Mercados. informação regulamentar. Guiné Equatorial Condições Legais de Acesso ao Mercado
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- Lucca Elias Benevides Garrau
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1 Mercados informação regulamentar Guiné Equatorial Condições Legais de Acesso ao Mercado Janeiro 2010
2 Aicep Portugal Global Índice 1. Regime Geral de Importação 3 2. Regime de Investimento Estrangeiro 4 3. Quadro Legal 5 2
3 1. Regime Geral de Importação Regra geral, o acesso ao mercado da Guiné Equatorial não está sujeito a restrições/barreiras não alfandegárias, tendo muitos dos requisitos de licenciamento das importações sido levantados em Apenas no caso do ouro e das importações de valor acima de francos é necessária uma autorização (através da DPI-Declaración Previa de Importación). As mercadorias exportadas para a Guiné Equatorial (que ultrapassem o valor FOB de milhões de francos) estão submetidas a Inspecção Pré-Embarque, a realizar no país de exportação pela agência especializada Sociedade Geral de Superintendência (SGS). Alguns bens, por razões de segurança e saúde pública, têm a sua importação proibida (lixos tóxicos, químicos, alguns produtos cosméticos e determinados bens alimentares). No caso de plantas e produtos de plantas, estes deverão ser acompanhados por certificados fitossanitários e os animais vivos de um certificado de vacinas, nacional ou internacional. Os certificados de origem dos produtos só terão de ser apresentados se o importador ou entidade bancária assim o exigirem, ou para efeitos de concessão dos benefícios CEMAC. Não se conhecem regras específicas exigidas relativamente à harmonização, standardização ou qualidade dos produtos, se bem que o importador possa invocar normas presentes em regulamentação europeia ou outra. É aconselhável a rotulagem em Castelhano e Francês, devendo seguir-se sempre as indicações/orientações do importador relativamente aos procedimentos e formalidades a cumprir. Os direitos aduaneiros aplicados são os comuns aos países da CEMAC, dividindo-se da seguinte forma: Categoria I Bens de primeira necessidade taxa de 5% Categoria II Equipamentos e matérias-primas taxa de 10% Categoria III Bens intermédios (semi-processados) taxa de 20% Categoria IV Bens de consumo taxa de 30% Sobre os produtos importados recai, ainda, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), cuja taxa geral é de 15%, a Taxa de Comércio (de 1%), o Direito Especial (de 30%, aplicável só a certos bens), e as taxas de integração comunitária da CEMAC, a TCI (de 1%) e a CCI (de 0,4%). Quanto às aquisições públicas, em que há, em regra, sujeição a concursos públicos e a publicação dos mesmos no Diário Oficial, importa referir que a Guiné Equatorial poderá, na sua qualidade de Estado membro da CEMAC, outorgar contratos com base na preferência regional. As empresas estrangeiras que sejam eleitas para a realização de obras públicas terão de subcontratar parte dos trabalhos a empresas locais. 3
4 2. Regime de Investimento Estrangeiro A Guiné Equatorial dispõe de um enquadramento legal orientado para a captação de investimento directo estrangeiro, não obstante a existência de algumas lacunas que podem originar alguma insegurança jurídica. De destacar, neste aspecto, que Portugal não celebrou com este país qualquer acordo de promoção e protecção recíprocas de investimentos. Esta matéria está sujeita ao regime jurídico estabelecido no Código de Investimentos, de 30 de Abril de 1992 (posteriormente modificado pela Lei n.º 2/1994, de 6 de Junho), diplomas que visaram adaptar o texto legal original (Lei de 1979) às exigências impostas pela adesão do país à CEMAC (Comunidade Económica e Monetária da África Central), permitindo uma maior liberdade por parte dos investidores no acesso ao mercado. Os projectos de investimento nos sectores das minas e hidrocarbonetos regem-se por lei especial Em matéria de garantias, o quadro legal aplicável prevê o igual tratamento dos investidores nacionais e estrangeiros, a transferência livre de lucros, capital e outros benefícios para o exterior, a liberdade de estabelecimento, gestão e circulação, além dos demais princípios previstos nas convenções ACP/UE e CEMAC (Código de Investimentos 17/99/CEMAC-020-CM-03, consultável em A transferência de lucros, embora sendo livre, requer, a partir de certos limites, que sejam respeitadas certas exigências, que passam pela apresentação num banco local de documentação específica, nomeadamente cópia da factura definitiva, declaração ajuramentada sobre a proveniência dos fundos e autorização do Ministério da Economia. De um modo geral, o promotor externo pode aceder a qualquer sector de actividade (salvo o mineiro, o dos hidrocarbonetos, o do cacau e o da madeira, sujeitos a regimes jurídicos específicos), devendo, em qualquer dos casos, proceder previamente ao depósito de 30% do montante do investimento numa instituição bancária. O investimento estrangeiro poderá ser efectivado mediante a constituição de uma sociedade local, participação em capital social de sociedade guineense ou através da criação de sucursal ou outro tipo de estabelecimento da sociedade estrangeira. No que respeita aos procedimentos envolvidos é necessário formular um pedido às autoridades que deverá ser instruído com alguma documentação, como escritura de constituição da sociedade investidora/certidão comercial, comprovativo de transferência dos 30% do valor do investimento, identificações dos sócios/accionistas, referências bancárias da sociedade e identificação da empresa criada ou a criar no país (e documentação desta). As vertentes ambientais e de segurança no trabalho deverão, desde logo, ser incluídas na descrição da operação em causa. 4
5 A autorização do projecto, a concretizar-se, materializar-se-á na emissão de um certificado, no qual estarão presentes, igualmente, os benefícios atribuídos (isenções fiscais, aduaneiras, incentivos ou outros). Relativamente aos incentivos ao investimento, as empresas estrangeiras podem aceder a um conjunto de benefícios como reduções fiscais pelo emprego de trabalhadores locais (50% do salário), crédito de 15% sobre os lucros resultantes da exportação de produtos não tradicionais, assim como, no caso de investimentos em zonas fora dos centros urbanos, amortização (ao nível fiscal) dos gastos havidos com infra-estruturas, isenção de pagamento de taxas aduaneiras e outros impostos (com excepção do imposto sobre o rendimento). Também a participação de cidadão locais no capital social do investidor pode originar redução da carga fiscal. De acordo com a lei laboral local, as empresas privadas apenas podem contratar trabalhadores estrangeiros até ao limite de 10% do total dos seus empregados (limite que é de 30% no caso do sector petrolífero). Com vista à implementação de um projecto na Guiné Equatorial é essencial que os promotores tenham conhecimento das normas a observar, sendo sempre aconselhável o recurso a apoio jurídico especializado. 3. Quadro Legal Regime de Importação Lei n.º 3/2009, de 12 de Março Cria o corpo especial de inspectores de comércio, com vista a controlar e supervisionar os preços dos bens na Guiné Equatorial, bem como assegurar o controlo da qualidade dos produtos e garantir o cumprimento de regras de livre comércio no país. Decreto n.º 28/2008, de 31 de Março Aprova o Regulamento de Seguro de Responsabilidade Civil obrigatório para veículos a motor, mercadorias importadas e empreitadas. Regime de Investimento Estrangeiro Decreto n.º 60/2009, de 6 de Abril Fixa os salários mínimos nacionais para
6 Ordem Ministerial n.º 2/2008, de 20 de Novembro Estabelece os requisitos para a realização e recepção de transferências bancárias, com o objectivo de combater a evasão fiscal e branqueamento de capitais e cumprir o Regulamento da CEMAC 02/00/CEMAC/UMAC/CM, de 29 de Abril de Lei n.º 8/2006, de Novembro Define o quadro legal das actividades desenvolvidas no sector petrolífero (Lei Petrolífera). Lei n.º 7/1992, de 30 de Abril (alterada pela Lei n.º 2/1994, de 6 de Junho) Aprova o regime legal do investimento na Guiné Equatorial. Lei n.º 2/1990 Define o ordenamento geral do trabalho. Para mais informação sobre mercados internacionais, consulte o Site da aicep Portugal Global ou a Livraria Digital Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, LISBOA Tel. Lisboa: Contact Centre: aicep@portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC
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