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Transcrição:

Elementos de lógica e linguagem matemática E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André

Linguagem matemática A linguagem matemática é composta de símbolos que denotam relações, operações, constantes e variáveis, além do modificador lógico dos conectivos lógicos ( não ) ( e ) ( ou ) ( se... então ) ( se e somente se ) e dos quantificadores ( existe ) ( qualquer que seja ).

Linguagem matemática Quando relacionamos variáveis, constantes e (repetidas) operações envolvendo constantes e variáveis, produzimos as mais simples sentenças matemáticas. Exemplos: (a) x A (b) 0 < 1 (c) y = 1 (d) z 2 + 3z + 2 = 0

Linguagem matemática O modificador lógico, os conectivos lógicos e os quantificadores são usados para produzir novas sentenças matemáticas a partir de sentenças matemáticas já existentes. Exemplos: (a) x A (b) 0 < 1 ou 0 1 (c) se y 1, então y 1 e y 1 (d) z 2 + 3z + 2 = 0 se, e somente se, z = 1 ou z = 2 (e) para todo real x, existe um natural n tal que n > x (f) existe um natural n tal que, para todo real x, tem-se n > x

Modificador Elementos de lógica e linguagem matemática Dada uma sentença matemática p, podemos construir uma outra sentença matemática denominada a negação de p, a qual será denotada por p (leia não p ). Exemplo: p: 12 + 12 = 0 p: 12 + 12 0

Modificador Elementos de lógica e linguagem matemática Critério que estabelece o valor-verdade de p com base no de p: p será falsa quando p for verdadeira; p será verdadeira quando p for falsa. Tabela-verdade de p p p V F F V

Observação Elementos de lógica e linguagem matemática Exemplo: As noções de veracidade e falsidade não são absolutas!!! Elas estão sempre vinculadas a um contexto fixado. no contexto de números inteiros, 12 + 12 = 0 é falsa no contexto de um relógio que marca vinte e quatro horas, 12 + 12 = 0 é verdadeira

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Dadas duas sentenças matemáticas p e q, podemos construir uma outra sentença matemática denominada a conjunção de p e q, a qual será denotada por p q (leia p e q ). Exemplo: p: 6 + 6 0 q: 12 + 12 0 p q: 6 + 6 0 e 12 + 12 0

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Critério que estabelece o valor-verdade de p q com base nos de p e q: p q será verdadeira quando p e q forem verdadeiras; em qualquer outro caso, p q será falsa. Tabela-verdade de p q p q p q V V V V F F F V F F F F

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Dadas duas sentenças matemáticas p e q, podemos construir uma outra sentença matemática denominada a disjunção de p e q, a qual será denotada por p q (leia p ou q ). Exemplo: p: 6 + 6 0 q: 12 + 12 0 p q: 6 + 6 0 ou 12 + 12 0

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Critério que estabelece o valor-verdade de p q com base nos de p e q: p q será falsa quando p e q forem falsas; em qualquer outro caso, p q será verdadeira. Tabela-verdade de p q p q p q V V V V F V F V V F F F Observação: deve ser pensado como e/ou.

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Dadas duas sentenças matemáticas p e q, podemos construir uma outra sentença matemática denominada o condicional com antecedente p e consequente q, a qual será denotada por p q (leia se p, então q ). Exemplo: p: 6 + 6 0 q: 12 + 12 0 p q: se 6 + 6 0, então 12 + 12 0

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Critério que estabelece o valor-verdade de p q com base nos de p e q: p q será falsa quando p for verdadeira e q for falsa; em qualquer outro caso, p q será verdadeira. Tabela-verdade de p q p q p q V V V V F F F V V F F V

Explicação da tabela-verdade de p q Pense em p q como se p acontecer, eu prometo que q acontecerá. p q será falsa quando a promessa for descumprida; p q será verdadeira quando a promessa não for descumprida. Por exemplo, considere a seguinte promessa: se eu for aprovada no vestibular, subirei de joelhos a escadaria da Igreja da Penha. Quando ela é descumprida? Somente no caso de o antecedente ser verdadeiro (isto é, de eu ser aprovada no vestibular) e o consequente ser falso (eu não subir de joelhos a escadaria da Igreja da Penha).

Exercício: Wason selection task Há quatro cartas numa mesa, cada uma com um número de um lado e uma letra do outro. As faces visíveis das cartas mostram 1, 2, A e B. Quais cartas devem ser viradas de modo a estabelecer o valor-verdade da seguinte proposição: se uma carta tem um número par de um lado, então tem uma vogal do outro?

Contrapositiva, recíproca e inversa Sejam p e q duas sentenças matemáticas. A contrapositiva de p q é a sentença matemática ( q) ( p). A recíproca de p q é a sentença matemática q p. A inversa de p q é a sentença matemática ( p) ( q). Exemplo: se 2 é inteiro, então 2 é inteiro contapositiva: se 2 não é inteiro, então 2 não é inteiro recíproca: se 2 é inteiro, então 2 é inteiro inversa: se 2 não é inteiro, então 2 não é inteiro

Contrapositiva, recíproca e inversa Observações: p q é verdadeira exatamente quando sua contrapositiva o é: p q p q p q ( q) ( p) V V V F F V V F F F V F F V V V F V F F V V V V os valores-verdade de p q e de sua recíproca podem ser diferentes; a inversa de p q é a contrapositiva da recíproca de p q.

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Dadas duas sentenças matemáticas p e q, podemos construir uma outra sentença matemática denominada o bicondicional com componentes p e q, a qual será denotada por p q (leia p se, e somente se, q ). Exemplo: p: x > 1 q: x 2 p q: x > 1 se, e somente se, x 2

Conectivo Elementos de lógica e linguagem matemática Critério que estabelece o valor-verdade de p q com base nos de p e q: p q será verdadeira quando ambas as sentenças p e q forem verdadeiras ou quando ambas as sentenças p e q forem falsas; em qualquer outro caso, p q será falsa. Tabela-verdade da sentença p q p q p q V V V V F F F V F F F V Observação: deve ser pensado como exatamente quando.

Variáveis livres Material adicional Elementos de lógica e linguagem matemática Sejam x uma variável e p uma sentença matemática na qual x ocorre. Uma ocorrência de x em p é denominada livre se não há quantificadores agindo sobre ela. Dizemos que x ocorre livre em p se existe uma ocorrência livre de x em p. Exemplos: (a) x ocorre livre em x 2 = 2 (b) x e y ocorrem livres em x < y (c) x ocorre livre em y(y < x), mas y não (d) x e y não ocorrem livres em x y(y < x)

Proposições abertas Material adicional Sejam x uma variável e p uma sentença matemática na qual x ocorre. Dizemos que p é uma proposição aberta em x se x ocorre livre em p e nenhuma outra variável ocorre livre em p. Notação: Quando quisermos enfatizar que p é uma proposição aberta em x, escreveremos p(x) em vez de p. Exemplos: (a) x 2 = 2 pode ser denotada por p(x) (b) x < y não pode ser denotada por p(x) nem por p(y) (c) y(y < x) pode ser denotada por p(x), mas não por p(y) (d) x y(y < x) não pode ser denotada por p(x) nem por p(y)

Quantificador existencial O quantificador existencial é indicado pelo símbolo (leia existe ). Exemplo: p(x): x 2 = 2 xp(x): x(x 2 = 2) existe x tal que x 2 = 2 Observações: deve ser pensado como existe pelo menos um ; o símbolo! significa existe um único.

Quantificador universal O quantificador universal é indicado pelo símbolo (leia qualquer que seja, para todo, para cada, todo, cada ). Exemplos: p(x): x 2 0 xp(x): x(x 2 0) x 2 0, qualquer que seja x p(x): y(y < x) xp(x): x y(y < x) para todo x existe y tal que y < x para cada x existe y tal que y < x

Sentenças matemáticas particulares e universais Uma sentença matemática da forma xp(x) é dita particular. Uma sentença matemática da forma xp(x) é dita universal. Exemplos: (a) a sentença matemática x(x 2 = 2) é particular (b) a sentença matemática x(x 2 0) é universal (c) a sentença matemática x y(x < y) é universal (d) a sentença matemática y x(x < y) é particular

Universo de discurso Um universo de discurso (ou domínio de discurso) é um conjunto U no qual interpretamos os símbolos que denotam relações, operações, constantes e variáveis da linguagem matemática. Você se lembra do tal contexto na discussão do valor-verdade da sentença matemática 12 + 12 = 0?

Conjunto-verdade de uma proposição aberta Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x) uma proposição aberta. O conjunto-verdade de p(x) em U é formado pelos elementos a de U que verificam p(a). Exemplos: (a) O conjunto-verdade da proposição aberta x 2 = 2 em R é formado pelos números reais 2 e 2; contudo, seu conjunto-verdade em Q é vazio. (b) O conjunto-verdade da proposição aberta y(y < x) em N é N {0}; em Z, é o próprio Z.

Exemplos e contraexemplos Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x) uma proposição aberta. Um exemplo para p(x) em U é um elemento de U que pertence ao conjunto-verdade da proposição aberta p(x) em U. Um contraexemplo para xp(x) em U é um elemento de U que não pertence ao conjunto-verdade da proposição aberta p(x) em U. Exemplos: (a) 2 é um exemplo para x 2 = 2 em R; contudo, x 2 = 2 não possui exemplo em Q. (b) 0 é um contraexemplo para x y(y < x) em N; contudo, x y(y < x) não possui contraexemplo em Z.

Valor-verdade de uma sentença particular Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x) uma proposição aberta. A sentença matemática particular xp(x) será verdadeira em U se o conjunto-verdade de p(x) em U for não vazio; caso contrário, ela será falsa em U. Exemplo: (a) x(x 2 = 2) é verdadeira em R; contudo, x(x 2 = 2) é falsa em Q.

Valor-verdade de uma sentença universal Suponha fixado um universo de discurso U. Seja p(x) uma proposição aberta. A sentença matemática universal xp(x) será verdadeira em U se o conjunto-verdade de p(x) em U for o próprio U; caso contrário, ela será falsa em U. Exemplos: (a) x(x 2 0) é verdadeira em R. (b) x y(y < x) é falsa em N, pois 0 é um contraexemplo; contudo, x y(y < x) é verdadeira em Z.

Negação de p Elementos de lógica e linguagem matemática As sentenças matemáticas ( p) e p são equivalentes. p p ( p) V F V F V F Por esta razão, negamos a sentença matemática p escrevendo a sentença matemática p. Exemplo: 9 e 18 não são primos entre si negação: 9 e 18 são primos entre si

Negação de p q Elementos de lógica e linguagem matemática As sentenças matemáticas (p q) e ( p) ( q) são equivalentes. p q p q (p q) p q ( p) ( q) V V V F F F F V F F V F V V F V F V V F V F F F V V V V Por esta razão, negamos a sentença matemática p q escrevendo a sentença matemática ( p) ( q). Exemplo: n é divisível por 2 e 3 negação: n não é divisível por 2 ou n não é divisível por 3

Negação de p q Elementos de lógica e linguagem matemática As sentenças matemáticas (p q) e ( p) ( q) são equivalentes. p q p q (p q) p q ( p) ( q) V V V F F F F V F V F F V F F V V F V F F F F F V V V V Por esta razão, negamos a sentença matemática p q escrevendo a sentença matemática ( p) ( q). Exemplo: x 0 ou x > 1 negação: x > 0 e x 1 (abreviadamente, 0 < x 1)

Negação de p q As sentenças matemáticas (p q) e p ( q) são equivalentes. p q p q (p q) q p ( q) V V V F F F V F F V V V F V V F F F F F V F V F Por esta razão, negamos a sentença matemática p q escrevendo a sentença matemática p ( q). Exemplo: se x A, então x B negação: x A e x B

Negação de p q As sentenças matemáticas p q e (p q) (q p) são equivalentes. p q p q p q q p (p q) (q p) V V V V V V V F F F V F F V F V F F F F V V V V Por esta razão, negamos a sentença matemática p q negando a sentença matemática (p q) (q p).

Negação de xp(x) As sentenças matemáticas xp(x) e x( p(x)) assumem o mesmo valor-verdade em qualquer universo de discurso fixado. Por esta razão, negamos a sentença matemática xp(x) escrevendo a sentença matemática x( p(x)). Exemplo: existe x tal que x 2 = 2 negação: x 2 2, qualquer que seja x

Negação de xp(x) As sentenças matemáticas xp(x) e x( p(x)) assumem o mesmo valor-verdade em qualquer universo de discurso fixado. Por esta razão, negamos a sentença matemática xp(x) escrevendo a sentença matemática x( p(x)). Exemplo: para cada x, se x A então x B negação: existe x tal que x A e x B

Demonstrações Elementos de lógica e linguagem matemática Uma demonstração deve ser encarada como um conjunto organizado de evidências de que o resultado que desejamos obter está correto. Em outras palavras, demonstrar uma sentença matemática consiste basicamente em adotar certos pressupostos e, valendo-se de raciocínios preservadores da verdade, usá-los para obter a conclusão desejada.

Demonstração direta Sejam p e q duas sentenças matemáticas. A fim de provar que p q, basta assumir a hipótese, p, como verdadeira e, valendo-se de raciocínios preservadores da verdade, chegar à conclusão de que a tese, q, é verdadeira. Exemplo: Seja n um número inteiro. Se n é par, então n 2 é par. Demonstração: Na lousa.

Demonstração do tipo se e somente se Sejam p e q duas sentenças matemáticas. A fim de provar que p q basta provar que p q e q p. Exemplo: Seja n um número inteiro. n é par se, e somente se, n 2 é par. Demonstração: Na lousa.

Demonstração por contraposição Sejam p e q duas sentenças matemáticas. A fim de provar que p q basta provar que ( q) ( p). Exemplo: Seja n um número inteiro. Se n 2 é par, então n é par. Demonstração: Na lousa.

Demonstração por absurdo Seja p uma sentença matemática. A fim de provar p basta tomar p como pressuposto e, valendo-se de raciocínios preservadores da verdade, obter uma contradição. Exemplo: Não existe número racional cujo quadrado seja 2. Demonstração: Na lousa.

Uma outra demonstração Exemplo: Existem infinitos números primos. Demonstração: Na lousa.