SOPROS CARDÍACOS NA INFÂNCIA
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- João Henrique Valgueiro
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1 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ LIGA MÉDICO-ACADÊMICA DE PEDIATRIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ LIPED-UNIOESTE RESIDÊNCIA MÉDICA DE PEDIATRIA SOPROS CARDÍACOS NA INFÂNCIA ACADÊMICO: JACKSON DANRLEI BALBINOT PROFESSOR ORIENTADOR: DRA. ADRIANA CHASSOT BRESOLIN Cascavel-PR, Outubro de 2015
2 SOPROS CARDÍACOS Sopros cardíacos são, normalmente, determinados por distúrbios do fluxo laminar, sendo eles relacionados a turbulência, velocidade do fluxo e viscosidade do sangue. Os distúrbios da turbulência estão relacionados à geometria de um vaso ou uma câmara, e velocidade do fluxo sanguíneo, o que acontece normalmente nos defeitos cardíacos congênitos.
3 Situações de alto débito cardíaco, como febre, exercícios, tirotoxicose, ou mesmo taquicardia funcionais, explicam o sopro sistólico ouvido nessas condições. Sopros produzidos em corações portadores de defeitos, estão relacionados à: lesões obstrutivas; regurgitações valvares; defeitos septais restritivos.
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5 Crianças com sopro cardíaco ocupam consideravelmente o tempo de trabalho ambulatorial em cardiologia pediátrica, sendo, inicialmente, essencial a diferenciação entre sopro inocente e patológico.
6 A caracterização dos sopros inocentes e patológicos pode ser obtida sem necessidade de exames complementares, na grande maioria dos casos.
7 IDENTIFICAÇÃO DO RUÍDO o ambiente no local do atendimento deve ser o mais silencioso possível; Os pacientes devem ser examinados após alguns minutos de repouso e, inicialmente, em decúbito dorsal; estados de hipercinesia, como febre e anemia, podem originar um sopro, sendo aconselhável uma reavaliação posterior da criança.
8 POSIÇÃO DO PACIENTE Exemplos: o sopro de IAo tende a ser mais intenso na posição sentada ou na de cócoras; o de regurgitação pulmonar, acentua-se mais na posição deitada; o sopro de estenose subaórtica hipertrófica se intensifica na posição de pé;
9 AS CLÁSSICAS ÁREAS AUSCULTATÓRIAS: a borda esternal esquerda superior (área pulmonar) e inferior (área tricúspide); a borda esternal direita superior (área aórtica), o ápice (área mitral); borda esternal média (mesocárdio).
10 Os ruídos cardíacos e sopros podem, ocasionalmente, serem melhores auscultáveis em outras áreas que não sejam as clássicas, como a borda esternal direita baixa, as áreas infraclaviculares, o pescoço, regiões axilares, face posterior do tórax, hipocôndrio direito e abdome.
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12 A LOCALIZAÇÃO DA INTENSIDADE MÁXIMA DO SOPRO POSSUI ESPECIFICIDADE RELATIVA E VARIÁVEL. Os sopros holossistólicos apicais indicam regurgitação mitral; Os sopros sistólicos ouvidos na borda esternal superior direita pode indicar estenose aórtica;
13 Os sopros sistólicos localizados na borda esternal superior esquerda são menos específicos, sendo geralmente devidos à estenose pulmonar valvar ou infundibular.
14 Os sopros auscultados da borda esternal inferior esquerda podem indicar: fluxo através de uma CIV ; regurgitação tricúspide; obstrução de saída do VE ou sopros ditos inocentes, sem causa aparente.
15 Sopro diastólico ouvido na borda esternal superior direita indica insuficiência da valva aórtica, porém, quando auscultado na borda esternal superior esquerda pode representar uma insuficiência da valva pulmonar.
16 CRONOLOGIA Os sopros podem ser sistólicos, diastólicos, contínuos (estendendo-se através da segunda bulha na diástole), e sisto-diastólicos. Os sopros sistólicos podem ser caracterizados como sendo precoces, médios, tardios ou holossistólicos. Os sopros precoces e médios usualmente são inocentes e não relacionados a defeitos cardíacos;
17 Sopros sistólicos tardios (telessistólicos) são mais comuns devidos a prolapso da valva mitral ou estenose subaórtica hipertrófica (mesotelessistólicos). Os sopros holossistólicos geralmente indicam insuficiência das valvas atrioventriculares, estenoses orgânicas ou funcionais das valvas ou comunicações intercavitárias.
18 Os sopros diastólicos podem também ser precoces, médios, tardios e holodiastólicos. Sopros diastólicos precoces (protodiastólicos) indicam usualmente insuficiência valvular; Sopros mesodiastólicos são mais comumentes devidos à estenose mitral ou tricúspide relativas, Os sopros holodiastólicos menos comumente ocorrem com estenoses valvares atrioventriculares ou com insuficiências valvulares.
19 Sopros contínuos comumente ocorrem quando a aorta ou uma artéria sistêmica comunica com uma artéria, uma câmara cardíaca de baixa pressão ou uma veia. O canal arterial persistente é o representante típico deste grupo de sopros.
20 SOPROS INOCENTES O sopro cardíaco inocente é a alteração da ausculta que ocorre na ausência de anormalidade anatômica e/ou funcional do sistema cardiovascular. Sabe-se que 50% a 70% das crianças terão, em algum momento da infância e adolescência. Não possuem significado especial, a não ser o de diferenciá-los dos sopros anormais Os sopros inocentes são caracteristicamente sistólicos ou contínuos, porém, nunca isoladamente diastólicos.
21 Entre os sopros sistólicos inocentes podemos distinguir: O sopro sistólico vibratório: geralmente detectado após os três anos de idade e diminuindo de incidência na adolescência; O sopro sistólico pulmonar: auscultado em crianças, adolescentes e adultos jovens; possui máxima intensidade na área pulmonar;
22 Sopros sistólicos pulmonares periféricos, ocasionalmente auscultados em recém-nascidos, especialmente prematuros; Ruído (rumor) venoso é um típico sopro contínuo melhor auscultável nas áreas infraclaviculares, no pescoço e na fúrcula esternal (incisura jugular).
23 Em resumo, os sopros inocentes nas crianças apresentam em geral as seguintes características: 1. Pouca intensidade; 2. Ausência de frêmito; 3. É localizado em uma pequena área; 4. Apresenta curta duração; 5. Não existe história prévia de sopro, assim como não há evidência compatível com a doença cardíaca adquirida.
24 CONDUTA Se houver certeza quanto à natureza benigna do sopro, não há necessidade de investigação complementar; Aqueles casos classificados como sopros duvidosos devem ser encaminhados ao cardiologista pediátrico, assim como os sopros obviamente patológicos, para confirmação diagnóstica. O processo de investigação cardiológica é sequencial, envolvendo eletrocardiograma, radiografia do tórax e ecocardiograma, quando necessário.
25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MACRUZ, Radi; SNITCOWSKY, Rachel. Cardiologia Pediátrica. 1.ed. São Paulo: Sarvier, KOBINGER, Maria Elisabeth B.A.: Avaliação do sopro cardíaco na infância. Jornal de Pediatria, vol.79, 2003
26 OBRIGADO
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