Estagiário Fundação Chapadão convenio UEMS, Rodovia MS 306, km 06, Cassilândia. 3

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1 EFEITO DO MOMENTO DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NO CONTROLE DA MANCHA BRANCA (Phaeosphaeria maydis) NA CULTURA DO MILHO, CULTIVADO NA REGIÃO DOS CHAPADÕES Alfredo Riciere Dias (1), Eric Fabiano Seraguzi (2), Edson Pereira Borges (1), Lennis Afraire Rodrigues (3), Tiago da Silva Rodrigues (2), Rafael Gonçalves Vilela (1) Introdução O milho (Zea mays L.) sempre foi uma cultura considerada rústica, porém a sua ampla distribuição geográfica e o alargamento das épocas de semeadura tornou a cultura mais exposta a uma extensa gama de doenças, que podem afetar a quantidade e qualidade dos grãos produzidos (PEREIRA et al., 2005). Uma série de doenças afetam as folhas, colmos e espigas (BALMER; PEREIRA, 1987), sendo as doenças foliares responsáveis pela redução de 40% de produtividade (CASA; REIS, 2003). A mancha branca (Phaeosphaeria maydis) é uma das principais doenças foliares do milho. Segundo Godoy et al. (2001), folhas com severidade da doença entre 10 e 20% mostraram reduções de 40% na taxa líquida da fotossíntese. Tem-se notado nos cultivos em regiões de Cerrado o favorecimento deste patógeno por temperaturas noturnas amenas variando de 15ºC a 20ºC e temperaturas diurnas acima de 28ºC, associadas a baixa umidade (CAMPOS et al., 2013) tornando o cultivo do milho safrinha favorável ao desenvolvimento dessa doença. As lesões são necrosadas com coloração palha e forma oval, atingindo de 0,3 a 2 cm de diâmetro (CASELA et al., 2006). Seu manejo consiste na adoção de cultivares resistentes, plantio antecipado, rotação de culturas (CASELA et al., 2006) e controle químico no momento adequado. O momento de aplicação depende do ciclo da cultura e dos patógenos presentes, havendo necessidade de adequação para cada caso e cada região. 1 Engenheiro-Agrônomo, Pesquisador da Fundação Chapadão, BR 060, km 11, Chapadão do Sul, MS. alfredo@fundacaochapadao.com.br 2 Estagiário Fundação Chapadão convenio UEMS, Rodovia MS 306, km 06, Cassilândia. eric_sergauzi@hotmail.com 3 Engenheira-Agrônoma, Estagiaria Fundação Chapadão convênio Pós-Graduação UFMS. lennis@fundacaochapadao.com.br 2 [1]

2 O objetivo deste trabalho foi avaliar a severidade e progresso da mancha branca no cultivo do milho safrinha e sua produtividade frente a diferentes momentos de aplicação de fungicidas, em Chapadão do Sul, MS. Material e Métodos O experimento foi conduzido na safra 2012/2013, em área experimental da Fundação Chapadão, em Chapadão do Sul MS, nas coordenadas geográficas S 018º46 32,3 W 052º38 42,9 de longitude oeste, a uma altitude média de 810 m. O híbrido de milho utilizado foi Formula, semeado no dia 12 de dezembro de 2012, logo após dessecação das plantas remanescentes, com herbicida Roundup WG 2,0 kg ha -1 + Aurora 50 ml ha -1 + Assist 0,5%. O solo foi corrigido com 400 kg ha -1 da formulação na semeadura, e com 100 kg ha -1 de KCl e 330 kg ha -1 de Serrana em adubação de cobertura, sendo que o sistema de produção utilizado foi o de semeadura direta. O tratamento das sementes foi realizado com Cruiser 350 fs (120 ml ha -1 ) + Maxim XL (100 ml ha -1 ) e, para controle de lagartas e percevejos foram utilizados Engeo Pleno 200 ml ha -1 ; Larvin + Certero (200 ml + 50g ha -1 ) e Lannate + Dimilin (800 ml + 30g ha -1 ). O controle de plantas daninhas foi realizado com uma aplicação de Atrazina na dose de 4 L ha -1 + Sanson 150 ml ha -1 + Assist 0,5%., em pós-emergência do milho e das plantas daninhas. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas constituíram-se de 4 linhas, espaçadas 0,90 m entre si, e com comprimento de 5,5 metros, resultando em 19,8 m 2, considerando área útil para a coleta dos dados as 2 linhas centrais. O experimento foi constituído por 8 tratamentos (Tabela 1), sendo eles a aplicação, em diferentes momentos, do fungicida + adjuvante. Foram escolhidas ao acaso e identificadas dez plantas por parcela para as avaliações. Estimou-se a severidade de cada doença nas duas folhas abaixo e acima da inserção da espiga, com o auxilio da escala diagramática proposta por Nascimento et al., (2002), adaptado por Dias. Os índices médios de severidade observados foram [2]

3 transformados em Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), calculados conforme procedimento proposto por Campbell e Madden (1990). Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade. Com a utilização do programa estatístico SASM - Agri (CANTERI et al., 2001). Tabela 1. Tratamentos e doses utilizadas no controle de mancha branca (Phaeosphaeria maydis) na cultura de milho safrinha. Tratamento Ingrediente Ativo Concentração Dose Momento de (g.kg -1 ) (ml.pc.ha -1 ) Aplicação 1- Testemunha Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% V8 3- Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% Pré Pendão 4- Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% Pré Pendão Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% V8 >Pré Pendão 6- Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% V8 7- Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% Pré Pendão 8- Opera+Assist Piraclostrobina+Epoxiconazol ,5% V8 >Pré Pendão O equipamento utilizado para a aplicação foi um pulverizador costal com pressão constante tipo CO 2, com seis pontas de pulverização, pressão de 3,0 bar e volume da calda referente a 150 l.ha -1, e condições climáticas favoráveis à aplicação como segue na Tabela 2. Tabela 2. Dados das pulverizações. Estádio (+dias) Data Horas T ( 0 C) UR (%) Bicos Pressão Volume (bar) (l.ha -1 ) V8 01/02 17: XR ,0 150 Pré-Pendão 14/02 15: XR ,0 150 Pré-pendão /03 15: XR ,0 150 [3]

4 Resultados e Discussão Através da análise de variância se verificou que os tratamentos não diferiram significativamente entre si para o parâmetro área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), corroborando com trabalho realizado por Costa et al. (2011), utilizando diferentes fungicidas e diferente número de aplicações, onde também não foram observadas alterações para AACPD, quanto ao momento de aplicação (Tabela 3). Tabela 3. Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) de mancha branca (Phaeosphaeria maydis) e produtividade (sc ha -1 ), com umidade dos grãos corrigida para 14%, na cultura do milho. Chapadão do Sul-MS, safra 2012/13. Fundação Chapadão, Tratamento Dose (ml ha -1 ) Estádio (+dias) no momento da aplicação AACPD* Produtividade* (sc ha -1 ) 1- Testemunha ,25 a 135,52 b 2- Opera+Assist 750+0,5% V8 274,75 a 148,40 b 3- Opera+Assist 750+0,5% Pré Pendão 240,50 a 146,70 b 4- Opera+Assist 750+0,5% Pré Pendão ,75 a 142,92 b 5- Opera+Assist 750+0,5% V8 >Pré Pendão 247,25 a 160,10 a 6- Opera+Assist 750+0,5% V8 271,25 a 150,05 b 7- Opera+Assist 750+0,5% Pré Pendão 280,75 a 163,37 a 8- Opera+Assist 750+0,5% V8 >Pré Pendão 257,25 a 162,75 a *Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si na coluna (Skott-Knott, 5%). Koguishi (2011), ao realizar aplicações de fungicidas em diferentes estádios fenológicos da cultura do milho, observa melhor eficiência de controle de mancha branca em aplicações em R2. Campos et al. (2013) afirma que o maior sucesso no controle químico das manchas foliares que ocorrem no milho é obtido comumente quando esta aplicação é realizada no pré-pendoamento, entretanto diversos fatores afetam o sucesso do controle químico como a severidade da doença, pressão de inóculo, condições climáticas e a especificidade do produto à doença em questão. A maior produtividade foi obtida no tratamento 7, no qual realizou-se a aplicação de fungicida em pré-pendão e 15 dias após, entretanto não houve diferença estatística dos tratamentos 5 e 8. Já os demais tratamentos apresentaram médias inferiores de produtividade. Contudo as variações da produtividade refletem o controle de outras doenças foliares, as quais foram controladas pelo uso deste fungicida composto por estrobilurina + triazol. [4]

5 Conclusões Nas condições em que o trabalho foi realizado não foi observado efeito da época de aplicação do produto Piraclostrobina+Epoxiconazol no controle da mancha branca. Entretanto observou-se melhor produtividade para o tratamento com uma aplicação em pré-pendão e outra após 15 dias. Referências BALMER, E.; PEREIRA, O.A.P. Doenças do milho. In: Paterniani, E.; Viegas, G.P. (Eds.) Melhoramento e produção do milho. Melhoramento e produção do milho. 2.ed. Campinas. Fundação Cargill, v.2. p CAMPBELL, C. L.; MADDEN, L. V. Introduction to plant disease epidemiology. New York NY. Wiley, CANTERI, M. G., ALTHAUS, R. A., VIRGENS FILHO, J. S., GIGLIOTI, E. A., GODOY, C. V. SASM - Agri : Sistema para análise e separação de médias emexperimentos agrícolas pelos métodos Scoft - Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, V.1, N.2, p CASA, R. T.; REIS E. M. Doenças da cultura do milho. In: FANCEI A. L.; DOUTORADO NETO, D. Milho: estratégia de manejo para a alta produtividade. Piracicaba: ESALQ, LPV, P. 1-18, CASELA, C.R.; FERREIRA, A.S.; FERNANDES, F.T.; PINTO, N.F.J.A. Cultivo do Milho, Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo: Sistemas de Produção, Versão eletrônica, 2 ed., Disponível em: < oencasfoliares.htm>. Acesso em : 30 set CAMPOS, H. D.; SILVA, L. H. C. P.; SILVA, J. R. C.; COPPETTI, E. S.; RIBEIRO, G. C. Doenças na cultura do milho safrinha na região do cerrado e estratégias para o controle. In: Algodão, Milho Safrinha e culturas de inverno. Fundação Chapadão, p COSTA, R.V.; COSTA, L.V.; SILVA, D.D.; LANZA, F.E. Recomendação para o controle químico da mancha branca do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA Milho e Sorgo, p. (EMBRAPA Milho e Sorgo. Circular Técnica, 167). KOUGUISHI, L. Aplicação de fungicidas em diferentes estádios fenológicos da cultura do milho (Zea mays) no controle de doenças f. Tese (Mestrado em Agronomia [5]

6 Área de Concentração: Fitopatologia) Universidade Federal de Ponta Grossa, Ponta Grossa. NASCIMENTO, M. A. do; ANDRADE, E. C. de; VRIESMANN, L. M.; CANTERI, M. G. HelMap - Software de Treinamento dos Avaliadores das Principais Doenças da Cultura do Milho. Projeto de Extensão com o apoio da PROPESP UEPG PEREIRA, O. A. P.; CARVALHO, R. V. de & CAMARGO, L. E A. Doenças do Milho (Zea mays). In: Ed. KIMATI, H. et al., Manual de Fitopatologia, São Paulo: Agronômica Ceres, 4 ed., v. 2, p , [6]