EFEITO DE INSETICIDAS/ACARICIDAS NO CONTROLE DE Polyphagotarsonemus latus E Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODÃO.

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1 EFEITO DE INSETICIDAS/ACARICIDAS NO CONTROLE DE Polyphagotarsonemus latus E Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODÃO. Ezequiel de Oliveira Teixeira (1), Vinícius Pires Marot (1), Marcos Fernandes Oliveira (1), Jaqueline Magalhães Pereira (1), Kelly Cristina Costa do Nascimento (1), Claudio Silveira (2), Gustavo Veloso (2) & Cecilia Czepak (3)). (1) Aluno(a) de graduação, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos/UFG, C. P. 131, Goiânia/GO; (2)) BayerCropscience, Av Maria Coelho Aguiar, 215, Bloco D, 2 0 andar, CEP: , São Paulo. SP; (3) Professora/Pesquisadora, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos/UFG. RESUMO Visando comparar inseticidas/acaricidas no controle de P. latus e A. gossypii foi realizado ensaio na cultura do algodão, variedade Ipê, delineamento experimental em blocos ao acaso, sete tratamentos e quatro repetições. Foram efetuadas três pulverizações a intervalos semanais de: spiromesifen, nas doses de 500 e 600 ml de p.c./ha; spiromesifen, na dose de 400 ml de p.c./ha + imidacloprid, na dose 250 ml de p.c./ha; spiromesifen, na dose de 500 ml de p.c./ha + imidacloprid, na dose 250 ml de p.c./ha; diafentiuron, na dose de 500 g de p.c./ha; chlorfenapyr, na dose de 1000 ml de p.c./ha + abamectina, na dose de 300 ml de p.c./ha + Assist 0,5% e testemunha. Além da prévia, foram realizadas avaliações aos três e sete dias após cada aplicação. Em aplicações sequenciais os inseticidas/acaricidas, spiromesifen, nas doses de 500 e 600 ml de p.c./ha; diafentiuron, na dose de 500 g de p.c./ha e chlorfenapyr em mistura com abamectina + Assist 0,5% foram eficientes somente para o ácaro-branco (P. latus), já os inseticidas spiromesifen, nas doses de 400 e 500 ml em mistura com o imidacloprid e o padrão diafentiuron mostraram-se eficientes tanto para o ácaro como para o pulgão branco. INTRODUÇÃO Dentre as pragas da cultura do algodão são de grande destaque os pulgões, principalmente a espécies A. gossypii, e os ácaros em especial o P. latus. Os pulgões são considerados pragas iniciais e podem provocar danos diretos através da sucção de seiva e a introdução de toxinas que podem causar o engruvinhamento das folhas e o retardo no crescimento, e danos indiretos, por serem vetores de viroses (Delano et al 1999; Gallo et al. 2002). O ácaro branco (P. latus), provoca o encarquilhamento e rasgadura das folhas do ponteiro, sendo que as condições de alta temperatura e tempo nublado favorecem o crescimento populacional da praga (Degrande 1998; Santos 1997). Assim, com o objetivo de se encontrar novas alternativas para controle do ácaro branco e ao mesmo tempo manter a população de pulgões abaixo do nível de controle foi realizado o trabalho. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido na área experimental da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos/UFG Goiânia - GO, com a cultura do algodão, variedade Ipê. As sementes foram tratadas com imidacloprid, na dose de 500 ml de p.c./100 kg e tolylfluanid, na dose de 150 g de p.c./100 kg. Delineamento em blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições. Foram efetuadas três pulverizações, a intervalos semanais, respectivamente nos dias 02/05, 09/05 e 16/05/2003. Os tratamentos foram: spiromesifen, nas doses de 500 e 600 ml de p.c./ha; spiromesifen, na dose de 400 ml de p.c./ha + imidacloprid, na dose 250 ml de p.c./ha; spiromesifen, na dose de 500 ml de p.c./ha + imidacloprid, na dose 250 ml de p.c./ha; diafentiuron, na dose de 500 g de p.c./ha; chlorfenapyr, na dose de 1000 ml de p.c./ha + abamectina, na dose de 300 ml de p.c./ha e testemunha. Utilizou-se um pulverizador costal de barra, de pressão constante (CO 2 ), equipado com bico leque 110:02, e um volume de calda de 200 l/ha. Realizou-se avaliações aos três e sete dias após cada aplicação,

2 contando-se o número de ácaros e pulgões em dez folhas do terço superior das plantas de algodão coletadas ao acaso em cada parcela. Os dados referentes ao número de ácaro e pulgões/folha, foram transformados em x+0,5 e submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. As percentagens de eficiência foram calculadas pela fórmula de Abbott (Nakano et al. 1981). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos encontram-se nas Tabelas 1 e 2. Três dias após a primeira aplicação, não se observou diferença estatística entre os inseticidas/acaricidas e a testemunha. Entretanto, na avaliação aos sete dias, todos os produtos testados apresentaram um número estatisticamente inferior de ácaros quando comparados com a testemunha. Para a eficiência foram constatados um percentual acima de 80% de controle, para os inseticidas/acaricidas diafentiuron e spiromesifen utilizados isoladamente e spiromesifen, na dose de 500 ml de p.c./ha em mistura com o imidacloprid, na dose de 250 ml de p.c./ha (Tabela 1). Quanto aos pulgões, somente os tratamentos spiromesifen, em mistura com o imidacloprid, e o diafentiuron apresentaram um número estatisticamente menor de pulgões, com eficiência de controle de 80% (Tabela 2). Na avaliação aos três dias após a segunda aplicação, todos os produtos testados mantiveram a população de ácaros brancos estatisticamente inferior a testemunha e a eficiência também manteve-se acima de 80%. Entretanto, aos sete dias somente os inseticidas/acaricias spiromesifen, na maior dose, diafentiuron e chlorfenapyr + abamectina mantiveram a eficiência acima de 80%. Para os pulgões não houve diferença estatística entre os tratamentos. Após a terceira e última aplicação, observou-se um estabelecimento da eficiência dos inseticidas/acaricidas testados pois, todos os tratamentos apresentaram um número estatisticamente inferior de ácaros em relação a testemunha com eficiência, ao final de sete dias, superior a 90%. Para os pulgões, sete dias após a última aplicação, observou-se um aumento populacional da praga nas parcelas testemunha, enquanto que, nos tratamentos com inseticidas/acaricidas o número de pulgões apresentou-se estatisticamente inferior a testemunha. Porém, observou-se que, somente os tratamentos onde se utilizou spiromesifen + imidacloprid e o diafentiuron a eficiência manteve-se acima de 80%. CONCLUSÕES Em aplicações sequenciais os inseticidas/acaricidas, spiromesifen, nas doses de 500 e 600 ml de p.c./ha; diafentiuron, na dose de 500 g de p.c./ha e chlorfenapyr em mistura com abamectina + Assist 0,5% foram eficientes somente para o ácaro-branco (P. latus), já os inseticidas spiromesifen, nas doses de 400 e 500 ml em mistura com o imidacloprid e o padrão diafentiuron mostraram-se eficientes tanto para o ácaro como para o pulgão branco.

3 Tabela 1 - Número médio de ácaros brancos (Polyphagotarsonemus latus)/folha (A), e percentagem de eficiência (%E) dos diferentes tratamentos, na cultura do algodão. Goiânia - GO, Tratamentos Dose em ml Dias após ou g do 1ºaplicação 2ºaplicação 3ºaplicação p.c./ha A* %E A* %E A* %E A* %E A* %E A* %E Testemunha - 54,0a - 48,0a - 141,2a - 25,2a - 165,2a 117,5a Oberon ,0a 0 7,7b 83 6,5c 95 7,7ab 69 3,0bc 98 1,5b 98 Oberon ,7a 80 6,2b 87 13,7bc 90 2,2b 91 23,5b 85 3,2b 97 Oberon + Provado ,2a - 21,7b 54 20,7bc 85 5,2ab 79 8,0bc 95 0,7b 99 Oberon + Provado ,75a 87 2,7b 94 53,7b 63 12,2ab 51 27,7b 83 0,0b 100 Polo ,2a 0 13,0b 73 6,5c 95 0,7b 97 3,0bc 98 0,0b 100 Pirate + Vertimec ,2a 40 0,0b ,5bc 83 0,0b 100 0,0c 100 0,0b 100 CV% - 98,2-63,3-57,3-25,5-51,8-55,6 - *Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade segundo o Teste de Duncan. % E = percentagem de eficiência calculada pela fórmula de Abbott.

4 Tabela 2 - Número médio de pulgões do algodoeiro (Aphis gossypii)/folha (P), e percentagem de eficiência (%E) dos diferentes tratamentos, na cultura do algodão. Goiânia - GO, Tratamentos Dose em Dias após ml ou g do 1ºaplicação 2ºaplicação 3ºaplicação p.c./ha P* %E P* %E P* %E P* %E P* %E P* %E Testemunha - 25,7a - 37,7a - 23,5a - 26,5b - 152ab - 209,2a - Oberon ,7a 0 22,0abc 41 9,0a 61 11,25a 57 94,2ab 38 44,7bc 78 Oberon ,5a 28 36,7ab 2 51,2a 0 49,7b 0 58,0ab 61 70,7b 66 Oberon + Provado ,2a 59 10,0bc 73 27,5a 0 18,0b 32 41,7ab 72 23,2bc 88 Oberon + Provado ,0a 70 7,4bc 80 17,5a 25 13,0b 50 6,5b 95 10,5bc 94 Polo ,7a 19 7,2c 80 7,2a 69 36,7b 0 51,7ab 66 7,0c 96 Pirate + Vertimec ,0a 0 27,7abc 26 15,5a ,5a 0 310,7a 0 55,5bc 73 CV% - 36,7-43,3-60,0-27,2-66,3-50,5 - *Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade segundo o Teste de Duncan. (% E) = percentagem de eficiência calculada pela fórmula de Abbott.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA DELANO M. C. GONDIM, J-L. BELOT, P. SILVIE & N. PETIT. Manual de identificação das pragas, doenças, deficiências minerais e injúrias do algodoeiro no Brasil. 3 º ed. Cascavel, PR., COODETEC/CIRAD-CA. Boletim Técnico, 1999, 33:120p. DEGRANDE P.E Guia prático de controle das pragas do algodoeiro. Dourados: UFMS. 60p. GALLO D., O. NAKANO, S. SILVEIRA-NETO, R. P. L.CARVALHO, G. C. BATISTA, E. BERTI FILHO, J. R. P. PARRA, R. A. ZUCCHI, S. B. ALVES & J. D. VENDRAMIM, L. C. MARCHINI, J. R. S. LOPES & C. OMOTO. Entomologia Agrícola. Piracicaba, SP: FEALQ, p. NAKANO O, S. SILVEIRA NETO & R. A. ZUCCHI. Entomologia econômica. São Paulo, Ceres p. SANTOS W. J. DOS. Manejo Integrado de Pragas do Algodoeiro. IN: Mato Grosso Autoeficiência - O algodão a caminho do sucesso. Fundação de Apoio à pesquisa agropecuária do Mato Grosso. Rondonópolis, MT. Boletim de Pesquisa, p.