A DEFICIÊNCIA E O ESPORTE PARAOLÍMPICO



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Transcrição:

A DEFICIÊNCIA E O ESPORTE PARAOLÍMPICO Apresentação Rosangela Marques Busto 1 A questão da deficiência tem merecido destaque nas discussões da mídia nos últimos anos. Após a Constituição de 1988 1, veio à tona a discussão sobre a questão do deficiente quando foi estabelecido que o atendimento a pessoa com deficiência deveria ocorrer preferencialmente na rede regular de ensino. Com os Parâmetros Curriculares em 1996, definitivamente incrementou-se a discussão da questão da inclusão, porém, essas discussões acabaram ficando focadas apenas na inclusão da pessoa com deficiente, pois esta era a parcela da sociedade que ainda se encontrava excluída do contexto escolar e social. Outro fato que trouxe a superfície às discussões sobre o deficiente em nossa sociedade foi pelos programas e novelas veiculadas pela TV ter dado uma maior ênfase apresentando deficientes em várias situações corriqueiras do dia a dia, inclusive abordando problemas relacionados à escola e a aceitação do deficiente por parte da sociedade. Não podemos nos esquecer de outros fatos extremamente interessantes, principalmente para nossa área de atuação profissional que tem sido a participação gloriosa do Brasil nas Paraolimpíadas e recentemente no Parapan-americanos sagrando-se campeão geral no quadro de medalhas. Essas discussões propiciaram a preparação desse material com o objetivo de ajudar os profissionais da Educação Física e do Esporte no entendimento das questões da deficiência em nosso campo de atuação. Introdução Para nos localizar melhor quando falamos de deficientes, é interessante iniciarmos mostrando um pouco da visão do deficiente ao longo da história da humanidade. A atenção ao deficiente tem se caracterizado pela segregação, acompanhada pela conseqüente e gradativa exclusão, sob diferentes argumentos, dependendo do momento histórico focalizado. O quadro abaixo elaborado a partir das informações contidas no material distribuído pelo Ministério da educação, nos mostra como a pessoa com deficiência era vista ao longo da nossa história. Antiguidade Pessoa diferente Com limitações funcionais e necessidades diferenciadas, era praticamente exterminada por meio do abandono, o que não representava um problema de natureza ética ou moral. A Bíblia traz 1 Docente do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina. 2400

Idade Média Período Medieval Século XVI aos Dias de Hoje VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL referências ao cego, ao manco e ao leproso - a maioria dos quais sendo pedintes ou rejeitados pela comunidade, seja pelo medo de doença, seja porque se pensava que eram amaldiçoados pelos deuses. Pessoas doentes, defeituosas e/ou mentalmente afetadas (provavelmente deficientes físicos, sensoriais e mentais), em função da assunção das idéias cristãs, não mais podiam ser exterminadas, já que também eram criaturas de Deus. Assim, eram aparentemente ignoradas à própria sorte, dependendo, para sua sobrevivência, da boa vontade e caridade humanas. Da mesma forma que na Antigüidade, alguns continuavam a ser aproveitados como fonte de diversão, como bobos da corte, como material de exposição, etc. A concepção de deficiência passou a ser metafísica, de natureza religiosa, sendo a pessoa com deficiência considerada ora demoníaca, ora possuída pelo demônio; Começaram a surgir novas idéias, referentes à sua natureza orgânica, produto de causas naturais. Assim concebida, passou também a ser tratada por meio da alquimia, da magia e da astrologia, métodos da então iniciante medicina, processo importante do século XVI. O século XVII foi palco de novos avanços no conhecimento produzido na área da Medicina, o que fortaleceu a tese da organicidade, e ampliou a compreensão da deficiência como processo natural. Enquanto que a tese da organicidade favoreceu o surgimento de ações de tratamento médico das pessoas com deficiência, a tese do desenvolvimento por meio da estimulação encaminhou-se, embora muito lentamente, para ações de ensino, o que vai se desenvolver definitivamente somente a partir do século XVIII. Quadro elaborado por Busto baseado em Projeto Escola Viva 2 - Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais, Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2000. No Século passado, as discussões sobre deficiência tomaram corpo, podendo ser apresentada da seguinte forma: Paradigma da Institucionalização SEGREGAÇÃO um lugar de residência e de trabalho, onde um grande número de pessoas, excluído da sociedade mais ampla, por um longo Foram criados conventos, hospitais psiquiátricos que serviam para o confinamento, constituindo-se algumas vezes pouco mais que prisões onde eram enviados os deficientes. Com a evolução da medicina, a etiologia, o funcionamento e o tratamento de deficientes foram sendo sistematizados, o que proporcionou a mudança de um paradigma que durou mais de 500 anos. Este paradigma começou a ser mudado apenas no século XX por volta dos anos 60. 2401

período de tempo, leva juntos uma vida enclausurada e formalmente administrada (Goffman, 1962) Paradigma de Serviço INTEGRAÇÃO localizar no sujeito o alvo da mudança Paradigma de Suporte INCLUSÃO A pessoa com deficiência tem direito à convivência não segregada e ao acesso imediato e contínuo aos recursos disponíveis demais cidadãos. VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL aos Necessidade de modificar a pessoa com necessidades educacionais especiais, de forma que esta pudesse vir a se assemelhar, o mais possível aos demais cidadãos, para então poder ser inserida, integrada, ao convívio em sociedade. A comunidade deveria oferecer às pessoas com necessidades educacionais especiais, os serviços e os recursos de que necessitassem para viabilizar as modificações que as tornassem o mais normais possíveis. Diferente do paradigma anterior, este rapidamente sofre críticas. Ampliou-se a discussão do deficiente ser um cidadão como outro qualquer, detentor dos mesmos direitos de determinação e de uso das oportunidades disponíveis na sociedade, independente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento que apresentem. Estão sendo desenvolvidos suportes, instrumentos que garantam à pessoas com necessidades educacionais especiais o acesso imediato a todo e qualquer recurso da comunidade. Os suportes podem ser de diferentes tipos (social, econômico, físico, instrumental) e tem como função construir um processo que passou a ser denominada de Inclusão Social. A Inclusão social é um processo que engloba ações junto a pessoas com necessidades educacionais especiais e ações junto a comunidade, num processo bilateral. Projeto Escola Viva Garantindo o acesso e Permanência de todos os alunos na escola Alunos com necessidades Especiais. Visão Histórica 1. Brasília: MEC. SEE. 2000. O DEFICIENTE NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Tendo passado rapidamente pela história do deficiente, vamos ver como a legislação brasileira trata o deficiente. Em 1999 foi publicada a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência 3, que compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência. No artigo 2, encontramos que cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos 2402

direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. Para facilitar o entendimento, encontramos as seguintes definições; DEFICIÊNCIA DEFICIÊNCIA PERMANENTE INCAPACIDADE Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; Aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; Uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa com deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. Buscando regulamentar o atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, em 2004, foi publicado o Decreto nº. 5.296 de 2 de dezembro de 2004 4. 1 o Considera-se, para os efeitos deste Decreto: I - pessoa com deficiência a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: a) deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (db) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 o ; ou a ocorrência 2403

II - pessoa com mobilidade reduzida simultânea de quaisquer das condições anteriores; d) deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 1. comunicação; 2. cuidado pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilização dos recursos da comunidade; 5. saúde e segurança; 6. habilidades acadêmicas; 7. lazer; e 8. trabalho; e) deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências; Aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. Termos tais como deficiência, deficiente, portador de deficiência e portador de necessidades especiais surgiram bem recentemente, já no século XX. Fechando o ciclo de esclarecimentos, encontramos os Parâmetros Curriculares Nacionais 5 quando fala das adaptações curriculares e as estratégias para a educação de alunos com necessidades especiais. A expressão necessidades educacionais especiais pode ser utilizada para referirse a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a dificuldades de aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiência(s). Necessidades educacionais podem ser identificadas em diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos: PESSOA COM NECESSIDADES ESPECIAIS PCN aquele que por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. QUEM SÃO? 2404

as com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas; as com deficiência e bem dotadas; as de populações distantes ou nômades; as de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais; as de grupos desfavorecidos ou marginalizados. os com dificuldades temporárias ou permanentes nas escolas os repetentes os desnutridos e pobres, as vítimas de guerra e conflitos armados, os meninos e as meninas de rua, as populações das periferias urbanas e zonas rurais, os povos indígenas, as minorias étnicas, raciais, linguísticas, com altas habilidades, as crianças de abrigos, os que sofreram emocionalmente com a vida... Todos os que precisam de maior atenção para que possam conseguir um aproveitamento escolar bom e evolutivo 6 SUPERDOTAÇÃO Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes; capacidade psicomotora. CONDUTAS TÍPICAS Manifestações de comportamento típicas de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado. DEFICIÊNCIA AUDITIVA 2405

Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido. Manifesta-se como: surdez leve / moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo; surdez severa / profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral. DEFICIÊNCIA FÍSICA Variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de mobilidade de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda de malformações congênitas ou adquiridas. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: comunicação; cuidados pessoais; habilidades sociais; desempenho na família e comunidade; independência na locomoção; saúde e segurança; desempenho escolar; lazer e trabalho. DEFICIÊNCIA VISUAL É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como: Cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que leva o indivíduo a necessitar do método braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação; 2406

Visão Reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais. DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. Na Educação Inclusiva, os sistemas educacionais devem assumir que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve se adaptar às necessidades das crianças ao invés de se adaptar a criança a assunções preconcebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem. Para que você possa elaborar um programa inclusivo, é importante conhecer os diferentes tipos de deficiência, bem como preveni-las e, nos casos em que a deficiência já está instalada, promover a reabilitação e o resgate da auto-estima, potencializando as possibilidades de inclusão social/escolar Concluindo esta parte da apresentação, vale ressaltar que de acordo com a Declaração de Salamanca, na Educação Inclusiva, os sistemas educacionais devem assumir que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve se adaptar às necessidades das crianças ao invés de se adaptar a criança a assunções preconcebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem 7. ESPORTE ADAPTADO, EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA OU ESPORTE PARAOLÍMPICO? ESPORTE PARAOLÍMPICO, FATOS HISTÓRICOS, DADOS RELEVANTES, PAÍSES E MODALIDADES. Inicialmente devemos estabelecer do que é que estamos falando. Ao falarmos de adaptado, encontramos no dicionário Michaeles 8 adj (part de adaptar) Que se adaptou; tornado apto; acomodado, ajustado. Se falarmos a palavra adaptar encontramos (lat adaptare)... Combinar, encaixar, justapor, ajustar (uma coisa a outra). A Educação Física Adaptada, Educação Física para Pessoas com Deficiência ou ainda Educação Especial, terminologia utilizada para a disciplina que abarca informações sobre educação física para pessoas com deficiência, caracteriza-se por adequar metodologicamente um conjunto de atividades ou tarefas que envolvam diferentes estímulos, adaptando as capacidades e limitações do aluno com deficiência. Sua proposta não difere dos objetivos da educação física regular, ela visa a ampliar as possibilidades de aplicação da educação física escolar por meio de metodologias que respeitem a diversidade do grupo, as características e as necessidades do aluno com deficiência 9. 2407

Quando elaborou o Dicionário de Educação Física e Esporte, Barbanti 10 definiu a Educação Física Adaptada como: Educação que envolve modificações ou ajustamentos das atividades tradicionais da Educação Física para permitir a participação de crianças deficientes com segurança e de acordo com suas capacidades funcionais. Quando buscamos a palavra paraolímpica ou paraolimpíada, encontramos definições sobre jogos, evento esportivo que ocorre paralelo às olimpíadas. Período de quatro anos decorrido entre a realização de dois Jogos Olímpicos (ou Olimpíadas) consecutivos, no sistema grego de divisão do tempo. Este método de contar o tempo tornou-se comum por volta de 300 a.c. Todos os eventos eram datados a partir de 776 a.c., o início da primeira olimpíada conhecida 11 Comumente encontramos o termo Educação Física utilizado em várias situações, para que não incorramos no mesmo erro, iniciaremos esclarecendo o sentido que utilizaremos durante a apresentação deste texto. Educação Física Educação Física Especial/adaptada Esporte Adaptado Esporte Paraolímpico Definição de termos por Busto, 2011 1. Ciência Destinada a pessoas com deficiência, pessoas com necessidades especiais. Modalidades esportivas que foram adaptadas para atender a pessoas com necessidades específicas. Modalidades que fazem parte dos Jogos Paraolímpicos. Vamos esclarecer então o quadro acima, os exercícios terapêuticos, precursores da educação física adaptada, já eram utilizados pelos Chineses (com o Cong Fu) e Hindus (com a ioga) antes de 1115 a.c. na busca e proteção da saúde e os Gregos (480 a.c.) utilizavam sistemas de exercícios para corrigir várias fraquezas dos corpos dos estudantes 12Ȯs Romanos (130 d.c.) no tratamento de doenças crônicas utilizavam polias e halteres para melhorar a força e o tônus muscular, associavam ainda alimentação balanceada para manter a saúde. Na Idade Média por influência da Igreja cristã, acreditava-se que a mortificação da carne trazia a santificação e os jogos e esportes eram considerados frívolos e indesejáveis. Com a renascença o interesse pelas culturas antigas reaparece, através dos esportes e da medicina. A preocupação com atividades direcionadas a populações especiais já aparece no primeiro livro moderno de exercícios terapêuticos, quando prescreve que exercícios especiais devem ser prescritos para pacientes convalescentes, em bases individuais 5, (p. 35). 2408

Na idade moderna, surgiram várias formas de tratamentos, Hauffman propôs a terapia cinética ocupacional (cortar e costurar, atividades diárias gerais), poderia ser utilizada na obtenção de força e saúde, André propôs exercícios para corrigir deformidades posturais, já Tissot, o conhecimento de anatomia para a prescrição de exercícios, utilizou ainda esporte e terapia recreativa. Já no século XIX, Ling classificou os exercícios em 4 categorias: pedagógicos, estéticos, militares e médicos. Os médicos foram subdivididos em exercícios ativos, exercícios passivos e exercícios contra-resistidos. Nos anos 1920, Klapp propôs o uso de exercícios para o tratamento da escoliose. Após a Segunda Guerra Mundial, aumentou o uso dos exercícios terapêuticos em hospitais para a reabilitação, popularizando assim os jogos e esportes adaptados. Os Jogos Paraolímpicos surgiram para coroar um trabalho de atendimento a pessoas com deficiência que começou no século 18 e 19. As primeiras notícias nos remetem a atividades realizadas por clubes esportivos para pessoas com deficiência auditiva. As grandes guerras mundiais levaram as autoridades a se a preocuparem com a recuperação dos soldados mutilados. O auge desta preocupação ocorreu durante a II Guerra Mundial, quando a Inglaterra contrata entre outros, o neurocirurgião alemão Ludwig Guttmann que propôs a utilização de atividades esportivas como meio para a reabilitação e recuperação dos veteranos de guerra. Neste texto falaremos sobre o Esporte Paraolímpico, fatos históricos, dados relevantes sobre participantes, países, modalidades entre outros. Quadro fatos históricos dos Esportes Adaptados até o início das Paraolimpíadas. Data Acontecimento Séculos 18 e 19 Contribuição no sentido da reeducação e da reabilitação Berlim, Alemanha 1888 Primeiras notícias da existência de clubes esportivos para pessoas surdas. I Grande Guerra 1914/1918 A fisioterapia e a medicina esportiva surgiram como recursos importantes na recuperação das cirurgias internas e ortopédicas. Paris - 1924 Jogos do Silêncio, com a participação de 145 atletas de nove países europeus. 1932 Na Inglaterra, fundou-se a Associação de Jogadores de Golfe de um só Braço. 1944, durante a segunda grande guerra. Governo britânico contratou, entre outros, o, Dr. Ludwig Guttmann, - neurocirurgião alemão, para começar um trabalho de reabilitação para lesionados es dando origem ao Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville na Inglaterra. Marcou seu trabalho de reabilitação médica e social direcionados aos veteranos de guerra, pelo uso da prática esportiva como parte do tratamento médico. 29 de julho de 1948 Data da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres aconteceu a competição denominada Stoke Mandeville Games. A participação é modesta: 14 homens e duas mulheres das Forças Armadas Britânicas competem em arco e flecha 1952 Exsoldados holandeses se uniram para participar dos jogos de Stoke 2409

Quadro fatos históricos das Paraolimpíadas. Mandeville, e juntamente com os ingleses, fundaram a ISMGF International Stoke Mandeville Games Federation Federação Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, 1960 Realizado os jogos em Roma logo após a realização dos Jogos Olímpicos. Usando os mesmos espaços esportivos e o mesmo formato das olimpíadas, 240 atletas de 23 países participaram da primeira Paraolimpíada. Até os jogos de 1972 em Apenas atletas em cadeiras de rodas participavam oficialmente dos jogos. Heildelberg, Alemanha 1976, nas Paraolimpíadas de Inclusão dos atletas cegos e amputados e Toronto, Canadá 1976 na cidade de Foi realizada a primeira Paraolimpíada de Inverno. Ornskoldsvik, Suécia 1980, em Arnhem, na Inclusão dos paralisados cerebrais Holanda Até 1992 Os jogos de inverno aconteceram no mesmo ano dos jogos de verão 1994 O ciclo foi ajustado passando a ser realizado no mesmo ano dos Jogos Olímpicos de Inverno. 1996 - Jogos Paraolímpicos A primeira participação de deficientes intelectuais ocorreu em algumas de Atlanta, USA, provas de atletismo em caráter de demonstração. 2000 Jogos Paraolímpicos Os deficientes intelectuais foram oficialmente incluídos nas modalidades de Sydney, Austrália 2000, nos Jogos Paraolímpicos de Sydney, Austrália de atletismo, basquetebol, natação e tênis de mesa. Houve a comprovação de fraudes na equipe de basquetebol da Espanha que havia conquistado a medalha de ouro. Alguns atletas da equipe não eram deficientes mentais e, simplesmente, haviam fraudado laudos e exames para participarem do evento. 2004 - Jogos de Atenas Em razão de problemas sérios de irregularidades e fraudes encontradas quanto à elegibilidade de alguns atletas presentes em Sydney, houve a suspensão dos atletas com deficiência intelectual das atividades promovidas pelo IPC até que se encontre um meio eficaz e seguro de definir sua elegibilidade e por isso eles não participaram dos jogos até as Paraolimpíadas de Pequim em 2008. A partir de 2009 O sistema de elegibilidade passará a ser de responsabilidade de cada modalidade esportiva, cabendo a ela definir, se for o caso, as normas de participação dos atletas deficientes mentais. Quadro da história das Paraolimpíadas, elaborado por Busto baseado em Conde, Souza Sobrinho e Senatore (2006, pg. 11 e 12) 13 A participação do Brasil nas Paraolimpíadas começou muito antes de sua ida para a Alemanha em 1972, devemos ressaltar a iniciativa em 1958 de dois brasileiros que foram para os Estados Unidos fazer tratamento e tiveram os primeiros contatos com o basquete em cadeira de rodas, Sérgio Del Grande e Robson Sampaio. Ao retornarem ao Brasil, fundaram em São Paulo o Clube dos Paraplégicos e no Rio de Janeiro o Clube do Otimismo 14. O Brasil nos Jogos Paraolímpicos 2410

Ano Local Acontecimento 1972 Heidelberg - O Brasil participou pela primeira vez dos Jogos Paraolímpicos Alemanha 1976 Canadá Veio a conquista das primeiras medalhas: Robson Sampaio de Almeida e Luís Carlos Curtinho conquistaram a prata no lawn bowls, uma espécie de bocha, jogada sobre a grama 1980 Holanda O time de basquete masculino em cadeira de rodas e um nadador marcam a presença do Brasil 1984 Inglaterra Com a participação apenas de atletas em cadeira de rodas, o Brasil conquistou 21 medalhas 1988 Seoul O Brasil conquistou 27 medalhas nos Jogos Paraolímpicos de Seul: quatro de ouro, dez de prata e 13 de bronze. Na classificação geral, voltou como 25º colocado entre 65 países concorrentes. Em Seul, o atleta Luís Cláudio Pereira ganhou três medalhas de ouro no atletismo - no lançamento de disco, dardo e peso - estabelecendo três recordes, dois mundiais - dardo e peso e um paraolímpico no disco. A outra medalha de ouro foi da nadadora Graciana Alves 1992 Barcelona - Espanha Foram conquistadas apenas sete medalhas: três de ouro e quatro de bronze. Os brasileiros, porém, atingiram mais dois recordes mundiais. Um deles, com Suely Guimarães, no disco; o outro, com Luís Cláudio Pereira, no peso. A terceira medalha de ouro foi conquistada por Ádria Santos, no atletismo. Em Barcelona, diante de 92 1996 Atlanta - EUA países, o Brasil terminou na 30ª colocação. a equipe com 58 atletas conquistou 21 medalhas - duas de ouro, seis de prata e 13 de bronze. Antonio Tenório, no judô e José Afonso Medeiros, na natação, conquistaram o ouro. Na classificação geral ficou em 37º lugar entre 114 países 2000 Sidney - Australia o Brasil subiu para 24º lugar (entre 126 países), com 22 medalhas seis ouros, dez pratas e seis bronzes 2004 Atenas - Grécia na melhor campanha das Paraolimpíadas, o País terminou em 14º lugar (entre 146 países). Na bagagem, 33 medalhas 14 ouros, 12 pratas e sete medalhas de bronze. 2008 Beijing - a seleção paraolímpica conquistou 47 medalhas: 16 de ouro,14 de prata e 17 de bronze China Quadro da participação brasileira nas paraolimpíadas 15. As paraolimpíadas ocorrem de quatro em quatro anos, desde sua criação foram 13 edições. A seguir apresentamos a edição dos jogos, o ano que ocorreu, a cidade e o local. Paraolimpíadas de Verão - Jogos Paraolímpicos de Verão Jogos Ano Cidade Acolhedora País I 1960 Roma Itália II 1964 Tóquio Japão III 1968 Tel Aviv Israel IV 1972 Heidelberg Alemanha Ocidental V 1976 Toronto Canadá VI 1980 Arnhem Holanda VII 1984 Stoke Mandeville e Nova York Reino Unido e EUA VIII 1988 Seoul Coreia do Sul IX 1992 Barcelona Espanha 2411

X 1996 Atlanta Estados Unidos XI 2000 Sydney Austrália XII 2004 Atenas Grécia XIII 2008 Pequim China XIV 2012 Londres Reino Unido XV 2016 Rio de Janeiro Brasil Quadro dos Jogos Paraolímpicos de Verão. 16 Tanto as Olimpíadas como as Paraolimpíadas de Inverno ocorrem de quatro em quatro anos. Até 1992 os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno eram realizados no mesmo ano que os Jogos de Verão. Em 1994, a tradição de realizar os jogos de quatro em quatro anos foi quebrada para que, a partir de então, os Jogos de Inverno fossem realizados em anos diferentes dos Jogos de Verão. A seguir apresentamos a edição dos jogos, o ano que ocorreu, a cidade e o local. Paraolimpíadas de Inverno - Jogos Paraolímpicos de Inverno Jogos Ano Cidade País I 1976 Örnsköldsvik Suécia II 1980 Geilo Noruega III 1984 Innsbruck Áustria IV 1988 Innsbruck Áustria V 1992 Albertville França VI 1994 Lillehammer Noruega VII 1998 Nagano Japão VIII 2002 Salt Lake City Estados Unidos IX 2006 Turim Itália X 2010 Vancouver Canadá XI 2014 Sóchi Rússia Quadro dos Jogos Paraolímpicos de Inverno. IV Quando em 1960 foi proposta a primeira edição das Paraolimpíadas, participaram apenas atletas com lesão. Esta situação perdurou por 4 edições, quando em 1976, foram incluídas pessoas com amputações, comprometimento visual e lês autres, palavra francesa que significa os outros (atletas com uma série de condições que resultam em distúrbios locomotivos - como nanismo - que não se encaixam nos sistemas tradicionais de classificação dos grupos de deficiência estabelecido). O quadro a seguir apresenta o ano e quais tipos de deficiência foram incluídos. Ano Tipos de deficiência inclusas 1960 1964 2412

1968 1972 1976 Amputação Comprometimento Visual Les Autres 1980 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral 1984 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral 1988 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral 1992 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral 1996 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral Deficiência Mental 2000 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral Deficiência Mental 2004 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral 2008 Amputação Compromentimento Visual Les Autres Paralisia Cerebral No ano de 1996 foi incluído pessoas com deficiência intelectual, porém, em 2000, um incidente com uma delegação que inscreveu atletas sem deficiência, levou a suspensão da participação demonstrando a fragilidade na classificação da pessoa como deficiente intelectual. Existe a expectativa do retorno assim que houver uma forma mais objetiva de classificação. As modalidades paraolímpicas da mesma forma que os tipos de deficiências foram incluídas gradativamente. Podemos observar no quadro abaixo que até as Paraolimpíadas de 2008, apenas em duas ocasiões não foram incluídas novas modalidades, em 1972 e em 1996. A primeira Paraolimpíada contou com seis modalidades e atualmente contamos com 20 modalidades. Outro fato interessante de ser realçado é que algumas modalidades contaram com a participação inicialmente apenas masculina como é o caso do basquete em cadeira de rodas, halterofilismo, tiro esportivo e judô. Temos ainda o Futebol de 7 que é destinado apenas a equipe masculina. 2413

Jogos Ano Modalidades Atletas Competição I 1960 V 1976 Tiro com Arco (Arco e flexa) Atletismo Basquete em Cadeira de Rodas Esgrima Natação Cadeirantes, paralisados cerebrais, amputados e Les Autres. Atletas com todos os tipos de deficiência. Deficiência física motora, em cadeira de rodas. Deficiência física motora, em cadeira de rodas. Atletas com diversos tipos de deficiência (física e visual). As competições são individuais ou por equipe. O objetivo é atirar flechas em um alvo de 122 cm localizado a 70 metros de distância. As provas são divididas em: corridas, saltos, lançamentos e pentatlo. Mesmas regras do basquete convencional A partida tem três períodos de três minutos ou até um dos adversários completar 15 pontos e pode ser disputada nas categorias: florete, espada (masculina e feminina) e sabre (masculina). As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura. A diferença para a esgrima olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Provas como dos 50m aos 400m no estilo livre, dos 50m aos 100m nos estilos peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. Equipe, individual ou open. Pode ser praticado em pé ou de cadeira de rodas. Atletas com paralisia Tênis de Mesa cerebral, amputados e cadeirantes. II 1964 Halterofilismo da coluna vertebral. III 1968 Basquete em Início da Participação Cadeira de Rodas feminina IV 1972 Heidelberg Alemanha Ocidental Não houve inclusão de modalidade Cada equipe fica do seu lado da quadra, Goalball com três jogadores cada uma e com, no Atletas com deficiência máximo, três substitutos. O jogo visual. consiste em lançar a bola com a mão na direção do gol adversário. VI 1980 Tiro Esportivo Tiro Esportivo Início participação feminina Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras. Durante a competição, que podem ser disputadas em pé ou sentado. O atirador tem direito a fazer 60 tiros em 1h45mim, em distâncias variadas de dez a 50 metros. O alvo possui dez círculos concêntricos, cada um com 0,7mm. O círculo mais externo vale um ponto e assim por diante até o miolo, que vale dez. 2414

VII 1984 Vôlei Sentado Bocha Ciclismo Atletas amputados, principalmente de membros inferiores (muitos são vítimas de acidentes de trânsito) e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora (sequelas de poliomielite, por exemplo). Paralisia cerebral ou dificuldade motora e usuários de cadeira de rodas, Atletas paralisados cerebrais, deficientes visuais e amputados. Quadra de 10mx6m, com uma rede de 1m15cm de altura. Cada equipe pode ter 12 jogadores inscritos. Basicamente mesmas regras do vôlei convencional. A competição individual ou por equipe, consiste em lançar bolas (vermelhas ou azuis) o mais próximo possível da bola branca. Assim vence o jogador ou a equipe que aproximar mais a bola, que podem ser impulsionadas pela mão, o pé ou com a ajuda de um dispositivo auxiliar Individual ou por equipe usando bicicletas e triciclos (paralisados cerebrais, segundo o grau de lesão). Atletas cegos competem em bicicletas duplas, com um guia. As regras são as mesmas do ciclismo convencional, mas com pequenas alterações, relativas à segurança. As provas se dividem em: estrada, velódromo e contra-relógio. Futebol de 7 Hipismo após 1ª participação suspensa retorna em 2000 Atletas do sexo masculino, com paralisia cerebral, decorrente de seqüelas de traumatismo crânioencefálico ou acidentes vasculares cerebrais. Atletas com deficiência física e visual. VIII 1988 Judô Deficiência visual. IX 1992 Tênis em cadeira de rodas Cadeirantes (diagnosticada uma deficiência relacionada com a locomoção). Joga-se dois tempos de 30 minutos, com um intervalo de 15 minutos, não existindo impedimento e o arremesso lateral podendo ser feito com as duas mãos ou com uma só. Cada equipe tem sete jogadores em campo, inclusive o goleiro. A competição de Hipismo é mista, ou seja, cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas o Judô obedece as regras da Federação Internacional de Judô. As competições se dividem em sete categorias de peso. Individual ou em dupla. X 1996 Atlanta Estados Unidos Não houve inclusão de modalidade XI 2000 Halterofilismo Entrada da categoria feminina. Atletas cadeirantes, amputados, paralisados cerebrais e Les Autres, Divididas em dez categorias de acordo com o peso corporal. Judô (feminino) Atletas com deficiência visual. As competições se dividem em sete categorias de peso, no masculino e no 2415

Rugby Vela Homens e mulheres tetraplégicos competem juntos, em times de cadeira de rodas mistos. Amputados, cadeirantes, deficientes visuais, paralisia cerebral e "les autres". Atletas cegos e com a visão comprometida. Os jogadores usam um tampão nos olhos Futebol de 5 XII 2004 para evitar que aqueles que enxergam alguma coisa tenham vantagem. Judô Feminino Deficiência visual. XIII 2008 Pessoas com deficiência Remo física (lesão, pólio e paralisia cerebral). XIV 2012 Londres Reino Unido XV 2016 Rio de Janeiro Brasil Quadro elaborado por Busto, baseado em vários sites. 17, 18. feminino. Os times, formados por quatro atletas, não podem somar em quadra mais do que oito pontos. Apenas duas classes fazem parte do programa da vela na Paraolimpíadas: a classe Sonar que é composta por três atletas, que recebem pontos que variam de um a sete, de acordo com o grau de deficiência, sendo que cada equipe não pode ultrapassar a marca de 12 pontos e a 2,4mR, disputada por apenas um velejador em cada barco. A bola possui quizos e os jogadores se orientam pelo som que eles produzem. As partidas, com cinco jogadores em cada equipe, têm dois tempos de 25 minutos e são disputadas em quadras de futebol de salão. As corridas são realizadas num percurso de 1000 metros para todas as quatro classes. As modalidades paraolímpicas coletivas apresentam características próprias quanto a sua duração, número de jogadores e tipo de deficiência que pode participar. A seguir temos o resumo dessas características. Modalidade Nº Jogadores Tempo Total de Jogo Nº de Parciais Tempo de cada Parcial Futebol 5 5 50 2 25 Deficiência Visual Futebol 7 7 60 2 25 Voleibol Sentado Basquete em cadeira de rodas 6 5 sets 5 sets 25 pontos 15 tie break 5 40 4 10 Atletas Atletas do sexo masculino, com paralisia cerebral, decorrente de seqüelas de traumatismo crânioencefálico ou acidentes vasculares cerebrais. Amputados, principalmente de membros inferiores (muitos são vítimas de acidentes de trânsito) e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora (sequelas de poliomielite, por exemplo). Deficiência física motora, em cadeira de rodas. 2416

Rugby 4 32 4 8 Homens e mulheres tetraplégicos competem juntos. Goalball 3 20 2 10 DV Quadro elaborado por Busto, Rosangela Marques. Da mesma forma que as modalidades paraolímpicas coletivas apresentam características próprias, as modalidades individuais também têm suas peculiaridades que são apresentadas a seguir quanto a seus participantes e as provas. A seguir veremos o resumo dessas características. ATLETISMO DV. CLASSES * Cegos. * Baixa Visão. MODALIDADE PROVAS CLASSIFICAÇÃO Provas individuais: 100m rasos; 200m rasos; 400m rasos; 800m rasos; 1.500m rasos; 5.000m rasos; 10.000m rasos; salto em distância; salto triplo; salto em altura; arremesso de peso; arremesso de disco; lançamento de dardo pentatlo. Provas de Revezamento: 4 x 100m masculino e feminino, 4 x 400m masculino e feminino. maratona. Apenas para Deficientes físicos. ATLETISMO DF Lesionado Medular (a classificação leva em consideração a altura da lesão). Amputados (nível da amputação). Paralisado Cerebral PC. Com Limitação Cognitiva. Les autres que, traduzindo literalmente, significa os outros (inclui todos os outros que não se enquadrem nos grupos já citados). 2. CICLISMO Paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados es (cadeirantes), de ambos os sexos, competem no ciclismo. 3. BOCHA Individual ou em equipe Individual BC1 Individual BC2 Individual BC3 Individual BC4 Pares BC3 Somente jogadores pertencentes à classe Para provas de campo - arremesso, lançamentos e saltos F Field (campo) F11 a F13 deficientes visuais F20 deficientes mentais F31 a F38 paralisados cerebrais (31 a 34 - cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes) F40 - anões F41 a F46 amputados e Les autres F51 a F58 Competem em cadeiras (sequelas de Poliomielite, lesões es e amputações) Para provas de pista - corridas de velocidade e fundo T track (pista) T11 a T13 deficientes visuais T20 deficientes mentais T31 a T38 paralisados cerebrais (31 a 34 - cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes) T41 a T46 amputados e les autres T51 a T54 Competem em cadeiras (sequelas de Poliomielite, lesões es e amputações) Classificação LC - Locomotor Cycling (Pessoas com dificuldade de locomoção) LC1 - Atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores. LC2 - Atletas com prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição. LC3 - Atletas que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses. LC4 - Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior. Tandem - Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e no banco de trás o atleta com deficiência visual. Handbike - Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos. As parciais possuem um tempo limite para serem terminadas. Será aplicado de forma decrescente, como a seguir: Individual BC1, BC2 e BC4: 5 minutos, BC1 O atleta tem paralisia cerebral com disfunção motora que afeta todo o corpo. BC2 O atleta tem paralisia cerebral com disfunção motora que afeta todo o corpo BC3 O atleta tem paralisia cerebral ou não cerebral, ou de origem degenerativa. BC4 O atleta tem grave disfunção 2417

4. ESGRIMA BC3 Pares BC4 Somente jogadores pertencentes à classe BC4 Equipe Somente jogadores pertencentes às Individual BC3: 6 minutos, Pares BC3: 8 minutos, Pares BC4: 6 minutos, Equipes: 6 minutos. classes BC1 e BC2 Em jogo individual e de pares, cada partida será composta por quatro parciais. Quando houver empate de pontos, será disputada uma quinta parcial chamada de tiebreak. Em jogo de equipe, cada partida será composta de seis parciais, caso não seja necessário à disputa de tiebreak. No jogo individual, cada jogador estará de posse de seis bolas azuis ou seis vermelhas, conforme sorteio. No jogo de duplas, cada jogador estará de posse de três bolas azuis ou três bolas vermelhas, conforme sorteio. No jogo de equipe, cada jogador estará de posse de duas bolas azuis ou duas bolas vermelhas, conforme sorteio. As competições se dividem em categorias de acordo com a arma: florete, espada e sabre. Classe 1A - Atletas sem equilíbrio sentado, que têm limitações no braço armado, não possuem extensão eficiente do cotovelo em relação à gravidade e não possuem função residual da mão, fazendo com que seja necessário fixar a arma com uma atadura. É comparável à antiga ISMGF 1A, ou tetraplégicos com lesões espinhais no nível da C5/C6. Classe 1B - Atletas sem equilíbio sentado e com limitações no braço armado. Há extensão funcional do cotovelo mas não há flexão dos dedos. A arma precisa ser fixada com uma bandagem. É comparável ao nível completo de tetraplegia no nível da C7/C8 ou lesão incompleta superior. Classe 2 - Atletas com total equilíbrio sentado e braço armado normal, com paraplegia do tipo T1/T9 ou tetraplegia incompleta com sequelas mínimas no braço armado e bom equilíbrio sentado. Classe 3 - Atletas com bom equilíbrio sentado, sem suporte de pernas e braço armado normal, como paraplégicos da T10 à L2. Atletas tanto com pequenos resquícios de amputação abaixo do joelho ou lesões incompletas abaixo da D10 ou deficiências comparáveis podem ser incluídos nesta classe, desde que as pernas ajudem na manutenção do equilíbrio sentado. Classe 4 - Atletas com um bom equilíbrio sentado e com suporte das extremidades superiores e braço armado normal, como lesões abaixo da C4 ou deficiências comparáveis. Limitações mínimas - Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho. locomotora nos quatro membros, de origem degenerativa ou não cerebral. Atletas BC4 Ataxia de Friedrich. Distrofia Muscular (força mais próxima menor que 60%). Esclerose múltipla. AVC. de C5 e acima. Espinha bífida com envolvimento da extremidade superior. Outras condições semelhantes que resultem em problemas de força e coordenação. As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura. A diferença para a esgrima olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação adotada nos duelos de sabre. 2418

5. HALTEROFILISMO 6. HIPISMO 7. JUDÔ 8. NATAÇÃO os atletas permanecem deitados em um banco, e executam um movimento conhecido como supino. A única disciplina do Hipismo do Programa Paraolímpico é o Adestramento. atletas amputados, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. A competição de Hipismo é mistas, ou seja, cavaleiros e amazonas competem juntos nas mesmas provas. 1. Cada país pode inscrever um participante por categoria de peso; 2. Os grupos visuais B1, B2 e B3 competirão juntos; 3. A duração de cada luta é de: Masculina 5 minutos tempo efetivo de luta; Feminina 5 minutos tempo efetivo de luta. 3. Cada participante tem direito a um intervalo de 10 minutos entre cada luta. Dos 50m aos 400m no estilo livre, Dos 50m aos 100m nos estilos peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. Feminino Até 40Kg Até 44Kg Até 48Kg Até 52Kg Até 56Kg Até 60Kg Até 67,5Kg Até 75Kg Até 82,5Kg Acima 82,5Kg Masculino Até 48Kg Até 52Kg Até 56Kg Até 60Kg Até 67,5Kg Até 75Kg Até 82,5Kg Até 90Kg Até 100Kg Acima de 100Kg Existem quatro classificações para os cavaleiros: Classe I: Predominantemente cadeirantes com pouco equilíbrio do tronco e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funcionamento dos membros superiores. Classe II: Predominantemente cadeirantes ou aqueles com severa debilitação envolvendo o tronco e de leve a bom equilíbrio do tronco ou severa debilitação unilateral. Classe III: Predominantemente capaz de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral. Podem requerer o uso de cadeira de rodas para longas distâncias ou devido à pouca força. Atletas que têm total perda de vista em ambos olhos. Classe IV: Debilitação de um ou mais membros ou algum grau de deficiência visual. COMPETIÇÕES FEMININAS POR EQUIPE Até 52kg; Até 57kg; Até 63kg. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM). S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 nadadores com limitações físicomotoras. S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 nadadores com deficiência visual (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco). S14, SB14, SM14 nadadores com deficiência mental. COMPETIÇÕES MASCULINAS POR EQUIPE até 66kg; até 90kg; até 73kg; até 81kg; acima de 90kg; As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do tapper, por meio de um bastão com ponta de espuma quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair do bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência. 9. REMO São quatro Classificação As corridas são realizadas 2419

10. TÊNIS 11. TÊNIS DE MESA 12. TIRO categorias de A Grupamento funcional utilizado: num percurso de 1000 metros competição: Single Skiff braço. TA Grupamento funcional utilizado: para todas as quatro classes. Masculino, Single Skiff tronco e braço. LTA - Grupamento funcional utilizado: Feminino, perna, tronco e braço. Doublé Skiff Misto Quatro Com Misto. Game O primeiro ponto vale 15, o segundo 30, o terceiro 40, e o quarto encerra o game. Se os dois tenistas empatarem o game em 40 a 40, vence o game quem fizer dois pontos seguidos. Set O primeiro tenista que vencer seis games, com diferença de dois, ganha o set. Caso o jogo empate em 5/5, o set fecha em sete games. Se os dois empatarem em 6, a decisão vai para o tiebreaker. Tiebreaker Cada jogada vale um ponto. O primeiro tenista saca uma vez e depois os jogadores vão alternando dois saques para cada um. Quem chegar a sete pontos primeiro, com diferença de dois, ganha o desempate. Caso fique 6/6, ganha quem fizer dois pontos de diferença primeiro. Observação: no tênis em cadeira de rodas, os jogos são sempre em melhor de três sets, ou seja, quem fizer dois sets primeiro ganha o jogo. individuais, em duplas ou por equipe. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nas provas de 10 metros de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada com projéteis de 5.6mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m, também com as balas de 5.6mm de Classes para cadeirantes Classe I (Tetraplégico): atleta com grave redução da atividade no braço que joga, afetando a ação de agarrar, a flexão do pulso e a extensão do cotovelo. O músculo tríceps não é funcional. Classe II (Tetraplégico): atleta com redução da atividade no braço que joga, afetando a ação de agarrar e a função da mão (músculos do pulso). O músculo tríceps é funcional. Classe III (Paraplégico): atleta com insuficiente equilíbrio quando sentado ereto numa cadeira de rodas sem suporte de um encosto; músculos abdominais e das costas não são funcionais para controlar a parte superior do tronco e fixar a posição lombar. Classe IV (Paraplégico): atleta com suficiente equilíbrio quando sentado ereto; sem movimento deliberado no tronco nos planos sagital e frontal devido à falta dos músculos funcionais do quadril e da coxa. Classe V (Paraplégico): atleta com bom equilíbrio quando sentado ereto e com a musculatura do tronco e abdome funcionais; amputação em uma das pernas com capacidade funcional de caminhar. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino. Classes para andantes Classe VI: atleta com a combinação de deficiências no braço que joga e nos membros inferiores Classe VII: atleta com amputação simples (braço que joga) ou dupla, acima ou abaixo do cotovelo, ou a combinação de ambos; atleta com ambos os membros inferiores afetados. Classe VIII: atleta com amputação simples acima ou dupla abaixo do joelho; atleta com grave deficiência em um ou dois membros inferiores. Classe IX: atleta com amputação simples abaixo do joelho, mas bom equilíbrio dinâmico e deficiência mínima em uma perna. Classe X: atleta com amputação de 1/3 do antebraço do braço livre, com função normal do braço que joga; deficiência muscular mínima em uma das pernas Classe XI: atleta com deficiência mental As pontuações de ambas as fases são somadas e vence quem fizer mais pontos. O alvo é dividido em dez circunferências que valem de um a dez pontos e são subdivididas, cada uma, entre 0.1 e 0.9 pontos. A menor e mais central circunferência é a que vale mais, dez pontos. 2420