Edição 08 - Janeiro de 2015 2014: Um ano de vitórias para o agronegócio Esta edição do Boletim do Agronegócio Internacional dedica atenção especial à análise do comércio exterior do setor em 2014. A agricultura e a pecuária brasileira demonstraram, mais uma vez, sua força e liderança para a economia do país, quebrando recor- Agronegócio sustenta balança comercial do Brasil em dezembro A balança comercial do Brasil encerrou o mês de dezembro com saldo positivo de US$ 293 milhões. O resultado ocorreu graças ao bom desempenho do agronegócio. Com exportações de US$ 6,77 bilhões e importações de US$ 1,25 bilhão, o superávit da balança comercial do setor foi de US$ 5,52 bilhões. A receita com as vendas externas tiveram crescimento de 5,9% em relação ao valor registrado no mesmo mês de 2013, quando as exportações somaram US$ 6,4 bilhões. des de exportação, além de aumentar sua competitividade no âmbito internacional. O segmento conquistou novos e promissores mercados e ganhou cada vez mais espaço na pauta de comercial brasileira. Conforme o gráfico abaixo, as exportações oscilaram significativamente ao longo do ano. No entanto, quando se compara os dados referentes a 2013 e a 2014, observa-se que os períodos de aumentos e de baixas seguem o mesmo padrão. O melhor desempenho do setor é visto de maio a julho e o pior ocorre nos primeiro e últimos meses dos dois anos. Exportações do Agronegócio Brasileiro (US$ bilhões)
O açúcar em bruto foi o produto do agronegócio mais comercializado pelo Brasil no exterior no mês passado. A receita obtida com as vendas do açúcar atingiu US$ 653 milhões. Apesar deste destaque, o faturamento com as exportações do produto caiu 21,9% em relação a dezembro de 2013. Outras mercadorias que se sobressaíram foram o café em grão, com receita de US$ 623 milhões, e o milho em grão, cujas exportações totalizaram US$ 621 milhões. A exportação do café em grão brasileiro, em dezembro, aumentou 71,7% quando comparada ao mesmo período do ano anterior. Já o faturamento do milho em grão caiu 2,5%. Mesmo assim, o cereal permaneceu na terceira posição entre os produtos do agronegócio mais exportados pelo Brasil no mês. Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 Os principais destinos dos produtos agropecuários brasileiros em dezembro foram a União Europeia, seguida por Estados Unidos, China, Venezuela e Japão. A União Europeia foi responsável por 24,4% do faturamento das exportações do agronegócio brasileiro. O maior aumento nas vendas do setor registrado teve como destino a França. Em dezembro de 2013, o país havia importado o equivalente a US$ 66,3 milhões em mercadorias do agronegócio. Já no último mês de 2014, este valor passou para US$ 180,2 milhões, aumento de 171,8%. O farelo de soja foi o principal componente da pauta importadora da França responsável por este aumento. Este produto teve participação de 55,6% nas vendas do setor brasileiro destinadas àquele país, comparado com os 14,4% em 2013. Outro produto do Brasil que se destacou no mercado francês foi a celulose, cujas exportações cresceram 10,5%, passando de US$ 15,1 milhões, em 2013, para US$ 18,9 milhões, em 2014. Agronegócio brasileiro amplia participação na pauta exportadora em 2014 As exportações do agronegócio brasileiro encerraram o ano respondendo por 43% do total de vendas externas do país. É o que revelam os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), referentes ao acumulado de 2014. Do total de US$ 225,1 bilhões faturados pelo Brasil com as exportações, US$ 96,7 bilhões procederam das vendas do agronegócio. Ainda que, em 2013, a receita total de exportação do setor tenha somado US$ 100 bilhões, valor 3,2% maior do que em 2014, a participação do agronegócio na pauta exportadora do país aumentou no ano de 2014. Já as importações do setor não passaram de US$ 16,6 bilhões em 2014. Este valor representa uma redução Balança comercial do Brasil de 2,6% em relação a 2013 (US$ 17,1 bilhões), e ajudou a minimizar os efeitos da diminuição da receita de exportação. Com tais cifras, a balança comercial do agronegócio em 2014 teve superávit de US$ 80,1 bilhões. Entretanto, o saldo positivo da balança comercial do agronegócio não foi suficiente para conter o déficit da balança comercial geral do país. Há anos, como mostra o gráfico abaixo, o setor desempenha papel fundamental na sustentação da balança comercial. Porém, o alto índice de importação registrado em outros setores da economia brasileira fez com que o país registrasse déficit de US$ 3,9 bilhões em 2014. Esta é a primeira vez desde o ano 2000 que a balança comercial do Brasil registra saldo negativo. 2
Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 Quatro países respondem por 59% das vendas do agronegócio do Brasil O agronegócio brasileiro vem, a cada ano, assumindo papel cada vez mais expressivo na manutenção da segurança alimentar mundial. No entanto, apesar de serem muitos os países compradores dos produtos do agronegócio brasileiro, apenas quatro compradores foram responsáveis por 59% do valor total gerado com as exportações do setor em 2014: China, União Europeia, Estados Unidos e Rússia. China A China fechou o ano como o principal destino internacional dos produtos do agronegócio brasileiro, com participação de 22,8% do valor total exportado pelo Brasil. Apesar da queda de US$ 816 milhões na receita em relação a 2013, causada principalmente pela redução nas exportações dos complexos soja e sucroalcooleiro, as exportações para a China somaram US$ 22,1 bilhões no acumulado do ano. O país foi o maior comprador do complexo soja, com importações que ultrapassaram US$ 17 bilhões. Ainda que a receita das exportações deste produto tenha caído devido à queda nos preços, os embarques aumentaram 1,12% de 2013 para 2014. União Europeia A União Europeia foi o segundo principal destino para as exportações brasileiras em 2014. Os 28 países que compõem o bloco compraram o equivalente a US$ 42 bilhões do Brasil, sendo que mais da metade deste montante (US$ 22,1 bilhões) diz respeito às exportações do setor agropecuário, que embarcou mais de 26 milhões de toneladas de produtos no ano passado. Embora as exportações do agronegócio destinadas ao bloco terem caído 2,9%, a União Europeia se tornou ainda mais importante para o comércio exterior brasileiro, ganhando maior participação no mercado. O farelo de soja, a soja em grão e a celulose estão entre as mercadorias brasileiras que mais se destacaram no mercado europeu no acumulado do ano. As vendas destes três produtos somaram US$ 9,8 bilhões. Participação nas Exportações do Agronegócio do Brasil (2014) Estados Unidos Os Estados Unidos é, historicamente, um importante parceiro comercial e grande concorrente do agronegócio brasileiro. Com as dificuldades econômicas enfrentadas recentemente e a ascensão chinesa como novo grande player do Brasil, os Estados Unidos perderam parte da prioridade que tinham com o Brasil no âmbito comercial. Contudo, o país vem reconquistando seu espaço. Em 2014, os Estados Unidos importaram US$ 27 bilhões em produtos brasileiros, sendo 26% deste valor (ou US$ 7 bilhões) em produtos do agronegócio. A celulose, a madeira e o papel estão entre os principais produtos de interesse americano no agronegócio brasileiro. Juntos, os três produtos somaram mais de US$ 2,1 bilhões em exportações, ou 31% da pauta de exportação do setor para o mercado norte-americano. O café brasileiro também é um produto que agradou os importadores americanos em 2014, alcançando US$ 1,3 bilhão em exportações. Rússia A Rússia, quarto maior importador de bens agropecuários do Brasil em 2014, conquistou espaço significante na pauta comercial brasileira. Parte deste aumento pode ser atribuída à ampliação do mercado russo após as sanções impostas pelo país às importações de certos alimentos provenientes dos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Noruega e da União Europeia. 3
Elaboração: CNA Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 Oito produtos do agronegócio estão entre as dez maiores exportações brasileiras em 2014 Uma forma de comprovar a importância do agronegócio para a economia brasileira é analisando os principais produtos comercializados pelo país internacionalmente. Ao longo do ano, o Boletim do Agronegócio Internacional da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) publicou a lista dos dez principais bens exportados pelo país. Como visto, os produtos agropecuários ganharam, mês a mês, mais espaço entre estes dez, aumentando não só em número de itens, mas também na participação total das exportações brasileiras. Segundo os dados divulgados recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em dezembro, o setor manteve o desempenho positivo. Como mostra a tabela abaixo, oito produtos do agronegócio estão entre os dez bens mais exportados pelo Brasil. São eles: soja em grão, açúcar em bruto, farelo de soja, carne de frango, café em Principais exportações do Brasil em 2014 Valor US$ bilhão 4 Com 3,8% de participação nas vendas externas brasileiras em 2014, a Rússia tornou-se um mercado fundamental para as carnes, o açúcar e a soja do Brasil. A carne bovina, principal produto importado pelos russos, somou US$ 1,3 bilhão em vendas, ou 36% do total. As vendas de carne de frango mais que dobraram de 2013 para 2014, passando de US$ 137 milhões para US$ 303 milhões. A carne suína brasileira também viu aumento semelhante (97%) de 2013 para 2014, devido, principalmente, à valorização do dólar e à redução da oferta, o que afetou o preço deste produto. Os Estados Unidos, maior exportador de carne suína do mundo, suspendeu o abate de suínos em função do surto do vírus da diarreia epidêmica suína no país. É importante destacar também que, em 2014, o Brasil iniciou a venda de produtos derivados do leite, como a manteiga e demais gorduras lácteas. Só nos últimos meses do ano, as vendas somaram US$ 3 milhões. grão, carne bovina, celulose e milho em grão. Juntos, estes oito produtos renderam US$ 65,2 bilhões ao Brasil, respondendo por 29,2% da receita total gerada com exportações no acumulado de 2014. Em 2014, destacaram-se os produtos que compõem o complexo soja. As vendas externas destes produtos somaram US$ 31,4 bilhões (60,1 milhões de toneladas), representando 13% da receita de exportação total do Brasil. Este faturamento é 1,4% maior que o registrado em 2013. A soja em grão foi líder absoluta em exportações do setor, com US$ 23,28 bilhões em vendas nos 12 meses do ano. Só este produto respondeu por 10,3% da pauta exportadora do país. Ainda que a produção nacional da soja tenha aumentado, e o preço geral do produto caído, o aumento dos embarques para o exterior e a valorização do dólar americano fizeram com que a receita de exportação da soja subisse. Participação no total exportado % 1. Minério de ferro 25,82 11,5 2. Soja em grão 23,28 10,3 3. Petróleo em bruto 16,36 7,3 4. Açúcar em bruto 7,45 3,3 5. Farelo de soja 7,00 3,1 6. Carne de frango 6,89 3,1 7. Café em grão 6,04 2,7 8. Carne bovina 5,79 2,6 9. Celulose 5,29 2,4 10. Milho em grão 3,88 1,7 Oito maiores do agronegócio 65,62 29,2 Demais produtos do agronegócio 34,35 15,3 Dois maiores não agrícolas 42,18 18,7 Demais produtos não agrícolas 82,65 36,9 Exportações totais do Brasil 225,10 100 %
Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 Cinco maiores recordistas em exportação são produtos do agronegócio Como de costume, no início de cada mês o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulga uma apresentação que ilustra os resultados da balança comercial brasileira de uma maneira sucinta e objetiva. Os dados destacam também os produtos cuja exportação alcançou valor recorde para o período. A Superintendência de Relações Internacionais (SRI) da CNA analisou e divulgou os dados dos recordistas em exportações a cada mês, em 2014. Com o fechamento das estatísticas de comércio, se confirma que os produtos do agronegócio ocupam as posições de maior destaque entre os recordistas. Na tabela publicada pelo MDIC estão 15 produtos, que alcançaram maior receita de exportação dentre aqueles que somaram valores jamais vistos antes. Os cinco primeiros colocados da lista são produtos do agronegócio. Estes produtos são: soja em grãos, com exportações de US$ 23,3 bilhões em 2014 (aumento de 2,0% em relação a 2013); farelo de soja, com exportações de US$ 7,0 bilhões (aumento de 3,1% em relação a 2013); carne bovina, com vendas externas de US$ 5,8 bilhões (aumento de 8,1% em relação a 2013); celulose, com receita de exportação de US$ 5,3 bilhões (aumento de 2,2%); e couros e peles exceto em bruto, com exportações de US$ 2,9 bilhões (aumento de 17,8%). Juntos, estes cinco produtos renderam US$ 44,3 bilhões em exportações brasileiras em 2014. Este valor equivale a 19,7% da receita total de exportação do Brasil no ano. São Paulo é o maior estado exportador de bens agropecuários em 2014 No que tange às exportações do agronegócio, alguns estados brasileiros se sobressaíram em 2014. Só os cinco maiores exportadores do setor beneficiaram-se de 68% de todo faturamento de exportação do ano, ou US$ 65,7 bilhões. Estes estados são: São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Vale mencionar que os dois principais portos de escoamento de mercadorias do setor se encontram em São Paulo e no Paraná, e que muitas das empresas exportadoras estão situadas nestes dois estados. Isto faz com que os registros de exportação sejam feitos nestas unidades da Federação. Entretanto, não necessariamente as mercadorias exportadas por esses estados são oriundas dos mesmos. 5
São Paulo São Paulo, estado líder em exportações agropecuárias em 2014, com 19% de participação, teve faturamento de US$ 18,2 bilhões. Ainda que tenha se mantido na primeira colocação entre os exportadores, o volume dos embarques caiu 12%, se comparado a 2013, passando de 29,4 milhões de toneladas naquele ano para 25,96 milhões de toneladas em 2014. O principal produto de exportação do agronegócio paulista em 2014 foi o açúcar em bruto, com faturamento de US$ 4,4 bilhões e embarque de 11,4 milhões de toneladas. Este produto participou de 24% da receita de vendas externas do estado. Outro produto com vendas expressivas é o suco de laranja. O embarque de 1,8 milhão de toneladas do produto rendeu US$ 1,9 bilhão ao estado no mesmo ano. Só para os Estados Unidos, as exportações mais que triplicaram nos últimos dois anos. Mato Grosso Mato Grosso também se destacou entre os maiores exportadores do agronegócio brasileiro em 2014. Este estado deteve 15% de participação nas vendas externas do setor. As receitas geradas alcançam US$ 14,6 bilhões. O estado foi o maior exportador brasileiro dos produtos que compõem o complexo soja, responsável por 31% do total. A soja em grãos representou 49% das exportações do estado, somando US$ 7,2 bilhões em receita. O farelo de soja, com 16,3% de participação nas exportações mato-grossenses, teve exportações de US$ 2,4 bilhões no mesmo ano. Paraná O Paraná finalizou 2014 como o terceiro maior exportador do agronegócio, com vendas que somaram US$ 12,6 bilhões (13% do total de exportações do setor). Esta receita foi 7% menor do que a registrada em 2013 (US$ 13,5 bilhões). A soja em grão também foi a Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 mercadoria mais comercializada pelo estado internacionalmente, respondendo por 26% da pauta exportadora e gerando US$ 3,3 bilhões em receita. Apesar de ser o produto mais vendido em 2014, a soja em grãos também sofreu queda na receita (16%) quando comparada a 2013. O volume exportado deste produto também caiu (11%). Outro produto que acumulou boas vendas foi a carne de frango. Em 2014, o volume embarcado deste produto aumentou 13%, gerando US$ 2,1 bilhões em receita. O Paraná foi o maior exportador de carne de frango do Brasil. Rio Grande do Sul Já os empresários do agronegócio do Rio Grande do Sul faturaram US$ 12,2 bilhões com as vendas externas do setor. Este valor foi 7% menor do que o registrado em 2013. As principais mercadorias de exportação do agronegócio deste estado foram a soja em grão (US$ 4,0 bilhões), o fumo não manufaturado (US$ 1,8 bilhão) e a carne de frango (US$ 1,3 bilhão). Os embarques de carne de frango se mantiveram estáveis em relação a 2013. No entanto, a soja em grão e o fumo não manufaturado sofreram quedas, de 5,7% e 19%, respectivamente. Minas Gerais Minas Gerais teve o café verde e o açúcar em bruto entre suas maiores exportações em 2014. O café apresentou alta de 33% em comparação a 2013, e seus embarques alcançaram 1,3 milhão de toneladas. Estes valores consagraram o estado como o maior exportador de café brasileiro em 2014. O açúcar em bruto respondeu por 11% das exportações do agronegócio de Minas, porém, as vendas caíram 19% em relação a 2013. A carne bovina também foi um importante produto de exportação mineira, com vendas de US$ 393 milhões. Participação de exportações do agronegócio por estado (2014) 6
Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 França lança plano para reduzir importações de soja Em dezembro, o ministro da Agricultura francês, Stéphane Le Foll, lançou um plano para aumentar a produção de plantas com alto teor de proteína vegetal no país até 2020. O plano consiste principalmente em subsídios diretos aos produtores rurais que cultivam estes produtos, visando reduzir a dependência dos criadores de gado, suínos e aves das importações de proteínas vegetais, e para diminuir o uso de fertilizantes nitrogenados, incentivando produção de soja não transgênica ao invés do milho. bovina, suína, de lácteos e de aves na União Europeia, o país tem uma escassez estrutural na produção destes alimentos. Isto, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), obriga a França a importar 40% das suas necessidades de consumo interno. A produção francesa destas plantas diminuiu consideravelmente nas últimas duas décadas devido ao baixo rendimento e rentabilidade destas culturas em comparação com outras, uma vez que não é possível plantar soja geneticamente modificada. No período estipulado, serão concedidos aos agricultores entre 100 e 200 (R$ 303 a R$ 606, aproximadamente) ao ano por hectare de plantio destas culturas. Esta medida será financiada por um orçamento anual de 49 milhões da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia. Além disso, a fim de aumentar a produção de leguminosas como forragem, reduzir a compra de concentrados e diminuir a área de milho forrageiro, serão disponibilizados de 100 e 150 (R$ 303 e R$ 455, aproximadamente) ao ano por hectare de legumes plantados como forragem. Entre as plantas que têm um alto teor de proteína estão: ervilhas-do-campo, as favas, o tremoço, a alfafa e a soja. Elas são necessárias, principalmente, para atender às exigências nutricionais do gado e das aves. Apesar de a França ser a maior produtora de carne Espera-se que a produção aumente a curto e longo prazo, o que pode ocasionar uma redução na importação de soja. No entanto, como já mencionado, estas culturas não são competitivas na França e se os subsídios forem removidos, a produção deve voltar aos baixos níveis. As importações francesas dos produtos do complexo soja do Brasil somaram US$ 959 milhões em 2014. O farelo de soja foi o produto mais importado do complexo, somando US$ 859 milhões em receita. Em 2014, 13,4% de todo o farelo de soja embarcado no Brasil teve a França como destino. Já as importações de soja em grãos renderam US$ 99,9 milhões ao Brasil. Com as compras, a França participou em 3,1% das vendas externas do complexo soja brasileiro em 2014. Exportações do Complexo Soja do Brasil para a França 7
Boletim do Agronegócio Internacional Edição 08 - Janeiro de 2015 Rússia proíbe importação de aves dos Estados Unidos O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (VPSS) começou a restringir, desde dezembro de 2014, temporariamente, as importações de aves, subprodutos de aves e produtos à base de aves dos Estados Unidos. O VPSS alegou a presença de substâncias prejudiciais proibidas nos produtos avícolas vindos do território norte-americano. Além disso, o órgão instruiu seus escritórios regionais quanto à introdução de restrições temporárias, desde 18 de dezembro, sobre as importações de aves não ambientadas (aquelas criadas em ambiente sem controle de temperatura e pressão), bem como sobre as importações de aves vivas e de ovos para incubação vindos do estado americano de Washington. Segundo o serviço russo, esta decisão foi tomada devido à detecção de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) naquela região. Este não é só mais um caso esporádico de tensão nas relações entre os dois países. Em resposta às restrições impostas, a Rússia atribuiu sanções às carnes, frutas e lácteos provenientes dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega. A sanção criou novas oportunidades para o agronegócio brasileiro, que exportou US$ 3,7 bilhões para o país em 2014, 32% a mais do que em 2013. Só as exportações de carne de frango e de peru somaram US$ 313 milhões, representando 9% da pauta exportadora do agronegócio para a Rússia. A Rússia foi, em 2014, o quarto principal importador de produtos do agronegócio brasileiro. Boletim do Agronegócio Internacional é elaborado pela Superintendência de Relações Internacionais. 8 CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL SGAN - Quadra 601 - Módulo K CEP: 70.830-021 Brasília/DF (61) 2109-1419 cna.comunicacao@cna.org.br