Mercados. informação regulamentar. Timor Leste Condições Legais de Acesso ao Mercado

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1 Mercados informação regulamentar Timor Leste Condições Legais de Acesso ao Mercado Maio 2010

2 Índice 1. Regime Geral de Importação 3 2. Regime de Investimento Estrangeiro 4 3. Quadro Legal 6 2

3 1. Regime Geral de Importação A regulamentação relativa ao Regime de Importação, nomeadamente o quadro legal aduaneiro, tem sido objecto de várias críticas em resultado das dificuldades verificadas na respectiva interpretação e aplicação, situação que tem gerado insegurança e falta de transparência nas operações alfandegárias. Para fazer face a este diagnóstico está em curso ( ), no âmbito do Ministério das Finanças, uma reforma aduaneira profunda que procura dotar o país de uma Administração Alfandegária moderna e ágil, quer ao nível dos procedimentos, quer do relacionamento com os agentes económicos, o que envolve, designadamente, alterações legislativas e formação especializada dos funcionários. A entrada no país de alguns produtos necessita de obtenção de licença de importação: plantas e animais vivos; produtos transformados de origem animal; alguns bens alimentares; cosméticos; máquinas agrícolas; entre outros. As mercadorias importadas no território aduaneiro estão sujeitas às imposições inscritas na Pauta Aduaneira de Timor-Leste (PAT). A Nomenclatura das mercadorias segue o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação das Mercadorias e a tributação compreende Direitos Aduaneiros e Impostos Selectivos de Consumo (ISC). Sobre a maioria das importações incide uma taxa uniforme de 6%, a título de direitos aduaneiros (ad valorem, calculados sobre o valor CIF das mercadorias), com excepção de alguns produtos como os cigarros e o álcool. As importações provenientes das Nações Unidas ou de outras organizações internacionais para fins humanitários, assim como os bens sujeitos a importação temporária, estão isentos de pagamento de direitos aduaneiros. Para além das tarifas alfandegárias, sobre as importações recaem, ainda, Impostos Selectivos de Consumo (ex.: sumos de frutas; bebidas alcoólicas; tabaco e produtos de tabaco; viaturas automóveis) a taxas que variáveis consoante o tipo de produto em causa. Importa referir que as pessoas colectivas que compram mercadorias podem beneficiar do Regime de Entreposto Aduaneiro, sendo-lhes permitido importar e armazenar os bens em regime suspensivo, só pagando os impostos devidos no momento da sua introdução em consumo, à saída do entreposto aduaneiro e nos termos e nas condições previstas na lei. Quanto aos documentos de acompanhamento das mercadorias mencionam-se os fundamentais: factura comercial (com designação genérica das mercadorias e indicação do respectivo valor); certificados sanitários e fitossanitários; certificados de qualidade; documentos de transporte; e outros. A origem das mercadorias será justificada mediante a apresentação de um certificado de origem ou documento equivalente, sempre que solicitado. 3

4 Os bens introduzidos no território aduaneiro são, a partir desse momento, passíveis de controlo e podem ser submetidos à fiscalização alfandegária. O Código Aduaneiro (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 11/2004) prevê, também, a existência de Regimes Suspensivos e Regimes Aduaneiros Económicos (ex.: Regime de Importação Temporária). 2. Regime de Investimento Estrangeiro A Lei do Investimento Externo e o Regulamento de Procedimento de Investimento Externo na República Democrática de Timor constituem instrumentos legais fundamentais para a atracção do investimento estrangeiro, considerado condição essencial ao desenvolvimento do país, na medida em que o processo histórico que conduziu à independência reduziu a capacidade técnica dos timorenses para, autonomamente, promoverem actividades económicas privadas, geradoras de riqueza e de criação de emprego. Através da Lei de Investimento Externo (Lei n.º 5/2005, de 7 de Junho) o legislador estabeleceu um conjunto de garantias e incentivos ao investidor estrangeiro, procurando desempenhar um papel promotor e, simultaneamente, de garante dos investimentos externos, quer de cidadãos ou de empresas estrangeiras, quer de cidadãos timorenses fixados no exterior. Entre as garantias previstas destacam-se: reconhecimento da igualdade de tratamento entre investidores estrangeiros e nacionais; direito de transferência para o exterior dos resultados gerados em consequência do investimento; protecção jurídica contra a nacionalização e expropriação; direito à propriedade privada; contratação de trabalhadores estrangeiros; opção, na resolução de litígios entre o Estado e os investidores estrangeiros, pela arbitragem ao abrigo das regras da Convenção Internacional para a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de outros Estados (CIRDI ou ICSID). No tocante aos incentivos, merecem particular relevância os de natureza fiscal e aduaneira. De acordo com o artigo n.º 9, o montante mínimo do investimento externo para aceder aos direitos, garantias e benefícios consagrados na lei é de USD. Por sua vez, o Regulamento de Procedimentos de Investimento Externo tem como principais objectivos a definição das áreas de actividades económicas proibidas, reservadas e excluídas, a par do estabelecimento de regras relativas ao pedido e registo do investimento, determinação do valor real dos investimentos externos efectuados, reclamações, autorizações e recursos. 4

5 Assim, não é permitido qualquer investimento externo nas seguintes actividades: as que constituem crime ou contravenção nos termos da lei em vigor no país; as que, pela localização da sua implementação, interfiram adversamente com o objecto e fins dos parques ou reservas naturais declaradas na lei; as que forem como tal enunciadas na legislação geral; e as que ofendam a moral pública e os bons costumes do país. Por outro lado, são áreas reservadas à exploração e aproveitamento económico do Estado, com ou sem a participação do sector privado: as relativas à prestação de serviço universal de correios e do serviço público de comunicações; o desenvolvimento e exploração de parques ou reservas nacionais, marinhos ou terrestres ou de outras zonas protegidas nos termos da lei; e a produção, distribuição e comercialização de armas e munições. Finalmente, o legislador considera actividades económicas excluídas do regime estabelecido pela Lei do Investimento Externo: as áreas de prospecção, pesquisa e produção de gás e petróleo, bem como as da área da indústria extractiva de recursos minerais; as do comércio interno, grossista e retalhista; e as que estiverem ou vierem a estar sujeitas a legislação específica. O Anexo I do Regulamento é constituído pelo Pedido de Estatuto de Investidor Externo e o Anexo II pelo Certificado de Investidor Externo. O investimento externo está sujeito a autorização e aprovação pelas entidades governamentais competentes (Ministério que tutela o investimento externo e Conselho de Ministros). A autorização é concedida desde que o promotor preencha todas as condições legais e o projecto esteja conforme com os objectivos do Plano de Desenvolvimento Nacional. Ainda existe a possibilidade de negociação e celebração de acordos especiais de investimento para projectos que envolvam maior complexidade. Tendo em conta a necessidade de atribuir a uma entidade específica da Administração Pública a responsabilidade pela promoção de oportunidades e de acompanhamento do investimento estrangeiro e das exportações, funcionando como janela única de atendimento ao investidor externo, foi criado o Instituto de Promoção do Investimento Externo e da Exportação, abreviadamente designado por TradeInvest Timor-Leste. No que respeita à criação de uma empresa, a legislação timorense consagra o mesmo tipo de sociedades comerciais que o direito português, sendo as mais comuns as sociedades por quotas e as sociedades anónimas. O promotor externo também pode optar pela abertura de uma sucursal. Com vista a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, foi assinado entre Portugal e Timor-Leste o Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos, que entrou em vigor a 7 de Abril de

6 Finalmente, importa referir a Linha de Crédito Concessional para Timor-Leste (no valor de 100 Milhões de Euros), objecto de Memorando de Entendimento celebrado a 21 de Setembro de 2009, entre representantes dos Governos dos dois países e que visa aprofundar a cooperação bilateral através do reforço das parcerias empresariais no desenvolvimento de projectos de interesse comum. Este instrumento não está ainda operacional, dependendo a sua implementação da assinatura de um Acordo Tripartido entre um Banco Mutuante, Timor-Leste como Mutuário e Portugal como Garante. Mais informações podem ser consultadas no Site da aicep Portugal Global, publicação on-line: Guia Prático Apoios Financeiros à Internacionalização ments/linhas%20crédito/linhacreditoconcessionaltimorleste100milhoeseur.pdf 3. Quadro Legal Regime de Importação Decreto-Lei n.º 5/2007 Institui o Regime dos Emolumentos Aduaneiros e o Fundo Aduaneiro. Decreto-Lei n.º 8/2006, de 15 de Março Aprova o Regulamento das Franquias Aduaneiras de Timor-Leste. Decreto-Lei n.º 11/2004 Estabelece o Código Aduaneiro de Timor-Leste. Decreto-Lei nº. 10/2004 Define o Regime Jurídico das Infracções Fiscais Aduaneiras de Timor- Leste. Decreto-Lei n.º 9/2004 Dispõe sobre o Regime Geral de Importação, Armazenagem e Circulação de Produtos sujeitos a Imposto Selectivo de Consumo. Decreto-Lei n.º 21/2003, de 31 de Dezembro Estabelece as Bases do Regime Jurídico de Quarentena na Importação e Exportação de Bens e no Controlo da Navegação Internacional. Diploma Ministerial n.º 5/2003, de 25 de Julho Aprova o Novo Documento Aduaneiro (Impresso destinado à declaração aduaneira da mercadoria, designado Documento Aduaneiro Único - DAU). Decreto-Lei n.º 10/2003, de 22 de Julho Define o Regime Jurídico-fiscal de Controlo Aduaneiro de Mercadorias e Objectos Transportados pelos Viajantes que entram no Território Aduaneiro Nacional (Suplemento). 6

7 Regime de Investimento Estrangeiro Lei n.º 15/2009, de 23 de Dezembro Aprova o Orçamento de Estado para Decreto-Lei n.º 29/2008, de 13 de Agosto Cria o Fundo do Emprego e da Formação Profissional. Decreto-Lei n.º 22/2008, de 16 de Julho Cria o Fundo de Estabilização Económica. Lei n.º 8/2008, de 25 de Junho Estabelece a Consolidação dos Regimes Tributários aplicáveis em Timor-Leste. Decreto n.º 7/2006 Aprova o Código do Registo Comercial. Lei n.º 5/2005, de 7 de Junho Estabelece a Lei do Investimento Externo. Decreto do Governo n.º 7/2005, de 27 de Julho Cria o Instituto de Promoção de Investimento Externo e Exportação, designado por TradeInvest Timor-Leste. Decreto do Governo n.º 6/2005, de 27 de Julho Regulamenta os Procedimentos de Investimento Externo. Decreto do Governo n.º 5/2005, de 27 de Julho Cria o Instituto de Apoio ao Desenvolvimento Empresarial. Lei n.º 4/2004, de 21 de Abril Define o Regime Legal relativo às Sociedades Comerciais. Os interessados podem consultar os diplomas legislativos referidos, entre outros, no Site do Gabinete de Assuntos Jurídicos da UNMIT (Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste) Acordo Relevante Resolução da Assembleia da República n.º 5/2004, de 13 de Janeiro Aprova o Acordo Quadro de Cooperação entre Portugal e Timor-Leste. Decreto n.º 20/2003, de 3 de Maio Aprova o Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos, entre Portugal e Timor-Leste. Para mais informação sobre mercados externos os interessados deverão consultar a página da aicep Portugal Global: Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, LISBOA Tel. Lisboa: Contact Centre: aicep@portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC