AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE PREVISÃO PARA O MÍLDIO DA CEBOLA
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- Luiz Felipe Aranha de Sousa
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1 AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE PREVISÃO PARA O MÍLDIO DA CEBOLA Jaqueline CARVALHO 1, Leandro Luiz MARCUZZO 2 1 Bolsista PIBIC-EM/CNPq; 2 Orientador IFC-Campus Rio do Sul Introdução Segundo dados do IBGE (2016) a cultura da cebola (Allium cepa L.) ocupa hectares, com uma produção de 1.461,580 toneladas e um rendimento médio de Kg/ha. O Estado de Santa Catarina compreende a maior área de cultivo da que em 2015 apresentou a produção de toneladas representando quase 29,2% do total produzido do país, numa área plantada de hectares, sendo que 70% esta concentrada na região do Alto Vale do Itajaí. Na cultura da cebola são diversos os fatores que contribuem para a baixa produtividade da cultura, e dentre estas estão às doenças que causam prejuízos significativos à cultura. Na região do Vale do Itajaí uma característica agravante é a de que o cultivo da cebola coincide com a ocorrência de temperaturas amenas e alta umidade, que associado ao monocultivo reflete na alta incidência do míldio causado por Peronospora destructor (WORDELL e BOFF, 2006; BOFF, 1996). No entanto, como se conhece que muitos dos tratamentos fitossanitários utilizados na cultura são realizados de forma inadequada, sem saber se há necessidade ou não de aplicar agrotóxicos e o excesso dessa carga residual acaba contaminando o lençol freático, solo e águas superficiais, portanto impactando todo o ambiente (DELLAMATRICE, 2000). Uma das maneiras de reduzir o uso de agrotóxicos é de conhecer quais as condições que favorecem a ocorrência de patógenos sobre as plantas, além da necessidade de saber o momento correto de aplicação dos produtos químicos na cultura através de um sistema de previsão para ocorrência da doença em condições de campo (BARRETO et al., 2004; BARRETO & SCALOPPI, 2000). Na cultura da cebola no estado e no Brasil é desconhecido um sistema de previsão para o controle dessa doença. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de
2 sistema de previsão que possa servir de base para controle da doença da região do Vale do Itajaí. Material e Métodos O experimento será realizado no Instituto Federal Catarinense Campus de Rio do Sul, no município de Rio do Sul SC, (Latitude: 27º11 07 S e Longitude: 49º39 39 W, altitude 655 metros). Mudas de cebola do cultivar Empasc 352/Bola Precoce serão produzidas em canteiros e transplantadas a campo em experimento contendo quatro repetições com área de 1,65m X 2,00m com 33 cm entre fileiras e de 10 cm entre plantas. Para avaliação de míldio 10 plantas em cada repetição serão previamente escolhidas e demarcadas aleatoriamente O valor de VDS (Valores de severidade diária) será baseado no sistema Wallin (1962) expresso em: Relação de amplitudes de temperatura e de duração de umidade relativa 90% para produzir valores de severidade de 0 a 4 Amplitude de temperatura média ( C) Valores de severidade (VDS) Horas com umidade relativa 90% ,2-11, >25 11,7-15, >22 15,1-26, >19 O sistema consistirá de 5 tratamentos, sendo: T1 Pulverização de fungicida com acúmulo de 6 VDS; T2 Pulverização de fungicida com acúmulo de 8 VDS; T3 Pulverização de fungicida com acúmulo de 10 VDS T4 Pulverização de fungicida com acúmulo de 12 VDS; T6 Pulverização de fungicida a cada 5 dias; T7 Pulverização de fungicida a cada 7 dias. A testemunha sem aplicação de fungicida será instalada 5 metros do local para não interferir nos tratamentos, dentro das mesmas condições de condução para os tratamentos.
3 As pulverizações serão realizadas com um pulverizador costal 20 litros para não intervir nos tratamentos. Na ocorrência de 25 mm de chuva, todos os tratamentos eram pulverizados e reiniciados a contagem do sistema. Também semanalmente através da análise visual da porcentagem de área foliar afetada pela doença (Wordell Filho & Stadnik, 2006) será avaliada a severidade do míldio da cebola das plantas demarcadas. A severidade da doença ao longo do ciclo foi integralizada e calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), através da fórmula: AACPD = [(y1+y2)/2]*(t2-t1), onde y1 e y2 refere-se a duas avaliações sucessivas da intensidade da doença realizadas nos tempos t1 e t2, respectivamente. A avaliação da produtividade (ton.ha- 1 ) juntamente a AACPD serão submetidos à análise de variância pelo teste F. A média do tratamento testemunha foi comparado com a média de cada um dos tratamentos pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade e as médias entre os tratamentos do sistema de previsão e convencional serão comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5%. Resultados e discussão Conforme descrito na Tabela 1 o numero de pulverizações apresentou diferença quando comparado os tratamentos. Com o VDS 6 foi obtido o maior numero de pulverizações, com 18 pulverizações, enquanto o menor numero de pulverizações foi obtido com o VDS 12 com o total de 7 pulverizações. Tabela 1. Número de pulverizações em diferentes regimes de pulverização. IFC/Campus Rio do Sul, 2015 Tratamento Número de pulverizações VDS 6 18 VDS 8 14 VDS VDS 12 7 A cada 5 dias 14 A cada 7 dias 10
4 Verificou-se na tabela 2 que não houve diferença significativa, no entanto o numero de pulverização a cada 5 dias com 14 pulverizações quando comparado a severidade, esta apresentou o menor valor de severidade, demonstrando que com menos pulverizações há eficiência na redução da severidade. Tabela 2. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), severidade final (%) do míldio e produtividade comercial (Kg.ha -1 ) de cebola em diferentes regimes de pulverização em comparação a testemunha. IFC/Campus Rio do Sul, 2015 Parâmetros avaliados Tratamento Severidade final AACPD (%) Produtividade (Kg.ha -1 ) VDS ns 28 ns ns VDS VDS VDS A cada 5 dias A cada 7 dias CV (%) 19,1 9,8 16,1 Testemunha 992* 42* * ns-não significativo pelo teste F. *média difere dos tratamentos pelo teste Dunnett 5%. Entre os tratamentos não houve diferença significativa para Severidade e produtividade, no entanto a severidade foi maior na testemunha com 42% e a produtividade também foi menor neste tratamento com kg.ha -1. Verifica-se que a severidade apresenta influência direta com a produtividade, quando comparamos o tratamento com aplicação de fungicida a cada 5 dias que apresenta uma severidade de 27% e produtividade de kg.ha -1. Não houve diferença significativa para AACPD.As plantas testemunhas apresentaram AACPD de 992. Apresentando diferenças estatísticas quando comparado ao demais tratamento em 5%, sendo relativamente altas quando comparado aos dados de Wordell Filho et. al.,(2007) em que as testemunhas apresentaram a AACPD de 929,69. Conclusão O tratamento com VDS 12 apresentou o menor numero de pulverizações enquanto a pulverização a cada 7 e a cada 5 dias foram realizadas 10 e 14 aplicações respectivamente, no entanto a menor severidade foi com aplicação a cada 5 dias e a
5 produtividade foi de Kg.ha -1, não diferindo do tratamento com aplicação a cada 7 dias. Referências BARRETO, M.; SCALOPPI, E. A. G. Sistema de previsão de doenças de hortaliças. In: ZAMBOLIM, L. (Ed.). Manejo integrado de doenças, pragas e plantas daninhas. Viçosa: UFV, p , BARRETO, M.; VALE, F. X. R; PAUL, P. A.; et al. Sistemas de previsão e estação de aviso. In: VALE, F. X. R.; JESUS JUNIOR, W. C.; ZAMBOLIM, L. Epidemiologia aplicada ao manejo de doenças de plantas. Belo Horizonte: Perfill, p , BOFF, P. Levantamento de doenças na cultura da cebola, em Santa Catarina. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.21, p , DELLAMATRICE, P. M. Degradação do herbicida 14C Diuron por Acinetobacter baumannii e pela microbiota do solo Dissertação (Mestrado em Ciências) Energia nuclear na agricultura - Universidade de São Paulo-USP, Piracicaba, IBGE. Levantamento sistemático da produção agrícola. Disponível em:< tm>. Acesso em: 16 mai WALLIN, J. R. Summary of recent progress in predicting late blight epidemics in United States and Canada. American Potato Journal, Orono, v.39, p , WORDELL FILHO, J. A.; BOFF, P. Míldio. In: WORDELL FILHO, J. A.; ROWE, E.; GONÇALVES, P. A. et al. Manejo Fitossanitário na cultura da cebola. Florianópolis: EPAGRI, p.31-43, WORDELL FILHO, J. A.; STADNIK, M. J. Efeito de produtos alternativos no controle do míldio e na produtividade da cebola no Alto Vale do Itajaí. Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v. 19, n.1, p.40-45, WORDELL FILHO, J. A.; MARTINS, D. A S.; Marciel, J. Aplicação foliar de Tratamentos Para o Controle do míldio e da podridão-de-escamas de bulbos de cebola.horticultura Brasileira, v..25, n.4, p , 2007.
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