ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA DO SER: Reflexões sobre os pensamentos de Sócrates e Heidegger. Luiz Fernando Bandeira de Melo* Gilzane Silva Naves** Resumo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA DO SER: Reflexões sobre os pensamentos de Sócrates e Heidegger. Luiz Fernando Bandeira de Melo* Gilzane Silva Naves** Resumo"

Transcrição

1 ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA DO SER: Reflexões sobre os pensamentos de Sócrates e Heidegger Luiz Fernando Bandeira de Melo* Gilzane Silva Naves** Resumo Este artigo visa apresentar um estudo comparativo entre pensamentos de Sócrates e Heidegger a respeito do ser, para tanto serão destacados seus conceitos nos diálogos platônicos O Primeiro Alcebíades e Fedon e na obra Ser e Tempo. Estão consideradas observações de Benedito Nunes no texto Heidegger & Ser e Tempo, e de Rubens Garcia Nunes Sobrinho em Platão e a imortalidade: mito e argumentação no Fédon. Nas análises comparativas sobre o ser foi considerado Antonio Gomes Penna quanto à antropologia filosófica, que relata Kant distinguindo como fisiológica e pragmática a antropologia. Foi utilizado ainda os comentários feitos por Rodolfo Mondolfo em Sócrates e Thomas Ransom Giles em História do Existencialismo e da Fenomenologia. Enfim, este trabalho apresenta as concordâncias e discordâncias conceituais e filosóficas, das reflexões de Sócrates e Heidegger sobre o ser, que estão separadas cronológica e contextualmente por mais de dois mil anos. Palavras-Chave: Ser. Homem. Ontologia. Introdução A leitura da realidade varia quase sempre de acordo com o olhar do observador e neste trabalho será mostrado como Sócrates e Heidegger observam e refletem sobre o ser. A filosofia tem no ente sua principal fonte de reflexão desde Parmênides que buscava o sentido do ser no mundo. Esse pensamento é transformado em busca do conhecimento da verdade sobre o ser em Sócrates que de forma racional mostra um ser para a eternidade ao compará-lo com a alma. Lendo Heidegger observa-se que ele não critica nem Parmênides nem Sócrates por essa antecipação da sua definição de ser (de maneira hermenêutica e subjetiva da fenomenologia do próprio ser no mundo). O sentido do ser a partir de uma reflexão analítica é um caminho para encontrar a verdadeira ontologia do ser segundo o pensamento de Heidegger e em Sócrates encontra-se o ser racional que se confunde com o corpo e compõe junto a esse corpo o homem representado pela sua alma. Nesse ambiente reflexivo do significado do ser apresentado especificamente na obra Ser e Tempo de Heidegger e O Primeiro Alcebíades, diálogo platônico atribuído a Sócrates é que desenvolvemos este trabalho com o objetivo de apresentar o que existe de *Graduando do Curso de Bacharelado em Filosofia na Faculdade Católica de Uberlândia. E- mail:lfbmelo@prove.ufu.br. **Professor Ms do Departamento de Filosofia da Faculdade Católica de Uberlândia

2 2 proximidade ou não entre os pensamentos dos dois filósofos. Torna-se relevante destacar a importância que ambos representam para a filosofia: tanto Sócrates como precursor da modificação do pensamento filosófico antes direcionado à natureza e após suas indagações, preocupado em ter no homem o principal motivo das reflexões filosóficas; quanto em Heidegger que traz um novo modo de ver o ser, e de acordo com o próprio filósofo, verdadeiramente ontológico diferenciando a forma de significá-lo como até então era feito, que para ele era uma análise puramente ôntica. Contextualizações Sócrates Pouco é conhecido sobre a vida deste filósofo, cujo nascimento ocorreu provavelmente no ano 470 a.c. ou 469 a.c, tendo como pais o escultor Sofronisco e mãe a parteira Fenareta no final da guerra entre gregos e persas, segundo Victor Civita no volume I de História das Grandes Ideias do Mundo Ocidental da coleção Os Pensadores (1972, p.35). Participou de campanhas militares em defesa de sua cidade natal Atenas, como na guerra do Peloponeso (432 a.c) e em Delos (424 a.c.). Tendo como principais fontes de reconstituição da vida e do pensamento de Sócrates os depoimentos em livros de seus contemporâneos e discípulos Xenofonte, Aristófanes e Platão encontram-se certo seu compromisso com a busca da verdade após uma informação recebida de seu amigo de infância Querefonte que ao consultar um oráculo em Delfos, lhe foi dito que Sócrates era o homem mais sábio. Nessa busca Sócrates modificou o pensamento filosófico tradicional (jônico) do início do século VI a.c., que procurava numa filosofia da natureza physis, os princípios ou origens (arché) do mundo em seus próprios elementos como a água (Tales de Mileto), o fogo (Heráclito de Éfeso), o ar (Anaxímenes de Mileto), o apeíron (Anaximandro de Mileto), os números (Pitágoras de Samos), etc., para desenvolver um pensamento voltado para os problemas do homem, para o ser como Parmênides de Eléia. Morreu em 399 a.c., condenado por um júri popular a beber veneno (cicuta), sob a acusação de corromper os jovens, ser ateu e disseminar novos deuses entre os gregos. Na história da filosofia os pensadores da antiguidade (até o século V a.c.) são classificados como pré-socráticos devido a importância dessas modificações nas reflexões filosóficas introduzidas por Sócrates. Heidegger De acordo com informações de Victor Civita contidas no volume IV de História das Grandes Ideias do Mundo Ocidental (1972, p.898), da coleção Os Pensadores, Heidegger nasceu em Messkirch na Alemanha, em setembro de 1889 e teve sua formação filosófica adquirida na Universidade de Freiburg-im-Breisgau, sendo parceiro de aulas de

3 3 Edmond Husserl criador do método filosófico conhecido como fenomenologia com o qual se familiarizou de forma a influenciar seus pensamentos. Após ter assumido uma das cadeiras de filosofia da Universidade de Marburg começou a projetar-se entre os especialistas, da filosofia através de interpretações muito pessoais dos pensadores pré-socráticos, em especial sobre o logos de Heráclito de Éfeso e o eu de Parmênides de Eléia (CIVITA, vol.iv, 1972, p.898). Esses estudos deram consequencia à publicação de sua principal obra em 1927, Ser e Tempo, que mesmo inacabada, tornou-se a mais importante representação de um pensamento existencialista, apesar do contragosto do próprio autor. Posteriormente com a ascensão de Hitler ao poder alemão, Heidegger aliou-se ao partido do chanceler, sendo elevado ao cargo de reitor da Universidade de Freiburg, dando boas vindas ao nazismo no seu discurso de posse. Publicou mais de quinze obras, falecendo depois de sua aposentadoria em Friburgo em maio de Reflexões sobre o SER em Sócrates O pensamento filosófico da Grécia no período socrático estava direcionado a resolver os problemas da natureza (physis), havendo contradições dos naturalistas a respeito do princípio (arché) das coisas e na definição do ser, havendo propostas que de certa forma apresentavam problemas insolúveis como o ser é uno, o ser é múltiplo; nada se move, tudo se move; nada se gera nem se destrói, tudo se gera e se destrói (REALE, vol.i, 1990, p.87). Com um foco distinto de busca, Sócrates deixa de procurar a realidade das coisas e define como principal objetivo de sua procura a realidade última do homem. Considerando os sofistas que eram tidos como sábios pela própria definição da palavra, Sócrates se torna um pensador diferente como esclarece Marilena Chaui: O sofista é um professor de técnicas, de política, de virtude e de sabedoria, portanto alguém que julga possuir conhecimentos e ser capaz de transmiti-los. (...) Diferentemente dos sofistas, Sócrates não se apresenta como professor. Pergunta, não responde. Indaga, não ensina. Não faz preleções, mas introduz o diálogo como forma de busca da verdade (CHAUI, 1994, p.188). Por conta dessa maneira de refletir inovadora para a época do pensamento grego, a história da filosofia tem em Sócrates uma das figuras mais notáveis principalmente pela influência que exerceu no pensamento de filósofos por diversas gerações, iniciando em Platão, passando pelos medievais com Agostinho e outros, além de pensadores modernos e contemporâneos. Sua linha de pensamento abriu caminho para a chamada filosofia do

4 4 conceito e, portanto, para a lógica clássica, na medida em que incita à busca persistente de uma definição satisfatória de cada noção (LOGOS, vol.4, 1992, p.1218). Na busca de significados para entender o ser antes de Sócrates, encontra-se o princípio da não-contradição de Parmênides, apresentado por Giovanni Reale como uma coincidência do pensar e do ser (vol.i, 1990, p.51), através de parte de um poema de Parmênides: Pensar e ser é o mesmo. Pensar é o mesmo e isso em função do que o pensamento existe. Porque sem o ser, no qual é expresso, não encontrarás o pensar: com efeito, fora do ser nada mais ele é ou será. Reale mostra também o niilismo do sofista Górgia, contemporâneo a Sócrates, que entende que: o ser não existe por conta das controvérsias sobre sua existência analisadas pelos pensadores naturalistas; se o ser existir ele não é cognoscível, pois como Parmênides afirmou que o pensamento é sempre o ser, existem pensamentos que não existem na realidade, logo o ser também pode não ser real; e finalmente se o ser for pensável ele é inexprimível uma vez que a palavra não pode exprimir o que vê assim como a vista não conhece o som e o ouvido não ouve a cor (REALE, vol.i, 1990, p.78). Ao procurar identificar a virtude que o homem usa para se relacionar e ter sua experiência de vida, que pudesse compor a compreensão do ser, Sócrates tem no exercício constante de sua filosofia uma ligação com as interpretações dos mitos descritos por Hesíodo e Homero, assim como as fábulas de Esopo, mas não os toma nas suas formas alegóricas, pois poderiam desconceitualizar suas definições práticas obtidas nos diálogos descritos por Platão, conforme Rubens Garcia afirma: A rejeição à interpretação alegórica dos mitos torna-se ainda mais explícita no Fedro, quando Sócrates afirma que toda interpretação mítica se veria envolto na tarefa, infindável, de decifrar o significado de uma enorme gama de figuras míticas: tal prática constituiria uma sabedoria rústica para a qual não dispunha de tempo. Não eram os mitos o objeto de eleição da sua investigação, mas, em vez disso, o que ele investigava era, tão-somente, a si mesmo Fedro 229d 230a (NUNES SOBRINHO, 2007, p.74). Esse conhecimento de si mesmo está discutido de forma intensa no diálogo O Primeiro Alcebíades considerado por Edson Bini como o mais socrático dos escritos por Platão. Bini afirma ao comentar as obras de Platão que nesse diálogo, Sócrates usa seu método de perguntas e respostas conhecido filosoficamente como maiêutica, para fundamentar sua doutrina de autoconhecimento na resposta ao problema gnosiológico: nenhum conhecimento é possível sem o conhecimento de si mesmo, e o conhecimento de eu possibilita e instaura o conhecimento do não-eu, o mundo (PLATÃO, EDIPRO, 2007, p.24). Ao interrogar Alcebíades Sócrates (PLATÃO, EDUFPA, 2007) mostra que o homem conhece a si quando

5 5 pode cuidar de si mesmo (129 a11 e a12), mas conhecer o que o homem é, é necessário que ele conheça a essência íntima do seu ser (129 b 1 a 3). Na continuidade da busca de Sócrates para entender o que é o homem fica definido com a utilização do elenchos na conversação, que o homem é distinto de seu corpo (129 e6 e e7), mas fica explícito que a alma comanda o corpo (130 a1 a a4), tendo como definição a afirmação de Sócrates sobre o corpo do homem e sua alma: uma vez que o homem não é nem o corpo, nem o conjunto dos dois, só resta, quero crer, ou aceitar que o homem é nada, ou, no caso de ser alguma coisa, terá de ser forçosamente alma (130 c1 a c4). Em sequência a essa afirmação Sócrates demonstra Que primeiro precisaremos procurar saber o que seja o ser em si. Mas em vez do ser em si mesmo, procurar a natureza de cada ser em particular, o que talvez seja o bastante, pois decerto é a alma a parte mais importante de nós mesmos (130 d4 a d8). Para compreender o que Sócrates quer dizer como alma a parte mais importante do corpo, é necessário observar que esse corpo é um ser vivente e segundo Brisson, o ser vivo para Sócrates é um corpo composto cuja alma é capaz de realizar certas funções motoras, desejantes e inteligentes (BRISSON, 2010, P.76). Assim o ser socrático confunde-se com a alma que anima o corpo ao qual está ligada, governando-o. Nesse dualismo não existe separação de funções entre a alma e o corpo, sendo a alma responsável pela possibilidade de animação do corpo que ela dá a vida, conservando-o e conservando-o. Encontra-se no diálogo Fedro escrito por Platão antes da morte de Sócrates (segundo Edson Bini), uma conceitualização da alma que se faz necessária destacar para esclarecer o pensamento de Sócrates sobre o ser e a alma: Toda alma é imortal, pois aquilo que se mantém sempre em movimento é imortal; aquilo, entretanto, que move alguma coisa mais ou é movido por alguma coisa mais, quando cessa seu movimento, deixa de viver. Assim, é somente aquilo que move a si mesmo que nunca cessa de mover-se, constituindo também a fonte e princípio de movimento para todas as demais coisas que se movem. Mas o princípio não é gerado, porque tudo que é gerado é necessariamente gerado a partir de um princípio, e o princípio não é gerado a partir de coisa alguma, pois se fosse não seria gerado a partir de um princípio. E uma vez que é não gerado, tem necessariamente que ser também indestrutível, já que se o princípio fosse destruído, jamais poderia ser gerado a partir de qualquer coisa nem qualquer coisa que lhe é distinta a partir dele, posto que todas as coisas têm que ser geradas com base num princípio. Por conseguinte, o automotor (aquilo que move a si mesmo) é necessariamente o princípio do movimento, não sendo ele nem destruído nem gerado, caso contrário todo o céu e toda a geração necessariamente se abateriam e se deteriam, e jamais teriam novamente uma causa para retomar o movimento. Mas desde que constatamos que aquilo que se move por si mesmo é imortal, aquele que afirmar que esse automovimento é a essência e o fundamento da alma não incorrerá em ignomínia. De fato, todo corpo que recebe movimento de uma fonte externa não possui alma, enquanto o que tem seu movimento dentro de si possui alma, uma vez ser essa a natureza da alma. Entretanto, na hipótese de ser isso verdadeiro, a saber,

6 6 que aquilo que move a si mesmo (o automotor) nada é senão a alma, seria necessariamente de se inferir que a alma é não gerada e imortal. (245 c6 a 246 a3) Portanto neste diálogo platônico, observamos com clareza o entendimento do ser dado por Sócrates, que é o ser vivo composto de alma e corpo. Reflexões sobre o SER em Heidegger Com a influência de Husserl, a filosofia existencialista tem como principal expoente Martin Heidegger (REALE, vol.iii, 1990, p.581) e isso é justificado quando, na mais importante das suas obras Ser e Tempo, ele afirma que a elaboração do problema sobre o ser significa o tornar-se transparente de um ente, o que busca colocando-se no seu ser e isto consiste segundo Reale (no mesmo volume de sua obra), a analítica existencial (1990, p.583). Dessa forma Heidegger define o homem numa permanente proposta de investigação sobre o sentido do ser. Para o autor, até agora o ser não foi estudado filosoficamente no seu verdadeiro sentido ontológico metafísico só houve reflexões a respeito do ser ôntico científico sem sentido, não sendo para Heidegger esse ser ôntico um ser original. De acordo com Ernildo Stein no capítulo A Fenomenologia Hermenêutica de sua obra Compreensão e Finitude, Heidegger aponta um duplo elemento que impediu essa compreensão: primeiro, de modo geral, a omissão do problema do ser e, correlativamente, a falta de uma ontologia temática do ser-aí, ou na linguagem kantiana, a falta de uma analítica ontológica prévia da subjetividade do sujeito (2001, p185). O real sentido do ser ficou esquecido ao longo da tradição filosófica, ou seja, o espanto ou admiração da procura pelo verdadeiro ser perdeu sua importância. Foi analisando Aristóteles que Heidegger se questionou e questionou o pensamento filosófico sobre o significado do ser preocupando-se com a diferença entre ser e ente, colocando clara a diferença entre ciência e filosofia de acordo com as observações de Antonio Gomes Penna: Na verdade, a filosofia toma como objeto de estudo o ente em seu conjunto, enquanto a ciência persegue em suas pesquisas os domínios particulares do ente individualizado (PENNA, 2004, p.91). De acordo com Heidegger, o ser precisa ser desvelado em seu sentido, e não apenas compreendido como foi feito até então o que não é a mesma coisa que dar sentido, pois dar sentido ao ser é o que não estava sendo feito pelos filósofos até então, conforme afirma: A compreensão de ser vaga e mediana pode também estar impregnada de teorias tradicionais e opiniões sobre o ser, de modo que tais teorias constituam, secretamente, fontes da compreensão dominante (HEIDEGGER, 2009, p.41).

7 7 A interrogação sobre o sentido do ser é feita por Heidegger de forma análoga às questões que a tradição filosófica grega buscava, colocando o homem como centro da própria reflexão, de forma que o filósofo alemão usa o método fenomenológico nas suas análises ontológicas fundamentais para descobrir a estrutura ontológica do ser. Na busca do sentido do ser Heidegger esclarece que este ser que procura seu próprio significado, questionando o modo de ser do ente, é designado com o temo dasein, esse ente que cada um de nós mesmos sempre é e que, entre outras coisas, possui em seu ser a possibilidade de questionar (HEIDEGGER, 2009, p.42). Dasein é o termo usado por Heidegger para definir o ser ontológico verdadeiro, que segundo a maioria das traduções é entendido como presença e tem a interpretação de um ser-no-mundo ser-aí um ser-para-a-morte, pois nela existe o sentido ou consciência para a vida. Dessa forma o autor busca a universalidade do sentido do ser através de seu significado. O sentido do ser está nele mesmo e não fora dele. O dasein tem um sentido próprio, autônomo e independente, sentido esse que a ciência não consegue conceituar por não conhecer ser verdadeiro sentido, uma vez que seus conceitos apenas o significam o ente e para Heidegger o ser não é idêntico ao ente. Dasein é um ente privilegiado que só o homem tem e cujo sentido só existe nele mesmo e dessa forma se torna vazio e indefinido, mas universalizado em seu próprio sentido e que pode conhecer o ser de todas as coisas, portanto, o ser é do ente no homem, é o ser do homem, é o dasein, um ser entendido pelo autor como: um ser-com; uma possibilidade de existência; um estar no mundo. O dasein possui uma condição essencial que só se dá na existência do homem e é ele (o homem) que encontra seu próprio ser e o ser dos outros seres. É através dele que o homem tem sentido, e conforme o autor, o dasein é o metafísico do homem. O ser estudado pelos filósofos está definido no campo ôntico e o ser em Heidegger dasein é ontológico, na verdade pré-ontológico. A ontologia tradicional trata o ser como existente, como ele é, e para o autor essa forma de pensar o ser é ôntica e não ontológica, pois ele diz de acordo com Celestino Pires que a metafísica tradicional ter-se-ia fixado nos entes e nunca se teria interrogado pelo ser dos entes (LOGOS, vol.2, 1992, p.1058) o para ele o ser é presença, o ser está existente no ser do ente, ou seja, está sendo na temporalidade do mundo entre o nascimento e a morte do homem, uma vez que o mundo existe independente do ser que está nele. E dessa maneira o dasein permite que o homem conheça sua condição de finitude, possibilitando o verdadeiro sentido da existência. Esse ser-com-o-mundo é uma das condições do dasein que é o ser-no-mundo definindo a existência do homem como resultado

8 8 do seu passado em constante projeto de possibilidades para um futuro que se realizará de acordo com suas ações presentes. O dasein interpretado como o ser-aí por Giles é manifestadamente um ente relacionado com seu próprio ser que com seu ente se relaciona nesse ser-aí, e como tal faz parte da totalidade do ser, portanto a compreensão do ser caracteriza a existência humana como modo de ser que lhe é próprio. Determina não a essência e, sim, a própria existência do ser-aí (GILES, 1989, p.99), e por ser um ser-no-mundo ele não é somente uma coisa definida nesse mundo, uma vez que ele não é uma coisa, mas uma relação com o ambiente do mundo, melhor esclarecendo, um ser-com-o-mundo. Esse ser-no-mundo apresenta infinitas possibilidades de existir no mundo de acordo com sua escolha, essas possibilidades identificam o poder ser do dasein, destacando-se que entre todas tais possibilidades uma é diferente de todas e da qual o ser não escapa: a morte. Com essa concepção o ser do ente é em Heidegger um ser-para-a-morte limitado desde seu nascimento, mas que durante essa existência sua consciência procura ininterruptamente o seu sentido conforme esclarece Reale: A análise existencial revela que a existência anônima é um poder ser constitutivo do homem. E, segundo Heidegger, o que se encontra na base desse poder ser é a dejeção, ou seja, a queda do homem no plano das coisas do mundo. Entretanto, existe a voz da consciência, que chama à existência, quando então nos colocamos não mais no plano ôntico ou existentivo, e sim no plano ontológico ou existencial, procurando o sentido do ser dos entes, isto é, o sentido do seu existir. A voz da consciência pega o homem envolvido pelos cuidados e o repõe diante de si mesmo, remetendo-o à questão do que ele é no mais profundo do seu ser e que não pode ocultar. (REALE, vol.iii, 1990, p.586). Considerações comparativas Analisando as reflexões sobre o ser que Sócrates e Heidegger legaram à filosofia, convém na perspectiva ôntico/ontológica, ler duas afirmações: uma de Benedito Nunes esclarecendo que: As duas seções publicadas da primeira parte de Ser e Tempo já compõem o perfil de uma ontologia fundamental, estudando, numa analítica, com base no método fenomenológico de Husserl, o homem do ponto de vista de seu ser, como Dasein (NUNES, 2002, p.8); a outra de Rodolfo Mondolfo quando observa que: A essência, o universal, quer dizer, o que há de comum nas particularidades, representa a unidade da espécie: por isso, afirma-se vigorosamente em Sócrates a exigência de unidade no conhecimento verdadeiro (MONDOLFO, 1963, p.63)

9 9 A partir desses esclarecimentos, é necessário buscar nos conceitos de ôntico, ontológico e metafísico, fundamentos para posicionar alguma comparação das reflexões socráticas e heideggerianas. Para a compreensão desses conceitos Abbagnano distingue o ôntico do ontológico afirmando que o ôntico difere em natureza ou essência do ser categorial, ou seja: a propriedade empírica de um objeto é uma propriedade ôntica; a possibilidade ou a necessidade é uma propriedade ontológica (ABBAGNANO, 2007, p.848). Tal distinção é ressaltada por Heidegger que, ainda segundo Abbagnano, equipara ontologia à metafísica em sua Introduzione a Che cos è metafísica? (Introdução à O que é Metafísica?), quando disse: O pensamento que pensa na verdade do ser em termos de retorno ao fundamento da metafísica já abandonou desde o primeiro passo o âmbito de qualquer ontologia (ABBAGNANO, 2007, p.848). Apesar da busca de uma universalidade exposta nas reflexões e afirmações dos filósofos aqui comparados, observamos que os conceitos declarados por Sócrates do ser como alma nos diálogos platônicos, estão eminentemente envolvidos por significados ônticos, distintos, portanto, dos que Heidegger divulga no Ser e Tempo que está necessariamente ligado à concepção ontológica do ser. Consideramos ainda que, mesmo essa diferença cognitiva dos pensamentos socráticos e heideggerianos, ambos têm em comum partiram de um não conhecimento para obter uma definição e proporcionaram importantes inovações no movimento filosófico após a divulgação de suas teses sobre o ser. Referências ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, BRISSON, Luc, e PRADEAU, Jean-François. Vocabulário de Platão. São Paulo: Martins Fontes, CHAUI, Marilena. Introdução à História da Filosofia. Vol.I Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, CIVITA, Victor. História das Grandes Ideias do Mundo Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1972, p.26 a 44. (Coleção Os Pensadores, volume I). CIVITA, Victor. História das Grandes Ideias do Mundo Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1972, p.897 a 904. (Coleção Os Pensadores, volume IV). GILES, Thomas Ransom. História do Existencialismo e da Fenomenologia. São Paulo: EPU, 1989.

10 10 HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução revisada de Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: São Francisco e Vozes, MONDOLFO, Rodolfo. Sócrates. Tradução de Lycurgo Gomes da Motta. São Paulo: Mestre Jou, NUNES, Benedito. Heidegger & Ser e Tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, NUNES SOBRINHO, Rubens Garcia. Platão e a imortalidade: mito e argumentação no Fédon. Uberlândia: EDUFU, PENNA, Antonio Gomes. Introdução à Antropologia Filosófica. Rio de Janeiro: IMAGO, PLATÃO. Diálogos Fédon. Tradução textos complementares e notas de Edson Bini. Bauru: EDIPRO, (Volume III). PLATÃO. Diálogos O Primeiro Alcebíades. Tradução de Carlos Alberto Nunes e coordenação de Benedito Nunes. Belém: EDUFPA, REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia Antiguidade e Idade Média.. São Paulo/SP: PAULUS, (Volume I). REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia Antiguidade e Idade Média. São Paulo/SP: PAULUS, (Volume III). SOCIEDADE Científica da Universidade Católica Portuguesa. LOGOS Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia. Lisboa: VERBO, (Volume 2). SOCIEDADE Científica da Universidade Católica Portuguesa. LOGOS Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia. Lisboa: VERBO, (Volume 4). STEIN, Ernildo. Compreensão e Finitude. Ijui: UNIJUI, 2001, P.184 a 199.

3ª Filosofia Antiga (Pensadores antigos)

3ª Filosofia Antiga (Pensadores antigos) 3ª Filosofia Antiga (Pensadores antigos) Questão (1) - A filosofia se constitui, a partir das concepções de Sócrates, Platão e Aristóteles, como o pensamento que investiga: a) A questão da dívida externa.

Leia mais

A origem dos filósofos e suas filosofias

A origem dos filósofos e suas filosofias A Grécia e o nascimento da filosofia A origem dos filósofos e suas filosofias Você certamente já ouviu falar de algo chamado Filosofia. Talvez conheça alguém com fama de filósofo, ou quem sabe a expressão

Leia mais

Filosofia na Antiguidade Clássica Sócrates, Platão e Aristóteles. Profa. Ms. Luciana Codognoto

Filosofia na Antiguidade Clássica Sócrates, Platão e Aristóteles. Profa. Ms. Luciana Codognoto Filosofia na Antiguidade Clássica Sócrates, Platão e Aristóteles Profa. Ms. Luciana Codognoto Períodos da Filosofia Grega 1- Período pré-socrático: (VII e VI a.c): início do processo de desligamento entre

Leia mais

AGOSTINHO, TEMPO E MEMÓRIA

AGOSTINHO, TEMPO E MEMÓRIA AGOSTINHO, TEMPO E MEMÓRIA Fábio de Araújo Aluno do Curso de Filosofia Universidade Mackenzie Introdução No decorrer da história da filosofia, muitos pensadores falaram e escreveram há cerca do tempo,

Leia mais

QUESTÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS: HEIDEGGER E O HUMANISMO

QUESTÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS: HEIDEGGER E O HUMANISMO QUESTÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS: HEIDEGGER E O HUMANISMO Bernardo Goytacazes de Araújo Professor Docente de Filosofia da Universidade Castelo Branco Especialista em Filosofia Moderna e Contemporânea

Leia mais

O CONCEITO DE DEUS NA DOUTRINA ESPÍRITA À LUZ DO PENSAMENTO ARISTOTÉLICO

O CONCEITO DE DEUS NA DOUTRINA ESPÍRITA À LUZ DO PENSAMENTO ARISTOTÉLICO O CONCEITO DE DEUS NA DOUTRINA ESPÍRITA À LUZ DO PENSAMENTO ARISTOTÉLICO Ao longo da história da humanidade, crer na existência de Deus sempre esteve na preocupação do ser pensante, e foi no campo da metafísica

Leia mais

Questão (1) - Questão (2) - A origem da palavra FILOSOFIA é: Questão (3) -

Questão (1) - Questão (2) - A origem da palavra FILOSOFIA é: Questão (3) - EXERCICÍOS DE FILOSOFIA I O QUE É FILOSOFIA, ETIMOLOGIA, ONDE SURGIU, QUANDO, PARA QUE SERVE.( 1º ASSUNTO ) Questão (1) - Analise os itens abaixo e marque a alternativa CORRETA em relação ao significado

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com 2. Direito como objeto de conhecimento. Conforme pudemos observar nas aulas iniciais

Leia mais

O Surgimento da filosofia

O Surgimento da filosofia O Surgimento da filosofia Prof. Victor Creti Bruzadelli Prof. Deivid O surgimento da filosofia Conceitos de Mito: O mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial,

Leia mais

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE Universidade Estadual De Maringá gasparin01@brturbo.com.br INTRODUÇÃO Ao pensarmos em nosso trabalho profissional, muitas vezes,

Leia mais

marcelo@sombraealegria.com.br Aula 03 Filosofia 3 Colegial

marcelo@sombraealegria.com.br Aula 03 Filosofia 3 Colegial Aula 03 Filosofia 3 Colegial Os Primeiros Filósofos Busca por uma explicação racional do mundo Filósofos Físicos Explicação na própria natureza Substância básica que formariam todas as coisas: Arkhé A

Leia mais

Resumo Aula-tema 01: A literatura infantil: abertura para a formação de uma nova mentalidade

Resumo Aula-tema 01: A literatura infantil: abertura para a formação de uma nova mentalidade Resumo Aula-tema 01: A literatura infantil: abertura para a formação de uma nova mentalidade Pensar na realidade é pensar em transformações sociais. Atualmente, temos observado os avanços com relação à

Leia mais

Dia_Logos. café teatral

Dia_Logos. café teatral café Café Teatral Para esta seção do Caderno de Registro Macu, a coordenadora do Café Teatral, Marcia Azevedo fala sobre as motivações filosóficas que marcam esses encontros. Partindo da etimologia da

Leia mais

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação Marcela Alves de Araújo França CASTANHEIRA Adriano CORREIA Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia

Leia mais

Era considerado povo os cidadãos de Atenas, que eram homens com mais de 18 anos, filhos de pais e mães atenienses.

Era considerado povo os cidadãos de Atenas, que eram homens com mais de 18 anos, filhos de pais e mães atenienses. Trabalho de Filosofia Mito e Filosofia na Grécia Antiga Texto 1 1- (0,3) Democracia quer dizer poder do povo. De acordo com o texto, quem era considerado povo em Atenas Antiga? Explique com suas palavras.

Leia mais

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos:

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos: A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER (1864 1920) Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha por volta do século XIX, um pouco mais tarde do que a França, que foi impulsionada pelo positivismo.

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES SÓCRATES 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II PROFESSOR DANILO BORGES

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES SÓCRATES 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II PROFESSOR DANILO BORGES RESOLUÇÕES DE QUESTÕES SÓCRATES 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II PROFESSOR DANILO BORGES 1. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.c., encontra o seu ponto de partida

Leia mais

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Rene Baltazar Introdução Serão abordados, neste trabalho, significados e características de Professor Pesquisador e as conseqüências,

Leia mais

BROCANELLI, Cláudio Roberto. Matthew Lipman: educação para o pensar filosófico na infância. Petrópolis: Vozes, 2010. RESENHA

BROCANELLI, Cláudio Roberto. Matthew Lipman: educação para o pensar filosófico na infância. Petrópolis: Vozes, 2010. RESENHA 1 BROCANELLI, Cláudio Roberto. Matthew Lipman: educação para o pensar filosófico na infância. Petrópolis: Vozes, 2010. RESENHA Francieli Nunes da Rosa 1 No livro Matthew Lipman: educação para o pensar

Leia mais

269- Anais - Congresso de Fenomenologia da Região Centro-Oeste

269- Anais - Congresso de Fenomenologia da Região Centro-Oeste HEIDEGGER: A REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA E A PERGUNTA PELO SER 269 - Caderno de texto IV Congresso de Fenomenologia da Região Cenro-Oeste. Resumo: Maria Clara CESCATO - UFPB, Campus IV cescato@voila.fr Eixo

Leia mais

Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior INTRODUÇÃO O que é pesquisa? Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas. INTRODUÇÃO Minayo (1993, p. 23), vendo por

Leia mais

A QUESTÃO DO CONHECIMENTO NA MODERNIDADE

A QUESTÃO DO CONHECIMENTO NA MODERNIDADE A QUESTÃO DO CONHECIMENTO NA MODERNIDADE Maria Aristé dos Santos 1, Danielli Almeida Moreira 2, Janaina Rufina da Silva 3, Adauto Lopes da Silva Filho 4 ¹ Alunas do Curso de Licenciatura em Filosofia da

Leia mais

DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES

DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES Karem Nacostielle EUFRÁSIO Campus Jataí karemnacostielle@gmail.com Sílvio Ribeiro DA SILVA

Leia mais

Caracterização Cronológica

Caracterização Cronológica Caracterização Cronológica Filosofia Medieval Século V ao XV Ano 0 (zero) Nascimento do Cristo Plotino (204-270) Neoplatônicos Patrística: Os grandes padres da igreja Santo Agostinho ( 354-430) Escolástica:

Leia mais

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. 1 Autora :Rosângela Azevedo- PIBID, UEPB. E-mail: rosangelauepb@gmail.com ²Orientador: Dr. Valmir pereira. UEPB E-mail: provalmir@mail.com Desde

Leia mais

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010 Fundamentos metodológicos da teoria piagetiana: uma psicologia em função de uma epistemologia Rafael dos Reis Ferreira Universidade Estadual Paulista (UNESP)/Programa de Pós-Graduação em Filosofia FAPESP

Leia mais

Como surgiu o universo

Como surgiu o universo Como surgiu o universo Modelos para o universo Desde os tempos remotos o ser humano observa o céu, buscando nele pistas para compreender o mundo em que vive. Nessa busca incansável, percebeu fenômenos

Leia mais

Filosofia - Introdução à Reflexão Filosófica

Filosofia - Introdução à Reflexão Filosófica Filosofia - Introdução à Reflexão Filosófica 0 O que é Filosofia? Essa pergunta permite muitas respostas... Alguns podem apontar que a Filosofia é o estudo de tudo ou o nada que pretende abarcar tudo.

Leia mais

Breve Histórico do Raciocínio Lógico

Breve Histórico do Raciocínio Lógico Breve Histórico do Raciocínio Lógico Enquanto muitas culturas tenham usado complicados sistemas de raciocínio, somente na China, Índia e Grécia os métodos de raciocínio tiveram um desenvolvimento sustentável.

Leia mais

Leucipo de Mileto e Demócrito de Abdera. Pércio Augusto Mardini Farias

Leucipo de Mileto e Demócrito de Abdera. Pércio Augusto Mardini Farias Pércio Augusto Mardini Farias Este documento tem nível de compartilhamento de acordo com a licença 2.5 do Creative Commons. http://creativecommons.org.br http://creativecommons.org/licenses/by/2.5/br/

Leia mais

Formação de Professores: um diálogo com Rousseau e Foucault

Formação de Professores: um diálogo com Rousseau e Foucault Formação de Professores: um diálogo com Rousseau e Foucault Eixo temático 2: Formação de Professores e Cultura Digital Vicentina Oliveira Santos Lima 1 A grande importância do pensamento de Rousseau na

Leia mais

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS Daniel Silveira 1 Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar alguns aspectos considerados fundamentais para a formação docente, ou

Leia mais

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE Maria Cristina Kogut - PUCPR RESUMO Há uma preocupação por parte da sociedade com a atuação da escola e do professor,

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

Colégio Pedro II Departamento de Filosofia Programas Curriculares Ano Letivo: 2010 (Ensino Médio Regular, Ensino Médio Integrado, PROEJA)

Colégio Pedro II Departamento de Filosofia Programas Curriculares Ano Letivo: 2010 (Ensino Médio Regular, Ensino Médio Integrado, PROEJA) Colégio Pedro II Departamento de Filosofia Programas Curriculares Ano Letivo: 2010 (Ensino Médio Regular, Ensino Médio Integrado, PROEJA) Considerações sobre o Programa de Filosofia do Ensino Médio Regular

Leia mais

FILOSOFIA CLÁSSICA: SÓCRATES E PLATÃO (3ª SÉRIE)

FILOSOFIA CLÁSSICA: SÓCRATES E PLATÃO (3ª SÉRIE) FILOSOFIA CLÁSSICA: SÓCRATES E PLATÃO (3ª SÉRIE) SÓCRATES (469-399 a.c.) CONTRA OS SOFISTAS Sofistas não são filósofos: não têm amor pela sabedoria e nem respeito pela verdade. Ensinavam a defender o que

Leia mais

PLANO DE AULA OBJETIVOS: Refletir sobre a filosofia existencialista e dar ênfase aos conceitos do filósofo francês Jean Paul Sartre.

PLANO DE AULA OBJETIVOS: Refletir sobre a filosofia existencialista e dar ênfase aos conceitos do filósofo francês Jean Paul Sartre. PLANO DE AULA ÁREA: Ética TEMA: Existencialismo HISTÓRIA DA FILOSOFIA: Contemporânea INTERDISCIPLINARIDADE: Psicologia DURAÇÃO: 4 aulas de 50 cada AUTORIA: Angélica Silva Costa OBJETIVOS: Refletir sobre

Leia mais

Os encontros de Jesus. sede de Deus

Os encontros de Jesus. sede de Deus Os encontros de Jesus 1 Jo 4 sede de Deus 5 Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6 Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou

Leia mais

CURSO DE DIREITO Autorizado pela Portaria no 3.355 de 05/12/02 DOU de 06/12/02 Componente Curricular: Filosofia

CURSO DE DIREITO Autorizado pela Portaria no 3.355 de 05/12/02 DOU de 06/12/02 Componente Curricular: Filosofia CURSO DE DIREITO Autorizado pela Portaria no 3.355 de 05/12/02 DOU de 06/12/02 Componente Curricular: Filosofia Código: DIR-112 Pré-requisito: Filosofia Geral Período Letivo: 2013.2 Professor: Ana Paula

Leia mais

KANT E AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS

KANT E AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS KANT E AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS Gustavo Leal - Toledo 1 RESUMO Pretende-se mostrar, neste trabalho, que a Exposição Metafísica não depende da Exposição Transcendental nem da geometria euclidiana.

Leia mais

A NOÇÃO DE ANGÚSTIA NO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER

A NOÇÃO DE ANGÚSTIA NO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER A NOÇÃO DE ANGÚSTIA NO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER Leandro Assis Santos Voluntário PET - Filosofia / UFSJ (MEC/SESu/DEPEM) Orientadora: Profa. Dra. Glória Maria Ferreira Ribeiro - DFIME / UFSJ (Tutora

Leia mais

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS RESUMO Juliana Candido QUEROZ (Bolsista) 1 ; Natália SILVA (Bolsista) 2, Leila BRUNO (Supervisora) 3 ; Sinval Martins S. FILHO (Coordenador)

Leia mais

SÓCRATES: O MESTRE GREGO E SEU SISTEMA PEDAGÓGICO REFLETINDO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

SÓCRATES: O MESTRE GREGO E SEU SISTEMA PEDAGÓGICO REFLETINDO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA SÓCRATES: O MESTRE GREGO E SEU SISTEMA PEDAGÓGICO REFLETINDO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA Luiz Fernando Bandeira de Melo lfbmelo@prove.ufu.br Vani Terezinha de Rezende Faculdade Católica de Uberlândia O método

Leia mais

PROJETO DE PESQUISA. Antonio Joaquim Severino 1. Um projeto de bem elaborado desempenha várias funções:

PROJETO DE PESQUISA. Antonio Joaquim Severino 1. Um projeto de bem elaborado desempenha várias funções: PROJETO DE PESQUISA Antonio Joaquim Severino 1 Um projeto de bem elaborado desempenha várias funções: 1. Define e planeja para o próprio orientando o caminho a ser seguido no desenvolvimento do trabalho

Leia mais

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS 11) Assinale a alternativa correta que completa as lacunas da frase a seguir. No sentido geral, a ontologia, cujo termo tem origem na, se ocupa do em geral, ou seja, do ser, na mais ampla acepção da palavra,

Leia mais

John Locke (1632-1704) Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31) 2106-1750

John Locke (1632-1704) Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31) 2106-1750 John Locke (1632-1704) Biografia Estudou na Westminster School; Na Universidade de Oxford obteve o diploma de médico; Entre 1675 e 1679 esteve na França onde estudou Descartes (1596-1650); Na Holanda escreveu

Leia mais

Mito, Razão e Jornalismo 1. Érica Medeiros FERREIRA 2 Dimas A. KÜNSCH 3 Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, SP

Mito, Razão e Jornalismo 1. Érica Medeiros FERREIRA 2 Dimas A. KÜNSCH 3 Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, SP Mito, Razão e Jornalismo 1 Érica Medeiros FERREIRA 2 Dimas A. KÜNSCH 3 Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, SP Resumo Este trabalho tem como objetivo relacionar os temas mito, razão e jornalismo. Com uma

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE ALMEIDA 1, Leonardo Rodrigues de SOUSA 2, Raniere Lima Menezes de PEREIRA

Leia mais

CONSTRUINDO TRIÂNGULOS: UMA ABORDAGEM ENFATIZANDO A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA E CLASSIFICAÇÕES

CONSTRUINDO TRIÂNGULOS: UMA ABORDAGEM ENFATIZANDO A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA E CLASSIFICAÇÕES CONSTRUINDO TRIÂNGULOS: UMA ABORDAGEM ENFATIZANDO A CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA E CLASSIFICAÇÕES Poliana de Brito Morais ¹ Francisco de Assis Lucena² Resumo: O presente trabalho visa relatar as experiências

Leia mais

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti Jogos Redes Sociais e Econômicas Prof. André Vignatti Teoria dos Jogos Neste curso, queremos olhar para redes a partir de duas perspectivas: 1) uma estrutura subjacente dos links de conexão 2) o comportamentos

Leia mais

Sócrates: uma filosofia voltada para consciência crítica. Professor Danilo Borges Colégio Cenecista Dr. José Ferreira 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

Sócrates: uma filosofia voltada para consciência crítica. Professor Danilo Borges Colégio Cenecista Dr. José Ferreira 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II Sócrates: uma filosofia voltada para consciência crítica Professor Danilo Borges Colégio Cenecista Dr. José Ferreira 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II Sócrates 469 399 a.c. Divisor de águas na filosofia grega

Leia mais

Fonte: www.cantocidadao.org.br/.../blog/criancas.jpg

Fonte: www.cantocidadao.org.br/.../blog/criancas.jpg 5. Estágio pré-operatório (2 a 6 anos) Fonte: www.cantocidadao.org.br/.../blog/criancas.jpg Esse período é marcado pela passagem da inteligência sensório-motora para a inteligência representativa. A criança

Leia mais

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS A principal preocupação de Descartes, diante de uma tradição escolástica em que as espécies eram concebidas como entidades semimateriais, semi-espirituais, é separar com

Leia mais

LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA MARGARIDA PETTER

LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA MARGARIDA PETTER LINGUAGEM, LÍNGUA, LINGÜÍSTICA MARGARIDA PETTER Duas explicações da Origem do mundo palavra (a linguagem verbal) associada ao poder mágico de criar. Atributo reservado a Deus. Através dela ele criou as

Leia mais

Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum

Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum 1- O que distingue a atitude científica da atitude costumeira ou do senso comum? Antes de qualquer coisa, a ciência desconfia da veracidade de nossas

Leia mais

Docente: Gilberto Abreu de Oliveira (Mestrando em Educação UEMS/UUP) Turma 2012/2014 Email: oliveira.gilbertoabreu@hotmail.

Docente: Gilberto Abreu de Oliveira (Mestrando em Educação UEMS/UUP) Turma 2012/2014 Email: oliveira.gilbertoabreu@hotmail. Docente: Gilberto Abreu de Oliveira (Mestrando em Educação UEMS/UUP) Turma 2012/2014 Email: oliveira.gilbertoabreu@hotmail.com Blog: http://historiaemdebate.wordpress.com 1 Principais Conceitos sobre os

Leia mais

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS FILOSOFIA DO DIREITO

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS FILOSOFIA DO DIREITO P á g i n a 1 PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS FILOSOFIA DO DIREITO 1. Da justiça particular e do que é justo no sentido correspondente, uma espécie é a que se manifesta nas distribuições de honras, de

Leia mais

Vamos compreender a História na linha do tempo...

Vamos compreender a História na linha do tempo... Vamos compreender a História na linha do tempo... Idade Idade Idade Idade Antiga Média Moderna Contemp L i n h a d o T e m p o 1. Antes da Idade Antiga, a Pré-História: antes dos registros escritos. 2.

Leia mais

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE Adriele Albertina da Silva Universidade Federal de Pernambuco, adrielealbertina18@gmail.com Nathali Gomes

Leia mais

PLATÃO. Consta-se que antes de ter sido discípulo de Sócrates, seguiu as lições de Crátilo.

PLATÃO. Consta-se que antes de ter sido discípulo de Sócrates, seguiu as lições de Crátilo. PLATÃO Platão, jovem aristocrata de Atenas foi familiar de Alcibíades e de Crítias tinha como nome verdadeiro Arístocles. O cognome deverá ter-se ficado a dever à envergadura dos seus ombros ou então à

Leia mais

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton Silveira de Pinho Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton

Leia mais

UFMG - 2005 4º DIA FILOSOFIA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

UFMG - 2005 4º DIA FILOSOFIA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR UFMG - 2005 4º DIA FILOSOFIA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR Filosofia Questão 01... a filosofia não é a revelação feita ao ignorante por quem sabe tudo, mas o diálogo entre iguais que se fazem cúmplices

Leia mais

Elaboração de Projetos

Elaboração de Projetos Elaboração de Projetos 2 1. ProjetoS John Dewey (1859-1952) FERRARI, Márcio. John Dewey: o pensador que pôs a prática em foco. Nova Escola, São Paulo, jul. 2008. Edição especial grandes pensadores. Disponível

Leia mais

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo 2010 Parece, a muitos de nós, que apenas, ou principalmente, o construtivismo seja a ideia dominante na Educação Básica, hoje. Penso, ao contrário, que, sempre

Leia mais

FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1. Introdução. Daniel+Durante+Pereira+Alves+

FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1. Introdução. Daniel+Durante+Pereira+Alves+ I - A filosofia no currículo escolar FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1 Daniel+Durante+Pereira+Alves+ Introdução O+ ensino+ médio+ não+ profissionalizante,+

Leia mais

AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG

AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG 1. Introdução 2. Maslow e a Hierarquia das necessidades 3. Teoria dos dois Fatores de Herzberg 1. Introdução Sabemos que considerar as atitudes e valores dos

Leia mais

AS NOVAS DIRETRIZES PARA O ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM O CURRÍCULO E COM O ENEM

AS NOVAS DIRETRIZES PARA O ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM O CURRÍCULO E COM O ENEM AS NOVAS DIRETRIZES PARA O ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM O CURRÍCULO E COM O ENEM MARÇO/ABRIL/2012 Considerações sobre as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio Resolução CNE/CEB

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA ESPÍRITA E ESPIRITISMO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA ESPÍRITA E ESPIRITISMO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA 1 ESPÍRITA E ESPIRITISMO Para designar coisas novas, são necessárias palavras novas. A clareza de uma língua assim exige, a fim de evitar que uma mesma palavra

Leia mais

A Sociologia de Weber

A Sociologia de Weber Material de apoio para Monitoria 1. (UFU 2011) A questão do método nas ciências humanas (também denominadas ciências históricas, ciências sociais, ciências do espírito, ciências da cultura) foi objeto

Leia mais

ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: TEMA, PROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO

ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: TEMA, PROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: TEMA, PROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO PROF. ME. RAFAEL HENRIQUE SANTIN Este texto tem a finalidade de apresentar algumas diretrizes para

Leia mais

O SER DOS ENTES QUE VÊM AO ENCONTRO NO MUNDO CIRCUNDANTE; UMA ANÁLISE DO PARÁGRAFO 15 DE SER E TEMPO DE MARTIN HEIDEGGER

O SER DOS ENTES QUE VÊM AO ENCONTRO NO MUNDO CIRCUNDANTE; UMA ANÁLISE DO PARÁGRAFO 15 DE SER E TEMPO DE MARTIN HEIDEGGER O SER DOS ENTES QUE VÊM AO ENCONTRO NO MUNDO CIRCUNDANTE; UMA ANÁLISE DO PARÁGRAFO 15 DE SER E TEMPO DE MARTIN HEIDEGGER Jupyra Vilela Barreto (Grupo PET - Filosofia) Orientadora: Glória Maria Ferreira

Leia mais

Roteiro VcPodMais#005

Roteiro VcPodMais#005 Roteiro VcPodMais#005 Conseguiram colocar a concentração total no momento presente, ou naquilo que estava fazendo no momento? Para quem não ouviu o programa anterior, sugiro que o faça. Hoje vamos continuar

Leia mais

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas. SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas. SANTOS, Silvana Salviano silvanasalviano@hotmail.com UNEMAT Campus de Juara JESUS, Lori Hack de lorihj@hotmail.com UNEMAT

Leia mais

O Currículo das Séries Iniciais e a Educação para a Saúde

O Currículo das Séries Iniciais e a Educação para a Saúde Nas séries iniciais do ensino fundamental, o currículo enfatiza a assimilação de conceitos e busca desenvolver as estruturas cognitivas. Ele procura fornecer aos alunos condições necessárias para aprendizagens

Leia mais

A pesquisa e suas classificações FACULDADE DE COSTA RICA Prof.ª NELIZE A. VARGAS. nelizevargas@hotmail.com O que é pesquisa? MINAYO (l993,p.23), vendo por um prisma mais filósofico, considera a pesquisa

Leia mais

Todos Batizados em um Espírito

Todos Batizados em um Espírito 1 Todos Batizados em um Espírito Leandro Antonio de Lima Podemos ver os ensinos normativos a respeito do batismo com o Espírito Santo nos escritos do apóstolo Paulo, pois em muitas passagens ele trata

Leia mais

Ajuda ao SciEn-Produção 1. 1. O Artigo Científico da Pesquisa Experimental

Ajuda ao SciEn-Produção 1. 1. O Artigo Científico da Pesquisa Experimental Ajuda ao SciEn-Produção 1 Este texto de ajuda contém três partes: a parte 1 indica em linhas gerais o que deve ser esclarecido em cada uma das seções da estrutura de um artigo cientifico relatando uma

Leia mais

Avaliação em filosofia: conteúdos e competências

Avaliação em filosofia: conteúdos e competências Avaliação em filosofia: conteúdos e competências Desidério Murcho Universidade Federal de Ouro Preto desiderio@ifac.ufop.br 1 Immanuel Kant O jovem que completou a sua instrução escolar habituou- se a

Leia mais

RESUMOS DE PROJETOS... 1202 RELATOS DE EXPERIÊNCIA... 1205 ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)... 1207

RESUMOS DE PROJETOS... 1202 RELATOS DE EXPERIÊNCIA... 1205 ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)... 1207 1201 RESUMOS DE PROJETOS... 1202 RELATOS DE EXPERIÊNCIA... 1205 ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)... 1207 1202 RESUMOS DE PROJETOS ENSINO, APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LETRAS: IDENTIDADES E CRENÇAS

Leia mais

O que é Ética? Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.

O que é Ética? Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado. 1 O que é Ética? Definição de Ética O termo ética, deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.

Leia mais

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom Entrevista esclarece dúvidas sobre acúmulo de bolsas e atividadess remuneradas Publicada por Assessoria de Imprensa da Capes Quinta, 22 de Julho de 2010 19:16 No dia 16 de julho de 2010, foi publicada

Leia mais

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos. Os dados e resultados abaixo se referem ao preenchimento do questionário Das Práticas de Ensino na percepção de estudantes de Licenciaturas da UFSJ por dez estudantes do curso de Licenciatura Plena em

Leia mais

O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES

O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES Aline Patrícia da Silva (Departamento de Letras - UFRN) Camila Maria Gomes (Departamento de Letras - UFRN) Orientadora: Profª Dra.

Leia mais

Kant Uma Filosofia de Educação Atual?

Kant Uma Filosofia de Educação Atual? juliana_bel@hotmail.com O presente trabalho retoma as principais ideias sobre a pedagogia do filósofo Immanuel Kant dentro de sua Filosofia da Educação, através dos olhos de Robert B. Louden, professor

Leia mais

PESQUISA QUANTITATIVA e QUALITATIVA

PESQUISA QUANTITATIVA e QUALITATIVA universidade de Santa Cruz do Sul Faculdade de Serviço Social Pesquisa em Serviço Social I I PESQUISA QUANTITATIVA e QUALITATIVA BIBLIOGRAFIA: MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de

Leia mais

O ENSINO DE FILOSOFIA COMO UMA INTEGRAÇÃO DIALÉTICA

O ENSINO DE FILOSOFIA COMO UMA INTEGRAÇÃO DIALÉTICA O ENSINO DE FILOSOFIA COMO UMA INTEGRAÇÃO DIALÉTICA SIQUEIRA, Grégori Lopes Acadêmico do Curso de Filosofia UNIFRA Email: gregsiqueira@yahoo.com.br BRIXNER, Israel Acadêmico do Curso de Filosofia - UNIFRA

Leia mais

Shusterman insere cultura pop na academia

Shusterman insere cultura pop na academia São Paulo, quinta, 21 de maio de 1998 Shusterman insere cultura pop na academia PATRICIA DECIA da Reportagem Local O filósofo americano leva a cultura pop à academia. Em "Vivendo a Arte - O Pensamento

Leia mais

PRAXIS. EscoladeGestoresdaEducaçãoBásica

PRAXIS. EscoladeGestoresdaEducaçãoBásica PRAXIS A palavra práxis é comumente utilizada como sinônimo ou equivalente ao termo prático. Todavia, se recorrermos à acepção marxista de práxis, observaremos que práxis e prática são conceitos diferentes.

Leia mais

APRENDER A LER PROBLEMAS EM MATEMÁTICA

APRENDER A LER PROBLEMAS EM MATEMÁTICA APRENDER A LER PROBLEMAS EM MATEMÁTICA Maria Ignez de Souza Vieira Diniz ignez@mathema.com.br Cristiane Akemi Ishihara crisakemi@mathema.com.br Cristiane Henriques Rodrigues Chica crischica@mathema.com.br

Leia mais

1ª Série do Ensino Médio/ 2 Trimestre SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES

1ª Série do Ensino Médio/ 2 Trimestre SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES Sem limite para crescer! Resumo das aulas de Filosofia 1ª Série do Ensino Médio/ 2 Trimestre SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES Esses três filósofos foram os inauguradores da filosofia ocidental como a que

Leia mais

BOLETIM INFORMATIVO MAR/ABRIL 2013 [Edição 6]

BOLETIM INFORMATIVO MAR/ABRIL 2013 [Edição 6] BOLETIM INFORMATIVO MAR/ABRIL 2013 [Edição 6] O tema central desta edição do Boletim Informativo será a Psicologia Infantil. A Psicologia Infantil é a área da Psicologia que estuda o desenvolvimento da

Leia mais

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR Título do artigo: O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR Área: Gestão Coordenador Pedagógico Selecionadora: Maria Paula Zurawski 16ª Edição do Prêmio Victor Civita Educador

Leia mais

Filosofia O que é? Para que serve?

Filosofia O que é? Para que serve? Filosofia O que é? Para que serve? Prof. Wagner Amarildo Definição de Filosofia A Filosofia é um ramo do conhecimento. Caracteriza-se de três modos: pelos conteúdos ou temas tratados pela função que exerce

Leia mais

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA?

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA? AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA? Hélio José Ferreira e Hilma Araújo dos Santos * O título provocativo dessa matéria reflete uma situação peculiar pela qual vem passando as ouvidorias no Brasil, que

Leia mais

CRISTO E SCHOPENHAUER: DO AMAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO À COMPAIXÃO COMO FUNDAMENTO DA MORAL MODERNA

CRISTO E SCHOPENHAUER: DO AMAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO À COMPAIXÃO COMO FUNDAMENTO DA MORAL MODERNA CRISTO E SCHOPENHAUER: DO AMAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO À COMPAIXÃO COMO FUNDAMENTO DA MORAL MODERNA JÉSSICA LUIZA S. PONTES ZARANZA 1 WELLINGTON ZARANZA ARRUDA 2 1 Mestranda em Filosofia pela Universidade

Leia mais

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco.

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco. VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA Brasil Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia

Leia mais

1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial. (Objetivos: Conceptualizar, Argumentar, Problematizar)

1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial. (Objetivos: Conceptualizar, Argumentar, Problematizar) INICIAÇÃO À ATIVIDADE FILOSÓFICA 1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial (Objetivos: Conceptualizar, Argumentar, Problematizar) As primeiras perguntas de qualquer estudante, ao iniciar o seu estudo

Leia mais

material dado com autoridade. Com isso, coloca-se, sobretudo, a questão, como essas valorações podem ser fundamentadas racionalmente.

material dado com autoridade. Com isso, coloca-se, sobretudo, a questão, como essas valorações podem ser fundamentadas racionalmente. Laudatio Robert Alexy nasceu em Oldenburg em 1945. Nesta cidade também realizou os seus estudos até o ensino secundário. No semestre de verão de 1968 ele iniciou o estudo da ciência do direito e da filosofia.

Leia mais