EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA TRAÇA (TUTA ABSOLUTA) NA CULTURA DO TOMATEIRO

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1 MARAUS PF; CATAPAN Eficiência V; FARIA de DS; inseticidas FILHO JUTB; no controle SANTOS da HS; traça HORA (Tuta RC. absoluta) Eficiência na cultura de do inseticidas tomateirono controle da traça (Tuta absoluta) na cultura do tomateiro. Horticultura Brasileira 26: S2929-S2933. EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA TRAÇA (TUTA ABSOLUTA) NA CULTURA DO TOMATEIRO Paulo Francisco Maraus 1 ; Valdenir Catapan 1 ; Daniel Sala de Faria 1 ; José Usan Torres Brandão Filho 1 ; Humberto Silva Santos 1 ; Rerison Catarino da Hora 1 1 UEM, Campus Sede - Centro de Ciências Agrárias - Departamento de Agronomia, Av Colombo, 5790, CEP , Maringá - Paraná. RESUMO A traça-do-tomateiro, Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera: Gelechiidae) ataca a planta fazendo galerias nas folhas, ramos, frutos e gemas apicais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito inseticida e a eficiência agronômica de doses e formulações dos inseticidas novaluron e bifenthrin, em comparação com os produtos padrões de controle lufenuron e spinosad, no controle da traça na cultura do tomateiro. Foram realizadas três pulverizações com os respectivos inseticidas e uma avaliação aos sete dias após a ultima aplicação, considerando infestação e danos às folhas e frutos. O tratamento com o produto novaluron SC, na dose de 4,0 g.i.a/100 L e sem adição de adjuvante, é o que apresentou melhor desempenho. PALAVRAS-CHAVE: Lycopersicon esculentum, controle fitossanitário, traça-dotomateiro. ABSTRACT Efficiency of insecticides to control the leaf miner (Tuta absoluta) in the culture of tomatoes The leaf miner-tomato, Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera: Gelechiidae) attacks the plant making galleries in the leaves, branches, fruit and apical bud. This study aimed to evaluate the effect of insecticide and agronomic efficiency of dosages and formulations of insecticides novaluron and bifenthrin, compared with the standard products of control lufenuron and spinosad, in controlling the moth in the culture of tomato. Were held three sprays with the respective insecticides and evaluation to seven days after the last application, considering infestation and damage to leaves and fruit. Treatment with the product novaluron SC, at a dose of 4.0 g.i.a/ 100L without addition of adjuvant, showed better performance. KEY WORDS: Lycopersicon esculentum, phytosanitary control, leaf miner-tomato. INTRODUÇÃO O tomate se destaca pela sua grande relevância econômica, flexibilidade na utilização como alimento e aceitação pelos consumidores. Porém a cultura é afetada por expressivas quebras de rendimento e depreciação da qualidade pela ocorrência de pragas, doenças e estresses abióticos. S2929

2 A traça-do-tomateiro, Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera: Gelechiidae), é considerada uma das pragas mais importantes da cultura do tomateiro no Brasil. Ataca a planta fazendo galerias nas folhas, ramos e gemas apicais, destruindo brotações novas e frutos, que são depreciados para a comercialização. Os adultos são pequenas mariposas de coloração cinza com cerca de 10 mm de envergadura. Esta traça oviposita sobre as folhas de tomate, e sua larva atravessa a epiderme foliar, abrindo galerias no mesófilo das folhas, ramos, flores e frutos. As lagartas medem no máximo 9 mm, e são verdes com uma mancha parda no dorso. O ciclo completo é de aproximadamente 40 dias, e cada fêmea coloca em média 50 ovos. Ocorre durante todo o ciclo da cultura. Para reduzir os danos do inseto, os inseticidas constituem a forma de controle mais utilizada. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em cultivo comercial no município de Maringá - Paraná, no período de outubro de 2006 a fevereiro de Utilizou-se a cultivar de tomateiro Débora Plus VFN, cujas sementes foram semeadas, no dia 15/10/2006, em bandejas de isopor de 200 células. 25 dias após a semeadura as mudas foram transplantadas para o local definitivo, constituído por uma estrutura de cultivo protegido ( estufa ), tipo arco com 6,0 m de largura e 43,0 m de comprimento, com pé-direito de 2,8 m. A área foi adubada com adubo orgânico na quantidade de 600 kg/ha e com adubo mineral de modo a fornecer 60 Kg N/ha, 200 Kg P O / 2 5 ha e 300 Kg K O/ha, os quais foram incorporados ao sulco de plantio. 2 Adotou-se como método de cultivo, o sistema de linhas simples com plantas tutoradas verticalmente com fitilhos de polipropileno, utilizando-se o espaçamento de 1,20 m entre sulcos e 0,50 m entre plantas. O sistema de condução foi o de uma planta com uma haste por cova, tutoramento vertical e desbrota dos brotos laterais. O controle de plantas daninhas foi realizado por meio de capinas manuais quando necessárias. Cada parcela foi constituída por uma fileira contento seis plantas, correspondendo a uma área de 3,0 m 2 (1,0 m de largura x 3,0 m de comprimento). Para efeito de avaliações, foram consideradas como parcela útil as quatro plantas centrais, desprezando-se, portanto, uma de cada extremidade. O delineamento estatístico experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com doze tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos estudados (nomes técnicos, formulações e ingredientes ativos/100 litros de água), encontram-se relacionados na Tabela 1. Foram realizadas três pulverizações com os respectivos inseticidas. Estas aplicações ocorreram nos dias 13/01/07, 23/01/07 e 02/02/07, aos 64, 74 e 84 dias após o transplante. Foi utilizado um pulverizador costal à base de CO equipado com bico cônico D2-13, calibrado 2, para pressão constante de 35 PSI (libras/pol 2 ), o que permitiu um gasto de calda inseticida de 1000 L por hectare. Com o objetivo de quantificar a intensidade do ataque da traça-do-tomateiro foi realizada uma avaliação durante o desenvolvimento da cultura, no dia 09/02/07, aos sete dias após a terceira aplicação dos inseticidas. Foram avaliadas três características referentes à infestação, aos danos causados às folhas e aos frutos. S2930

3 A avaliação de danos foliares foi realizada contando-se o número de folhas lesionadas dentre as dez folhas coletadas no terço superior das plantas da parcela útil. A avaliação da infestação foi realizada quantificando-se o número de folhas lesionadas, dentre as dez folhas coletadas no terço superior das plantas da parcela útil, com presença de larvas vivas. A avaliação dos danos causados pela traça aos frutos do tomateiro consistiu na determinação do percentual de furtos danificados nas plantas da parcela correspondente. As porcentagens de eficiência dos inseticidas, nas doses testadas, foram calculadas pela fórmula de Abbott, de acordo com Nakano et al. (1981), sendo considerados eficazes os tratamentos que superaram os 80%. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas entre si por meio do teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade, de acordo com Canteri et al. (2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados quantificados no experimento estão apresentados na Tabela 2 e correspondem aos números médios de folhas lesionadas, de larvas vivas por amostra e porcentagem de frutos danificados pela traça-do-tomateiro por amostra. Todos os tratamentos químicos apresentaram algum efeito biológico no controle dos danos causados pela praga.. Sendo que, destacaram-se os tratamentos 9, 10 e 12 (Novaluron SC + ADJ, Novaluron SC e Spinosad) que diferiram estatisticamente do tratamento 2 (Bifenthrin, na dose de 0,75 g.i.a / 100 L). Entretanto, estes tratamentos (2, 9, 10 e 12) não diferiram dos demais tratamentos químicos (3, 4, 5, 6, 7, 8 e 11). O cálculo de eficiência, no entanto, mostrou que apenas os tratamentos 10 e 12 atingiram o nível de eficácia estabelecido. Em relação ao número de larvas encontradas vivas por amostra, verificou-se que os efeitos dos tratamentos inseticidas foram estatisticamente semelhantes em todas as avaliações realizadas após as pulverizações. Isto significa que todos os tratamentos experimentais apresentaram efeito biológico estatisticamente semelhante no controle da traça-do-tomateiro. Em relação a esta característica, os tratamentos 3, 4, 5, 6, 9, 10 e 12 atingiram o nível de eficácia considerado satisfatório. Quanto ao percentual de frutos danificados, verificou-se que os tratamentos 8 e 12 foram estatisticamente mais efetivos do que os tratamentos 2 e 3, sendo que aqueles não diferiram dos tratamentos 4, 5, 6, 7, 9, 10 e 11. Mas, quando avaliada a eficiência no controle dos danos causados pela traça aos frutos do tomateiro, verificou-se, que de forma semelhante, os tratamentos 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 atingiram o nível de eficácia pré-estabelecido. De modo geral, se considerarmos que a eficiência completa que significa menor comprometimento da área fotossintética (número de folhas com lesão), menor infestação de larvas com potencial de dar continuidades aos danos foliares (número de larvas vivas nas folhas lesionadas) e menor proporção de frutos danificados, o tratamento com o produto novaluron SC, na dose de 4,0 g.i.a/100 L e sem adição de adjuvante, é o que apresentou melhor desempenho, sendo equivalente ao produto spinosad. Portanto, a eficiência biológica do inseticida novaluron, na formulação SC, na dose de 4,0 g.i.a/100 L e sem adição de adjuvante, mostrou-se uma boa opção dentro do manejo de controle da praga na cultura do tomate. S2931

4 LITERATURA CITADA CANTERI, M. G.; ALTHAUS, R. A.; VIRGENS FILHO, J. S.; GIGLIOTI, E. A.; GODOY, C. V. SASM Agri : Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scott-Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, v. 1, n. 2, p NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia Econômica. São Paulo: Livroceres, 1981, 314p. Tabela 1. Tratamentos aplicados em forma de pulverização na cultura do tomateiro visando o controle da traça (Tuta absoluta). Maringá PR, Tratamentos Formulação Doses (i.a./ha) 2 1- Testemunha bifenthrin 100 EC 0,75 g 3- bifenthrin 100 EC 0,10 g 4- novaluron 100 EC 2,0 g 5- novaluron 100 EC 4,0 g 6- novaluron + ADJ 20 60* 100 EC 4,0 g + 0,25% 7- novaluron 100 SC 1,5 g 8- novaluron 100 SC 2,0 g 9- novaluron + ADJ 20 60* 100 SC 4,0g +0,25% 10- novaluron 100 SC 4,0 g 11- Lufenuron 50 EC 8,0 g 12- spinosad 480 SC 12,0 g 1/ Ingrediente ativo por hectare. *ADJ 20 60: Óleo Mineral Parafínico Emulsionado. S2932

5 Tabela 2. Número médio de folhas lesionadas, de larvas vivas por amostra e porcentagem de frutos danificados (M); e porcentagem de eficiência (%Ef.) dos tratamentos com diferentes doses, formulações de inseticidas e adição de adjuvante visando o controle da traça (Tuta absoluta) na cultura do tomate. Maringá-PR, Tratamentos Doses (Nomes técnicos i.a./ e formulações) 100 L Características avaliadas N o de folhas N o de folhas % de frutos lesionadas com larvas vivas danificados M 1 % Ef. 2 M % Ef. M % Ef. 1- Testemunha - - 5,94 a - 6,75 a - 46,50 a - 2- bifenthrin 100 EC 0,75 g 2,56 b 56,9 1,75 b 74,1 18,00 b 61,3 3- bifenthrin 100 EC 0,10 g 2,25 bc 62,1 1,25 b 81,5 11,75 bc 74,7 4- novaluron 100 EC 2,0 g 1,50 bc 74,7 1,00 b 85,2 8,00 bcd 82,8 5- novaluron 100 EC 4,0 g 1,38 bc 76,8 1,00 b 85,2 7,50 cd 83,9 6- novaluron + ADJ 20 60* 100 EC 4,0 g + 0,25% 1,50 bc 74,4 1,25 b 81,5 7,50 cd 83,9 7- novaluron 100 SC 1,5 g 1,63 bc 72,6 1,50 b 77,8 5,50 cd 88,2 8- novaluron 100 SC 2,0 g 1,38 c 76,8 1,50 b 77,8 3,50 d 92,5 9- novaluron + ADJ 20 60* 100 SC 4,0g +0,25% 1,25 bc 79,0 0,75 b 88,9 4,00 cd 91,4 10- novaluron 100 SC 4,0 g 1,19 c 80,0 1,00 b 85,2 4,75 cd 89,8 11- Lufenuron 50 EC 8,0 g 1,81 bc 69,5 2,00 b 70,4 5,25 cd 88,7 12- spinosad 480 SC 12,0 g 1,19 c 80,0 0,50 b 92,6 3,75 d 91,9 C. V. (%) - 10,2-24,6-19,3-1/ Médias das quatro repetições do número de pulgões encontrados vivos por amostra, as quais quando seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de significância. 2/ Porcentagens de eficiência, calculadas de acordo com a fórmula de Abbott. S2933