UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Planejamento para o início de obras em edificações de múltiplos pavimentos Silvio Romero Duarte Pereira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dr. José Carlos Paliari São Carlos 2012

DEDICATÓRIA Dedico esta monografia a meus pais, por acreditarem em mim e fazer de tudo para que eu pudesse chegar até aqui.

AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos a todos os familiares e amigos pelo apoio e confiança em todo esse período de graduação. Agradeço ao Prof. Dr. José Carlos Paliari pela paciência, disponibilidade e pela orientação desse trabalho que foi e será muito importante para minha formação como Engenheiro Civil. Agradeço também a todo corpo docente e funcionários do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar, pelo apoio e aprendizado nesses cindo anos da faculdade de engenharia civil. Agradeço a UFSCar por tudo que me proporcionou nos cinco últimos anos e qualidade indiscutível de ensino. Agradeço a todos os colegas e amigos que de alguma forma participaram e influenciaram nessa caminhada na graduação. E por fim e mais importante agradeço a Deus pelas ótimas oportunidades que a vida me proporciona e pela proteção e força nos momentos necessários.

Os sonhos não envelhecem. Márcio Borges.

RESUMO Em um mercado em que se exige cada vez mais rapidez e agilidade, os prazos se tornam cada vez mais curtos e planejar estrategicamente se torna um diferencial na entrega de um empreendimento. O planejamento feito pela maioria das empresas tem um enfoque na parte de execução e procuram otimizar esse tempo, mas muitas vezes as etapas de pré-obra e pós-obra são deixadas de lado. A partir disso, a elaboração e padronização de todo o processo que envolve o pré-obra usando os instrumentos necessários fornece a estimativa do período, além de subsídios para verificar o que é necessário priorizar para não ter atraso no processo. A metodologia a ser empregada conta com levantamento das atividades principais e preponderantes do pré-obra além da identificação no mercado de empresas que possuem planejamento ou algum tipo de padronização do processo e atuem no setor imobiliário para elaboração de um cronograma que abrange toda essa etapa de início de obras. A pesquisa fornecerá subsídios para a determinação de índices de produtividade, estudos mais aprofundados sobre a questão burocrática de obras no país e gerenciamento de canteiro e projetos na construção civil. Por fim, o trabalho é de suma importância para aqueles que pretendem atuar na área tanto na planejamento e controle das construções, como nas áreas de racionalização, gerenciamento e gestão de projetos. Palavras-chave: Planejamento, canteiro de obras, projetos.

ABSTRACT ABSTRACT Nowadays, a blooming market requires agility and quickness, therefore, deadlines becomes shorter and planning strategically turns to be business' big differential. Planning boards done by most of them has focus on its fulfillment and seeks the optimization of time, so pre and post stages in a process are put to the side. From this point on, the estimative time is provided by the the development and standardization of this process that involves the preconstruction* and its necessary instruments, beyond subsidies to verify what's necessary to prioritize and don't delay the process. The methodology consists of the pre stage's main and commanding activities survey, and also the identification of the enterprise that holds a planning strategy or some other type of standard process and housing for the development of an chronogram in this beginning period. This research will provide subsidies to determine produtivity results, bureaucratic laws studies in the county and civil building trade management. Last but not least, this coursework is very important for those that pretends to work in the planning or the construction controller* area, like the racionalization and management project areas. Key-words: planning, construction site, projects.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Terraplenagem... 23 Figura 2: Sondagem do terreno... 24 Figura 3: Exemplo de medidor de luz a ser instalado na obra... 26 Figura 4: Demolição de edifício... 27 Figura 5: Exemplo de tapume cercando o edifício... 28 Figura 6: Esquema de canteiro de obras... 29 Figura 7: Planta arquitetonica... 30 Figura 8: Foto de trinca em residência... 32 Figura 9: Fluxograma de atividades do pré-obra... 33 Figura 10: Cronograma base... 41 Figura 11: Croqui de um edifício de múltipos pavimentos... 42 Figura 12: Cronograma final Primeira parte... 48 Figura 13: Cronograma final Segunda parte... 49

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Potência de equipamentos elétricos... 25 Tabela 2: Tabela atividade versus empresa.... 40 Tabela 3: Tabela de durações das atividades do pré-obra.... 40.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 8 1.1 Justificativa... 9 1.2 Objetivos... 10 1.3 A motivação para o trabalho... 10 1.4 Limitações... 10 1.5 Metodologia de trabalho... 11 2. PLANEJAMENTO... 13 2.1 Visão geral... 13 2.1.1 A Indústria da Construção Civil... 13 2.1.2 Planejamento e Controle de obras... 13 2.1.3 Custos... 15 2.1.4 Orçamento... 15 2.2 Ferramentas para o planejamento... 15 2.3 Planejamento para projetos na construção civil... 16 2.3.1 Elaboração de projeto de canteiro de obras... 17 2.3.2 Fases do projeto... 18 3.3.3 Coordenação de projetos... 18 2.3.4 Qualidade de projetos... 19 2.4 Intervenientes na Construção Civil... 19 3. PRINCIPAIS ETAPAS DO PRÉ OBRA... 21 3.1 Início de obra... 21 3.2 Principais etapas... 22 3.2.1 ART e alvará de execução... 22 3.2.2 Movimentação de terra e sondagem... 22 3.2.3 Instalações provisórias... 25 3.2.4 Serviços e alvará de demolição... 27 3.2.5 Limpeza do terreno e tapumes... 28 3.2.6 Projeto e montagem do canteiro de obras... 29 3.2.7 Elaboração e aprovação de projetos... 30 3.2.8 Plano de qualidade e avaliação das condições de vizinhança... 31 3.2.9 Formação de equipes... 33 3.2.10 Lançamento e incorporação... 33 3.3 Fluxograma de atividades... 34 4. SELEÇÃO DE EMPRESAS... Erro! Indicador não definido. 4.1 Critérios para seleção... 36 4.2 Caracterização das empresas selecionadas... 37 5. ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA BASE... Erro! Indicador não definido. 5.1 Cronograma base... 39 6. CRONOGRAMA FINAL... 45

6.1 Definição de objeto de estudo... 45 6.2 Elaboração de cronograma final... 47 6.3 Apresentação... 50 7. CONCLUSÕES... 54 7.1 Análise do cronograma final... 54 7.2 Considerações finais... 55 8. REFERÊNCIAS... 56 9. BIBLIOGRAFIA... 58

8 1. INTRODUÇÃO Na construção civil, um dos fatores levados cada vez mais em conta é o planejamento devido, na maioria das vezes, a complexidade desse setor, custos, orçamentos e a produtividade de máquinas e mão-de-obra. Dado um empreendimento como um todo, este possui várias etapas diferentes entre si. De uma forma geral, podem ser consideradas as fases de concepção, execução (produção) e uso. A etapa de execução é a que tem tido o maior destaque nas pesquisas realizadas na área. Enquanto isso, as fases de concepção e uso estão em um segundo plano, sendo a última considerada como a menos relevante. A fase de concepção tem sido muito estudada no que diz respeito à coordenação de projetos e projeto de canteiro, mas ainda existe uma carência de estudos com enfoque em um planejamento que englobe toda a etapa desde a idealização do empreendimento até a iminência do início de sua execução. A pergunta a ser feita é a seguinte: O que é necessário para começar uma obra e qual a duração desse período? Existem vários fatores que devem ser considerados ainda na concepção que vão além dos projetos em geral. São entraves burocráticos, questões ambientais, contratação de mão-de-obra, maquinário, previsão de gastos, vizinhança, plano de qualidade, limpeza do local, projeto e montagem do canteiro, entre outros. Nessa fase, algumas dessas etapas são imprescindíveis e não podem ser deixadas de lado. A maioria das empresas do ramo não possui um planejamento específico para esse período, visto que o mesmo vária de um tipo de obra para outra (Edificações, obras de estrada, obras de arte especiais, obras geotécnicas, obras de arte corrente, etc..). Mesmo assim, muitas vezes esbarramos em entraves burocráticos que atrasam o produto no final e podem vir compreender a construção. A burocracia no Brasil, também pode ser vista como um fator negativo, visto que, a mesma é muito grande e alguns órgãos públicos no país possuem grande lentidão e falta de corpo técnico eficiente. Um exemplo que pode ser citado é a aprovação de um projeto em prefeitura. Uma série de requisitos é necessária para dar entrada no mesmo e muitas vezes esse procedimento atrasa muito a etapa inicial.

9 Porém, nas últimas décadas, vêm sendo desenvolvidas ferramentas para realizar o controle não só de obras, mas de uma seqüência de atividades em geral com cronogramas, redes, etc.. Assim como na área de dimensionamento (estruturas, hidráulica, elétrica), os softwares de planejamento e orçamento estão cada vez mais aprimorados e vem evoluindo de forma a propiciar maiores avanços e menores incertezas. É de suma importância para a Engenharia Civil o conhecimento desses requisitos, pois com os softwares existentes nos dias de hoje, pode se ter uma noção mais ampla do tempo necessário desde a concepção até o início da obra propriamente dita, além do fato de ser aplicável para diversos tipos de empreendimentos, alterando as durações, formas e os tipos de algumas variáveis. Para a engenharia será uma boa contribuição uma pesquisa que mostre um panorama geral de etapas para o pré-obra, o tempo gasto e os caminhos críticos para se planejar obras de edificações de múltiplos pavimentos. O que se espera é que novas pesquisas nesse aspecto possam ser feitas, dando continuidade ao tema, criando novos padrões, relações matemáticas e melhorando cada vez mais essa área, otimizando o tempo necessário para começar a obra. Por fim, em um mercado cada vez mais competitivo, a redução de custos em todas as etapas aumenta a viabilidade do empreendimento e o planejamento adequado evita gastos desnecessários com mobilização, prejuízos com hora parada de máquinas e equipes, além de promover a entrega no prazo estipulado. 1.1 JUSTIFICATIVA O mercado no Brasil se encontra aquecido nos últimos anos. A economia vem se estabilizando com os anos, possibilitando um crescimento significativo no poder aquisitivo da população brasileira, além do aumento da oferta de crédito em diversos setores. Somado a isso, o governo tem investido nos ramos de infraestrutura e edificações, que são dois sub setores da construção civil, através de programas como o PAC 1 e 2. Sendo assim, a construção civil, como parte de todo esse mercado, é um dos setores que mais se beneficiaram com todo esse crescimento, como já mencionado anteriormente. Isso aliado à evolução das ferramentas gráficas e computacionais tem gerado uma necessidade cada vez maior de se planejar os empreendimentos, cumprir cronogramas e atender a alta demanda em questão, gerando assim capital (lucro) que é o objetivo das empresas construtoras, aumentando a racionalização e reduzindo os atrasos de cronograma.

10 O produto final trás satisfação aos clientes, pois é entregue no prazo e aos empreendedores, pois otimiza o processo produtivo e racionaliza os gastos. A partir disso, o conhecimento do cronograma pode servir de subsídio para futuras pesquisas mais aprofundadas, além da padronização das etapas principais e de um tempo médio de duração das mesmas. 1.2 OBJETIVOS Com o avanço da tecnologia, meios de transporte, o setor da construção civil tem exigido maior velocidade, dinamismo e racionalização em seus empreendimentos. A partir disso, o trabalho é voltado para a elaboração de um cronograma de acordo com as principais etapas que antecedem o início da construção de obras de edificação de múltiplos pavimentos. Com esse cronograma proposto, serão estimadas as atividades que possuem folga para a realização, o caminho crítico do processo e tempo total de duração dessa etapa até que tudo esteja pronto para a primeira atividade de execução. 1.3 A MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO O planejamento para o início de obras é um tema pouco tratado nos estudos universitários. Muito se fala do projeto de canteiro, ou do projeto executivo de um empreendimento. Porém o enfoque em etapas antes da obra demanda um grande estudo e serve como base para pesquisas futuras e mais aprofundadas com um enfoque, ao mesmo tempo didático, trazendo ao estudante de engenharia civil conteúdo sobre o tema e preparando o mesmo para saber lidar com todo o tramite do pré-obra, e empresarial, pois pode auxiliar empresas que não possuem planejamento nenhum sobre essa etapa a se organizar melhor nesse aspecto. Isso somado ao grande interesse pessoal pela área de planejamento/produção/gerenciamento de obras, faz com que o trabalho seja motivador e instigante e contribuirá e muito para formação pessoal. 1.4 LIMITAÇÕES Como principais limitações para o desenvolvimento desse trabalho têm-se a obtenção de material advindo das empresas para estudo. Muitas construtoras consideram esses arquivos como estratégicos, pois muitas vezes, essa é a diferença de tempo do lançamento até construção de um edifício entre construtoras. A seleção de empresas também foi um processo bem criterioso, visto que a mesma precisava atingir os objetivos

11 dentro da metodologia proposta. A idéia inicial foi buscar o máximo de empresas em diferentes estágios de crescimento e regiões do país, visto que o tema é bem amplo e variável. Feito isso, a definição de um objeto de estudo para a elaboração do cronograma base e do cronograma final também foi um empecilho considerável. 1.5 METODOLOGIA DE TRABALHO Com o intuito de atingir os objetivos estabelecidos, as atividades serão divididas em: Levantamento das atividades imprescindíveis para o início de uma obra de edificação de múltiplos pavimentos como: Atividades burocráticas (aprovação na prefeitura, companhias de água/luz/esgoto), estudos preliminares, projetos (básico, executivo e memoriais), instalações provisórias, montagem de canteiro, sondagem, terraplenagem, vizinhança, contratação de mão-de-obra, plano de qualidade da obra, gestão de resíduos, orçamentos, contratos; Fluxograma inicial organizando essas atividades em ordem cronológica; Revisão Bibliográfica: Será feita conforme as referências bibliográficas pesquisadas, além da consulta direta em empresas do ramo de construção civil; Pesquisa em várias empresas do ramo de edificações em diferentes regiões do país, com o intuito de verificar a existência do planejamento para o início de obras das mesmas. Após isso, selecionar três empresas que serão identificadas como Empresas A, B e C, seguindo alguns critérios de ponderação (organização empresarial, tipo de empreendimento construído, tipo de cliente a ser atingido) que serão discutidos mais adiante. Por fim, essa pesquisa consistirá em verificar nessas empresas, as atividades de planejamento para o início da obra, e a duração das mesmas. Elaboração de uma tabela, onde sejam listadas todas as atividades identificadas e as empresas selecionadas mostrando se cada etapa em questão é realizada ou não por elas. A partir dessas etapas, será proposto uma tabela de durações que mostra as durações de cada atividade pelas três empresas selecionadas. No final dessa tabela terá uma previsão otimista (menor duração), pessimista (maior duração) e uma média das três. A partir dos dados da tabela, será proposto

12 um cronograma base do tipo Gantt, que irá relacionar as etapas e suas devidas durações dependendo das empresas pesquisadas. Para a montagem desse cronograma, as atividades serão analisadas no quesito de tempo médio, ou seja, considerando a média aritmética das durações e na relação máximo/mínimo. Com isso, será obtida uma estimativa das durações mais otimista (com menor duração) e menos otimista (maior duração) e uma mediana para esse mesmo período. Análise do cronograma base do tipo que consistirá em uma comparação entre as durações dessa fase antecessora ao início da obra entre as empresas pesquisadas. Descrição de objeto de estudo que vai fornecer as condições de contorno para a elaboração do cronograma final. Elaboração de um cronograma final no Microsoft Project do tipo Gantt, usando os dados das empresas e dados coletados na pesquisa bibliográfica analisando o caminho crítico, ou seja, o caminho onde não se tem folga de atividades.

13 2. PLANEJAMENTO 2.1 VISÃO GERAL 2.1.1 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL Quando se fala em construção civil, vem logo a cabeça da maioria das pessoas a figura do pedreiro ou mestre de obras dentro de uma determinada construção realizando um serviço. A indústria da construção civil difere e muito das outras, uma vez que apresenta peculiaridades que refletem uma estrutura muito dinâmica e complexa. A arte de construir reúne uma gama de profissionais, maquinário e suprimentos em geral, que associados, produzem no final a obra desejada. A construção civil é considerada uma indústria altamente fragmentada em um grande número de empresas de pequeno porte, envolvendo uma enorme variedade de intervenientes e, comparativamente a outros setores, não é sofisticada (PALACIOS, 1995). O que ocorre nos dias atuais e vem cada vez mais se intensificado é que o setor da construção civil vem se sofisticando cada vez mais acompanhando o desenvolvimento tecnológico. Mesmo assim, pode-se considerar um setor que depende de muitos fatores internos e externos. O momento econômico do país, por exemplo, é um quesito que influi bastante na mesma. Essas características desta indústria mostram que o desenvolvimento de um planejamento, e um controle gerencial, interligados entre si, permitirá que várias empresas possam competir, inclusive as de pequeno porte. As empresas menores sofrem uma enorme desvantagem em relação às maiores, justamente pela maioria não possuir esse planejamento. 2.1.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS Segundo Chiavenato (1983), o planejamento e um processo permanente e contínuo, sendo a primeira função gerencial, por ser exatamente aquela que serve de base para as demais. A partir daí, tem-se como foco, a determinação antecipada do que se deve fazer e quais os objetivos devem ser atingidos. Com a formulação de hipóteses acerca da realidade atual e futura, têm-se condições racionais para que se organize um dado sistema de produção. Por fim, o efeito do planejamento é a absorção de incertezas, permitindo maior consistência no desempenho de empresas.

14 Segundo Assed (1986), o planejamento é a função administrativa que compreende a seleção de objetivos, diretrizes, planos, processos e programas. Para que esses objetivos sejam alcançados com eficiência, a empresa precisa obter harmonia entre os recursos financeiros e recursos físicos disponíveis. Essa harmonia é feita através de um planejamento racional. Segundo Araújo e Meira (1996), consideram-se como evento início do planejamento de uma obra toda parte que envolve a análise e o preparo de dados do respectivo projeto em concepção. Todas as divisões físicas principais da obra e etapas lógicas do projeto deverão ser estudadas nessa fase, estabelecendo as informações desejadas, proposição da inter-relação lógica dos principais subsistemas e os padrões de controle. Com isso, determina-se um planejamento integrado, contando com um sistema de informações. Nesse sistema, os dados relevantes são classificados e documentados, proporcionando maior segurança e custo final. O planejamento e o controle são atividades de suma importância em qualquer ramo industrial. No contexto da construção civil não é diferente e a execução de qualquer empreendimento exige uma combinação de recursos (materiais, mão de obra, equipamentos e capital), os quais estão sujeitos a limites e restrições. Portanto, o controle gerencial nada mais é que a comparação sistemática entre o previsto e o realizado, fornecendo subsídios para as análises financeiras, físicas e econômicas e estabelecer assim os critérios lógicos para a tomada de decisões. Segundo Alberton e Ensslin (1994), existem várias técnicas que ajudam o planejamento e controle de obras, como o Diagrama de Gantt, redes PERT/CPM, linhas de balanço, etc.. O Diagrama de Gantt consiste em um gráfico de barras dispostas que mostra as etapas de um empreendimento e o avanço das mesmas conforme o tempo. Esse diagrama mostra claramente o início e o fim de uma etapa e a dependência delas através das ligações entre as barras. Já as redes PERT/CPM interligam as atividades de forma a mostrar a relação entre as mesmas, dependência, ou precedência. O PERT é uma técnica probabilística que calcula a média ponderada de três durações possíveis da atividade (provável, otimista, pessimista). Já o CPM é uma técnica que determina a duração das atividades com base em consumo de recursos materiais e/ou humanos além do caminho crítico que mostra entre uma sequência de atividades, aquelas que não podem sofrer alterações em suas durações. A técnica do PERT/CPM não é mais utilizada sendo uma técnica antiga e ultrapassada para os dias atuais. Por fim, a Linha de balanço ou diagrama Tempo-Espaço considera o caráter repetitivo das atividades de uma edificação. Na LDB o

15 eixo vertical mostra os pavimentos e o horizontal a durações. O preenchimento indica um determinado serviço e como ele evolui na edificação conforme o tempo. O exercício do planejamento exige mais uma questão de atitude gerencial do que regras formais de procedimento administrativo. A falta do mesmo pode ser medida pelo dimensionamento inadequado das equipes e seqüenciamento errôneo das operações. 2.1.3 CUSTOS Segundo Araújo e Meira (1996) o termo custo geralmente é empregado por engenheiros, economistas, administradores, contadores e outros, e que abrange diferentes tipos. Quando se deseja especificá-lo, tem-se que definir seu propósito: direto, indireto, estimado, fixo, variável, etc. Na construção civil usualmente tem-se os diretos e indiretos. Os primeiros correspondem aos valores destinados à aquisição de: terrenos, materiais, equipamentos, mão de obra de construção e montagem. Já os indiretos representam as partes que não dependem da quantidade de serviços produzidos e podem ser: custos de engenharia (estudos de viabilidade, projeto básico, etc.); custos de construção e montagem do canteiro de obras; fiscalização por parte do cliente, etc. 2.1.4 ORÇAMENTO Segundo Souza (1987), o principal item de um planejamento é o orçamento, quando se analisa a viabilidade e rentabilidade. Com isso orçamento, pode ser definido como um plano financeiro para se realizar determinado serviço dentro da construção civil. Portanto, orçar uma obra ou um empreendimento consiste em calcular o seu custo, da maneira mais detalhada possível, a fim de que o custo orçado seja o mais próximo possível do real. Este deve ser realizado em uma ordem sistemática de execução de forma a torná-lo mais prático, sendo ela: levantamento de quantidade (quantitativos), cotação de insumos, composição de preços unitários, composição de BDI (Bonificação de Despesas Indiretas) e, por fim, a montagem da planilha orçamentária, que pode variar dependendo da empresa. 2.2 FERRAMENTAS PARA O PLANEJAMENTO Nos empreendimentos realizados, a partir da importância, de uma organização das etapas do mesmo como um todo surgiram, ao longo do tempo, diversas ferramentas para a construção ou representação gráfica e organizacional de um processo que vai desde a concepção do projeto até o final da obra.

16 Segundo Stonner (2001), o aparecimento de tarefas organizacionais mais complexas, a necessidade de uma maior flexibilidade e sofisticação das propostas organizacionais para o tratamento dessas tarefas e o aumento do porte e do escopo de empreendimentos, exigem que sejam disponibilizados ferramentas de planejamento ao pessoal relacionado a toda parte de gerência de empreendimentos. O mais conhecido deles é o MS Project, criado pela Microsoft, que possui diversas funções, além de ser um dos mais modernos aplicativos para o gerenciamento projetos. Esse software possui diversas funções e através do mesmo é possível realizar o planejamento, implantação, especificação, acompanhamento e desenvolvimento de projetos e obras. Os resultados são exibidos em formas de gráficos ou relatórios, alguns deles já citados anteriormente. Já nos dias atuais, muito se discute em modelos de integração de projetos para um melhor planejamento. Uma dessas novas tecnologias é conhecida como BIM (Building Information Modeling), ou Modelagem de Informações para a Construção, que permite organizar em um mesmo arquivo eletrônico, um banco de dados de toda a obra, acessível a todas as equipes de engenharia e arquitetura envolvidas na construção. Segundo Faria (2007), o BIM, em relação aos CADs tradicionais atribui informações aos desenhos elaborados no computador, sendo esse desenho mais inteligente e elaborados em três dimensões. Portanto, será uma tendência as ferramentas de planejamento partir para um modelo de construção integrada que tende a apresentar com mais clareza o projeto como um todo englobando todas as suas etapas. 2.3 PLANEJAMENTO PARA PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 5670, 1997), conceitua-se projeto como sendo a definição qualitativa e quantitativa de atributos técnicos, econômicos e financeiros de obras de engenharia e arquitetura, com base em dados ou estudos, discriminações técnicas, cálculos, desenhos, normas e disposições gerais. Com isso, da ideia de processo dentro desta indústria da construção, o mesmo pode ser segmentado em três etapas: concepção, produção e uso. Na primeira, as características da edificação são definidas e os principais documentos são elaborados. Já na segunda, a edificação é construída a partir dos documentos elaborados na etapa anterior. Na terceira e última etapa a edificação é concluída e começa a ser utilizada.

17 Dentre as três etapas citadas acima, a segunda etapa (produção) é a que recebe maior atenção, por parte da maioria dos pesquisadores e empresas. O objetivo é melhorar o desempenho em termos de gerenciamento, prazo e qualidade. Porém uma questão que tem sido discutida é que uma melhor concepção favorece uma melhor execução e assim por diante. 2.3.1 ELABORAÇÃO DE PROJETO DE CANTEIRO DE OBRAS Está relacionado à etapa de concepção da edificação. O projeto é reconhecidamente o que oferece as melhores oportunidades para a introdução da maioria das medidas que visam à racionalização no canteiro. Cerca de 80% das causas da não qualidade advém de defeitos da gestão de projetos. Para um projeto têm-se algumas etapas, como a definição de um programa de necessidades, elaboração de estudo preliminar, desenvolvimento do anteprojeto e elaboração do projeto executivo. De acordo com a NR18-Condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção, ficou obrigatório para estabelecimentos com vinte ou mais trabalhadores, o arranjo físico inicial do canteiro de obras. Com isso, fez-se necessário a elaboração do projeto do mesmo, a fim de atender as exigências legais possibilitando a otimização das condições de trabalho e segurança nas obras, contribuindo para o funcionamento mais eficiente do sistema de produção. Segundo Saurin (1997), o canteiro de obras tem como objetivo, propiciar a infraestrutura necessária para a produção do edifício com os recursos disponíveis, no momento necessário para sua utilização, podendo ser mais eficiente e eficaz em função do projeto do produto e da produção, e da forma de gerenciamento empresarial e operacional, influindo na produtividade da utilização dos recursos, em função da sua organização e do seu arranjo físico. Isso faz com que o processo de produção de um edifício seja favorecido, organizando e adequando o posicionamento dos elementos do canteiro. A utilização de ferramentas para a melhoria da qualidade e da produtividade e, a incorporação de inovações tecnologias ao processo de produção do edifício, são alguns dos princípios para a modernização do setor de construção que podem ser aplicado ao desenvolvimento do projeto de produção. O canteiro de obras ainda pode ser definido como uma área de trabalho fixa e temporária, onde serão desenvolvidas atividades de apoio e execução de uma obra. A NB-1367 (ABNT, 1991) define os mesmos como áreas destinadas à execução dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.

18 Segundo Tommelein; Levitt; Hayes-Roth (1992), os canteiros são classificados em alto e baixo nível. O primeiro se refere ao canteiro onde a segurança e eficiência, além de boa moral dos trabalhadores. Já o segundo foca na minimização das distâncias, redução de tempo para movimentação de material e diminuição das obstruções na mesma. Com relação a metodologia, vale frisar que o projeto do canteiro, deve-se iniciar durante a definição do programa de necessidades (PE), andando paralelamente ao desenvolvimento do projeto com um todo. 2.3.2 FASES DO PROJETO Basicamente são quatro fases que englobam um projeto como um todo. O estudo preliminar define o processo construtivo, plano de ataque (estratégia de execução), projeto estrutural e sistemas prediais, além das técnicas e materiais que serão utilizados. Já o anteprojeto, é a fase em que se monta o cronograma, faz alocação de recursos e a representação da solução preliminar adotada atendendo a um planejamento elaborado. O projeto básico é uma fase do projeto executivo, sem uma gama de detalhes. No projeto executivo, têm-se um detalhamento de produto como um todo e do planejamento operacional de produção. 3.3.3 COORDENAÇÃO DE PROJETOS A coordenação de projetos vem de uma necessidade de compatibilização das informações geradas pelos diversos parceiros durante o desenvolvimento do projeto, além dos prazos e produtos. Cada vez mais, em edifícios para empreendimentos residenciais, comerciais e flat s há a demanda por projetos compatíveis com a expectativa de mercado no que tange ao atendimento das expectativas do cliente na relação entre preço e qualidade do produto a ser construído. Com isso, para atingir esse objetivo, é necessário o desenvolvimento adequado dos projetos tradicionais (arquitetura, estrutura e instalações) e também de projetos complementares, de adequação aos novos sistemas tecnológicos, como por exemplo os de vedações. A maioria desses sistemas é estruturada através de técnicas de rede de precedências, que são operadas por aplicativos para ambiente Windows, como Microsoft Excel, Project e Visual Basic, sendo as atividades identificadas no fluxo e inter-relacionadas através de redes, gerando um cronograma global de processo com prazos e dadas.