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1 II CONJUVIR 24 de março de 2012 IARA ANTUNES DE SOUZA Doutoranda e Mestre em Direito Privado pela PUC Minas. Especialista em Direito Processual e Direito Civil. Pesquisadora do CEBID - Centro de Estudos em Biodireito. Professora Assistente I da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP Advogada do NAPOJ/UFOP Membro do CEP/UFOP Comitê de Ética em Pesquisa da UFOP.. iara.ufop@gmail.com

2 UM CASO CONCRETO Blog do CEBID 03/10/11 STJ Um casal ajuizou ação de reparação de danos materiais e compensação de danos morais contra o médico Roberto Debs Bicudo e a Clínica de Cirurgia Plástica Debs Ltda., informando que a esposa se submeteu a uma cirurgia estética na clínica de Debs, que conduziu o procedimento. Durante a cirurgia, a paciente sofreu parada cardiorespiratória que deu causa a graves danos cerebrais.

3 PREMISSAS HERMENÊUTICAS Reconstrução dos paradigmas: Constituição da República de 1988 Estado Democrático de Direito Dignidade da pessoa humana Garantia de iguais liberdades fundamentais Pós-positivismo jurídico (norma jurídica = regras + princípios) Microssistema do Biodireito

4 RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE Do médico de família ao médico do plano de saúde ou plantonista do hospital Natureza jurídica da relação: contrato sui generis Papel do médico e do paciente Atuações extracontratuais risco para a saúde pública (epidemia ou doença infectocontagiosa.) Dever de informar e sigilo médico Termo de consentimento livre e esclarecido art. 15, CC. *capacidade X discernimento * limitador de responsabilidade do médico

5 NATUREZA DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA A obrigação resultante do negócio jurídico bilateral entabulado entre o médico e o paciente é de meio ou de resultado? Se a obrigação for de meio seu descumprimento é provado pela não aplicação dos meios necessários para o alcance do resultado. Se a obrigação for de resultado sua aferição é objetiva, ou seja, haverá o descumprimento diante do não alcance do resultado. Doutrina e jurisprudências clássicas regra: meio; no caso de cirurgia plástica estética: resultado Doutrina e jurisprudências atuais regra: meio; o resultado dependerá da assunção de responsabilidade no termo de consentimento livre e esclarecido.

6 RESPONSABILIDADE CIVIL EM GERAL Elementos da responsabilidade civil Conduta Nexo Dano Culpa elemento acidental (exigível sua aferição na responsabilidade civil subjetiva) Fundamento legal Responsabilidade civil subjetiva: arts. 186 e 187 c/c 927, CC Responsabilidade civil objetiva: art. 927, PU, CC

7 RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICA Responsabilidade civil médica Subjetiva seja a obrigação de meio ou de resultado art. 14, 4º, CDC Inversão do ônus da prova art. 6º, VIII do CDC Os hospitais e clinicas respondem objetivamente art. 14 do CDC e art. 932 do CC. Conduta médica culposa = erro médico *iatrogenia doenças ou dano gerado por ato médico Culpa Negligência - omissão Imperícia não observância das técnicas na prática médica Imprudência atitudes não justificadas, sem cautela Dolo *conspiração do silêncio afeta a prova! Dano material ou pessoal (moral ou estético) Nexo de causalidade análise do caso concreto

8 DECISAO DO STJ A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o chefe da equipe médica não responde solidariamente por erro médico cometido pelo anestesista que participou do procedimento cirúrgico. Entretanto, os ministros consideraram que a clínica médica, de propriedade do cirurgião-chefe, responde de forma objetiva e solidária pelos danos decorrentes do defeito no serviço prestado. Segundo a decisão, tomada por maioria de votos, somente caberá a responsabilização solidária do chefe da equipe médica quando o causador do dano atuar na condição de subordinado, sob seu comando. [...] O ministro Raul Araújo, relator para acórdão, entendeu que deve prevalecer a tese de que, se o dano decorre exclusivamente de ato praticado por profissional que, embora participante da equipe médica, atua autonomamente em relação aos demais membros, sua responsabilidade deve ser apurada de forma individualizada, excluindo-se aí a responsabilidade do cirurgião-chefe. Em razão da moderna ciência médica, a operação cirúrgica não pode ser concebida apenas em seu aspecto unitário, mormente porque há múltiplas especialidades na medicina. Nesse contexto, considero que somente caberá a responsabilização solidária do chefe da equipe médica quando o causador do dano atuar na condição de subordinado, sob seu comando. Se este, por outro lado, atuar como profissional autônomo, no âmbito de sua especializada médica, deverá ser responsabilizado individualmente pelo evento que deu causa, afirmou o ministro Raul Araújo.

9 INDICAÇÃO DE ESTUDO SÁ, Maria de Fátima Freire de; NAVES, Bruno Torquato de Oliveira. Manual de Biodireito. 2ed. Belo Horizonte: Del Rey, p. KFOURI NETO, Miguel. Responsabilidade Civil do Médico. 7.ed. São Paulo: RT, p. POLICASTRO, Décio. Erro médico e suas consequências jurídicas. 3 ed. Belo Horizonte: Del Rey, p. OBRIGADA! Blog: