PRÁTICA EXITOSA A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA TUTELA COLETIVA: A Efetividade do Direito à Saúde dos
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- Luiz Guilherme Carlos Terra
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1 PRÁTICA EXITOSA A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA TUTELA COLETIVA: A Efetividade do Direito à Saúde dos usuários do SUS no Município de Petrópolis 1
2 VIII CONGRESSO NACIONAL DE DEFENSORES PÚBLICOS DEFENSORIA PÚBLICA: PASSAPORTE ESSENCIAL À CIDADANIA CONCURSO DE PRÁTICA EXITOSAS A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA TUTELA COLETIVA: A Efetividade do Direito à Saúde dos usuários do SUS DA DESCRIÇÃO OBJETIVA: Há mais de quatro anos, a procura pela Defensoria Pública pelos usuários do SUS, no Município de Petrópolis, visando a resolução de problemas ligados à área da saúde aumentou significativamente, levando ao ajuizamento de centenas de Ações de Obrigação de Fazer. Tal aumento tem ocorrido devido ao serviço oferecido pelo Poder Público à população, que é ineficiente, desrespeitando o direito constitucional à saúde. Nos últimos anos, constatou-se que procedimentos visando a laqueadura tubária não estavam sendo realizados em Petrópolis e que 2
3 somente havia um local para atendimento às mulheres interessadas, obrigando muitas delas a procurar a Defensoria Pública. Além deste caso específico, a demanda pela propositura de Ações de Obrigação de Fazer, objetivando a efetivação do Direito à Saúde em Petrópolis, contendo pedidos de internação, realização de exames e entrega de medicamentos, também aumentou significativamente nos últimos anos, chegando tais atendimentos a representar 40% do movimento diário dos Núcleos da Defensoria Pública, o que será mais adiante discutido. Analisando as dificuldades acima descritas sob dois prismas social e institucional - e buscando a melhor forma de atender aos anseios da população usuária da Defensoria Pública, dando efetividade ao Direito Constitucional à saúde, chegou-se à conclusão que a atuação da Defensoria Pública deveria ser realizada de uma maneira mais abrangente, havendo necessidade de defender tal direito de forma coletiva. Em razão disso, instaurou-se procedimento investigatório e preparatório, através da Portaria nº 3 Núcleo de Itaipava, no mês de agosto de 2008, cujo objeto era obrigar ao Poder Público Municipal a realizar procedimentos de laqueadura tubária através do SUS, bem como criar mais dois pólos de atendimento para as mulheres interessadas, residentes em distritos mais distantes do centro da cidade. 3
4 Outros problemas relativos à prestação do serviço ineficiente pelo SUS surgiram, levando um grande número de assistidos a comparecer diariamente nos Núcleos de 1º Atendimento da Defensoria Pública, na Comarca de Petrópolis, e centenas de Ações de Obrigação de Fazer foram ajuizadas, a fim de resguardar o direito dos assistidos no tocante a internação, a realização de exames, a entrega de medicamentos, etc. Assim, surgiu a necessidade de instauração de procedimento preparatório para Ação Civil Pública, através da Portaria Conjunta nº 03/2008, do Núcleo de Itaipava e Núcleo Cível de Petrópolis, em novembro de Do Procedimento Administrativo visando a realização de Laqueadura Tubária no Município de Petrópolis. Da assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta Como já dito acima, as laqueaduras tubárias deixaram de ser realizadas em Petrópolis, ocasionando o ajuizamento de diversas Ações de Obrigação de Fazer pelos Núcleos de 1º Atendimento da Comarca de Petrópolis, a fim de dar efetividade a tal direito. Em todos os processos, foi deferida a antecipação de tutela, obrigando a Fundação Municipal de Saúde a realizar o procedimento em questão. É importante mencionar que, em que pese a proibição legal de realização de laqueadura tubária no momento do parto, logo após a retirada do bebê, prevista no artigo 10 da Lei 9263/96, o Juízo da 4ª Vara 4
5 Cível da Comarca de Petrópolis, que é o competente para apreciar as ações ajuizadas em face da Fazenda Pública, sempre acolheu os pedidos constantes das petições iniciais no sentido de determinar a realização de laqueadura tubária logo após a retirada do bebê. Tais pedidos eram também fundamentados em esclarecimentos escritos fornecidos pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro. Com efeito, o então Presidente, Sr. Hugo Miyahira, em 2007, declarou que não existiria qualquer problema técnico ou prejudicial à saúde das parturientes quanto a realização de laqueaduras logo após a retirada do bebê. Aliás, isto já acontece, diariamente, nos hospitais particulares, pois é bastante comum que as laqueaduras sejam realizadas no momento da cesariana. Para dar fundamento às ações ajuizadas, a Defensoria Pública requereu, incidentalmente, declaração de inconstitucionalidade do art. 10 da Lei 9263/96, uma vez que as exigências previstas em tal dispositivo afrontam os princípios da liberdade e dignidade da pessoa humana e da igualdade, pedido este sempre acolhido pelo Juízo competente. Os dispositivos invocados nas ações distribuídas foram os artigos 5º, caput e inciso I; 6º e 226 Parágrafo 7º, todos da Constituição Federal; e artigos. 6º e 7º, II da Lei 8080 de 1990 (Lei Orgânica da Saúde). Durante o procedimento, foram realizadas várias reuniões com representantes da Administração Pública Municipal, alcançando-se a composição através da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta, em novembro de 2008, tendo ficado acordado o seguinte: 5
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