Monitoramento da Cultura de Cana-de-Açúcar no Estado de São Paulo

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Lúcia Peixoto Estrada
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1 Versão Online Boletim No: 02/2014 Dezembro, 2014 Monitoramento da Cultura de Cana-de-Açúcar no Estado de São Paulo I. PANORAMA DA SAFRA A área destinada à produção de cana-deaçúcar na safra 2014/15 apresentou um crescimento de 3,3% ou 286,6 mil hectares em relação à 2013/14, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná responderam por esse crescimento e São Paulo ainda permanece como o maior produtor, responsável por 51,4% (4.678,8 mil hectares) da área plantada em todo território nacional. A produtividade da safra atual apresentou um decréscimo de 3,1% na média geral em relação à safra passada, de 74,8 kg/ha para 72,4 kg/ha, (CONAB). A maior queda está concentrada na região Sudeste, onde as condições climáticas, principalmente a falta de chuvas, no final de 2013 e início deste ano, impactaram diretamente no desenvolvimento da cultura. A seca na região também acelerou o processo de fechamento da safra de cana-de-açúcar. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) reportou que 136 unidades encerraram suas atividades com moagem até o final de novembro, valor maior comparativamente a 2013, de apenas 73 empresas. Este número elevado de usinas com safra já finalizada reflete a quebra agrícola que atingiu principalmente o estado de São Paulo. De acordo com a UNICA, a moagem acumulada, desde o início da safra 2014/2015 até 30 de novembro, na região Centro-Sul totalizou 554,1 milhões de toneladas, ante 571,2 milhões de toneladas processadas no mesmo período do ano anterior, uma redução de 3%. Para a CONAB no Centro-Sul a queda foi de 4,3%. Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), no acumulado da atual safra até o final do último mês, a quebra agrícola atingiu 7,8%, enquanto no estado de São Paulo chegou a 11% (73,8 toneladas por hectare, contra 83,8 toneladas em 2013). Em compensação ao baixo crescimento vegetativo da planta devido ao déficit na disponibilidade de água, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na planta alcançou 137,1 kg por tonelada de matéria-prima no acúmulo da safra, 2,7% acima do valor apurado no mesmo período de 2013/14 (UNICA). Destaque A seca no estado de São Paulo foi o principal fator responsável pela queda na produtividade da cana-de-açúcar na região. Níveis de precipitação abaixo da média dos últimos 10 anos no fim de 2013 e início de 2014, ocasionaram menor produção e quebra de safra da cultura.

Abastecimento (CONAB). São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná responderam por esse crescimento e São Paulo ainda permanece como o maior produtor, responsável por 51,4% (4.

2 Os mapas de precipitação do ano de 2013 e 2014 apresentam o nível de chuvas no estado de São Paulo. O mapa da diferença de precipitação entre os anos de 2013 e 2014 mostra que o maior déficit está localizado na região nordeste do estado. Os níveis de precipitação abaixo da média dos últimos 10 anos do final de 2013 e do início de 2014 afetaram a cultura e ocasionaram quebra da safra, principalmente nas mesorregiões produtoras que encontram-se na zona vermelha do mapa. Essas regiões, como é verificado no mapa de semáforo da safra, apresentaram o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI)* abaixo da média, isto é um indicativo de que o desenvolvimento da próxima safra possivelmente estará comprometido. Contudo, as mesorregiões que apresentam o índice de vegetação acima da média histórica para o mês de novembro (zona amarela do mapa acima) provavelmente terão um bom desenvolvimento da próxima safra. *O NDVI é um índice que está diretamente correlacionado com vários parâmetros da vegetação como o índice de área foliar (IAF) e a biomassa.

Os níveis de precipitação abaixo da média dos últimos 10 anos do final de 2013 e do início de 2014 afetaram a cultura e ocasionaram quebra da safra, principalmente nas mesorregiões produtoras que

3 *Desvio padrão: mede a dispersão do valor de cada evento em torno da sua média. III. DESEMPENHO DA SAFRA DO MÊS DE NOVEMBRO As mesorregiões de Araçatuba, Itapetininga, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto tiveram desempenho acima da média, devido ao superávit de precipitação do mês de novembro. Entretanto, o NDVI das áreas neste mês de novembro indica o desenvolvimento da cana para a próxima safra da cultura de 2015/16 e não recuperação da safra atual que já foi colhida.

do Rio Preto tiveram desempenho acima da média, devido ao superávit de precipitação do mês de novembro.

4 Em Araraquara, Assis, Bauru, Campinas, MMP, Piracicaba e Ribeirão Preto as chuvas abaixo da média nos meses de dezembro de 2013 a junho deste ano fizeram com que a cana em novembro não conseguisse ter o desenvolvimento necessário para alcançar a média de NDVI. Mesmo apresentando índices de precipitação acima da média no mês de novembro, as mesorregiões não atingiram o NDVI médio. Isso quer dizer que a cana para a próxima safra pode estar com o desenvolvimento comprometido.

5 CONAB uploads/ arquvos/14_08_28_08_52_35_boletim_cana_po rtugues_-_2o_lev_-_ pdf CTC ECMWF UNICA imprensa/ /mais-de-100 -usinas-encerram-safra-no-centro-sul-e-moagem -atinge-15-por-cento2c7-milhoes-de-toneladasna-segunda-quinzena-de-novembro Jansle Vieira Rocha Coordenador FEAGRI-UNICAMP Michelle C. A. Picoli Coordenadora CTBE Daniel Garbellini Duft CTBE Agmon Moreira Rocha UNICAMP Maria Eduarda M. Moreira CTBE

br/ ECMWF http://www.ecmwf.int/en/research/climatereanalysis/era-interim UNICA http://http://www.unica.com.

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