Mercados. informação regulamentar. Líbia Condições Legais de Acesso ao Mercado
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- João Pedro Alves
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1 Mercados informação regulamentar Líbia Condições Legais de Acesso ao Mercado Fevereiro 2009
2 Índice 1. Regime Geral de Importação 3 2. Regime de Investimento Estrangeiro 4 3. Quadro Legal 6 2
3 1. Regime Geral de Importação O regime de comércio externo encontra-se definido na Decisão 2/2003, de 29 de Junho, tendo posteriormente (em 2005, 2006 e 2008) sido publicadas normas parciais que acentuam o carácter liberalizador que as autoridades oficiais pretendem imprimir às trocas comerciais com o exterior. No plano teórico, o sistema de comércio externo é bastante liberal: não existem licenças de importação nem de exportação; praticamente não há restrições aos pagamentos e cobranças com o exterior; a lista de mercadorias cuja importação está restrita a determinados organismos é relativamente curta, o mesmo acontecendo com a lista de mercadorias cuja importação é proibida (ex.: produtos de carne suína, vinho e bebidas alcoólicas, conservas de carne, pescado congelado, azeite, água mineral, sumos de fruta, gado bovino - vivo ou produtos transformados - com excepção do leite, dado o potencial perigo que representa a BSE); foram eliminados os direitos aduaneiros; as exigências de carácter sanitário e fitossanitário não são mais severas que nos outros países da região. Na prática, podem assinalar-se como restrições formais o facto de a importação só poder ser realizada por agentes locais devidamente registados (os quais só podem importar os produtos para que se tenham inscrito) e a prerrogativa que assiste ao Ministério da Economia e do Comércio de proibir, a qualquer momento, com carácter permanente ou temporário, a importação e ou a exportação de qualquer produto. Para além dos aspectos referidos, existem barreiras de carácter informal que acabam por ser as mais importantes, designadamente as dificuldades na obtenção de vistos para a realização de viagens de prospecção comercial e de informação comercial de qualidade: estatísticas inexistentes ou deficientes; falta de organismos de nível intermédio que possam actuar como interlocutores ou escassa operacionalidade dos mesmos (câmaras de comércio, associações empresariais, etc.) e obstáculos decorrentes de uma burocracia ainda pesada. As autoridades líbias, embora esteja generalizada a utilização das normas de qualidade e certificação europeias, estão a trabalhar, através do seu Departamento de Standards e Medidas, no estabelecimento de regras próprias, o que já aconteceu a cerca de 400 produtos, incluindo os transformados. O Instituto de Investigações Agrónomas é a entidade responsável pela definição das normas relativas aos produtos agrícolas não transformados (ex: adubos ou pesticidas). A Pauta Aduaneira da Líbia baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH). Em Agosto de 2005 entrou em vigor a Decisão n.º 83/2005, de 7 de Julho, do Ministério das Finanças, que eliminou os direitos aduaneiros para todos os produtos excepto para o tabaco. Por outro lado, é cobrada uma taxa de serviço nas alfândegas, que não pode ultrapassar 4% do valor do produto, e um Imposto de Consumo com taxas variáveis: 10%, 25% e 50%. 3
4 Todos os produtos provenientes de países árabes estão isentos do pagamento de direitos, considerando-se como árabes os produtos em que 40% do seu valor acrescentado proceda de um ou vários países árabes. As taxas aplicadas na importação de cada produto podem ser consultadas na página «Market Access Database», da responsabilidade da União Europeia (clicar em «Tariffs Applied Database»). Quanto aos documentos que devem acompanhar a remessa da mercadoria, importa referir: Conhecimento de Embarque (não há exigências especiais, mas a descrição da mercadoria e o respectivo valor devem corresponder exactamente aos constantes na factura); Certificado de Origem (é obrigatório, devendo ser certificado por uma Câmara de Comércio Árabe reconhecida pela Representação Diplomática Líbia no país de origem; no caso, a Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa); Factura Comercial (deve ser assinada pelo exportador e deve conter uma descrição exacta das mercadorias e das respectivas embalagens, o peso bruto e líquido das mercadorias, a designação do país de origem, do local de embarque e de destino, as condições de venda e de pagamento, etc.); Certificado de Seguro (as remessas ao abrigo de Carta de Crédito devem ser seguradas na Líbia antes da respectiva abertura; nos restantes casos é seguida a prática corrente); Lista de Embalagens (aconselhável, tendo em vista facilitar as operações de desalfandegamento); Outros documentos (ex.: importação de produtos alimentares está sujeita à apresentação de certificados sanitários/fitossanitários, consoante se tratem de produtos de origem animal ou vegetal). Não é requerida pelas autoridades líbias inspecção de pré-embarque, mas o importador pode fazer esta exigência. 2. Regime de Investimento Estrangeiro A partir de 1970, as autoridades governamentais passaram a permitir o investimento estrangeiro no país, sendo prioritários os projectos de base tecnológica e os que contribuam para o acréscimo das exportações. Na prática, a Líbia tem seguido uma política muito restrita no que se refere à concessão de permissões de investimento a investidores estrangeiros, para além de entraves de vária ordem com que estes se defrontam. 4
5 As disposições fundamentais que regulam o investimento externo encontram-se consignadas na Lei n.º 5/1997, Lei nº 7/2003 e Decisão 86/2006 (não aplicáveis ao sector dos hidrocarbonetos) e nos respectivos regulamentos. O investimento pode assumir as seguintes formas: divisas convertíveis ou outras formas, desde que através de entidades bancárias; máquinas, equipamentos, ferramentas ou matérias-primas necessárias à concretização do projecto de investimento; meios de transporte que não estejam localmente disponíveis; direitos intangíveis patentes, licenças, marcas e nomes comerciais necessários à operacionalidade do projecto; reinvestimento de parte dos lucros decorrentes do exercício da actividade. Em alguns aspectos, as normas são bastante liberais, designadamente no que se refere aos incentivos (significativos no caso dos investidores que se associem a parceiros nacionais), às isenções fiscais, aduaneiras, e aos sectores abertos ao investimento, de que apenas se exclui o sector do comércio. A lei prevê, ainda, o repatriamento de lucros e garante que os projectos não podem ser nacionalizados ou confiscados, excepto por ordem do tribunal. Por outro lado, verifica-se ainda um acentuado pendor intervencionista, existindo a necessidade de obter continuamente autorizações administrativas, que vão desde a realização do próprio investimento à transferência dos lucros e repatriamento de capitais, até determinadas decisões de gestão. Para além dos aspectos referidos, existem, também, algumas dificuldades nos planos jurídico, laboral e fiscal, bem como no estatuto dos estrangeiros na Líbia. Face às limitações referidas, o investimento estrangeiro é pouco expressivo na Líbia, excepto na área dos hidrocarbonetos, que se rege por legislação própria (Lei de Hidrocarbonetos). O forte investimento neste sector explica-se pela abundância de recursos de que o país dispõe, a qualidade do petróleo e do gás natural e pelos baixos custos de exploração. O Libyan Foreign Investment Board (LFIB), criado ao abrigo da legislação já referida, é o organismo que tem por função promover o investimento estrangeiro no país e conduzir diversos procedimentos relacionados com a implementação dos projectos, como por exemplo, a aprovação de candidaturas e emissão de licenças e a recomendação da aplicação de excepções, facilidades ou outros benefícios relativamente a projectos considerados relevantes para o desenvolvimento da economia. Por fim, referir que com vista a promover e reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, Portugal e a Líbia assinaram um Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíprocas de Investimentos, que entrou em vigor em 19 de Junho de Em 2008 as partes também assinaram um Acordo sobre Cooperação Económica que, porém, ainda não entrou em vigor. 5
6 Líbia Condições Legais de Acesso ao Mercado (Feveiro 2009) 3. Quadro Legal Regime de Importação Decisão n.º 83/2005, de 7 de Julho Determina a eliminação de direitos aduaneiros. Decisão n.º 2/2003, de 29 de Junho (com alterações em 2005, 2006 e 2008) Define o regime legal do comércio externo. Regime de Investimento Estrangeiro Decisão n.º 737/2005 (com emendas em 2006) Autoriza a abertura de Sucursais de Empresas estrangeiras na Líbia. Decisão n.º 13/2005 Define as actividades cujo exerício é permitido por parte das Sucursais de empresas estrangeiras na Líbia. Lei n.º 5/1997, Lei nº 7/2003 e Decisão 86/2006 Regulam a matéria dos incentivos ao investimento estrangeiro. Lei n.º 21/2001 Estabelece o quadro legal relativo ao exercício das actividades económicas. Lei n.º 58/1970 (modificada em 1982) Define o regime jurídico das relações laborais. O Site disponibiliza, após registo dos utilizadores, diversos diplomas legais (consultar os temas: Libya Laws e Libya Regulations ) no âmbito do investimento estrangeiro. No Portal LibyaOnLine.com (LOL) os interessados podem solicitar apoio informativo regulamentar, em inglês, através do laws@lcj-group.com. Acordos Relevantes Decreto n.º 27/2008, de 22 de Agosto Aprova o Acordo de Cooperação Económica entre Portugal e a Líbia. Decreto n.º 24/2004, de 29 de Setembro Aprova o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíprocas de Investimentos, entre Portugal e a Líbia. Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, LISBOA Tel. Lisboa: Contact Centre: aicep@portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC
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