Mitos e verdades sobre lesões por micotoxinas em galinhas poedeiras
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- Fernanda Álvares Valente
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1 Leia esta memória no APP e em lpncongress.com Programa Proceedings Sponsors Revista avinews Manuel Contreras Dir. Técnico da Área Vet. de Special Nutrients Inc. Mitos e verdades sobre lesões por micotoxinas em galinhas poedeiras 13 11:15 h Traducción simultánea Tradução simultânea Levando em conta que as micotoxinas são cada vez mais comuns em algumas regiões e que laboratórios de diagnósticos foram capazes de desenvolver técnicas de detecção que nos permitem identificar novas micotoxinas, hoje em dia nos preocupamos com algumas que, há apenas cinco ou dez anos, nem levávamos em consideração ao avaliar um caso clínico de campo. Isso levou a um aumento na tendência para diagnosticar o problema, mesmo que não vejamos sinais reais de que essas toxinas estão afetando as aves. En Español y en Portugués Em Espanhol e Português Pergunta ao palestrante, Programa, Notícias do evento, Proceedings, Revista... Baixando o APP do LPN Congress 24 de outubro 2018, Miami
2 SALA de postura, cria e recria Introdução 14 Em algumas empresas avícolas, somente o fato de identificar micotoxinas em grãos ou ingredientes, mesmo em concentrações muito baixas, faz com que sejam consideradas como agente causal dos danos relatados. Alterações na coloração do fígado em frangos Antes do início da produção de ovos, aumenta a quantidade de gordura presente no fígado como resultado do aumento nos níveis de estrógeno, um hormônio que aumenta quando a maturidade sexual é alcançada. Os lipídios e proteínas presentes na gema são secretados como lipoproteínas sob a influência do estrógeno no fígado. Constituindo o fígado, o mais importante centro na biossíntese de lipídios, a mobilização de gorduras e pigmentos (carotenos) através do órgão explica o amarelecimento em galinhas em produção. Durante esta apresentação, revisaremos casos de campo nos quais observamos quadros clínicos compatíveis com uma micotoxicose. Antes de detalhar os casos, revisaremos algumas mudanças em fígados e rins que podem ser confundidos com lesões causadas por micotoxinas. Quando a produção de lipídios pelo fígado excede a capacidade das lipoproteínas para transportar as gorduras, os triglicerídeos começam a se acumular no fígado e então ocorre a Síndrome do Fígado Gorduroso e Hemorrágico (FLHS, sigla em inglês). Clinicamente há aumento, friabilidade e hemorragias no órgão. Em casos graves ocorre uma ruptura do tecido do fígado, produto de depósitos excessivos de gordura. Alterações na coloração do fígado em pintinhos Nos pintinhos, Síndrome do Fígado e Rins Gordurosos (FLKS, sigla em inglês) é uma condição relatada principalmente durante as primeiras quatro semanas de vida. No entanto, pode ocorrer em aves com mais idade. Está associado com os níveis de biotina presentes no alimento, embora geralmente os pintinhos afetados não apresentem as lesões características produzidas por uma deficiência desta vitamina. Mortalidade, diminuição de crescimento e infiltração gordurosa no fígado, rim e coração são relatados. A deficiência de biotina parece afetar a gliconeogênese ou geração de glicose de substâncias que não são carboidratos, e a inter-relação entre biotina e esta falta de glicose é o resultado de baixos níveis de biotina que interferem na produção da enzima causadora da gliconeogênese. Alterações nos rins Do ponto de vista histopatológico, é possível distinguir se o que causa a mudança de coloração no fígado é produto da contaminação dos alimentos com micotoxinas (aflatoxinas ou Toxina T2). Se esta última estiver presente, será observada a proliferação das vias biliares no nível dos hepatócitos no fígado, além de outras alterações no órgão. Embora esta não seja uma lesão patognomônica, ela nos permitirá diferenciar microscopicamente entre diferentes tipos de agentes causais. Quando o dano é produzido pelos FLKS ou FHLS, esta proliferação não é observada. Se o acúmulo de gordura é fisiológico (normal), resultado da produção dos ovos, também é possível distinguir essas mudanças avaliando os tecidos. A inflamação, assim como a presença de depósitos de urato podem estar associados à ocratoxina. Micotoxinas como a Citrinina, que também afeta os rins em condições experimentais, não são frequentemente relatadas em explorações comerciais. Além dessas toxinas, é necessário levar em consideração outros agentes, como as cepas nefrotóxicas de Bronquite Infecciosa e o excesso de proteína ou carbonato de cálcio na dieta. A falta de água devido a falhas de gestão, é um problema muito comum em galinhas poedeiras alojadas em gaiolas, o que causa lesões semelhantes às mencionadas. Regularmente, em condições de campo, além do alargamento e dos depósitos de uratos, os rins afetados pela ocratoxicose aparecem pálidos e os ureteres, que normalmente são transparentes, apresentarão uma coloração esbranquiçada (uratos).
3 Em casos crônicos, o dano inicial no rim pode se transformar em uma urolitíase (o órgão é bloqueado pela quantidade excessiva de uratos). Histologicamente, pode se determinar se as lesões nos rins são causadas por infecções virais, bacterianas ou por intoxicações (ocratoxina, sulfonamidas, etoxiquina, etc.). As alterações histopatológicas descritas em uma ocratoxicose incluem necrose tubular aguda com necrose epitelial tubular focal. Casos clínicos A seguir, revisaremos dois casos clínicos que são frequentemente observados em condições comerciais em todos os tipos de galinhas (poedeiras comerciais e de reprodução). História clínica. Caso Clínico 1 Galinhas comerciais vermelhas de 49 semanas de idade alojadas em gaiolas localizadas em casas abertas com uma mortalidade semanal de 0,10% (normal nestas instalações). Depósitos de gordura na cavidade abdominal, produção de ovos, qualidade da casca e composição interna do ovo eram normais para essa idade. Nove galinhas selecionadas por acaso foram necrosadas. Oito das nove galinhas examinadas detectaram fígados amarelados e erosões moderadas de moela. Essas aves consumiram sulfato de cobre e farinhas de origem animal na dieta. O consumo de comida era normal. Possíveis causas de fígado pálido e/ou amarelado: 1 Aflatoxicose (micotoxina) 2 Síndrome do Fígado Gorduroso (distúrbio metabólico) 3 Alterações fisiológicas no fígado produto da produção de ovos Testes, resultados e comentários: A HPLC para detecção de micotoxinas. Fumonisina = 500 ppb Níveis baixos, hoje frequentemente detectam concentrações maiores que 1500 a 2000 ppb B Histopatología. As lesões características causadas por micotoxinas não foram detectadas. Causa do fígado amarelado (detectado por histopatologia). Alteração fisiológica normal em aves de produção. Nenhum dano causado por micotoxinas foi detectado. 15 História clínica. Caso Clínico 2 Galinhas comerciais vermelhas de 37 semanas de idade, criadas no chão e alojadas no chão durante a fase de produção. Ruído respiratório foi relatado antes de ser transportado para fazendas de produção, por volta das 17 semanas de idade. Seis galinhas foram necrosadas (algumas prostradas e outras aparentemente saudáveis) nas quais traqueíte, pneumonia, aerossaculite, peritonite, perihepatite, pericardite e peritonite foram detectadas. Em todas as galinhas examinadas, os rins estavam inflamados e tinham depósitos de uratos. Macroscopicamente, os rins apareceram com todos os lóbulos renais inflamados e alguns depósitos de urato. A casca, coloração e consistência interna de ovos foram normais, com uma mortalidade semanal menor que 0,15% (normal). Acredita-se que a Ocratoxina esteja causando o dano renal porque foi identificado cerca de 20 ppb (partes por bilhão) no alimento terminado. As aves foram vacinadas com a cepa F de Mycoplasma gallisepticum. Possíveis causas de danos nos rins Ocratoxina Bronquite infecciosa. Cepas nefrotóxicas, como cepas do tipo Q (já identificadas em vários países da América do Sul). Excesso de carbonato de cálcio na dieta (erros na preparação de alimentos). Falta de água.
4 SALA de postura, cria e recria Testes, resultados e comentários. 16 A B Detecção de micotoxinas no alimento terminado. Níveis de ocratoxina de apenas 10 a 20 ppb foram detectados usando HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Precisão). É importante enfatizar que, para produzir dano em condições experimentais em frangos, é necessário a inclusão na comida de cerca de 2000 ppb (100 vezes mais que o nível detectado nesta empresa). Histopatologia. Foram detectados danos produzidos por bactérias nos rins. Não foram detectadas lesões do tipo viral. Nenhum outro órgão além dos rins foi examinado. C Serologia Elisa/Bronquite 20 semanas títulos normais 39 semanas de idade. Títulos elevados em um dos galpões, o que indica um desafio de campo. Elisa (MG) Títulos altos, mesmo no caso de aves vacinadas com cepa F de MG. Aparentemente, houve uma falha durante a vacinação dos pintinhos. Diagnóstico Os títulos de campo indicam um desafio de campo com o vírus da Bronquite, possivelmente uma cepa nefropatogênica. É necessário realizar PCR (Polimerase de Reação em Cadeia, sigla em inglês) para reconfirmar se de fato é uma cepa de Bronquite. Outra possibilidade é realizar testes HI (Inibição da hemaglutinação) para determinar se o vírus da Bronquite que afeta essas aves é do tipo variante. Em conclusão, o diagnóstico preciso de micotoxicose em aves envolve o uso de várias técnicas laboratoriais para determinar se elas estão realmente causando o dano relatado nas fazendas. Pergunte ao palestrante através de Leia mais uma vez este texto e outros artigos do Dr. Manuel Contreras no site do LPN Congress
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