SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...7. NORMA: TECENDO CONCEITOS...11 Objetivos gerais do capítulo Leituras complementares...74 Exercícios...
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2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...7 NORMA: TECENDO CONCEITOS...11 Objetivos gerais do capítulo Conceitos de norma Um breve histórico O conceito de língua não é estritamente linguístico Considerações sobre a variação linguística A cultura normativa Os paradoxos da cultura linguística normativa O contexto social normativo Os caminhos da padronização...67 Leituras complementares...74 Exercícios...75 NORMA: DESCRIÇÃO E PRESCRIÇÃO...77 Objetivos gerais do capítulo A atitude descritiva e a atitude normativa Filólogos, gramáticos e linguistas Os linguistas e a norma normativa...92
3 4. Investigando o processo normativo Os linguistas entram em cena Em busca de uma solução Leituras complementares Exercícios BREVE HISTÓRICO DA NORMATIZAÇÃO DO PORTUGUÊS Objetivos gerais do capítulo A língua em construção Rumo a uma norma-padrão A norma ortográfica A norma-padrão portuguesa O discurso purista O problema normativo do Brasil Outras normas em gestação Leituras complementares Exercícios NORMA E ENSINO Objetivos gerais do capítulo Normas, diversidade e ensino de língua Repensando conceitos com vistas ao ensino Norma-padrão Certo-errado Norma culta e a dinâmica social da língua Plenitude formal Camaleão linguístico À guisa de conclusão Leituras complementares Exercícios BIBLIOGRAFIA OS AUTORES...219
4 APRESENTAÇÃO O tema da norma é dos mais complexos nos estudos da linguagem verbal. Para começar, há dois conceitos técnicos de norma que precisam ser bem entendidos para torná-los operativos nas nossas pesquisas e debates. De um lado, há o que se diz (que designaremos, num primeiro momento, de norma normal ) e, de outro, o como se deve dizer (a que daremos, de início, a designação de norma normativa ). Um segundo problema é de natureza terminológica: há muita variação e imprecisão nos termos utilizados para designar a norma normativa. Além de se confundir, muito frequentemente, norma culta com normapadrão, as designações oscilam entre língua/variedade/linguagem/modalidade culta/formal/padrão; ou português/uso culto/formal/padrão; ou ainda padrão culto, entre outras. Será necessário, então, um esforço para alcançar um patamar mais preciso na própria nomenclatura. Por outro lado, para compreender norma, temos de articular vários universos conceituais relativos a temas que lhe são correlatos, tais como a variação linguística, a normatividade em geral, a cultura linguística normativa (sua origem, características, efeitos e paradoxos), os fatores extralinguísticos que intervêm na definição de língua, na hierarquização das variedades sociolinguísticas e na criação da aura de prestígio que cerca variedades linguísticas assumidas social e culturalmente como modelares. 7
5 PARA CONHECER Norma Linguística É, sem dúvida, um longo percurso ao qual agregamos uma indispensável revisão da história do normativismo na língua portuguesa. A perspectiva histórica é fundamental para desmitificarmos e desnaturalizarmos a questão da norma prescritiva. É importante balizar adequadamente seu caráter relativo. Só assim tomará novo rumo o debate social sobre essa questão, que tem sido muito mal encaminhado e até bloqueado entre nós por falta de referências tecnicamente bem informadas. Esperamos que este livro traga subsídios para garantir uma compreensão ampla e substancial da norma em seus diferentes sentidos e para qualificar o debate social. Para isso, organizamos o livro em quatro capítulos. No primeiro, apresentamos os conceitos de norma nos estudos linguísticos e uma série de outros conjuntos conceituais necessários para compreender esse tema, tais como a questão geral da normatividade nas sociedades humanas, o complexo quadro da variação linguística, o conceito sociocultural e político de língua, as muitas faces da cultura linguístico-normativa e seus paradoxos e, por fim, as relações da padronização linguística com a cultura escrita, com a criação dos Estados modernos e com a expansão do capitalismo industrial. No segundo, diferenciamos a atitude linguístico-descritiva da atitude linguístico-normativa; caracterizamos os objetos, os objetivos e os procedimentos metodológicos dos três principais estudiosos da linguagem verbal (filólogos, gramáticos e linguistas) e repassamos a história dos principais critérios utilizados nos processos padronizadores. No terceiro, tratamos da história da normativização do português, revisando os principais momentos da consolidação das normas cultas, do desenvolvimento da norma-padrão portuguesa e brasileira, da construção da norma ortográfica e do surgimento do discurso purista. Concluímos o capítulo com uma discussão sobre as novas normas que estão emergindo nos outros países de língua oficial portuguesa. Por fim, no quarto capítulo, tecemos considerações sobre norma e ensino de língua. A partir de considerações mais amplas sobre normas sociais de comportamento e de uso da linguagem, retomamos os conceitos de norma-padrão e norma culta no contexto brasileiro, adotando uma postura 8
6 Apresentação crítica. Defendemos o ensino produtivo da língua e propomos que o trabalho escolar com a norma prestigiada seja articulado com as demais variedades da língua, com as quais contrasta. Para aprofundar essa perspectiva, questionamos a cultura do certo-errado, ressaltamos a plenitude formal de todas as variedades e caracterizamos os falantes como camaleões linguísticos, enfatizando o constante processo de escolhas que fazem em busca da adequação dos enunciados aos propósitos das interações em curso. O ensino que defendemos tem todos esses componentes e cria espaços para que a voz dos alunos seja ouvida, valorizada e respeitada na produção de conhecimentos em conjunto. Cada capítulo se completa com exercícios e sugestões de leituras complementares. 9
FARACO, C. A.; ZILLES, A. M. (Org.). Para conhecer norma linguística. São Paulo: Contexto, p.
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