Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

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1 COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, COM(2016) 18 final 2016/0005 (NLE) Proposta de DECISÃO DO CONSELHO relativa à celebração do Acordo de Parceria Económica entre a União Europeia e os seus Estados-Membros, por um lado, e os Estados do APE SADC, por outro PT PT

2 1. CONTEXTO DA PROPOSTA Justificação e objetivos da proposta EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A proposta de decisão do Conselho em anexo constitui o instrumento jurídico para a celebração do Acordo de Parceria Económica entre a União Europeia e os seus Estados- Membros, por um lado, e os Estados do APE SADC, por outro (APE SADC). Os Estados do APE SADC são o Botsuana, o Lesoto, Moçambique, a Namíbia, a Suazilândia (BLMNS) e a África do Sul. As negociações foram concluídas a nível dos negociadores principais em 15 de julho de 2014, em Pretória. O Acordo foi rubricado em 15 de julho de 2014, em Pretória. O Botsuana, a Namíbia e a Suazilândia beneficiam atualmente de acesso preferencial ao mercado da UE ao abrigo de acordos estabelecidos no regulamento relativo ao acesso ao mercado (RAM). O Lesoto e Moçambique beneficiam atualmente da iniciativa «Tudo menos armas» em virtude da sua classificação entre os países menos avançados (PMA). O comércio entre a UE e a África do Sul é atualmente regido pelo Acordo de Comércio, Desenvolvimento e Cooperação (ACDC). O APE SADC irá proporcionar um regime de acesso uniforme para os países BLMNS. Em relação à África do Sul, o APE SADC irá substituir as disposições pertinentes dos títulos II e III do ACDC que incidem, respetivamente, sobre o comércio e as questões relacionadas com o comércio. Coerência com disposições vigentes no domínio de ação A presente proposta implementa o Acordo de Parceria entre os membros do Grupo dos Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico, por um lado, e a Comunidade Europeia e os seus Estados-Membros, por outro, assinado em Cotonu, em 23 de junho de 2000 («Acordo de Parceria ACP-CE»), que insta à celebração de Acordos de Parceria Económica compatíveis com a OMC. Coerência com outras políticas da União O APE SADC é um acordo de comércio orientado para o desenvolvimento. Oferece um acesso assimétrico ao mercado dos Estados do APE SADC, que lhes permite proteger setores sensíveis da liberalização; estipula um grande número de medidas de salvaguarda e uma cláusula para a proteção das indústrias nascentes; contém disposições em matéria de regras de origem que facilitam as exportações; e elimina a utilização de subsídios à exportação no comércio entre as Partes. Estas disposições contribuem para o objetivo da coerência das políticas para promover o desenvolvimento e são coerentes com o artigo 208.º, n.º 2, do TFUE. O APE SADC contém igualmente um capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável, que estabelece a ligação entre o acordo de comércio e os objetivos da UE em matéria de trabalho, ambiente e alterações climáticas. 2. BASE JURÍDICA, SUBSIDIARIEDADE E PROPORCIONALIDADE Base jurídica A base jurídica para a presente decisão do Conselho é o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 207.º, n. os 3 e 4, e o artigo 209.º, n.º 2, em conjugação com o artigo 218.º, n.º 6, alínea a). PT 2 PT

3 Subsidiariedade (no caso de competência não exclusiva) A política comercial comum, em conformidade com o artigo 3.º do TFUE, é definida como uma competência exclusiva da União. Proporcionalidade A presente proposta é necessária para implementar os compromissos internacionais da União, tal como previstos no Acordo de Parceria ACP-CE, e suficiente para contribuir para os objetivos da União em matéria de comércio e desenvolvimento. Escolha do instrumento A presente proposta está em conformidade com o artigo 218.º, n.º 6, do TFUE, que prevê a adoção pelo Conselho de decisões relativas aos acordos internacionais. Não existe outro instrumento jurídico que possa ser utilizado para alcançar o objetivo expresso na presente proposta. 3. RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EX POST, CONSULTAS DAS PARTES INTERESSADAS E AVALIAÇÕES DE IMPACTO Não aplicável. Não aplicável. Não aplicável. Avaliações ex post/balanços de qualidade da legislação em vigor Consultas das partes interessadas Obtenção e utilização de competências especializadas Avaliação de impacto Entre 2003 e 2007 foi realizada uma avaliação de impacto da sustentabilidade (AIS) dos Acordos de Parceria Económica UE-ACP. Os termos de referência para este projeto foram publicados pela Comissão Europeia em 2002, no âmbito de um convite à apresentação de propostas. Na sequência deste convite à apresentação de propostas, foi adjudicado um contrato-quadro de cinco anos à PwC France em agosto de Um projeto de relatório final da AIS foi apresentada às partes interessadas da Europa durante a reunião de Diálogo da sociedade civil da UE, organizada pela Comissão Europeia em 23 de março de 2007, em Bruxelas, Bélgica. Adequação e simplificação da legislação O APE SADC não está sujeito aos procedimentos no âmbito do programa REFIT; não implica quaisquer custos para as PME da União; e não suscita qualquer problema do ponto de vista do ambiente digital. Direitos fundamentais PT 3 PT

4 A proposta não tem quaisquer consequências para a proteção dos direitos fundamentais na União. 4. INCIDÊNCIA ORÇAMENTAL Os direitos não cobrados são estimados em 33,3 milhões de EUR após a implementação integral do Acordo ao fim de dez anos. 5. OUTROS ELEMENTOS Planos de implementação e modalidades de monitorização, avaliação e comunicação de informações Em conformidade com as disposições gerais do Acordo, as Partes comprometem-se a monitorizar continuamente o funcionamento e o impacto do presente Acordo. As disposições institucionais criam um Conselho Conjunto a nível ministerial que é responsável pelo funcionamento e a implementação do presente Acordo e que monitoriza a consecução dos seus objetivos. O Conselho Conjunto será assistido por um Comité de Comércio e Desenvolvimento. O Acordo também Não aplicável. Cria um Comité Especial das indicações geográficas e comércio de vinhos e de bebidas espirituosas para monitorizar o desenvolvimento do Protocolo sobre indicações geográficas e o comércio de vinhos e de bebidas espirituosas. Cria um Comité Especial para as Alfândegas e a Facilitação do Comércio que irá monitorizar a implementação e o funcionamento do capítulo sobre alfândegas e facilitação do comércio e o Protocolo sobre as regras de origem. Contém uma disposição que permite a cada uma das Partes solicitar consultas relativamente a qualquer questão no âmbito do capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável. O diálogo e a cooperação podem incluir outras autoridades e partes interessadas pertinentes. Documentos explicativos (para as diretivas) Explicação pormenorizada das disposições específicas da proposta O Acordo contém disposições em matéria de cooperação, comércio de mercadorias, comércio e desenvolvimento sustentável, alfândegas e facilitação do comércio, obstáculos técnicos ao comércio, medidas sanitárias e fitossanitárias, resolução de litígios, indicações geográficas e regras de origem. O Acordo contém igualmente cláusulas de «rendez-vous» sobre o comércio de serviços e o investimento, a política de concorrência, os direitos de propriedade intelectual e a contratação pública. O APE garante o acesso isento de direitos e de contingentes ao mercado da UE para o Botsuana, o Lesoto, Moçambique, a Namíbia e a Suazilândia, com exceção de armas e munições. A África do Sul beneficiará de um novo acesso ao mercado para além do ACDC que rege atualmente as suas relações comerciais com a UE. A UE obterá novas e significativas oportunidades de acesso ao mercado da União Aduaneira da África Austral (SACU) e terá a garantia de um acordo bilateral com Moçambique, um dos PMA na região. O APE é concebido de forma a ser compatível com o funcionamento da SACU, nomeadamente através da harmonização total do regime comercial de importação da SACU. PT 4 PT

5 A SACU apresenta uma única lista externa de acordos/disposições em matéria de direitos e contingentes aplicados às importações provenientes da UE. PT 5 PT

6 2016/0005 (NLE) Proposta de DECISÃO DO CONSELHO relativa à celebração do Acordo de Parceria Económica entre a União Europeia e os seus Estados-Membros, por um lado, e os Estados do APE SADC, por outro O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 207.º, n. os 3 e 4, e o artigo 209.º, n.º 2, em conjugação com o artigo 218.º, n.º 6, alínea a), Tendo em conta a proposta da Comissão Europeia, 1 Tendo em conta a aprovação do Parlamento Europeu, Considerando o seguinte: 1) Em 12 de junho de 2002, o Conselho autorizou a Comissão a encetar negociações de Acordos de Parceria Económica com o Grupo dos Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico. 2) As negociações foram concluídas e o Acordo de Parceria Económica entre a União Europeia e os seus Estados-Membros, por um lado, e os Estados do APE SADC (incluindo o Botsuana, o Lesoto, Moçambique, a Namíbia, a Suazilândia e a África do Sul), por outro («Acordo»), foi rubricado em 15 de julho de ) Em conformidade com a Decisão n.º [...] do Conselho 2, o Acordo foi assinado em [..], sob reserva da sua celebração em data ulterior. 4) O Acordo tem sido aplicado a título provisório desde [..] enquanto se aguarda a sua entrada em vigor. 5) O Acordo de Parceria entre os membros do Grupo dos Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico, por um lado, e a Comunidade Europeia e os seus Estados-Membros, por outro, assinado em Cotonu, em 23 de junho de 2000, insta à conclusão de Acordos de Parceria Económica compatíveis com a OMC. 6) O Acordo deverá ser aprovado em nome da União Europeia, ADOTOU A PRESENTE DECISÃO: Artigo 1.º É celebrado o Acordo de Parceria Económica entre a União Europeia e os seus Estados- Membros, por um lado, e os Estados do APE SADC, por outro. O texto do Acordo acompanha a presente decisão. 1 2 JO C [ ] de [ ], p. [ ]. JO C [ ] de [ ], p. [ ]. PT 6 PT

7 Artigo 2.º O Presidente do Conselho designa a pessoa com poderes para proceder, em nome da União, ao depósito do instrumento de aprovação previsto no artigo 113.º, n.º 2, do Acordo, a fim de expressar o consentimento da União Europeia em ficar vinculada pelo Acordo 3. Artigo 3.º O presente Acordo não pode ser interpretado como conferindo direitos ou impondo obrigações que possam ser diretamente invocados nos órgãos jurisdicionais da União ou dos Estados-Membros. Artigo 4.º A presente decisão entra em vigor no dia da sua adoção. Feito em Bruxelas, em Pelo Conselho O Presidente 3 A data de entrada em vigor do acordo é publicada no Jornal Oficial da União Europeia pelo Secretariado-Geral do Conselho. PT 7 PT

8 FICHA FINANCEIRA LEGISLATIVA PARA PROPOSTAS COM INCIDÊNCIA ORÇAMENTAL EXCLUSIVAMENTE LIMITADA ÀS RECEITAS 1. DENOMINAÇÃO DA PROPOSTA: DECISÃO DO CONSELHO relativa à celebração do Acordo de Parceria Económica entre a União Europeia e os seus Estados-Membros, por um lado, e os Estados do APE SADC, por outro. 2. RUBRICAS ORÇAMENTAIS Capítulo e artigo: Capítulo 12, artigo 120.º Montante inscrito no orçamento para o exercício de 2016: EUR 3. INCIDÊNCIA FINANCEIRA A proposta não tem incidência financeira. A proposta não tem incidência financeira nas despesas, embora tenha nas receitas o efeito é o seguinte: (em milhões de EUR, com uma casa decimal) Rubrica orçamental Receitas 4 Período de 12 meses, com início em dd/mm/aaaa ARTIGO 120.º Incidência nos recursos próprios Data de aplicação provisória [Ano n] 23,7 milhões de EUR Situação após a ação [n + 1] [n + 2] [n + 3] [n + 4] [n + 5] ARTIGO 120.º 24,8 milhões de EUR 25,9 milhões de EUR 27,2 milhões de EUR 28,3 milhões de EUR 29,5 milhões de EUR 4. MEDIDAS ANTIFRAUDE A fim de proteger os recursos próprios da União Europeia, o Acordo inclui disposições destinadas a garantir a correta aplicação, pelo país parceiro, das condições estabelecidas para a aplicação das concessões comerciais previstas no ponto 3, «Incidência financeira», em especial no artigo 30.º, «Disposições especiais sobre cooperação administrativa», e no Protocolo sobre as regras de origem (Protocolo 1 do Acordo) e no Protocolo relativo à assistência administrativa mútua em matéria aduaneira (Protocolo 2 do Acordo). A base 4 No que diz respeito aos recursos próprios tradicionais (direitos agrícolas, quotizações sobre o açúcar, direitos aduaneiros), os montantes indicados devem ser valores líquidos, isto é, os montantes brutos deduzidos de 25 %, a título de despesas de cobrança. PT 8 PT

9 jurídica para a presente decisão do Conselho é o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 207.º, n. os 3 e 4, e o artigo 209.º, n.º 2, em conjugação com o artigo 218.º, n.º 6, alínea a). Estas disposições complementam a legislação aduaneira da União Europeia aplicável a todas as mercadorias importadas (em especial o código aduaneiro da União Europeia e disposições de aplicação) e as disposições relativas às responsabilidades dos Estados-Membros, no que diz respeito ao controlo dos recursos próprios (em especial, o Regulamento (CE) n.º 1150/2000 do Conselho). 5. OUTRAS OBSERVAÇÕES A presente estimativa baseia-se no volume médio das importações no período de Com exceção de alguns produtos importados da África do Sul, as importações provenientes do grupo APE SADC entram já isentas de direitos aduaneiros na União Europeia. PT 9 PT