O MÉDICO COMO EMPRESÁRIO DE CONSULTÓRIOS, CLÍNICAS E HOSPITAIS
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- Marco Aragão Marroquim
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1 O MÉDICO COMO EMPRESÁRIO DE CONSULTÓRIOS, CLÍNICAS E HOSPITAIS QUAIS SÃO SEUS RISCOS E RESPONSABILIDADES? Thaissa Taques
2 EMPRESAS MÉDICAS Quando a sociedade vai mal o sócio também padece, e vice-versa SOCIEDADE DE FATO SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE LIMITADA
3 SOCIEDADE MÉDICA DE FATO Inexiste contrato escrito ou falta o competente registro. O patrimônio da sociedade se confunde com o de seus sócios. Os bens particulares dos sócios responderão pelas dívidas depois de esgotado o patrimônio especial. Em 90% dos casos não existe patrimônio na sociedade de fato. A responsabilidade dos sócios pelas obrigações será sempre solidária e ilimitada perante terceiros. Não possui validade qualquer documento que redundem em limitação da responsabilidade dos sócios perante terceiros.
4 SOCIEDADE MÉDICA SIMPLES Sociedade de pessoas para prestação pessoal de serviços. O patrimônio da sociedade não se confunde com o dos seus sócios. Os bens particulares dos sócios responderão por todas as dívidas da sociedade depois de esgotado o patrimônio societário. A responsabilidade dos sócios pelas obrigações será sempre solidária e ilimitada perante quaisquer terceiros. Participação dos sócios exigência de quórum unânime para alterações.
5 SOCIEDADE MÉDICA LIMITADA É o tipo societário mais utilizado no Brasil. Comum em clínicas, consultórios e hospitais. Em muitos casos um sócio detém 99% e outro 1%. Separação entre o patrimônio da sociedade e do sócio. Limitação da responsabilidade dos sócios ao valor de suas quotas. A responsabilidade ilimitada do sócio administrador quando agir com excesso. Mito da segurança patrimonial na limitada. Quebra da limitação da responsabilidade devido a desconsideração da personalidade jurídica.
6 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Código Civil: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. É o fenômeno em que se retira o escudo da pessoa jurídica e atinge diretamente o patrimônio do sócio. Nas esferas Cível e Tributária é exceção. Na esfera Trabalhista essa é a regra, o sócio responde ilimitadamente. Ocorrência em associações, fundações e cooperativas. Alcance até aos sócios minoritários, independente da participação e do número de quotas que possuam na sociedade. Penhora on line. Execução sem a devida citação.
7 Jurisprudência dominante no Tribunal Regional do Trabalho da 9º região: SÓCIO MINORITÁRIO DE SOCIEDADE LIMITADA. COTA-PARTE IRRISÓRIA. RESPONSABILIDADE PLENA PELAS DÍVIDAS TRABALHISTAS. A desconsideração da pessoa jurídica operada pela CLT via personificação da empresa submete inclusive o sócio minoritário de sociedade limitada. A única condição objetiva para essa responsabilização é o inadimplemento de dívidas trabalhistas. A proporção irrisória da cota-parte do sócio não é empecilho e, muitas vezes, figura para iludir os credores, ocultando-se sob o véu da pessoa jurídica, e dentro dos muros da responsabilidade limitada. (TRT-PR ACO Relator: LUIZ EDUARDO GUNTHER -Publicado no DJPR em ). EXECUÇÃO - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - SÓCIO - CITAÇÃO - A teoria da desconsideração da personalidade jurídica deve ser aplicada sempre que se constate que a personalidade jurídica da sociedade serve de empecilho à satisfação de créditos trabalhistas. Não se exige prova de atuação dolosa ou abusiva dos sócios. (...)O fato é que não se pode permitir que o autor da ação trabalhista seja penalizado pela falta de recursos da empresa, enquanto existem bens, no patrimônio dos sócios, capazes de satisfazer seu crédito. Desnecessária, ainda, ação própria para a desconsideração da personalidade jurídica. (TRT-PR ACO publ )
8 Cabe citar a indignação do Ives Gandra da Silva Martins Filho, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho: Ressalta-se que, ao afastar a aplicabilidade do brocardo jurídico de que o ordinário se presume e o extraordinário deve ser provado, constata-se que na Justiça do Trabalho ocorre uma inversão dos fatos, ou seja, a fraude é presumida. Esse entendimento, traz o risco de se desestimular o crescimento econômico do país. Os sócios que têm seus bens atingidos muitas vezes são micro e pequenos empresários, frutos do insucesso e da concorrência desleal no mundo dos negócios. Na maioria das vezes, sequer contratam advogados para defendê-los, acabando por ter seus bens penhorados, e muitas vezes nem mesmo o bem de família é respeitado.
9 Responsabilidade Civil
10 Extensão do erro médico as clínicas e hospitais Processos por erro médico m crescem 231% em seis anos (Gazeta do Povo 13/05/2009 ) Estabelecimentos hospitalares: responsabilidade objetiva pois são fornecedores de serviços. natureza contratual deveres de assistência médica e hospedagem Responsabilidade independentemente da existência de culpa. Correntes jurisprudenciais: responsabilidade por defeito do serviço. responsabilidade por culpa de seus prepostos (funcionários ou corpo clínico). Laboratórios de analises clinicas, bancos de sangue, centros de exames radiológicos, responsabilidade objetiva obrigação de resultado.
11 ESTRATÉGIAS PREVENTIVA PARA AS SOCIEDADES MÉDICAS Acompanhamento direto pelos sócios em todos os atos da sociedade. Análise de todos os contratos. Assembléias para tomada de decisões, com quórum rigoroso. Registro de todas as alterações contratuais, principalmente da retirada de sócios. Prevenção de riscos trabalhistas. Realizar obrigatoriamente o balanço anual com a participação ativa dos sócios. Elaborar o planejamento tributário e a organização societária mais benéfica. Nos hospitais organizar uma diretoria clínica e técnica que participe ativamente da mesa administrativa da instituição e cobre a participação dos sócios nas assembléias e conselhos, de acordo com as Resoluções do CFM e do MS. Quanto a responsabilidade civil, as sociedades devem exigir dos seus prepostos no mínimo o comprometimento com o paciente, a utilização do consentimento informado esclarecido, o correto preenchimento do prontuário e a guarda da documentação do paciente e o não abandono ao paciente.
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