Operações paliativas. das cardiopatias congênitas. Tratamento das cardiopatias congênitas. Notas históricas. Blalock-Taussig. Yacoub.
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- Fábio de Barros
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1 Operações paliativas das cardiopatias congênitas Ç Tratamento das cardiopatias congênitas O tratamento das cardiopatias congênitas é dividido em dois grupos - as operações paliativas e as corretivas. As primeiras são procedimentos cujo objetivo é preparar o paciente para o procedimento corretivo ou, em casos pouco frequentes, define-se como permanente por impossibilidade anatômica ou mesmo funcional de migrar para o estádio seguinte, ou seja, correção da cardiopatia. O tratamento corretivo tem a finalidade de recompor a anatomia ou, quando não possível, a restauração funcional. Notas históricas Blalock-Taussig O tratamento das cardiopatias congênitas iníciou, em novembro de 1944, com uma cirurgia paliativa que tinha como objetivo aumentar o fluxo de sangue aos pulmões, em criança com Tetralogia de Fallot. Consistia em anastomose da subclávia esquerda com artéria pulmonar. A operação leva o nome do cirurgião Dr. Blalock e da cardiologista Dra. Taussig. O método da confecção do shunt foi desenvolvido pelo Sr. Vivien Thomas. Glenn Em 1954, Dr. William Wallace Lumpkin Glenn realizou o primeiro shunt da veia cava superior para a artéria pulmonar como tratamento de malformações cardíacas cianogênicas. Yacoub Em1977, Yacoub propôs o preparo do ventrículo esquerdo nas TGA com septo interventricular íntegro. Consiste em bandagem da artéria pulmonar associada a um shunt tipo BTm. Permite realizar a operação de Jatene em 2º estágio. Sano Alfred Blalock Helen Taussig Vivien Thomas A modificação técnica que troca o shunt tipo Blalock Taussig modificado, na operaçãp de Norwood, por shunt do ventrículo direito para a artéria pulmonar foi realizada, pela primeira vez, em 1998 e publicada por Sano, em 2001.
2 As operações paliativas são procedimentos cujo objetivo é preparar o paciente para o procedimento corretivo ou, em casos pouco frequentes, d e fi n e - s e c o m o permanente por impossibilidade anatômica ou mesmo funcional de migrar para o estádio seguinte, ou seja, correção da cardiopatia. O tratamento paliativo preparatório está indicado para doenças cardíacas congênitas complexas cuja anatomia não permite uma intervenção corretiva.
3 Cardiopatias com hipofluxo pulmonar, como tetralogia de Fallot, de anatomia desfavorável, atresia pulmonar, com e sem CIV, dentre outras, requerem no primeiro estágio confecção de shunt sistêmicopulmonar (operação de Blalock Taussig modificada) para aumentar o fluxo de sangue no território pulmonar, melhorar a sintomatologia, desenvolver os vasos pulmonares e proporcionar condições de correção da doença. RDAP Blalock modificado. Anastomose de tubo de do tronco braquiocefálico para artéria pulmonar direita. CROTI AP Outra operação paliativa preparatória para Glenn, esse quando presente a cava superior esquerda. Este procedimento está indicado quando a estratégia, no estágio seguinte, é a (Cavo- correção do tipo univentricular pulmonar total). Cardiopatias com hipofluxo pulmonar, é o procedimento de Glenn bidirecional ou bi- CS Ventrículo único tipo esquerdo com estenose pulmonar CSE APE CSD CS APD CROTI Glenn bidirecional. Anastomose da cava superior (CS) na artéria pulmonar direita (APD). Bi Glen. Cava superior direita (CSD) - artéria pulmonar direita (APD), cava superior esquerda (CSE) - artéria pulmonar esquerda (APE).
4 Cardiopatias com hiperfluxo pulmonar, como as comunicações interventriculares, os defeitos do septo atrioventriculares, às quais, em condições clínicas muito desfavoráveis, como insuficiência cardíaca intratável, na vigência de infecção respiratória e baixo peso ou prematuridade, se indica bandagem da artéria pulmonar com o objetivo de reduzir o fluxo aos pulmões. Nas doenças como as atresias tricúspides e corações univentriculares, sem estenose pulmonar, está indicado bandagem da artéria Bandagem da artéria pulmonar. (seta) pulmonar para diminuir fluxo e preservar o território pulmonar com baixas pressões, no intento de preparar para a operação de Glenn bidirecional e posteriormente cavopulmonar total. Arco aórtico Reconstituicão do arco aórtico. Observar anastomose da aorta descendente ao arco aórtico após ressecção da coarctação da aorta (seta). Outra doença deste grupo é a síndrome do coração esquerdo hipoplásico que, em seu primeiro estágio de correção, se realiza a operação de Sano (reconstrução da aorta e conexão ventrículo direito com a artéria pulmonar, com tubo de. No segundo estágio liga-se o shunt VD-TP e faz-se anastomose tipo Glenn. Completa-se a correção com a derivação cavopulmonar total. VD Reconstituicão da neo-aorta. Observar aorta nativa suturada na porção proximal da neo-aorta (seta). Operação de Sano
5 Cardiopatias com circulação em paralelo, como exemplo, a transposição das grandes artérias TGA com comunicação interatrial em que o ventrículo esquerdo já perdeu a capacidade de submeter-se a correção anatômica do tipo Jatene. Pode-se realizar a operação de Yacoub, descrita como bandagem da artéria pulmonar e confecção de shunt sistêmico-pulmonar, tendo como objetivo o preparo do ventrículo esquerdo para a operação de Jatene. VD Operação de Yacoub. Bandagem da artéria pulmonar (AP) (seta) e Blalock modificado com tubo de. O tratamento paliativo permanente acontece quando não se consegue migrar para outro estágio do tratamento, o corretivo, motivado por inadequação das condições anatômicas ou fisiológicas do coração e ou pulmão. O paciente passa então a viver com a cirurgia paliativa, geralmente Blalock Taussig modificado ou com a operação de Glenn bidirecional, nos casos de corações com fisiologia univentricular onde não se consegue preencher os critérios para a operação tipo Fontan. Critérios para indicação da operação tipo Fontan CAVOPULMONAR TOTAL CSD RDAP Glenn bidirecional - anastomose da cava superior para a artéria pulmonar direita. () aorta, (RDAP) ramo direito da artéria pulmonar, (CSD) cava superior direita. Rítmo Sinusal Idade a 2 anos Drenagem Sistêmica Normal Relação AP/AO > 0,75 Anatomia da árvore pulmonar normal Pressão média da artéria pulmonar 15mmHg Resistência Pulmonar < 4 U/m2 Pd2 VE 12mmHg Ausência de insuficiência da valva atrioventricular Ausência de distorção de shunt sistêmico pulmonar
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