economia orientada pelo conhecimento do mundo, capaz de um crescimento sustentado, com mais e melhores postos de trabalho e com maior coesão PE /12 PA\ doc

7 social. 12. Perante isto, a relatora deseja manifestar, uma vez mais, a sua desilusão pelo desencontro entre a posição central acordada pelos recentes Conselhos Europeus à educação e à cultura no desenvolvimento económico europeu e, reconhecendo embora a responsabilidade primordial dos Estados-Membros nestes domínios, a exiguidade dos meios que lhes são consagrados a nível europeu. O APO prevê dotações para pagamentos para os programas SOCRATES, JUVENTUDE, LEONARDO DA VINCI, CULTURA e MEDIA PLUS no valor de 596 milhões ; entretanto, na rubrica orçamental B1-171 ( Prémios para o tabaco ) foram inscritos 971 milhões de dotações para pagamentos. Por outras palavras, a Comissão está a propor para 2002 que a Comunidade gaste mais 60% em ajudas à cultura do tabaco que às políticas de educação, formação profissional, juventude, meios de comunicação e cultura todas juntas. 13. Programas plurianuais: os aumentos de dotações destas rubricas orçamentais são conformes com o desenvolvimento das despesas previsto para os programas plurianuais co-decididos e reflectem o facto de as despesas aumentarem tipicamente ao longo da vida destes programas. As dotações propostas no APO deverão ser mantidas, apesar de (ver o nº 18 seguinte) ser necessária uma pequena alteração das observações orçamentais. 14. Antecedentes dos programas plurianuais: são de esperar menores dotações à medida que os programas plurianuais avançam. A desactivação do programa CONNECT (B3-1002) é particularmente digna de referência. Lançada em 1999, esta iniciativa foi uma tentativa para contornar os bastante rígidos critérios que caracterizavam os programas e acções então existentes nos domínios da educação, cultura e juventude. Os novos programas plurianuais lançados em 2000 tornam possível lançar acções comuns (será lançado mais tarde, em 2001, um convite à apresentação de propostas) e, nestas condições, a Comissão não considera necessário prolongar a existência do programa CONNECT. A relatora aceita este raciocínio, mas salienta a necessidade de assegurar que não se perca a flexibilidade proporcionada pelo programa CONNECT no financiamento de projectos que não correspondam claramente a qualquer programa plurianual. 15. e-learning: na sequência das Conclusões da Cimeira de Lisboa, segundo as quais a economia liderada pelo conhecimento constitui uma locomotiva poderosa para o crescimento económico, a competitividade e o emprego. O Conselho Europeu da Feira (Junho de 2000) anunciou um plano de acção para o período de designado e-europe. A iniciativa e-learning trata das vertentes educação e formação do plano de acção e-europe. A iniciativa tem os seguintes objectivos: assegurar que todos os estabelecimentos de ensino tenham acesso a equipamento informático multimedia e à Internet; formar os docentes no sentido de integrarem estes instrumentos nos seus métodos de ensino; desenvolver um conteúdo educativo multimedia europeu de alta qualidade; acelerar a ligação dos estabelecimentos de ensino às redes. São exemplos deste tipo de projectos a ser apoiados: a proposta de alargar a toda a Europa PA\ doc 7/12 PE

8 uma maior utilização das novas tecnologias de ensino da música, iniciada por um projecto espanhol, e a proposta (grega) de criar um laboratório de física virtual, com base em experiências que as escolas podem realizar utilizando elementos facilmente acessíveis no dia a dia. 16. A maioria dos recursos necessários para realizar esta iniciativa serão disponibilizados e utilizados a nível nacional mas, para o efeito, será necessário reforçar a cooperação entre os Estados-Membros e a Comissão. Além disso, deverão ser utilizados Fundos Estruturais e programas comunitários, e as parcerias entre a indústria e as autoridades públicas deverá ser incentivada. Os programas SOCRATES, JUVENTUDE, LEONARDO DA VINCI, CULTURA e MEDIA PLUS foram todos mobilizados para apoiar a iniciativa e-learning. É difícil dizer com exactidão quanto dos respectivos orçamentos foi consagrado a esta iniciativa, uma vez que a única rubrica orçamental dedicada (entre outros) à e-learning é o número B (acções preparatórias). Porém, uma estimativa recente indica que cerca de 50 milhões dos 596 milhões consagrados a estes programas (cerca de 8%) estão a ser gastos, em 2001, em projectos relacionados com a iniciativa e-learning. 17. A relatora considera ser necessário reforçar o papel da Comunidade na promoção do e-learning. Na sequência da aprovação da iniciativa, em Maio de 2001, foram apresentadas 426 propostas de financiamento ao abrigo da acção MINERVA (tecnologias da informação e da comunicação na educação), no âmbito do programa SOCRATES, em comparação com a média relativamente estável de cerca de 180 por ano. E poucos riscos há de que o actual convite à apresentação de propostas não seja inteiramente subscrito. O número B parece ser o melhor instrumento, uma vez que permite à Comissão: salientar a visibilidade da iniciativa e-learning ; apoiar projectos que não se encaixam facilmente nos critérios de financiamento através de programas plurianuais (como no caso do programa CONNECT); financiar rápida e directamente projectos, um importante aspecto num domínio em rápida evolução. É necessário um aumento substancial de dotações. O orçamento de 2001 apresenta 4,81 milhões em dotações para pagamentos. O APO 2002 propõe 4,9 milhões (um aumento de menos de 2%). A relatora proporá um aumento deste montante para 15 milhões (conjuntamente com outras propostas do APO, ainda muito aquém do limite máximo para acções-piloto e medidas preparatórias imposto pelo Acordo Interinstitucional de Maio de 1999). 18. Simultaneamente, importa aumentar a transparência das despesas do e-learning a título dos programas plurianuais. Apesar de tudo, estes têm os seus próprios objectivos e alvos, e é importante que a iniciativa e-learning não venha a distorcer os programas, impedindo que tais metas sejam atingidas. A relatora alterará consequentemente as observações orçamentais relativas a estes programas, pedindo à Comissão que apresente à Autoridade Orçamental um relatório anual com a estimativa dos montantes necessários para cada rubrica orçamental essencialmente ligada à iniciativa e-learning. PE /12 PA\ doc

9 19. Línguas regionais e minoritárias: é comumente reconhecido que a diversidade cultural da Europa constitui uma das suas forças. Numa União Europeia de 375 milhões de cidadãos, 50 milhões falam línguas que não as línguas oficiais dos Estados em que vivem: uma estimativa mostra que são faladas 225 línguas na Europa. E o artigo 151º, nº 1, do Tratado declara que A Comunidade contribuirá para o desenvolvimento das culturas dos Estados-Membros, respeitando a sua diversidade nacional e regional. Até agora, porém, a União tem feito relativamente pouco para promover a existência ou reconhecimento das línguas menos utilizadas. A Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias ainda não foi ratificada por todos os Estados-Membros da União e não há pleno consenso sobre a criação de uma base jurídica separada para o apoio às línguas regionais e minoritárias. Apesar de haver, no número B3-1003, uma base jurídica para despesas com o Ano Europeu das Línguas 2001, esta expirará no final do ano, e assim também os projectos a ela ligados. E o número B é moribundo: 0,4 milhões no orçamento de 2001 e proposta de 0,3 milhões de dotações para pagamentos no APO 2002, prevendo a Comissão que serão apenas necessários 0,16 milhões em 2003 para completar as acções iniciadas antes de 2001 e destinadas a promover e preservar as línguas e culturas regionais da Europa. Por agora, o melhor que se pode fazer parece ser instar a Comissão a garantir que as línguas regionais e minoritárias sejam preservadas e promovidas no contexto dos programas plurianuais da União, nomeadamente: Programa-Quadro da Investigação e desenvolvimento, CULTURA 2000, SOCRATES, LEONARDO DA VINCI, JUVENTUDE, MEDIA PLUS e Fundo Social Europeu. O problema da base jurídica é um obstáculo menor na parte A do orçamento da Comissão e a relatora proporá um aumento do apoio comunitário dado à rubrica A-3015 (Gabinete europeu para as línguas menos divulgadas e Mercator). 20. Desporto: a Comissão criou um novo artigo B7-823; Contribuição financeira da Comunidade Europeia para a Agência mundial anti-doping (WADA), na qual inscreveu 2,55 milhões em autorizações e 2,55 milhões em pagamentos, ambos na reserva. As negociações sobre o financiamento à WADA estão agora bloqueadas, mas a Comissão espera poder apresentar uma proposta de decisão sobre a contribuição comunitária para a WADA até ao final de Mais de metade dos cidadãos europeus praticam algum tipo de actividade desportiva e quase dois milhões de professores, instrutores e voluntários dedicam o seu tempo de trabalho ou de lazer à organização de actividades desportivas. O papel social do desporto foi reconhecido na Declaração nº 29 anexa ao Tratado de Amesterdão. A Declaração incluída no Anexo IV às Conclusões do Tratado de Nice declara que o desporto é uma actividade humana que continua a basear-se em valores sociais, educativos e culturais fundamentais. É um factor de integração, participação na vida social, tolerância, aceitação das diferenças e acção de acordo com as regras. Esta Declaração indica também que a Comunidade deverá, nas suas acções a título das diversas disposições do Tratado, ter em conta as funções sociais, educativas e culturais inerentes ao desporto. 22. Mas o desporto não é manifestamente uma das prioridades da Comissão. O número B (e o número B3-2020A a ele associado) Campanhas contra o doping no desporto na Europa foi criado no orçamento de 2000, cobrindo acções de incentivo à cooperação entre as organizações desportivas comunitárias e europeias, federações PA\ doc 9/12 PE

10 desportivas nacionais e internacionais, o lançamento de campanhas de luta contra o doping, a harmonização dos testes na Europa, etc. As acções-piloto são de duração limitada e esta rubrica desapareceu do APO A relatora de parecer proporá a criação de uma nova rubrica orçamental (e de uma rubrica BA correspondente para as despesas administrativas) para acções preparatórias consagradas ao reforço do papel do desporto nos programas plurianuais existentes. Nesta fase do processo orçamental, a relatora propõe que se restabeleçam os valores do APO para as rubricas B3-304 e B3-304A, mas que se aceitem entretanto as propostas contidas no APO para o título B Política de informação: a participação dos cidadãos nas eleições para o Parlamento Europeu tem vindo a decair regularmente desde que foram estatuídas eleições directas em E as sucessivas sondagens à opinião pública têm vindo a revelar que uma preocupante parte da população não tem a mais rudimentar percepção da forma como as instituições da União instituições que existem para a servir funcionam. Nestas condições, é particularmente preocupante que a responsabilidade pelas acções de informação tenha mudado duas vezes (da DG EAC para o Secretariado-Geral e daí para a DG Justiça e Assuntos Internos) desde As acções de informação da Comissão deverão tornar-se mais eficientes. Há muitas possibilidades de gastar o dinheiro de forma mais eficaz. As medidas mais óbvias consistem na existência de uma melhor gestão dos recursos consagrados a estas acções, a melhoria da coordenação dos esforços com outras instituições europeias, um esforço determinado para ultrapassar as deficiências reveladas no funcionamento dos gabinetes de informação nos Estados-Membros e uma cooperação mais estreita com estes últimos. 24. Rubricas A: a categoria 5 despesas administrativas das Perspectivas Financeiras estará sob enorme pressão em 2002, nomeadamente devido aos novos encargos impostos pelo processo de alargamento e às maiores responsabilidades de política externa e de segurança que a União está a assumir. Na Comissão, foi tomada a decisão de que a grande maioria das rubricas do capítulo A-30 deveria ser objecto de uma redução linear de 10% (com algumas raras excepções bem acolhidas, como o número A que apoia o Instituto Universitário Europeu de Florença, para o qual é proposto um pequeno aumento). Em outras rubricas A são gastos enormes montantes (e.g., 26,6 milhões para a segurança e vigilância dos edifícios da Comissão na rubrica A-2050, e cujo aumento proposto relativamente ao orçamento de 2001 é de 3,8%) e a relatora de parecer não está convencida de que este capítulo da categoria 5 seja o mais adequado para fazer poupanças. Propõe que seja reposto o financiamento destas rubricas ao mesmo nível do orçamento de A-3021 e A-3042: há (e com boa razão) um verdadeiro desacordo sobre a colocação das redes e organizações culturais apoiadas pelo orçamento comunitário nestas rubricas. Alguns Membros consideram que é uma oportunidade para o Parlamento indicar as suas prioridades no domínio cultural e para apoiar organizações que estão a dar um contributo significativo para fazer avançar a ideia da Europa. Outros Membros, porém, argumentam que esta colocação não é suficientemente transparente, preferindo que a Comissão publicasse convites à apresentação de propostas para, então, em júri independente seleccionar as organizações a apoiar. Num futuro não muito distante, quando o novo Regulamento Financeiro for aprovado, o capítulo A-30 desaparecerá. A PE /12 PA\ doc

11 relatora considera que, durante o período transitório até que o novo Regulamento Financeiro entre em vigor, a inscrição orçamental nestas rubricas é um método justificável de financiamento das redes e organizações culturais. Salienta, porém, a necessidade de preparar as novas mudanças e de formular novas regras para a futura selecção das redes e organizações a financiar. 26. Geminação de cidades: pelo terceiro ano consecutivo, a Comissão propõe uma redução de 30% das dotações para a geminação de cidades. Nos debates que precederam o orçamento de 2000, foi dito à Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos que a redução proposta (de 10 milhões no orçamento de 1999) reflectia o facto de a geminação de cidades ter sido um grande sucesso, pelo que haverá já poucos projectos em que aplicar as dotações. Nos debates preliminares sobre o APO 2001, foi dito à Comissão que esta rubrica era de implementação muito dispendiosa devido ao facto de que, por natureza, havia demasiadas candidaturas à geminação a pedir pequenos montantes, o que consumia demasiado tempo/pessoal. Este ano, a Comissão tenta justificar a mesma redução com o argumento de que a Parte A do orçamento está sob pressão e que um nível mais elevado de dotações no artigo A-321 implicaria reduções proporcionalmente maiores em outras rubricas A para subvenções. 27. A Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos tem sempre afirmado que a geminação de cidades apresenta uma excepcionalmente boa relação custo/benefício como forma de fazer avançar a abertura dos cidadãos para além das fronteiras nacionais. Não obstante, está consciente de que a gestão desta rubrica orçamental nos últimos anos foi muito fraca: o que se ouviu na audição pública sobre a geminação de cidades, realizada em Outubro de 2000, levou a pedir ao Tribunal de Contas que elaborasse um relatório especial sobre esta rubrica orçamental 1. Considera, não obstante, que a resposta correcta à fraca gestão deste útil programa não é a sua desactivação, mas a reforma da sua administração. Consequentemente, a relatora propõe que se reponha o nível de financiamento de 10 milhões, mantendo-se embora particularmente atenta às tentativas de melhoria da gestão do artigo A-321, como já iniciadas pela DG EAC. CONCLUSÕES A Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos insta a Comissão dos Orçamentos, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar os seguintes elementos na proposta de resolução que aprovar: 1. Faz recordar o papel acordado pela Cimeira de Lisboa à educação, à formação 1 Parecer da Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos, destinado à Comissão dos Orçamentos, sobre a quitação pela execução do orçamento geral da União Europeia do exercício de 1999 (Secção III Comissão) PE /def. PA\ doc 11/12 PE

12 profissional, à formação ao longo da vida e à cultura como vectores para tornar a Europa a mais competitiva e dinâmica economia liderada pelo conhecimento no mundo, capaz de um crescimento económico sustentável, com mais e melhores postos de trabalho e maior coesão social; salienta a determinação do Parlamento em exercer as suas plenas competências de co-legislador nestes domínios; pede aos Estados-Membros e à Comissão que aumentem os recursos consagrados a estas áreas a nível europeu de forma a que, em 2006, à parte das despesas dos Fundos Estruturais, atinjam 1% do orçamento comunitário; 2. Considera que a iniciativa e-learning poderá dar um contributo substancial para o aumento, tanto do emprego, como da competitividade da economia europeia; salienta a sua intenção de dar um apoio orçamental adequado a esta iniciativa; congratula-se com a reafectação dos programas comunitários no sentido de alcançar os objectivos desta iniciativa, mas salienta a necessidade de evitar que estes programas se desviem dos seus próprios objectivos; pede à Comissão que elabore anualmente e transmita ao Parlamento relatórios sobre a extensão do apoio financeiro prestado através dos diferentes programas aos projectos essencialmente orientados para a consecução dos objectivos da iniciativa e-learning; 3. Pede à Comissão que tenha plenamente em conta a necessidade de salvaguardar e promover as línguas regionais e minoritárias no âmbito dos programas que administra, nomeadamente o Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento, os programas CULTURA 2000, SOCRATES, JUVENTUD, LEONARDO DA VINCI e MEDIA PLUS, e o Fundo Social Europeu; 4. Pede à Comissão que tenha em conta as funções sociais, educativas e culturais inerentes ao desporto no âmbito dos programas que administra, nomeadamente os programas SOCRATES, JUVENTUDE e LEONARDO DA VINCI, e o Fundo Social Europeu; 5. Salienta a necessidade de políticas de informação da UE mais eficientes e aguarda pelo Livro Branco sobre a política de informação prometida pela Comissão; pede à Comissão que melhore a gestão das suas actividades de informação através de uma melhoria da coordenação dos esforços com outras instituições europeias, de medidas de correcção das deficiências que se têm revelado no funcionamento de alguns gabinetes de informação nos Estados-Membros e de uma colaboração mais estreita com estes últimos; 6. Insta a Comissão a apresentar à autoridade legislativa as propostas adequadas para uma base jurídica específica para o actual capítulo A-30 do orçamento da Comissão até à entrada em vigor do sistema de orçamentação com base na actividade (Activity Based Budgeting). PE /12 PA\ doc