Superior Tribunal de Justiça

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Superior Tribunal de Justiça"

Transcrição

1 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2009/ ) RECORRENTE ADVOGADOS RECORRIDO ADVOGADO : SANDRA APARECIDA PENARIOL DUARTE : FRANCISCO CASSIANO TEIXEIRA E OUTRO(S) RENATO OLIVEIRA RAMOS : ROSEMARI APARECIDA AFFONSO : LUIZ JOAQUIM BUENO TRINDADE E OUTRO(S) RELATÓRIO A EXMA. SRA. MINISTRA NANCY ANDRIGHI (Relator): Trata-se de recurso especial interposto por SANDRA APARECIDA PENARIOL DUARTE em face de ROSEMARI APARECIDA AFFONSO, objetivando à reforma de acórdão exarado pelo TJ/SP no julgamento de agravo de instrumento. Procedimento especial de jurisdição contenciosa: de inventário dos bens deixados por GENÉSIO LUIZ PENARIOL, pai da ora recorrente e companheiro da recorrida. Atualmente, é a filha, ora recorrente, quem exerce o cargo de inventariante no processo. A controvérsia se estabelece em torno da titularidade da herança. O inventariado foi casado, inicialmente, com DIVA APARECIDA ROSALIS PENARIOL, de cuja união resultou o nascimento da recorrente, sua primeira e única filha. Após o falecimento de sua esposa, o inventariado constituiu união estável com a ora recorrida, ROSEMARI APARECIDA AFFONSO, junto de quem viveu por mais de trinta anos, de 1973 até a data de sua morte, em 1º/3/2006. No período anterior à união estável, o falecido angariou alguns bens, mas a maior parte de seu patrimônio foi constituída no curso de seu relacionamento com a recorrida. A principal parcela da controvérsia ora discutida se estabeleceu em torno da interpretação da regra do art , do CC/02. O Juízo de 1º Grau determinou, por decisão, que o patrimônio do falecido, adquirido na constância de sua união estável, fosse dividido da seguinte forma: 50% dos bens se destinariam à companheira, por força da meação (art do CC/02); e o remanescente seria dividido entre ela e a filha do de cujus, na proporção de dois terços para a filha e um terço para a companheira (art do CC/02). Com isso, do montante total do patrimônio não-reservado do de cujus, sua Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 1 de 14

2 companheira deteria 66,6% e sua filha, 33,3%. Agravo de instrumento: interposto pela filha. No recurso, ela argumenta que a divisão determinada pelo Juízo de Primeiro Grau implicaria interpretação absurda para a norma do art do CC/02, à medida que concederia à mera companheira mais direitos sucessórios do que ela teria se tivesse contraído matrimônio, pelo regime da comunhão parcial, com o de cujus. O Tribunal negou provimento ao agravo, nos termos da seguinte ementa: "SUCESSÃO DA COMPANHEIRA. Herança. Meação. Inconstitucionalidade do art , II, do CC/02. Farta discussão doutrinária, que não justifica a ampliação ou redução do texto legal pelo intérprete e aplicador do direito. Inconstitucionalidade não ocorrente, na hipótese. Companheira sobrevivente que faz jus à meação e mais a metade do que couber à herdeira na partilha dos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. Inteligência dos art , II, 1.829, I do CC/02 e do art º da CF. Recurso improvido." Recursos especial: interposto com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional. A recorrente alega violação aos arts , II, 1.829, I e 1.725, todos do CC/02, bem como à norma do art. 984 do CPC. O recurso especial não foi admitido, na origem. Todavia, para melhor análise da controvérsia determinei a subida desse recurso por ocasião do julgamento do Agravo de Instrumento nº /SP. Recurso extraordinário: interposto. Medida cautelar: proposta visando atribuir efeito suspensivo ao referido recurso especial (MC nº /SP), cuja liminar foi deferida, em julgamento colegiado, pela 3ª Turma, nos termos de acórdão com a seguinte ementa: "Medida cautelar. Atribuição de efeito suspensivo a recurso especial. Inventário. De cujus que, após o falecimento de sua esposa, com quem tivera uma filha, vivia, em união estável, há mais de trinta anos com sua companheira, sem contrair matrimônio. Incidência, quanto à vocação Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 2 de 14

3 hereditária, da regra do art do CC/02. Alegação, pela filha, de que a regra é mais favorável para a convivente que a norma do art. 1829, I, do CC/02, que incidiria caso o falecido e sua companheira tivessem se casado pelo regime da comunhão parcial. Afirmação de que a Lei não pode privilegiar a união estável, em detrimento do casamento. Medida liminar parcialmente deferida, apenas para determinar a partilha, no inventário, da parcela incontroversa do patrimônio, promovendo-se reserva de bens. - O art do CC/02, que regula a sucessão do 'de cujus' que vivia em união estável com sua companheira, estabelece que esta concorre com os filhos daquele na herança, calculada sobre todo o patrimônio adquirido pelo falecido durante a convivência. Trata-se de regra oposta à do art do CC/02, que, para a hipótese de ter havido casamento pela comunhão parcial entre o 'de cujus' e a companheira, estabelece que a herança do cônjuge incida apenas sobre os bens particulares. - A diferença nas regras adotadas pelo código para um e outro regime gera profundas discrepâncias, chegando a criar situações em que, do ponto de vista do direito das sucessões, é mais vantajoso não se casar. - A discussão quanto à legalidade da referida diferença é profundamente relevante, de modo que se justifica o deferimento da medida liminar pleiteada em ação cautelar, para o fim de reservar os bens controvertidos no inventário 'sub judice', admitindo-se a partilha apenas dos incontroversos. Medida liminar parcialmente deferida." É o relatório. Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 3 de 14

4 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2009/ ) RELATORA RECORRENTE ADVOGADOS RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRA NANCY ANDRIGHI : SANDRA APARECIDA PENARIOL DUARTE : FRANCISCO CASSIANO TEIXEIRA E OUTRO(S) RENATO OLIVEIRA RAMOS : ROSEMARI APARECIDA AFFONSO : LUIZ JOAQUIM BUENO TRINDADE E OUTRO(S) VOTO A EXMA. SRA. MINISTRA NANCY ANDRIGHI (Relator): I - Delimitação da controvérsia Cinge-se a controvérsia a estabelecer como se divide a herança na hipótese em que o de cujus deixou companheira, com quem não contraiu casamento, e um herdeiro, advindo de matrimônio anterior. O foco da questão está na interpretação conjunta das seguintes normas: (i) art. 226, 3º, da CF, que trata da proteção da União Estável; (ii) art do CC/02, que equipara, quanto aos efeitos patrimoniais, o regime da união estável e o do casamento pelo regime da comunhão parcial; (iii) art do CC/02, que contém regra específica sobre a sucessão quando há união estável; e, finalmente, (iv) art do CC/02, que regula a sucessão quando há casamento pela comunhão parcial, em vez de União Estável. II - A garantia da meação na União Estável Para a solução da controvérsia, a primeira observação a ser feita é a de que o art do CC/02 estabelece, de maneira clara, a comunhão entre companheiro e companheira de todos os bens adquiridos na constância da união estável. A união estável ora discutida é anterior à promulgação do CC/02, mas, ainda assim, tal previsão é mero corolário do que já dispunha, timidamente, o art. 3º da Lei nº 8.971/94 e, de maneira mais ampla, o art. 5º da Lei nº 9.278/96, na esteira da interpretação iniciada com a conhecida Súmula nº 380/STF. Ou seja, tanto na hipótese de casamento, como na de união estável, Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 4 de 14

5 deve ser, sempre, ressalvada a meação ao cônjuge ou companheiro sobrevivente. Com isso afasta-se, de plano, a pretensão preliminarmente manifestada no recurso, de retirar da recorrida, companheira do de cujus por mais de trinta anos, o direito de receber metade do patrimônio amealhado durante o longo período de convivência. III - A sucessão (arts e do CC/02) Estabelecida essa premissa, observa-se que há duas normas totalmente distintas para regular a sucessão: Uma, para a hipótese de união estável (art , do CC/02). Outra, para a hipótese de casamento (art , do mesmo diploma legal). Especificamente no que interessa para a hipótese sob julgamento, em que concorrem, na herança, o companheiro sobrevivente e a filha advinda do primeiro casamento do de cujus, o art do CC/02 dispõe, quanto à companheira, o seguinte: "Art A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles". (...) Ou seja, aplicando-se diretamente essa norma, tem-se que a companheira, aqui, receberia metade de todo o patrimônio amealhado pelo casal durante a união (meação - art do CC/02). A outra metade seria dividida entre ela e a única filha do de cujus. A filha receberia dois terços do remanescente e a companheira receberia um terço. A proporção, portanto, seria de 66,6% para a companheira e 33,3% para a filha. Frise-se que essa divisão diz respeito apenas ao patrimônio adquirido onerosamente depois da união estável. O patrimônio particular do falecido não se comunica com a companheira, nem a título de meação, nem a título de herança. Tais bens serão integralmente transferidos à filha. A irresignação da recorrente está em que tal regra sucessória seria Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 5 de 14

6 completamente diferente se o de cujus tivesse contraído matrimônio com a recorrida. Para essa hipótese, o art , inc. I do CC/02 determina: Art A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art , parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; (...) A redação ambígua dessa norma tem suscitado muitas dúvidas na doutrina, e três correntes se estabeleceram, interpretando tal dispositivo de maneira completamente diferente. São elas: Civil III.1) Primeira corrente: Enunciado 270, da III Jornada de Direito A primeira corrente deriva do Enunciado 270, da III Jornada de Direito Civil, organizada pelo Conselho da Justiça Federal, que dispõe: Enunciado 270 Art : O art , inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcial ou participação final nos aqüestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes. De acordo com esse entendimento, a sucessão do cônjuge obedeceria as seguintes regras: (i) se os cônjuges se casaram pelo regime da comunhão universal, o sobrevivente não concorre com os filhos na sucessão, já que recebeu suficiente patrimônio em decorrência da meação (incidente, nesta hipótese, sobre todo o patrimônio Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 6 de 14

7 do casal, independentemente da data de aquisição); (ii) se o casamento se deu pela separação obrigatória, entendida essa como a separação legal de bens, também não concorrem cônjuge e filhos, porque isso burlaria o sistema legal; (iii) finalmente, se o casamento tiver sido realizado na comunhão parcial (ou nos demais regimes de bens), há duas possibilidades: (iii.1) se o falecido deixou bens particulares (a semelhança do que ocorre nestes autos), o cônjuge sobrevivente participa da sucessão, porém só quanto a tais bens, excluindo-se os bens adquiridos na constância do matrimônio, porque eles já são objeto da meação; (iii.2) se não houver bens particulares, o cônjuge sobrevivente não participa da sucessão (porquanto sua meação seria suficiente e se daria, aqui, hipótese semelhante à da comunhão universal de bens). Para maior clareza, pode-se elaborar um quadro, demonstrativo das regras gerais de sucessão legítima, conforme a 1ª corrente estudada, nas hipóteses em que o falecido tenha deixado descendentes e cônjuge/companheiro(a) : Regimes Meação Cônjuge/companheiro herda Cônjuge/companheiro herda bens bens particulares? comuns? União estável Sim Não Sim, em concurso com os descendentes Comunhão universal Sim Não Não Comunhão parcial Sim Sim, em concurso com os Não descendentes. Separação obrigatória Não Não Não Separação convencional definido Não, em princípio Sim, em concurso com descendentes. Não há, em princípio, bens comuns. Também corroboram esse entendimento ANA CRISTINA DE BARROS MONTEIRO FRANÇA PINTO (atualizadora do Curso de Direito Civil de WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, Vol. 6 37ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pág. 97), NEY DE MELLO ALMADA (Sucessões, São Paulo: Malheiros, 2006, pág. 175), entre outros. Frise-se que esse quadro tem, como objetivo, apenas pinçar orientações gerais sobre a matéria, sem pretensão de debruçar-se sobre as peculiaridades de cada um dos regimes de bens, ou esgotar discussões doutrinárias e jurisprudenciais que cada um Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 7 de 14

8 deles pode suscitar. É de conhecimento geral que a interpretação das novas regras de sucessão, notadamente o art , I, do CC/02, tem gerado intensa controvérsia que, por não ser objeto especificamente deste processo, não será, aqui, esgotada. III.2) Segunda corrente: Herança sobre o patrimônio total A segunda e majoritária corrente doutrinária acerca da interpretação do art , I, do CC/02, defende uma ideia substancialmente diferente. Os seus partidários, a exemplo dos defensores do Enunciado 270 das Jornadas, separam, no casamento pela comunhão parcial, a hipótese em que o falecido tenha deixado bens particulares, e a hipótese em que ele não tenha deixado bens particulares (sempre considerando a existência de descendentes). Se o cônjuge pré-morto não tiver deixado bens particulares, o supérstite não recebe nada, a título de herança. Contudo, se o autor da herança tiver deixado bens particulares, o cônjuge herda, nas proporções fixadas pela Lei (arts. 1830, 1832 e 1837), não apenas os bens particulares, mas todo o acervo hereditário. MARIA HELENA DINIZ defende essa tese com os seguintes fundamentos (Curso de Direito Civil Brasileiro, v. 6: direito das sucessões 20 a ed. rev. e atual. de acordo com o Novo Código Civil São Paulo: Saraiva, 2006, págs. 124 e ss.): (i) a herança é indivisível, deferindo-se como um todo unitário (art ). Assim, não há sentido em dividi-la apenas nas hipóteses em que o cônjuge concorre, na sucessão; (ii) se o cônjuge sobrevivente for ascendente dos demais herdeiros, terá a garantia de 1/4 da herança. Essa garantia é incompatível com sua quase-exclusão, na hipótese em que o falecido tiver deixado poucos bens; (iii) o cônjuge supérstite é herdeiro necessário, e não há sentido em lhe garantir a legítima se ele não herdará, no futuro, esse patrimônio; (iv) em um regime de separação convencional, as partes podem firmar pacto antenupcial disciplinando a comunicação dos aquestos, e não obstante o cônjuge sobrevivente os herdará. Não há sentido em restringir tal direito apenas na comunhão parcial; Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 8 de 14

9 (v) meação e herança são institutos diversos. No falecimento, a meação do falecido passa a integrar seu patrimônio, não havendo razão para destacá-la para fins de herança. Para os defensores dessa corrente, o quadro supra referido restaria da seguinte forma (sempre na hipótese de o falecido ter deixado bens particulares e filhos): Regimes Meação Cônjuge/companheiro herda Cônjuge/companheiro herda bens bens particulares? comuns? União estável Sim Não Sim, em concurso com os descendentes Comunhão universal Sim Não Não Comunhão parcial Sim Sim, em concurso com os descendentes. Sim, em concurso com os descendentes Separação obrigatória Não Não Não Separação convencional definido Não, em princípio Sim, em concurso com descendentes. Sim, se os houver, em concurso com os descendentes III.3) Terceira corrente: Interpretação Invertida A terceira corrente que se formou para a interpretação do art , I, do CC/02, inverte as ideias defendidas pelas anteriores. Encabeçada por MARIA BERENICE DIAS, defende que a sucessão do cônjuge fica excluída na hipótese de o falecido ter deixado bens particulares ( Ponto Final, disponível em: < > Acesso 23 Set. 2009). Enquanto os defensores da primeira e da segunda correntes apenas reconheciam, ao cônjuge casado pelo regime da comunhão parcial de bens, o direito à sucessão na hipótese de o falecido ter deixado bens particulares, esta terceira linha de pensamento defende que só há sucessão na hipótese em que ele não os deixou, concorrendo o cônjuge sobrevivente com os descendentes, na herança dos bens comuns. Pelo sistema defendido por esta corrente, o quadro, para as hipóteses em que o falecido deixou bens particulares e filhos, ficaria da seguinte forma: Regimes Meação Cônjuge/companheiro herda bens particulares? Cônjuge/companheiro herda bens comuns? Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 9 de 14

10 União estável Sim Não Sim, em concurso com os descendentes Comunhão universal Sim Não Não Comunhão parcial Sim Não há herança do cônjuge, se houver bens particulares. Sim, em concurso com os descendentes. Separação legal Não Não Não Separação convencional definido Não, em princípio Sim, em concurso com os descendentes Sim, se os houver, em concurso com os descendentes IV - Solução da controvérsia Na hipótese dos autos, o cerne da controvérsia diz respeito a apurar se é admissível, no panorama constitucional brasileiro, que a regra, quanto à sucessão, seja mais favorável à companheira supérstite do que seria caso ela tivesse contraído matrimônio, dadas as diferenças entre o art e o art , I, do CC/02. Nesse contexto, a exposição das três teorias existentes para a interpretação do art , I, do CC/02, assume importância para se apurar se realmente a regra do art é, para a companheira, mais vantajosa que a disciplina de sucessão do cônjuge. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que não se pode dizer que há vantagem em um ou em outro regime familiar, tomando-se em consideração somente para as regras de sucessão legítima. Ainda que, em dados momentos, a regra de sucessão legítima seja mais vantajosa para o companheiro, isso não significa que o regime da União Estável seja necessariamente mais vantajoso que o casamento, do ponto de vista global. Há diversos benefícios conferidos pela lei ao casamento que não se estendem à união estável. Basta pensar, por exemplo, que a prova do casamento é direta, decorrendo meramente do registro (art do CC/02), ao passo que a união estável deve ser demonstrada caso a caso; que o cônjuge é herdeiro necessário, contando com a garantia da legítima que, em princípio, não assiste ao companheiro; que, protegendo o patrimônio do casal, a Lei condiciona à autorização do cônjuge a prática de determinados negócios jurídicos; que a ordem de vocação hereditária coloca o cônjuge antes dos colaterais na sucessão exclusiva; e assim por diante. Em segundo lugar, é muito difícil antecipar o quanto representariam essas vantagens, aferíveis, não no momento da sucessão, mas durante a relação mantida entre Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 10 de 14

11 os cônjuges, na decisão de contrair ou não casamento. É temerário afirmar, apressadamente e com os olhos voltados apenas para uma situação pontual, que os arts e podem tornar mais vantajoso viver sob o regime da união estável sob o regime do casamento. As variáveis são muito numerosas. De todo modo, é importante frisar que não há, neste processo, vantagem para a companheira, para efeitos sucessórios, com relação à situação hipotética da cônjuge. Isso porque, ao lado das três correntes supra mencionadas, todas elas insatisfatórias para solucionar a perplexidade que este processo suscita, é necessário se estabelecer ainda uma quarta, mais inovadora, baseada na ideia de que a vontade do cônjuge, manifestada no casamento, deve ser tomada em consideração também no momento de interpretar as regras sucessórias. Essa nova ideia, como se verá adiante, estende, quanto aos efeitos práticos, a regra aplicável à União Estável à do regra casamento, eliminando, nesse aspecto, a diferença entre os regimes. Note-se que aqui se faz-se exatamente o contrário do que pretende o recorrente: em vez de restringir a regra do art do CC/02, para adaptá-la à regra do art , inova-se na própria interpretação do art , aproximando-a do art Explica-se. IV.1) Quarta corrente interpretativa do art. 1829, I do CC/02: a consideração da vontade manifestada no casamento, para a interpretação das regras sucessórias. De início, torna-se impositiva a análise do art , I, do CC/02, dentro do contexto do sistema jurídico, interpretando o dispositivo em harmonia com os demais que enfeixam a temática, em atenta observância dos princípios e diretrizes teóricas que lhe dão forma, marcadamente, a dignidade da pessoa humana, que se espraia, no plano da livre manifestação da vontade humana, por meio da autonomia da vontade, da autonomia privada e da consequente autorresponsabilidade, bem como da confiança legítima, da qual brota a boa fé. A eticidade, por fim, vem complementar o sustentáculo principiológico que deve delinear os contornos da norma jurídica. Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 11 de 14

12 Até o advento da Lei n.º 6.515/77 (Lei do Divórcio), considerada a importância dos reflexos do elemento histórico na interpretação da lei, vigeu no Direito brasileiro, como regime legal de bens, o da comunhão universal, no qual o cônjuge sobrevivente não concorre à herança, por já lhe ser conferida a meação sobre a totalidade do patrimônio do casal. A partir da vigência da Lei do Divórcio, contudo, o regime legal de bens no casamento passou a ser o da comunhão parcial, o que foi referendado pelo art do CC/02. Assim, quando os nubentes silenciam a respeito de qual regime de bens irão adotar, a lei presume que será o da comunhão parcial, pelo qual se comunicam os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, consideradas as exceções legais previstas no art do CC/02. Se em vida os cônjuges assumiram, por vontade própria, o regime da comunhão parcial de bens, na morte de um deles, deve essa vontade permanecer respeitada, sob pena de ocorrer, por ocasião do óbito, o retorno ao antigo regime legal: o da comunhão universal, em que todo acervo patrimonial, adquirido na constância ou anteriormente ao casamento, é considerado para efeitos de meação. A permanecer a interpretação conferida pela doutrina majoritária de que o cônjuge casado sob o regime da comunhão parcial herda em concorrência com os descendentes, inclusive no tocante aos bens particulares, teremos no Direito das Sucessões, na verdade, a transmutação do regime escolhido em vida comunhão parcial de bens nos moldes do Direito Patrimonial de Família, para o da comunhão universal, somente possível de ser celebrado por meio de pacto antenupcial por escritura pública. Não se pode ter após a morte o que não se queria em vida. A adoção do entendimento de que o cônjuge sobrevivente casado pelo regime da comunhão parcial de bens concorre com os descendentes do falecido a todo o acervo hereditário, viola, além do mais, a essência do próprio regime estipulado. Por tudo isso, a melhor interpretação é aquela que prima pela valorização da vontade das partes na escolha do regime de bens, mantendo-a intacta, assim na vida como na morte dos cônjuges. Desse modo, preserva-se o regime da comunhão parcial de bens, de acordo com o postulado da autodeterminação, ao contemplar o cônjuge sobrevivente com o direito à meação, além da concorrência hereditária sobre os bens Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 12 de 14

13 comuns, haja ou não bens particulares, partilháveis, estes unicamente entre os descendentes. A separação de bens, que pode ser convencional ou legal, em ambas as hipóteses é obrigatória, porquanto na primeira, os nubentes se obrigam por meio de pacto antenupcial contrato solene lavrado por escritura pública, enquanto na segunda, a obrigação é imposta por meio de previsão legal. Sob essa perspectiva, o regime de separação obrigatória de bens, previsto no art , inc. I, do CC/02, é gênero que congrega duas espécies: (i) separação legal; (ii) separação convencional. Uma decorre da lei e a outra da vontade das partes, e ambas obrigam os cônjuges, uma vez estipulado o regime de separação de bens, à sua observância. Dessa forma, não remanesce, para o cônjuge casado mediante separação de bens, direito à meação, salvo previsão diversa no pacto antenupcial, tampouco à concorrência sucessória, respeitando-se o regime de bens estipulado, que obriga as partes na vida e na morte. Nos dois casos, portanto, o cônjuge sobrevivente não é herdeiro necessário. Entendimento em sentido diverso, suscitaria clara antinomia entre os arts , inc. I, e 1.687, do CC/02, o que geraria uma quebra da unidade sistemática da lei codificada, e provocaria a morte do regime de separação de bens. Por isso, entre uma interpretação que torna ausente de significado o art do CC/02, e outra que conjuga e torna complementares os citados dispositivos, não é crível que seja conferida preferência à primeira solução. Importante mencionar, no tocante ao caráter balizador do regime matrimonial de bens no que concerne ao direito sucessório, julgado desta 3ª Turma, do qual se extraem as seguintes ponderações: (...) o regime matrimonial de bens atua como elemento direcionador do direito de herança concorrente do cônjuge. (...) O regramento sucessório é de suma importância enquanto complexo de ordem pública, em virtude de seus reflexos no organismo Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 13 de 14

14 familiar e no âmbito social, que vão além do simples direito individual à pertença de bens. (RMS /RJ, de minha relatoria, DJ de 28/5/2007. Com as considerações acima, o quadro, para as hipóteses em que o falecido deixou bens particulares e filhos, ficaria da seguinte forma: Regimes Meação Cônjuge/companheiro herda bens particulares? Cônjuge/companheiro herda bens comuns? União estável Sim Não Sim, em concurso com os descendentes Comunhão Sim Não Não universal Comunhão parcial Sim Não Sim, em concurso com os descendentes. Separação de bens, que pode ser legal ou convencional. Não Não Não Essa é a forma pela qual deve ser interpretado o art , I, do CC/02. Preserva-se, com isso, a vontade das partes, manifestada no momento da celebração do casamento, também para fins de interpretação das regras de sucessão. E elimina-se, para fins de cálculo do montante partilhável, as diferenças entre União Estável e Casamento. Especificamente para os fins do processo sob julgamento, a adoção dessa quarta linha de pensamento retira, de maneira integral, os fundamentos da irresignação da recorrente. Se a recorrida tivesse contraído matrimônio com o de cujus, as regras quanto ao cálculo do montante sobre o qual se calcularia sua sucessão seriam exatamente as mesmas. Forte em tais razões, conheço do recurso especial e nego-lhe provimento. Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 14 de 14

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.563 - SP (2009/0009726-0) RELATORA RECORRENTE ADVOGADOS RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRA NANCY ANDRIGHI : SANDRA APARECIDA PENARIOL DUARTE : FRANCISCO CASSIANO TEIXEIRA E OUTRO(S)

Leia mais

RECURSO ESPECIAL Nº SP (2009/ )

RECURSO ESPECIAL Nº SP (2009/ ) RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.563 - SP (2009/0009726-0) RELATORA RECORRENTE ADVOGADOS RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRA NANCY ANDRIGHI : SANDRA APARECIDA PENARIOL DUARTE : FRANCISCO CASSIANO TEIXEIRA E OUTRO(S)

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SAO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N ACÓRDÃO oi: i 2 5 SUCESSÃO DA COMPANHEIRA. Herança. Meação. Inconstitucionalidade do art. 1790 II CC/02. Farta discussão

Leia mais

REGIMES DE BENS E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

REGIMES DE BENS E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO REGIMES DE BENS E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO GUSTAVO NICOLAU Advogado; Mestre e Doutor - USP; Mestre - Univ. of Chicago Livros publicados pelas Editoras Atlas e Saraiva Gustavo Rene Nicolau gustavo@usp.br

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ordem vocacional hereditária.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ordem vocacional hereditária. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 12/03/2018. (Aula 05 de sucessão). Ordem vocacional hereditária. Descendentes; Ascendentes (pais, avós,

Leia mais

DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 1. Prof ª. Taíse Sossai

DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 1. Prof ª. Taíse Sossai DIREITO CIVIL Direito das Sucessões Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 1 Prof ª. Taíse Sossai - Sucessão legítima: opera por força da lei (arts. 1.829 e 1.790) - Impositiva: Havendo herdeiros

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 27/02/2019. Ordem vocacional hereditária.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 27/02/2019. Ordem vocacional hereditária. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 27/02/2019. Ordem vocacional hereditária. Quando o cônjuge ou convivente sobrevivente concorre com os descendentes

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Ordem De Vocação Hereditária Gustavo Rene Nicolau[1] 1. INTRODUÇÃO A sucessão legítima foi um aspecto que realmente sofreu alterações com a entrada em vigor do Código Civil (CC)

Leia mais

Gustavo Rene Nicolau

Gustavo Rene Nicolau Evolução histórica do cônjuge na legislação brasileira Ordenações Filipinas Código Beviláqua Código Reale Direito real de habitação Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.377.084 - MG (2013/0083914-0) RELATORA RECORRENTE REPR. POR ADVOGADOS INTERES. : MINISTRA NANCY ANDRIGHI : GERALDO SEBASTIÃO DA SILVA - ESPÓLIO : APARECIDA JOANA DA SILVA PAIVA -

Leia mais

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e LUÍS FRANCISCO AGUILAR CORTEZ.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e LUÍS FRANCISCO AGUILAR CORTEZ. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO D ACÓRDÃO Registro: 2011.0000221103 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 0007645-96.2011.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são agravantes

Leia mais

A SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL

A SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL A SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL Prof. Dr. Francisco José Cahali CASAMENTO: Convocação p/a Concorrência CC, art. 1829, I: CÔNJUGE HERDA concorrendo CÔNJUGE NÃO HERDA Comunhão parcial com bens

Leia mais

Herança, sucessão, casamento e outras incógnitas.

Herança, sucessão, casamento e outras incógnitas. Herança, sucessão, casamento e outras incógnitas. A legislação que rege o direito sucessório e de família no país é caótica. Se perguntarmos ao mais renomado e sapiente jurista pátrio questões simples

Leia mais

Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios

Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios Por André Muszkat e Maria Letícia Amorim* Casamento e união estável são dois institutos jurídicos distintos, apesar de

Leia mais

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente), PAULO ALCIDES E FRANCISCO LOUREIRO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente), PAULO ALCIDES E FRANCISCO LOUREIRO. Registro: 2014.0000377214 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2067667-81.2014.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante MUNICIPALIDADE DE SÃO PAULO,

Leia mais

SEPARAÇÃO E SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL. Aspectos Relevantes

SEPARAÇÃO E SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL. Aspectos Relevantes SEPARAÇÃO E SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL Aspectos Relevantes 1 2 Introdução O presente trabalho não tem o intuito de exaurir o tema, haja vista sua extensão e as particularidades de cada caso,

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 25/02/2019. Ordem vocacional hereditária.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 25/02/2019. Ordem vocacional hereditária. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 25/02/2019. Ordem vocacional hereditária. Com o falecimento do autor da herança sem testamento ab intestado segue

Leia mais

IGUALDADES E DESIGTUALDADES ENTRE COMPANHEIRO E CÔNJUGE NO PLANO SUCESSÓRIO.

IGUALDADES E DESIGTUALDADES ENTRE COMPANHEIRO E CÔNJUGE NO PLANO SUCESSÓRIO. IGUALDADES E DESIGTUALDADES ENTRE COMPANHEIRO E CÔNJUGE NO PLANO SUCESSÓRIO. OAB SANTOS 23.5.2018 Euclides de Oliveira www.familiaesucessoes.com.br PRINCÍPIO DA IGUALDADE NA PROTEÇÃO À FAMÍLIA ART. 226

Leia mais

Registro: DECISÃO MONOCRÁTICA. Agravo de Instrumento Processo nº Relator(a): Fábio Podestá

Registro: DECISÃO MONOCRÁTICA. Agravo de Instrumento Processo nº Relator(a): Fábio Podestá fls. 93 Registro: 2016.0000116063 DECISÃO MONOCRÁTICA Agravo de Instrumento Processo nº 2027718-79.2016.8.26.0000 Relator(a): Fábio Podestá Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado VOTO NÚMERO: 12060

Leia mais

Direito Civil. Sucessão em Geral. Professora Alessandra Vieira.

Direito Civil. Sucessão em Geral. Professora Alessandra Vieira. Direito Civil Sucessão em Geral Professora Alessandra Vieira www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Aula Civil XX DO DIREITO SUCESSÓRIO Considerações Gerais: A abertura da sucessão se dá no exato instante

Leia mais

SUCESSÃO DO CÔNJUGE CC/02, art. 1829, I.

SUCESSÃO DO CÔNJUGE CC/02, art. 1829, I. SUCESSÃO DO CÔNJUGE CC/02, art. 1829, I. Junho de 2012 José Fernando Simão I - Quando o cônjuge é herdeiro? Quando o cônjuge é herdeiro? CC/02, art. 1830. a) o cônjuge não pode estar separado judicialmente

Leia mais

DIREITO CIVIL VI AULA 5: Petição de Herança e Ordem de Vocação

DIREITO CIVIL VI AULA 5: Petição de Herança e Ordem de Vocação DIREITO CIVIL VI 1. AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA É novidade no Código Civil/02 - arts. 1.824 a 1.828, CC Pode ser proposta pelo herdeiro preterido ou desconhecido É proposta após a finalização do inventário

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO Registro: 2017.0000503721 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1006796-69.2014.8.26.0302, da Comarca de Jaú, em que é apelante NAIR FERNANDEZ MACANHAM, são apelados TATHIANA

Leia mais

O STJ E O REGIME DE BENS E DIVISÃO DA HERANÇA: DÚVIDAS JURÍDICAS NO FIM DO CASAMENTO

O STJ E O REGIME DE BENS E DIVISÃO DA HERANÇA: DÚVIDAS JURÍDICAS NO FIM DO CASAMENTO O STJ E O REGIME DE BENS E DIVISÃO DA HERANÇA: DÚVIDAS JURÍDICAS NO FIM DO CASAMENTO Antes da celebração do casamento, os noivos têm a possibilidade de escolher o regime de bens a ser adotado, que determinará

Leia mais

Continuando o estudo de sucessão legítima

Continuando o estudo de sucessão legítima Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões) Aula: 37 Professor(a): Aurélio Bouret Monitor(a): Vanessa Souza Aula nº. 37 Continuando o estudo de sucessão legítima Continuando o estudo de sucessão

Leia mais

CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE COM OS DESCENDENTES (ARTIGO 1829, INCISO I DO CÓDIGO CIVIL)

CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE COM OS DESCENDENTES (ARTIGO 1829, INCISO I DO CÓDIGO CIVIL) CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE COM OS DESCENDENTES (ARTIGO 1829, INCISO I DO CÓDIGO CIVIL) Edemir de FRANÇA 1 Rômulo Salles LIPKA 2 Waldir aparecido de MORAIS 3 Christina Gouvêa Pereira MENDINA 4

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO ACÓRDÃO Registro: 2017.0000233097 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2215443-17.2016.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são agravantes BLUTERKOWSKY MARCÍLIO

Leia mais

Planejamento Patrimonial. Questionamento para mulheres de executivos

Planejamento Patrimonial. Questionamento para mulheres de executivos Planejamento Patrimonial Questionamento para mulheres de executivos Bueno, Mesquita e Advogados O Bueno, Mesquita e Advogados é um escritório de advocacia empresarial com foco em empresas familiares e

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 02/10/2017. Variedade do regime de bens. Comunhão parcial de bens. Bens que não se comunicam na comunhão

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.622.544 - PE (2013/0086416-5) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : MARIANNE GOMES DE MATTOS E OUTROS ADVOGADO : JOSÉ NELSON VILELA BARBOSA FILHO E OUTRO(S) - PE016302 RECORRIDO

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ordem vocacional hereditária.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ordem vocacional hereditária. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 14/03/2018. (Aula 06 de sucessão). Ordem vocacional hereditária. Sucessão dos colaterais. Sucessão dos

Leia mais

CARTILHA INFORMATIVA SOBRE:

CARTILHA INFORMATIVA SOBRE: CARTILHA INFORMATIVA SOBRE: As consequências patrimoniais dos principais regimes de bens quando da morte de um dos cônjuges. Material produzido por Felipe Pereira Maciel, advogado inscrito na OAB/RJ sob

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Decisão sobre Repercussão Geral Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 16/04/2015 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 878.694 MINAS GERAIS RELATOR RECTE.(S) ADV.(A/S) : MIN. ROBERTO

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 935.939 - RJ (2016/0157252-0) RELATOR : MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO AGRAVANTE : PAULA GURGEL DE MENDONCA AGRAVANTE : RODRIGO GURGEL DE MENDONCA ADVOGADOS : RUY CAETANO

Leia mais

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período Toda a sucessão legítima observará uma ordem de vocação hereditária que, no Código Civil, está prevista no artigo 1.829. Art. 1.829.

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA fls. 372 DECISÃO MONOCRÁTICA Agravo de Instrumento Processo nº 2248839-19.2015.8.26.0000 Relator(a): Mauro Conti Machado Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado Registro: 2015.0000911701 VOTO Nº:

Leia mais

Direito Civil Prof. Conrado Paulino Rosa

Direito Civil Prof. Conrado Paulino Rosa DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 1. Direito de representação: Por direito próprio: o Herdeiros descendentes recebem de forma direta, sucedendo por cabeça ou por direito próprio, sem nenhuma representação entre

Leia mais

Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível Dados Básicos Fonte: 1.281.236 Tipo: Acórdão STJ Data de Julgamento: 19/03/2013 Data de Aprovação Data não disponível Data de Publicação:26/03/2013 Estado: São Paulo Cidade: Relator: Nancy Andrighi Legislação:

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.563 - SP (2009/0009726-0) RECORRENTE : SANDRA APARECIDA PENARIOL DUARTE ADVOGADOS : FRANCISCO CASSIANO TEIXEIRA E OUTRO(S) RENATO OLIVEIRA RAMOS RECORRIDO : ROSEMARI APARECIDA

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Prática em Direito de Família e Sucessões: a) Ordem Vocacional: O cônjuge sobrevivente concorre

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 974.241 - DF (2007/0165268-4) RELATOR : MINISTRO HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP) R.P/ACÓRDÃO : MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI RECORRENTE : L L (MENOR)

Leia mais

Sucessão que segue as regras da lei quando: DIREITO DAS SUCESSÕES

Sucessão que segue as regras da lei quando: DIREITO DAS SUCESSÕES DIREITO DAS SUCESSÕES I. SUCESSÃO EM GERAL II. SUCESSÃO LEGÍTIMA III. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA IV. INVENTÁRIO E PARTILHA SUCESSÃO LEGÍTIMA 1. Conceito 2. Parentesco 3. Sucessão por direito próprio e por

Leia mais

AVALIAÇÃO 2 1 LEIA COM ATENÇÃO:

AVALIAÇÃO 2 1 LEIA COM ATENÇÃO: Universidade do Sul de Santa Catarina Campus Norte Curso: Direito Disciplina: Direito das Sucessões Professor: MSc. Patrícia Fontanella Acadêmico (a): AVALIAÇÃO 2 1 LEIA COM ATENÇÃO: 1. A PROVA É INDIVIDUAL

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RELATOR : MINISTRO RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA EMBARGANTE : CARMEN DASTIS BENNET - ESPÓLIO : MARIA DEL PILAR DASTIS - INVENTARIANTE ADVOGADOS : FELIPE GUEDES DA SILVEIRA E OUTRO(S) PLÁCIDA SIMÕES LOPES FARIAS

Leia mais

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº. 0019097-98.2011.8.19.0000 AGRAVANTE: LUCILENE FERNANDES PORTO AGRAVADOS: MAUREVER SÁ PINTO GÓES E OUTRO

Leia mais

DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 2. Prof ª. Taíse Sossai

DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 2. Prof ª. Taíse Sossai DIREITO CIVIL Direito das Sucessões Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 2 Prof ª. Taíse Sossai Cônjuge e ascendentes - Art. 1829, II - Exemplo: João, dono de um patrimônio estimado no

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 4ª CÂMARA CÍVEL Relator: Desembargador SIDNEY HARTUNG

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 4ª CÂMARA CÍVEL Relator: Desembargador SIDNEY HARTUNG TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 4ª CÂMARA CÍVEL Relator: Desembargador SIDNEY HARTUNG AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º 0030633-38.2013.8.19.0000 Agravante: DELVINA CÂNDIDA DE OLIVEIRA. Agravados:ELIANE

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.446.278 - RJ (2013/0412052-7) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE RECORRENTE : SANDRA DINIS ADVOGADOS : MÁRIO ROBERTO CARVALHO DE FARIA - RJ091068 CESAR CURY FERNANDES E OUTRO(S)

Leia mais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Número do 1.0701.13.009162-5/001 Númeração 0820985- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Geraldo Augusto Des.(a) Geraldo Augusto 03/12/2013 12/12/2013 EMENTA: AGRAVO

Leia mais

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

Dados Básicos. Ementa. Íntegra Dados Básicos Fonte: 1.064.363 Tipo: Acórdão STJ Data de Julgamento: 11/10/2011 Data de Aprovação Data não disponível Data de Publicação:20/10/2011 Estado: São Paulo Cidade: Relator: Nancy Andrighi Legislação:

Leia mais

Na comunhão parcial, cônjuge só tem direito aos bens adquiridos antes do casamento

Na comunhão parcial, cônjuge só tem direito aos bens adquiridos antes do casamento Curso de Direito - Parte Especial - Livro IV - Do Direito de Família - Prof. Ovídio Mendes - Fundação Santo André 1 / 8 DO REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL P A R T E E S P E C I A L LIVRO IV DO DIREITO DE FAMÍLIA

Leia mais

SUCESSÃO DOS ASCENDENTES - REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE

SUCESSÃO DOS ASCENDENTES - REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE SUCESSÃO DOS ASCENDENTES - REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE Christina Gouvêa Pereira MENDINA Elisangela Samila BATISTA Juliene Barbosa MENDES Rayana Camille LOURENÇO SUCESSÃO DOS ASCENDENTES - REGRAS

Leia mais

1 - Introdução: 1 - Introdução: SUCESSÃO LEGÍTIMA: ASPECTOS ESPECÍFICOS 20/10/2014

1 - Introdução: 1 - Introdução: SUCESSÃO LEGÍTIMA: ASPECTOS ESPECÍFICOS 20/10/2014 SUCESSÃO LEGÍTIMA: ASPECTOS ESPECÍFICOS Profa. Dra. Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 - Introdução: 2 formas de sucessão: lei ou vontade (art. 1.786 CC/02); Sucessão legítima ou ab intestato deferida por lei

Leia mais

Assim, passaremos a relatar as principais características dessas cinco modalidades.

Assim, passaremos a relatar as principais características dessas cinco modalidades. É chegada a hora do SIM, mas apesar de toda a afinidade existente entre o casal, da presunção de amor que levam duas pessoas a se unirem, um fator muito importante deve ser observado pelos nubentes: o

Leia mais

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 08

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 08 PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Efeitos Patrimoniais Conti.: a) Princípios: Pacto antenupcial: Veja o pacto antenupcial disponibilizado

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.267.264 - RJ (2011/0108267-7) RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA RECORRENTE : MABEL DOS SANTOS HENRIQUE CUNHA ADVOGADO : LAERCIO GUARÇONI E OUTRO(S) RECORRIDO : DULCÍDIA SOARES

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Os direitos dos companheiros na união estável. Sandra Ressel * A União estável é um instituto que consiste na união respeitável, a convivência contínua, duradoura e pública, entre

Leia mais

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Cuidam estes fólios de Apelação Cível interposta por JOSÉ FIGUEIREDO CORREIA FILHO em face de SIMONE GUIMARÃES FIGUEIREDO CORREIA, inconformado com a sentença de fls. 137/138 do d. Juízo da 15ª Vara de

Leia mais

Material referente a sucessão do cônjuge em concorrência com o descendente. ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA art. 1.829 a 1.844, CC

Material referente a sucessão do cônjuge em concorrência com o descendente. ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA art. 1.829 a 1.844, CC Material referente a sucessão do cônjuge em concorrência com o descendente Prof. Ms. Tatyane Karen da Silva Goes ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA art. 1.829 a 1.844, CC Falecendo a pessoa ab intestato, a herança

Leia mais

SUCESSÃO DOS DESCENDENTES REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE

SUCESSÃO DOS DESCENDENTES REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE SUCESSÃO DOS DESCENDENTES REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE ALQUIERI, Valdeleni Aparecida Mendes. 1 BACANOF, Nayara Regina Giroldo. 2 CASTRO, Marco Antonio. 3 TAMMENHAIN, Juliana Cabral de Oliveira.

Leia mais

DIREITO CIVIL VI AULA 1: Introdução ao Direito das Sucessões

DIREITO CIVIL VI AULA 1: Introdução ao Direito das Sucessões DIREITO CIVIL VI AULA 1: Introdução ao Direito das Sucessões Teoria do Direito das Sucessões Sucessão, do latim, succedere, significa vir no lugar de alguém. Ensina Carlos Roberto Gonçalves (2011, p. 19)

Leia mais

SUCESSÃO ENTRE DESCENDENTES E O CÔNJUGE: estudo das correntes doutrinárias à afirmação da luta pelo direito de herança

SUCESSÃO ENTRE DESCENDENTES E O CÔNJUGE: estudo das correntes doutrinárias à afirmação da luta pelo direito de herança SUCESSÃO ENTRE DESCENDENTES E O CÔNJUGE: estudo das correntes doutrinárias à afirmação da luta pelo direito de herança Eumar Evangelista de Menezes Júnior Resumo: Partindo de temática polêmica juridicamente,

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.196.992 - MS (2010/0104911-6) RELATORA RECORRENTE ADVOGADO REPR. POR : MINISTRA NANCY ANDRIGHI : MARIA JOSÉ DE SOUZA : OLGA LEMOS CARDOSO DE MARCO - DEFENSORA PÚBLICA : BIANOR ALVES

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo fls. 37 Registro: 2017.0000663211 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0003602-04.2006.8.26.0094, da Comarca de Brodowski, em que são apelantes/apelados M. G. DE O. (ESPÓLIO)

Leia mais

DIREITO DAS SUCESSÕES

DIREITO DAS SUCESSÕES 1) (OAB/PR 28/08/2004) Assinale a alternativa correta, tomando em consideração as afirmativas a seguir: I Na sucessão dos conviventes (união estável), o companheiro sobrevivente que concorrer na herança

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 812.012 - RS (2006/0013624-0) RELATOR : MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO RECORRIDO : L A B E CÔNJUGE ADVOGADO : JOSMARÍ DOTTI EMENTA CIVIL. CASAMENTO.

Leia mais

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 09

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 09 PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Casamento Efeitos Patrimoniais Conti.: a) Princípios: Variedade do regime de Bens: - Comunhão Parcial

Leia mais

Direito das Sucessões

Direito das Sucessões Direito das Sucessões OBJETIVO Conhecer o instituto da Sucessão legítima. ROTEIRO! Introdução! Ordem de vocação hereditária! Herdeiros necessários! Sucessão por cabeça e por estirpe! Direito de transmissão

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.547.968 - SP (2015/0193054-0) RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CASAMENTO. REGIME DE BENS. COMUNHÃO PARCIAL.

Leia mais

Direito das Sucessões Prof. Eduardo Domingues

Direito das Sucessões Prof. Eduardo Domingues Direito das Sucessões Prof. Eduardo Domingues Jurisprudência do STJ sobre a concorrência do cônjuge e do companheiro na sucessão dos descendentes e sobre outras questões de sucessão e família (REsp 1117563/SP,

Leia mais

CÔNJUGE SOBREVIVENTE CASADO SOB O REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS CONVENCIONAL É HERDEIRO NECESSÁRIO?

CÔNJUGE SOBREVIVENTE CASADO SOB O REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS CONVENCIONAL É HERDEIRO NECESSÁRIO? 1 CÔNJUGE SOBREVIVENTE CASADO SOB O REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS CONVENCIONAL É HERDEIRO NECESSÁRIO? INTRODUÇÃO Questão controversa, muito comum e que pode causar resultados completamente divergentes está

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO Registro: 2018.0000769744 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2106181-64.2018.8.26.0000, da Comarca de Bauru, em que é agravante LUCIANA DE LOURDES CARMINATI,

Leia mais

REGIME DE BENS. 1 Conceito: 2 Princípios aplicados aos regimes de bens: 31/08/2014. Conjutno de regras patrimoniais. Normas de cogentes

REGIME DE BENS. 1 Conceito: 2 Princípios aplicados aos regimes de bens: 31/08/2014. Conjutno de regras patrimoniais. Normas de cogentes REGIME DE BENS Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Conceito: Conjutno de regras patrimoniais Normas de cogentes X Normas dispositivas 2 Princípios aplicados aos regimes de bens: 2.1 Princípio da autonomia

Leia mais

CEM. Direito Civil. CERT 10ª Fase TRE PE

CEM. Direito Civil. CERT 10ª Fase TRE PE CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER CERT 10ª Fase Período: 1) FCC - DP AM/DPE AM/2013 A união estável a) equipara-se, para todos os fins, ao casamento civil, inclusive no que toca à prova. b) pode ser constituída

Leia mais

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2009

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2009 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2009 Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 Código Civil, a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, e revoga as Leis nº 8.971, de 29 de

Leia mais

I-Análise crítica e breves considerações

I-Análise crítica e breves considerações REFLEXÕES ACERCA DO REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS Luiz Felipe Cordeiro Cozzi Sumário: I-Análise crítica e breves considerações - II- As peculiaridades do regime - III- Considerações finais I-Análise crítica

Leia mais

$VXFHVVmRQDXQLmRHVWiYHOIDFHDRQRYR&yGLJR&LYLO

$VXFHVVmRQDXQLmRHVWiYHOIDFHDRQRYR&yGLJR&LYLO $VXFHVVmRQDXQLmRHVWiYHOIDFHDRQRYR&yGLJR&LYLO $OH[6DQGUR5LEHLUR advogado em São Paulo, pós-graduado em Direito Civil pelo UniFMU Campos férteis em dissidência doutrinária e desinteligência jurisprudencial

Leia mais

Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima, (14/08/2017) Continuação de execução de alimentos, e ordem hereditária.

Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima, (14/08/2017) Continuação de execução de alimentos, e ordem hereditária. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima, (14/08/2017) Continuação de execução de alimentos, e ordem hereditária. Execução alimentos Artigo 523 do CPC

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RE 878.694-MG O INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA IBDFAM, associação civil sem fins lucrativos, CNPJ nº 02.571.616/0001-48,

Leia mais

Regime de comunhão universal, cláusula de incomunicabilidade, fideicomisso

Regime de comunhão universal, cláusula de incomunicabilidade, fideicomisso Curso de Direito - Parte Especial - Livro IV - Do Direito de Família - Prof. Ovídio Mendes - Fundação Santo André 1 / 5 DO REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL P A R T E E S P E C I A L LIVRO IV DO DIREITO DE

Leia mais

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31 Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31 DIREITO DE FAMÍLIA Conceito é o conjunto de normas jurídicas que disciplina a entidade familiar, ou seja, a comunidade formada por qualquer

Leia mais

DIREITOS PATRIMONIAIS: CASO DE MORTE X CASO DE DIVÓRCIO

DIREITOS PATRIMONIAIS: CASO DE MORTE X CASO DE DIVÓRCIO DIREITOS PATRIMONIAIS: CASO DE MORTE X CASO DE DIVÓRCIO (O Estado de S.Paulo 21/12/2016) Regina Beatriz Tavares da Silva Neste artigo explicarei como o patrimônio é partilhado em caso de divórcio e em

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.104.392 - MG (2008/0255449-3) RECORRENTE RECORRIDO : COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS MÉDICOS E DEMAIS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE E CIDADES PÓLO DE

Leia mais

O casamento é a união plena entre duas pessoas, na qual ambos têm os MESMOS direitos e deveres.

O casamento é a união plena entre duas pessoas, na qual ambos têm os MESMOS direitos e deveres. Casamento O casamento é a união plena entre duas pessoas, na qual ambos têm os MESMOS direitos e deveres. PRAZO PARA DAR ENTRADA No mínimo 40 (quarenta) dias antes da data prevista para celebração do casamento.

Leia mais

Direito Civil Aula 14 Profª Patrícia Strauss

Direito Civil Aula 14 Profª Patrícia Strauss Analista Área Processual Direito Civil Aula 14 Profª Patrícia Strauss Direito Civil DIREITO DAS SUCESSÕES CONSIDERAÇÕES GERAIS: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros

Leia mais

Premissas para Reforma do Código Civil Sucessão Legítima

Premissas para Reforma do Código Civil Sucessão Legítima Premissas para Reforma do Código Civil Sucessão Legítima Ibdfam, agosto de 2012. José Fernando Simão Reformar? Reformar ou não reformar eis a questão? Mario Delgado: é papel do jurista atuar como construtor

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.648.861 - SP (2017/0011905-7) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : MASSA FALIDA REPR. POR : FABIO PASSANEZI PEGORARO - ADMINISTRADOR ADVOGADO : FÁBIO JORGE CAVALHEIRO -

Leia mais

Sucessão dos ascendentes Sucessão do cônjuge Sucessão dos colaterais

Sucessão dos ascendentes Sucessão do cônjuge Sucessão dos colaterais Sucessão dos ascendentes Sucessão do cônjuge Sucessão dos colaterais Da sucessão dos ascendentes Herdam somente se não houver descendente. São herdeiros necessários: 1.845, CC. Chamadosasucederpordireitopróprioeemsegundo

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO MOURA RIBEIRO (Relator): Trata-se de recurso especial interposto por J.M. dos S. com fundamento no art. 105, III, a, do permissivo constitucional contra acórdão do Tribunal

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 637.608 - SP (2004/0040369-9) RELATOR : MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO RECORRENTE : BANCO ITAÚ S/A ADVOGADO : ANDRÉ VIDIGAL DE OLIVEIRA E OUTROS RECORRIDO : SÉRGIO AUGUSTO

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.188.933 - RS (2010/0062014-6) RECORRENTE RECORRIDO : FUNDAÇÃO DE INTEGRAÇÃO DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - FIDENE : PAULO CÉSAR JASKULSKI

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Família e Sucessões.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Família e Sucessões. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Família e Sucessões. (Aula 08/03/2018) Ordem vocacional hereditária. Descendentes; Ascendentes

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO Registro: 2016.0000915906 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2209476-88.2016.8.26.0000, da Comarca de Tatuí, em que é agravante MARIA JACIRA PACHECO ALMEIDA

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br O companheiro como herdeiro legítimo no Código Civil de 2002 Rogério Dell Isola Cancio da Cruz * O Código Civil de 2002 tratou da sucessão do companheiro no direito brasileiro de

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (20/08/2018) Execução de alimentos.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (20/08/2018) Execução de alimentos. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (20/08/2018) Execução de alimentos. A pessoa que tem patrimônio, tem emprego fixo, tem dinheiro, não

Leia mais

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 4ª TURMA GDCCAS/CVS/NC/iap

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 4ª TURMA GDCCAS/CVS/NC/iap A C Ó R D Ã O 4ª TURMA GDCCAS/CVS/NC/iap RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA UNIÃO (PGF), EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. ACORDO HOMOLOGADO

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 4ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 20/06/2018.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 4ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 20/06/2018. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 4ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 20/06/2018. Ordem vocacional hereditária. Sucessão pura do cônjuge sobrevivente.

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Registro: 2017.0000320784 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1082065-07.2015.8.26.0100, da Comarca de, em que são apelantes JOSÉ AUGUSTO LIMA DE CARVALHO FRANCO, VERA FRANCO

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 3ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 18/06/2018. Sucessão.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 3ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 18/06/2018. Sucessão. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 3ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 18/06/2018. Sucessão. Espécies. Sucessão testamentária é a disposição de

Leia mais

: MIN. DIAS TOFFOLI SÃO PAULO

: MIN. DIAS TOFFOLI SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 731.194 SÃO PAULO RELATOR RECTE.(S) PROC.(A/S)(ES) RECDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) INTDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. DIAS TOFFOLI :MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

Leia mais