ESTUDO DESCRITIVO DE ADENOCARCINOMAS DE PRÓSTATA DIAGNOSTICADOS NO LABORATÓRIO ALVARENGA DE GOVERNADOR VALADARES MG NO PERÍODO DE 2006 A 2011
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- Raquel Marinho Bacelar
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1 UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACS CURSO DE FARMÁCIA Fernanda Mourão Vieira Isabela Moreira Ribeiro Olga Kenã Nunes Coelho ESTUDO DESCRITIVO DE ADENOCARCINOMAS DE PRÓSTATA DIAGNOSTICADOS NO LABORATÓRIO ALVARENGA DE GOVERNADOR VALADARES MG NO PERÍODO DE 6 A 11 Governador Valadares 11
2 ESTUDO DESCRITIVO DE ADENOCARCINOMA DE PRÓSTATA DIAGNOSTICADOS NO LABORATÓRIO ALVARENGA DE GOVERNADOR VALADARES MG NO PERÍODO DE 6 A 11 RESUMO Fernanda Mourão Vieira 1 Isabela Moreira Ribeiro 2 Olga Kenã Nunes Coelho 3 Daniel Alvarenga 4 Maria Letícia Costa Reis 5 O câncer de próstata representa um problema relevante de saúde pública mundial e, desde 196 sua incidência tem aumentado em diversos países. Homens com idade superior a 5 anos são os mais acometidos pela doença, com uma prevalência estimada em 3% de acordo com dados histopatológicos. Devido à carência de estudos epidemiológicos sobre o câncer de próstata no município de Governador Valadares, o presente trabalho tem como objetivo descrever a distribuição percentual dos adenocarcinomas de próstatas diagnosticados no Laboratório Alvarenga em Governador Valadares-MG, no período entre 6 e 11. Para a realização deste estudo foram utilizados 153 laudos anatomopatológicos em prostatectomia radical com diagnóstico de adenocarcinoma acinar usual. A faixa etária mais acometida pelo adecarcinoma de próstata foi de 6 a 69 anos (49,67%). A faixa etária menos acometida foi inferior a 49 anos (1,31%). De acordo com o Escore de Gleason, a classificação 6 representa 76,32% das próstatas diagnosticadas. O estadiamento pt2c representa 57,5% das próstatas analisadas. Através deste trabalho concluímos que houve aumento no número de próstatas diagnosticadas no Laboratório Alvarenga em Governador Valadares, a partir de 6 e que a idade está diretamente relacionada com o surgimento do adenocarcinoma prostático. Palavras-chave: Adenocarcinoma de próstata. Diagnóstico. Idade. Acometimento extrapróstatico. Escore de Gleason. Estadiamento. 1 Formanda do curso de Farmácia da Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE fernandamv_9@hotmail.com 2 Formanda do curso de Farmácia da Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE isaribeiro_net@hotmail.com 3 Formanda do curso de Farmácia da Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE olgakena@yahoo.com.br 4 Co-orientador -Coordenador do Laboratório Alvarenga daniel_alvarenga@hotmail.com 5 Orientadora Prof a. Adjunta do curso de Mestrado em Ciências Biológicas da Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE mletyreis@hotmail.com 1
3 INTRODUÇÃO O câncer de próstata representa um problema relevante de saúde pública mundial e, desde 196 sua incidência tem aumentado em diversos países. Representa o sexto tipo de câncer mais comum no mundo, entre os homens, precedido apenas pelo câncer de pele nãomelanoma. Segundo dados do INCA (5), o número de casos novos de câncer de próstata diagnosticado no mundo é de aproximadamente 543 mil por ano, representando 15,3% dos casos incidentes de câncer em países desenvolvidos e 4,3 % dos casos em países em desenvolvimento. No Brasil, o câncer de próstata é o mais incidente e mais freqüente em todas as regiões do país. Em Minas Gerais, a estimativa para o ano de 1 mostrou uma incidência de 5.35/1. casos novos diagnosticados com o câncer de próstata. Em Belo Horizonte, foram 88/1. casos novos diagnosticados. O aumento nessas taxas de incidência se dá pelo aprimoramento dos métodos diagnósticos, melhoria na qualidade dos sistemas de informações do país e pelo aumento na expectativa de vida do brasileiro (INCA, 5, INCA, 1). Os fatores de risco predominantemente relacionados ao câncer de próstata e, já identificados são idade avançada, origem étnica e origem hereditária. O envelhecimento é considerado o fator de risco mais significativo, sendo considerado um câncer de terceira idade. Homens com idade superior a 5 anos são os mais acometidos pela doença, com uma prevalência estimada em 3% de acordo com dados histopatológicos. A incidência vem aumentando de forma considerável, podendo chegar a 8% dos casos em indivíduos com mais de 8 anos (CAMBRUZZI, et al., 1; CRAWFORD, 3; DAMBER, 8; JÚNIOR et al., 8). A incidência do câncer de próstata difere substancialmente entre os grupos étnicos. Considerando o número de casos de câncer de próstata, percebe-se uma maior incidência entre os homens negros norte-americanos quando comparados aos japoneses que vivem no Japão. Tal constatação indica uma forte associação aos fatores ambientais, alimentação do grupo e às condições de vida (BARRIOS, 1996). Outro fator de risco na predisposição ao câncer de próstata é a hereditariedade, pois quanto maior o número de familiares diagnosticados, maiores serão as chances de desenvolver a doença. Com isso, as gerações futuras terão uma maior probabilidade de serem acometidas (PAUL, 8). 2
4 O adenocarcinoma corresponde a 95% das neoplasias malignas da próstata e compromete em especial a zona periférica da glândula, sendo passível de ser detectado através do toque retal. O toque retal é um exame de fácil execução e baixo custo, utilizado para avaliar o volume da glândula, a forma e a consistência da próstata, a fim de detectar a presença de nódulos suspeitos (KORDAN et al., 9; FIGLUIOLO, ORTIZ, 4; REIS, et al., 6, VARZIM, 4) O diagnóstico de carcinoma da próstata se da pelo exame anatomopatológico guiada por ultra-sonografia transretal (USTR), no qual é retirado o material de biópsia da próstata. Este método é indicado à pacientes que apresentarem níveis séricos elevados de PSA e/ou alterações ao exame clínico. O PSA (Antígeno Específico Prostático) é considerado importante marcador para rastrear o câncer de próstata, além de auxiliar no diagnóstico precoce (CALVETE, et al., 3, CONTE et al., 1; CORREA, et al., 7 DANZIGER, et al., 1997). O prognóstico do adenocarcinoma de próstata está relacionado fundamentalmente com alguns dados, entre eles: idade, localização, peso/volume tumoral, tipo histológico/fragmentos acometidos, grau de diferenciação, presença de invasão neoplásica capsular e extraprostática, estado das margens (uretra, uretra interna e vesícula) e vesículas (CAMBRUZZI et al., 1) O escore de Gleason é um sistema de graduação, que permite identificar características de agressividade biológica, extensão tumoral e acometimento extra-prostático, através da classificação dos tumores em graus de diferenciação. O adenocarcinoma prostático pode ser classificado em 5 graus. O primeiro representa os tumores bem diferenciados (escore 2-4), apresentando um comportamento mais indolente podendo ser tratadas de maneira mais conservadora, enquanto que o último (escore 7-1) caracterizado como indiferenciados, são agressivos, respondendo de forma imprevisível às diferentes opções de tratamento. Este sistema foi introduzido com o intuito de ajudar a prever a evolução e predizer o estágio patológico tumoral (CALVETE, et al., 3; CORDEIRO, 6; LEFORT & ALMEIDA, 4). O estadiamento do câncer de próstata tem por objetivo delinear a extensão da doença para cada localização anatômica, identificar o tipo de tumor e a relação tumor-hospedeiro pois, a descrição clínica precisa e a classificação histopatológica são de extrema importância na decisão terapêutica e permitem traçar um prognóstico para o paciente, já que todas estas variáveis exercem uma influência na evolução do adenocarcinoma de próstata (BARBOSA & MENDONÇA, 3; INCA, 4). 3
5 A avaliação do adenocarcinoma prostático estabelece uma relação significativa com o escore de Gleason e com outras características morfológicas, sendo este método considerado um dado fundamental na avaliação da doença. A invasão capsular e extraprostática estão associadas à presença de maior volume tumoral, o que denota a presença de células neoplásicas no tecido adiposo periprostático, de invasão neoplásica perineural junto aos feixes vasculonervosos e de invasão do músculo anterior. Calvete e colaboradores (3) demonstraram que mais de 75% de fragmentos positivos na biópsia prostática estariam associados a fatores de mau prognóstico (CALVETE, et al., 3; CAMBRUZZI, et al., 1). Devido à importância do câncer de próstata no Brasil e a carência de estudos epidemiológicos no município de Governador Valadares, o presente trabalho tem como objetivo descrever a distribuição percentual dos adenocarcinomas de próstatas diagnosticados no Laboratório Alvarenga em Governador Valadares-MG, no período entre 6 e 11. METODOLOGIA Coleta de Dados Para a realização deste estudo, descritivo e retrospectivo, foram reunidos 18 laudos anatomopatológicos distintos de adenocarcinoma acinar usual diagnosticados em espécimes cirúrgicas de prostatectomia radical, realizados pelo Laboratório Alvarenga de Governador Valadares entre 6 e outubro de 11. Foram excluídos do estudo laudos que não forneciam alguma das variáveis analisadas, como: idade, Escore de Gleason, número de fragmentos acometidos e a localização do tumor nos fragmentos analisados, totalizando 27 laudos. Portanto, no presente estudo foram utilizados 153 laudos. Foi montado um banco de dados e posteriormente realizada a distribuição percentual de acordo com as variáveis. Idade do paciente A idade dos pacientes foram reunidas a partir de laudos anatomopatológicos e distribuídas em intervalos de 1 anos. A idade variou entre 45 e 79 anos, sendo a média de 65,5 anos. 4
6 Ano de realização do exame Foram selecionados todos os laudos diagnosticados com adenocarcinoma no laboratório Alvarenga nos anos de 6 a 11. Volume da próstata A próstata foi medida e o seu volume foi calculado em cm 3. O volume variou de 16,8 a 21 cm 3 e os mesmos foram agrupados em intervalos de 45 cm 3. Peso da próstata O peso das próstatas analisadas variou de 11,9 a 113,1g, sendo agrupados em intervalos de g. Escore de Gleason Os adenocarcinomas de próstatas foram classificados de acordo com o Escore de Gleason que no presente trabalho variou de 6 a 1, sendo o Escore 6 referente ao adenocarcinoma menos agressivo e o Escore 1, o mais agressivo. Localização e extensão do adenocarcinoma na próstata A próstata foi dividida em três lobos: direito, posterior e esquerdo e estes subdivididos em três fragmentos cada, totalizando nove. A extensão do tumor foi avaliada de acordo com o número de fragmentos acometidos, sendo classificadas da seguinte forma: 1- Muito Limitado (ML) 2-3 Limitado (L) 4-5 Moderadamente Extenso (Mod E) 6-7 Extenso (E) 8-9 Muito Extenso (ME) Comprometimento perineural Os adenocarcinomas foram classificados de acordo com comprometimento perineural em positivos e negativos. 5
7 N o de próstatas Margens uretral, uretral interna e vesical acometidas pelo tumor Os adenocarcinomas foram classificados de acordo com o comprometimento das margens uretral, uretral interna e vesical, em livres ou comprometidas. Comprometimento das vesículas seminais Os adenocarcinomas foram classificados de acordo com o comprometimento das vesículas seminais, em livres ou comprometidas. Estadiamento do tumor Os adenocarcinomas foram estadiados da seguinte forma: pt1 (a,b,c), pt2 (a,b,c) e pt3 (a,b). RESULTADOS A figura 1 representa a distribuição percentual de adenocarcinomas de próstata de acordo com a faixa etária. Pode-se observar que a faixa etária mais acometida pelo adenocarcinoma de próstata foi de 6 a 69 anos (49,67%). A faixa etária menos acometida foi inferior a 49 anos (1,31%) Distribuição percentual de adenocarcinoma de próstata de acordo com a idade 1,31% 19,61% < Faixa etária 49,67% 29,41% Figura 1: Número de próstatas diagnosticadas por adenocarcinomas distribuídas de acordo com as faixas etárias. 6
8 N de próstatas N de próstatas A figura 2 representa a distribuição percentual de adenocarcinomas de próstatas nos anos de 6 a 11. Observa-se maior número de próstatas diagnosticadas nos anos de 1 (32,68%) e 11 (21,57%). Já em 6 foi observado menor número de adenocarcinomas Distribuição percentual de adenocarcinomas de próstata nos últimos anos 2,61% 12,42% 12,42% Ano 18,3% 32,68% 21,57% Figura 2: Número de próstatas diagnosticadas por adenocarcinomas, distribuídas entre os anos de 6 a 11. A figura 3 representa a distribuição percentual do volume de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma. Nota-se menor percentual de próstatas compreendidas no intervalo de 15 a 25cm 3 (5,22%). No entanto, valores acima de 26 cm 3 foi observado maior número de próstatas diagnosticadas, representando 94,78% Distribuição percentual do volume prostático 94,78% 5,22% >26 Volume (cm³) Figura 3: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma distribuídas de acordo com o volume. 7
9 N de próstatas N de próstatas Para avaliar a distribuição percentual do peso de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma (figura 4), estas foram distribuídas em intervalos de g. Verifica-se que a faixa de 31 a 59g apresentou um maior número de próstatas acometidas pelo tumor maligno Distribuição percentual de peso de prostatas diagnosticadas com adenocarcinoma 24,8% 68,6% 2,6% 2,% 2,% >1 Peso (g) Figura 4: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma distribuídas de acordo com o peso da próstata. Na figura 5 pode-se observar a distribuição percentual de adenocarcinoma de próstata de acordo com o Escore de Gleason, que neste trabalho variou de 6 a 1. A classificação 6 apresenta maior número de próstatas acometidas (76,32%) e nenhuma próstata foi classificada com Escore Distribuição percentual de adenocarcinoma de próstata de acordo com o Escore de Gleason 76,32% 19,8% 2,63% 1,97% Escore de Gleason Figura 5: Número de próstatas diagnosticadas por adenocarcinomas, distribuídas de acordo com o Escore de Gleason. Onde 6 refere-se ao adenocarcinoma de próstata menos agressivo e o 1 ao mais agressivo. 8
10 N de próstatas N de próstatas A figura 6 representa a distribuição percentual do comprometimento perineural em adenocarcinoma de próstata. Observa-se uma maior porcentagem de casos negativos (6,8%) em relação aos positivos (39,%). Distribuição percentual do comprometimento perineural em adenocarcinoma de próstata ,% 6,8% POS NEG Comprometimento perineural Figura 6: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma distribuídas de acordo com o comprometimento perineura. Sendo POS: positivo e NEG: negativo. Na figura 7 observa-se a distribuição percentual do comprometimento das margens da próstata. Verifica-se que menos de 1% das margens estão comprometidas. Distribuição percentual do comprometimento das margens (uretra, uretra interna e vesícula) da próstata ,3% Livres,7% Comprometidas Margens Figura 7: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma, distribuídas de acordo com o comprometimento das suas margens. 9
11 N de próstatas N de próstatas Na figura 8 observa-se a distribuição percentual do comprometimento das vesículas seminais. Verifica-se que menos de 2% das vesículas estão comprometidas com a neoplasia maligna. Distribuição percentual do comprometimento das vesículas seminais 16 98,7% Livres 1,3% Comprometidas Vesículas Seminais Figura 8: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma, distribuídas de acordo com o comprometimento das vesículas seminais. A figura 9 representa a distribuição percentual da extensão tumoral. Observa-se que a maioria das próstatas diagnosticadas estão classificadas em limitada (24,8%), moderadamente extensa (21,6%) e extensa (22,9%). Distribuição percentual da extensão tumoral 35 24,8% 21,6% 22,9% ,7% 17,% ML L Mod E E ME Extensão tumoral Figura 9: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma, distribuídas 1
12 N de próstatas de acordo com a extensão tumoral. Sendo ML: muito limitado, L: limitado, Mod E: moderadamente extenso, E: extenso e ME: muito extenso. A figura 1 representa a distribuição percentual de adenocarcinoma de próstata, de acordo com o estadiamento. Sendo 57,5% classificadas no estadiamento pt2c. 1 8 Distribuição percentual de estadiamento do adenocarcinoma de próstata 57,5% 6 18,3% 9,% 11,1% 1,3% 1,3% 1,3% pt1a pt1b pt1c pt2a pt2b pt2c pt3a pt3b Estadiamento Figura 1: Número de próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma, distribuídas de acordo com o estadiamento. DISCUSSÃO O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais comum entre a população masculina. Estudos já publicados apontam que esta doença tem ocorrência em um terço dos homens acima de 45 anos. Vale ressaltar que uma maior expectativa de vida dos brasileiros influencia o aumento da incidência do adenocarcinoma de próstata na população (GONÇALVES et al.,8; SOUTO, 1991). A detecção do adenocarcinoma de próstata no seu estágio pré- sintomático é de extrema relevância, pois permite um melhor prognóstico comparado aos estágios mais tardios. Somente após uma grande evolução da doença é que os sintomas aparecem principalmente devido a extensão tumoral (CORREA et al,. 7; PAUL, 8). O presente trabalho trata-se de um estudo que abrange um número expressivo de pacientes diagnosticados (153 casos) baseado em uma distribuição percentual através de uma análise descritiva dos adenocarcinomas de próstata. 11
13 Migowski e Silva (9) e Cambruzzi e colaboradores (1) observaram um percentual elevado de adenocarcinoma de próstata na faixa etária de 6-69 anos, apresentando 48,% e 44,92%, respectivamente. Nossos resultados corroboram com estes autores indicando 49,67% na mesma faixa etária (CAMBRUZZI et al., 1; MIGOWSKI & SILVA, 9). Esta investigação revelou um aumento do número de próstatas diagnosticadas no Laboratório Alvarenga no período de 6 a 1, e uma pequena redução em 11 de 32,68% para 21,57%. A hipótese atribuída ao aumento do número de próstatas diagnosticadas pode ser pela detecção precoce do adenocarcinoma devido a uma maior preocupação dos homens em relação à sua saúde. Segundo Ellsworth e colaboradores (3) a próstata tem normalmente de a 25cm 3 no homem adulto. Nosso trabalho mostrou que 94,77% das próstatas diagnosticadas com adenocarcinoma apresentou volume acima do normal (ELLSWORTH et al., 3). Segundo Calvete e colaboradores (3), o peso normal da próstata varia de a 3g. No presente estudo foi observado que 24,8% das próstatas diagnosticadas estão dentro desta faixa de peso, apesar da mesma ser considerada normal, e que 68,6% encontra-se no intervalo de peso de 31-59g, o que representa um valor de anormalidade (CALVETE et al., 3). Através da distribuição percentual de adenocarcinoma de próstata de acordo com o Escore de Gleason, detectou-se uma maior porcentagem no Escore 6 (76,32%) decrescendo ao longo da diferenciação histopatológica (7 a 9), sendo que não foi identificado nenhum caso com o Escore 1. Tais dados se assemelham aos encontrados por Leite e colaboradores (5) que mostraram uma maior porcentagem no Escore 6. Devido a alta representatibilidade do Escore de Gleason no prognóstico da doença e o aumento no valor da acurácia da biopsia prostática é possível escolher uma melhor decisão terapêutica (KATTAN et al,. 1998; LEITE et al., 5; NELSON et al., 2). Em relação ao comprometimento perineural, das margens (uretra, uretra interna e vesícula) e das vesículas seminais, obtivemos 6,8%, 99,3% e 98,7% não comprometido, respectivamente. Desta maneira foi observado uma maior distribuição percentual de próstatas livres, ou seja a extensão tumoral não ultrapassa os limites próstaticos. Cambruzzi e colaboradores (1) mostraram 83,5% de próstatas sem comprometimento extrapróstatico (Cambruzzi et al., 1). Um elevado percentual de adenocarcinoma de próstata foi observado no estadiamento pt2 (a, b e c) apresentando 11,1%, 18,3% e 57,5% respectivamente. Nossos dados confirmam 12
14 os de Cambruzzi e colaboradores (1) que mostraram a seguinte distribuição percentual: pt2a (11,86%, ),pt2b (21,19% ) e pt2c (48,31%) (Cambruzzi et al., 1). CONCLUSÃO Através deste trabalho concluímos que houve aumento no número de próstatas diagnosticadas no Laboratório Alvarenga em Governador Valadares, a partir de 6 e que a idade está diretamente relacionada com o surgimento do adenocarcinoma prostático. O escore de Gleason representa um sistema de graduação fundamental para avaliação do adenocarcinoma prostático onde o grau 6, de maior incidência, corresponde uma menor agressividade. A realização de estudos de correlação entre as variáveis estudadas se torna necessário para maior entendimento do câncer de próstata na região de Governador Valadares. ABSTRACT Prostate cancer represents an important public health problem worldwide and, since 196 its incidence has increased in several countries. Men older than 5 years old are most affected by the disease, with an estimated prevalence of 3% according to histopathological data. Because of the lack of epidemiological studies of prostate cancer in the city of Governador Valadares, this paper aims to describe the percentage distribution of prostate adenocarcinoma diagnosed in the Laboratory Alvarenga in Governador Valadares, Minas Gerais, between 6 and 11. For this study 153 reports were used in radical prostatectomy with pathological diagnosis of usual acinar adenocarcinoma. The age group most affected by prostate adecarcinoma was 6 to 69 years old (49.67%). The age group least affected was less than 49 years old (1.31%). According to the Gleason score, rating 6 represents 76.32% of the prostate diagnosed. The staging pt2c represents 57.5% of prostates analyzed. Through this work we concluded there was an increase in the number of diagnosed prostate in the Laboratory Alvarenga in Governador Valadares since 6. Men age is directly related to the appearance of prostatic adenocarcinoma. Key words: Prostate adenocarcinoma. Diagnostic. Age. Extraprostatic involvement. Gleason score. Staging. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRIOS, CH. Câncer de Próstata. In: Murad AM, Katz A. Oncologia, bases clínicas do tratamento. p Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996 BARBOSA, FP; MENDONÇA, SB. Sinopse de Urologia. ANO 7 - Nº 1, p. 6, 3. 13
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