COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

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1 COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*). Hélio Ferreira da Cunha 1 ; Adriano Borges de Oliveira 2 ; Marcos Rogério Nunes 3, Gil Santos 4. (1)AGENCIARURAL, Estação Experimental de Senador Canedo, Rod. GO 536, km 3,7, Fazenda Vargem Bonita, Zona Rural, CEP , Senador Canedo, GO. enghfc@bol.com.br; (2) AGENCIARURAL, Estação Experimental de Senador Canedo, Rod. GO 536, km 3,7, Fazenda Vargem Bonita, Zona Rural, CEP , Senador Canedo, GO. adboliveira@bol.com.br, (3) AGENCIARURAL, Estação Experimental de Senador Canedo, Rod. GO 536, km 3,7, Fazenda Vargem Bonita, Zona Rural, CEP , Senador Canedo, GO. (4) AGENCIARURAL, Estação Experimental de Senador Canedo, Rod. GO 536, km 3,7, Fazenda Vargem Bonita, Zona Rural, CEP , Senador Canedo, GO. RESUMO O presente trabalho teve como objetivo comparar a eficiência de inseticidas para controle do bicudo do algodoeiro. O experimento foi conduzido no município de Santa Helena de Goiás, o qual avaliou dois grupos de diferentes inseticidas (tratamentos). O grupo I foi composto por: Endosulfan 350 CE, Fipronil 800, Malation 1000 CE, Paration Metílico 450 SC, Thiametoxan 250 e uma testemunha sem controle. Foram efetuados quatro pulverizações com intervalo de 5 a 6 dias. Após a terceira pulverização iniciaram-se as avaliações na planta, em 51 botões florais por parcela e em botões no solo localizado nas duas linhas centrais. O grupo II foi composto por: Alfecypermetrin 100 SC, Betacyflutrin 125 SC, Zetacypermetrin 200 EW, Bifentrin 100 CE, Lambdacyhalorin 250 SC e testemunha sem controle, sendo realizado apenas uma visando o controle dos bicudos adultos. Realizou-se também uma pré-amostragem e avaliações aos 2, 3, 5, 7 e 10 DAT. Assim, verificou-se que o Fipronil e Endosulfan reduziram mais a população de bicudo, isso foi observado verificando os botões com postura, pontos de alimentação e larvas no solo até aos 96 dias após o plantio. O Betacyflutrin, Alfacypermetrin e Bifentrin, reduziram a população dos bicudos adultos em mais de 80% até 3 DAT. INTRODUÇÃO O bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) é uma das pragas mais importante que ataca todas as áreas produtoras de algodão no Estado de Goiás. Afim de que os agricultores não incorram em prejuízos, esse inseto praga tem que ser controlado nas áreas onde ocorre, pois aumentam rapidamente suas populações, devido sua capacidade reprodutiva e seu perfeito desenvolvimento com a planta do algodoeiro (Bull, 1986). O uso intensivo de inseticidas para o controle do bicudo e outras pragas do algodoeiro, pode tornar esta praga resistente a determinados grupos de inseticidas que anteriormente eram eficientes, restando alguns organofosforados e piretróides que ainda hoje são eficientes, sendo preciso considerar, que os problemas ocasionados pelas pragas estão correlacionados entre si formando um complexo (Parência, 1986). Pelos problemas levantados, estão realizando-se esforços para conseguir alternativas de controle que possam contribuir para luta contra o bicudo. Assim, neste presente trabalho comparou-se a eficiência de alguns inseticidas visando um controle mais eficiente do bicudo do algodoeiro.

2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no campo experimental da FUNDAÇÃO-GO, em Santa Helena de Goiás, o plantio foi efetuado em 20/12/2002, com a variedade Aroeira, espaçada a 90 cm entre linhas com uma densidade de 09 plantas por metro. Foi usado no plantio 400 kg/ha da fórmula e duas adubações de cobertura com 200 kg/ha da fórmula kg de boro. O delineamento estatístico foi o de blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições, divididos em dois grupos de inseticidas, sendo o primeiro grupo composto pelos inseticidas: Endosulfan 350 CE, Fipronil 800, Malation 1000 CE, Paration Metílico 450 SC, Thiametoxan 250 e uma testemunha sem controle; e o segundo grupo formado por Alfacypermetrin 100 SC, Betacyflutrin 125 SC, Zetacypermetrin 200 EW, Lambdacyhalotrin 250 SC, Bifentrin 100 CE e uma testemunha sem controle. Foram demarcadas 12 parcelas compostas por 24 linhas de 40 m de comprimento, totalizando uma área de 864 m 2. Entre cada parcela, foram plantadas 10 linhas de sorgo para prevenir provável migração de adultos de bicudo entre os tratamentos. Cada parcela foi dividida em duas parcelas de 12 linhas, formando 24 parcelas, que correspondeu à repetição do respectivo tratamento, totalizando uma área de 1728 m 2. Quando a infestação nas parcelas chegou a três ou mais por cento efetuou-se à do primeiro grupo de inseticidas, iniciando-se em 20/02/2003, sendo realizada quatro aplicações seguidas em intervalos de 5 a 6 dias uma da outra. Após a terceira iniciou-se a amostragem na planta e a catação dos botões florais caídos no solo, nas duas linhas centrais de cada parcela, para verificação do melhor tratamento. Semanalmente foram realizadas três observações em 17 plantas e em três botões florais por planta, amostrando 204 botões por tratamento e catação dos botões caídos no solo. Cada tratamento foi aplicado em 4 parcelas de 12 linhas por 40 m de comprimento, distribuída ao acaso na área. O segundo grupo de inseticidas foi pulverizado em 09/04/2003 com objetivo de controlar os insetos adultos. Foi realizada uma pré-amostragem no terço superior de 17 plantas e avaliações aos 2, 3, 5, 7 e 10 dias após à pulverização dos tratamentos (DAT). As aplicações foram realizadas com um pulverizador costal a gás (CO 2 ) com pressão constante, uma barra de dois metros com pontas x 3, cobrindo-se duas linhas de algodão por cada passada, com uma vazão de 162 l/ha. Para avaliação estatística da variação entre os tratamentos e da precisão experimental, foi realizada análise de variância de cada grupo e as médias obtidas foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e aplicada a fórmula de Abbott (1955) para o cálculo da porcentagem de eficiência dos tratamentos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados do bicudo atacando os botões florais na planta encontram na Tabela 1. Esta mostra que o Fipronil 800 (100 g p.c/ha) apresentou maior eficiência de controle após a terceira e o Endosulfan 350 CE (2 l p.c/ha) após a quarta. Na média das três avaliações os produtos Fipronil, Endosulfan e Paration Metílico, apresentaram controle semelhante não diferindo estatisticamente entre si. A quantidade de larvas vivas de bicudo encontradas nos botões florais caídos no solo e a porcentagem de larvas vivas em cada tratamento podem ser observadas, respectivamente, nas Tabelas 2 e 3. Estas mostram que os inseticidas Fipronil 800 (100 g p.c/ha) e Endosulfan 350 CE (2 l p.c/ha), também foram os mais eficientes, apresentando menor quantidade de larvas vivas e menor porcentagem média nos botões florais caídos no solo, confirmando os resultados obtidos nas avaliações dos botões florais na planta. Na Tabela 4 encontram-se os resultados dos produtos avaliados contra os insetos adultos. O Betacyflutrin 125 SC (100 ml p.c/ha), o Alfacypermitrin 100 SC (300 ml p.c/ha) e o Bifentrin 100 CE (300 ml p.c/ha) mostraram-se eficientes até aos 3 DAT, reduzindo a população de adultos em mais de 80%. Com 5 DAT, nenhum inseticida apresentou eficiência, não diferindo estatisticamente entre si,

3 inclusive da testemunha, entretanto o Alfacypermetrin apresentou melhor poder residual, mantendo a população de adultos mais baixa que os demais tratamentos até aos 7 DAT. CONCLUSÕES 1. O produto Fipronil (Regent 800 ) na dosagem de 100 g de p.c/ha e Endosulfan (Thiodan 350 CE) na dosagem de 2 l de p.c/ha, foram os mais eficientes no controle do bicudo do algodoeiro nas observações dos botões florais na planta e no solo. 2. O Betacyflutrin (Bulldock) e Alfacypermetrin (Fastac) e Bifentrin (Talster), reduziram a população de adultos de bicudo em mais de 80% até aos 3 DAT. 3. O Alfacypermetrin apresentou maior poder residual até aos 7 DAT. Tabela 1. Médias de botões florais atacado pelo bicudo do algodoeiro e porcentagem de eficiência dos tratamentos observados na planta, em Santa Helena de Goiás no ano agrícola 2002/2003. Dose após 3º 2 dias 6 dias Média Fipronil ,50 b 69 10,50 ab 38 8,00 b 51 7,67 c 52 Endosulfan 350 CE 700 5,25 ab 64 7,50 b 56 10,00 ab 38 7,58 c 52 Paration Metílico ,25 ab 58 9,50 ab 44 8,50 a 48 8,08 c 50 SC 50 8,50 ab 42 9,75 ab 43 13,75 ab 15 10,76 c 33 Malation 1000 CE ,25 ab 24 13,00 ab 24 14,50 ab 11 12,90 ab 19 Testemunha - 14,75 a - 17,00 a - 16,25 a - 16,00 a - Média 8,40-11,20-11,80-10,50 - C.V 26,30-17,60-15,70-18,60 - F 3,75 * - 3,15 * - 4,28 * - 7,87 * - Médias originais transformadas para x + 0,5, seguidas da mesma letra, mão diferem entre si ao nível de 1 e 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. porcentagem de eficiência conforme Abbott (1955).

4 Tabela 2. Média de botões florais com larvas vivas do bicudo do algodoeiro caídos no solo e eficiência dos tratamentos, em Santa Helena de Goiás ano agrícola 2002/ dia Dose após 3º Média Fipronil ,75 b 98 5,25 b 95 28,25 a 78 12,75 b 91 Endosulfan 350 CE ,75 b 93 6,75 b 94 63,25 a 50 28,92 b 81 Paration Metílico 450 SC ,50 b 93 11,25 b 90 77,50 a 39 35,08 b ,25 ab 81 16,75 ab 85 54,75 a 57 38,58 b 75 Malation 1000 CE ,50 ab 87 21,25 b 81 82,25 a 38 44,67 b 71 Testemunha - 232,75 a - 112,75 a - 126,25 a - 157,20 a - Média - 56,70-29,00-72,00-52,90 - C.V - 70,80-13,17-33,10-45,60 - F - 4,69 ** - 1,99-2,11-10,94 ** - porcentagem de eficiência conforme Abbott (1955). Tabela 3. Porcentagem média dos botões florais com larvas vivas caídos no solo e porcentagem de eficiência dos tratamentos, em Santa Helena no ano agrícola 2002/2003. Dose após 3º 1 dia Média Fipronil ,75 b 95 1,6 b 96 12,80 a 71 5,4 c 86 Endosulfan 350 CE 700 5,64 b 84 3,2 b 92 25,40 a 42 11,4 bc 72 Paration Metílico 450 4,84 b 86 4,4 b 88 29,00 a 33 12,8 bc SC 80 9,10 b 74 5,3 b 86 21,40 a 51 12,0 bc 69 Malation 1000 CE ,90 ab 74 9,6 b 75 28,50 a 34 15,7 b 59 Testemunha - 34,50 a - 38,1 a - 43,50 a - 38,7 a - Média - 10,80-10,4-26,80-16,00 - C.V - 53,20-38,4-33,40-39,00 - F - 5,13 ** - 14,4 ** - 1,84 ** - 24,16 ** - porcentagem de eficiência conforme Abbott (1955).

5 Tabela 4. Média de bicudos adultos do algodoeiro na planta e porcentagem de eficiência de tratamentos, em Santa Helena de Goiás no ano agrícola 2002/2003. Dose Préamostra Média Dias após (DAA) * g i.a/ha Betacyflutrin ,5 28,7 a 4,2 b 91 7,0 b 45 20,0 a 42 58,7 a 31 26,5 a 0,0 23,3 c SC Alfacypermetrin 30,0 27,0 a 5,7 b 88 8,0 b 70 18,0 a 47 55,2 a 35 24,2 a 0,0 22,2 c 100 SC Bifentrin 100 CE 30,0 32,7 a 5,7 b 88 8,0 b 81 29,0 a 15 81,5 a 4 24,5 a 0,0 29,7 bc Lambdacyhalotin 12,0 20,2 a 7,0 b 85 12,7 b 81 32,2 a 6 69,7 a 18 26,2 a 0,0 29,6 bc 250 SC Zetacypermetrin 200 EW 50,0 26,7 a 12,7 b 73 23,2 ab 83 48,0 a 0 65,5 a 23 23,0 a 0,0 34,5ab Testemunha - 37,2 a 48,2 a - 43,0 a - 34,5 a - 85,2 a ,0 a Média - 28,8 14,0-17,0-30,3-69, ,6 C.V - 29,7 36,6-26,1-31,5-17, ,2 F - - 8,65 ** - 10,35 ** - 1,23-1, ,7 ** porcentagem de eficiência conforme Abbott (1955). Apoio: FIALGO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOTT, W. S. A method of computing the effective ness of an insecticide. Journal Economic Entomology, v. 18, p , BULL, D. L. Reguladores de crescimento de insetos e seu uso em programas de controle do bicudo do algodoeiro. In: BARBOSA, S.; LUKEFAHR, M. J.; BRAGA SOBRINHO, R. O bicudo do algodoeiro.campina Grande: Embrapa Algodão, (Embrapa Algodão. Documentos,4) PARÊNCIA, C. R. Controle químico do Bicudo. In: BARBOSA, G.; LUKEFAHR.; BRAGA SOBRINHO, R. O bicudo do algodoeiro. Campina Grande: Embrapa Algodão, (Embrapa Algodão. Documentos, 4)