Alometria corporal aos sete dias de machos de frangos de corte alimentados com dietas contendo níveis de quirera de arroz e complexo enzimático Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: BRUM JR., Berilo de Souza; ROSA, Leandro Vaz da; Leandro Vaz da Rosa Eduardo Gonçalves Xavier João Carlos Maier Paulo Rodinei Soares Lopes UFPEL Alometria corporal aos sete dias de machos de frangos de corte alimentados com dietas contendo níveis de quirera de arroz e complexo enzimático. BRUM JR., Berilo de Souza²; ROSA, Leandro Vaz da¹; VALENTE, Beatriz Simões³; BRUM, Flávia Simões 1 ; MANZKE, Naiana Einhardt¹; XAVIER, Eduardo Gonçalves 4 ; ANCIUTI, RUTZ, Fernando 4 1 Aluno (a) do curso de Medicina Veterinária/UFPEL; 2 Zootecnista, Aluno de Doutorado /DZ/FAEM/UFPEL; 3 Médica Veterinária, Aluna de Mestrado/DZ/FAEM/UFPEL; 4 Ph.D., Professor Adjunto/DZ/FAEM/UFPEL Introdução Devido ao baixo custo e a excelente qualidade a carne de frango está entre as mais consumidas. Para o ano de 2007, a carne de frango deve ser a mais consumida no Brasil. No primeiro semestre já formam produzidas quase 5 milhões de toneladas de carne de frangos (AVESITE 2007). Essa alta produtividade é o resultado de boas praticas de manejo associados a um alto potencial genético. Entre os custos de produção, sabemos que o maior é referente a alimentação, e com isso devemos trabalhar sobre ela para aumentar a lucratividade do lote. Uma das alternativas para reduzir esse custo é a utilização de alimentos alternativos. Para o uso desses alimentos alguns fatores como princípios tóxicos e fatores antinutricionais devem ser levados em consideração. No entanto, para uma maior disponibilidade de nutrientes, podemos usar complexos enzimáticos nas dietas. A quirera de arroz (QA), originada no processo de polimento do arroz é composta por grãos quebrados e pode ser utilizado na alimentação animal (BUTOLO, 2002). Segundo ROSTAGNO (2005), a quirera de arroz é uma fonte rica de amido e baixo teor de fibra bruta, com valores de energia e proteína semelhante aos do milho. No entanto BUTOLO (2002) considera a quirera de arroz, de maneira geral é um alimento de baixa qualidade para frangos de corte, podendo ser utilizado em rações para poedeiras, suínos e bovinos.
No que se refere a enzimas, sua função é aumentar a disponibilidade dos nutrientes, e com isso aumentar a taxa de absorção e reduzir o custo das dietas. O Allzyme SSF é um complexo enzimático (CE) produzido a partir do fungo Aspergillus niger não modificado geneticamente. O complexo é composto pelas enzimas fitase, protease, xilanase, ß-glucanase, celulase, amilase e pectinase. Com isso o objetivo desse trabalho foi o de avaliar o uso de quirera de arroz e de um complexo enzimático na dieta pré-inicial de frangos de corte sobre a composição centesimal das aves aos sete dias de idade. Material e Métodos O experimento foi realizado no aviário experimental do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas, em março de 2007. As dietas foram formuladas para atender às necessidades da categoria de acordo com a recomendação de ROSTAGNO (2005). Foram alojados 160 machos de pintos de corte da linhagem Coob, distribuídos em esquema fatorial 4x2 (0, 20, 40 e 60% de QA sem e com adição de 0,02% de Allzyme SSF) e alojados em baterias metálicas (40 boxes) com piso vazado contendo comedouros metálicos tipo calha, bebedouros automáticos tipo nipple com copo e aquecimento com campânula a gás. Aos sete dias de idade as aves foram pesadas individualmente e identificadas as mais pesadas de todos os boxes para a avaliação da biometria. O abate foi realizado através da inalação de éter etílico e a evisceração e realização dos cortes foi manual. Depois de abatidos os animais foram pesados para a obtenção do peso corporal (PC), fixados pelas patas em uma superfície plana com 150º de inclinação e um peso de 400g fixado no bico para a distensão total do corpo. O comprimento corporal (CC), medido com fita métrica, considerou a distância entre o início do bico e a ponta da unha do dedo médio. As medidas de perna e peito foram realizadas com o auxílio de um paquímetro e as pesagens foram realizadas em balança digital para o posterior cálculo de rendimento de cortes em função do PC. Os dados foram tabulados e aqueles que alteravam o coeficiente de variação (CV%) do tratamento em 5% ou mais foram eliminados. Posteriormente os dados foram analisados com o auxílio do programa estatístico SAS (1996). Resultados e Discussão O comprimento corporal, o peso corporal, a relação entre o peso e o comprimento não apresentaram efeito significativo. Os rendimentos de perna, de peito e de asa, o comprimento e a largura de peito e o comprimento de perna não foram afetados pelos níveis de inclusão de quirera de arroz e pela adição de complexo enzimático na dieta. No entanto a profundidade de peito foi superior nas aves alimentadas com dietas contendo complexo enzimático e aumentou linearmente com o aumento do nível de quirera de arroz. Tabela 1: Comprimento corporal (CC), peso corporal (PC), relação entre PC e CC (PVCC); rendimento de perna (RPER), de peito (RPEI), de asa (RASA); comprimento de perna (CPER); comprimento de peito (CPEI), largura (LPEI) e profundidade de peito (PPEI) aos 7 dias de machos de frangos de corte alimentadas com dietas contendo níveis de quirera de arroz e complexo enzimático.
CE QA CC PC PV/CC RPER RPEI RASA CPEI LPEI PPEI CPER 0 28,31 167,05 5,90 7,20 11,92 2,82 51,87 44,42 11,44b 6,79 0,02 28,17 172,50 6,12 7,13 12,25 3,07 53,05 44,55 13,62a 6,95 p 0,495 0,176 0,074 0,563 0,434 0,173 0,207 0,864 0,000 0,263 0 28,18 164,40 5,83 7,03 11,51 2,74 52,05 43,89 11,54 6,74 20 28,42 171,60 6,04 7,16 12,63 2,97 52,42 44,99 11,72 6,88 40 27,91 172,00 6,16 7,22 12,20 2,84 52,32 43,49 13,44 6,79 60 28,44 171,10 6,02 7,26 12,05 3,18 53,05 45,57 13,41 7,07 p 0,206 0,484 0,288 0,748 0,362 0,259 0,889 0,171 0,008** 0,333 CV% 2,19 7,33 6,30 7,22 11,36 16,78 5,54 5,14 12,12 6,13 * médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente (p<0,05). ** representado pelo Gráfico 1 Profundidade de peito 14,00 13,50 13,00 12,50 y = 0,0366x + 11,431 R 2 = 0,8259 mm 12,00 11,50 11,00 10,50 10,00 0 10 20 30 40 50 60 QA% Gráfico 1: Profundidade de peito aos sete dias de machos de frangos de corte alimentados com dietas contendo níveis de quirera de arroz e complexo enzimático. TOLEDO et al. (2007) encontraram uma melhora no desempenho das aves submetidas a dietas de baixa densidade com a adição do complexo multienzimático. Trabalhando com frangos de corte alimentados com dietas contendo até 40% de QA, BRUM Jr et al (2007) não encontraram diferença para o desempenho produtivo e para as características de carcaça aos 42 dias de idade, exceto para o rendimento de moela que diminuiu com o aumento do nível de QA. Ao avaliar a digestibilidade ileal em suínos de alguns alimentos alternativos, APOLÔNIO et al. (2003) cita a quirera de arroz como um alimento alternativo de qualidade, pois apresentou valores de digestibilidade aparente da proteína bruta acima de 80 % e coeficiente médio de digestibilidade aparente dos aminoácidos essenciais de 81,00%. Conclusão
Com isso pode-se concluir que a quirera de arroz pode ser incluída na dieta pré-inicial de machos de frango de corte em até 60% e o uso de um complexo enzimático aumenta a profundidade de peito.
Referências Bibliográficas APOLÔNIO, L. R. et. al. Digestibilidade Ileal de Aminoácidos de alguns Alimentos, Determinada pela Técnica da Cânula T Simples com Suínos. Revista Brasileira Zootecnia, v.32, n.3, p.605-614, 2003. AVESITE, Disponível em www.avesite.com.br. Acesso em: 13 de agosto de 2007. BRUM Jr., B. S. et al. Dieta para frangos de corte contendo quirera de arroz. Ciência Rural, v.37, n.5, p.1423-1429, 2007. BUTOLO, J.E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. Botucatu/ SP Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP 2002. ROSTAGNO, H. S. et al. Composição de alimentos e exigências nutricionais de aves e suínos. Tabelas Brasileiras 2 ed. Viçosa: UFV, 2005. 186 p. SAS. Statstical analysis system. User's guide: stat, Version 6.11 ed. Cary: SAS Institute, USA, 1996. SCHANG, M.J. O uso da enzima Vegpro em dietas para frangos em crescimento. In: RONDA LATINOAMERICANA DE BIOTECNOLOGIA, 6, 1996, Caribe. Anais... Caracas: Alltech, 1996. p.71-77. Silva, D.J.: Queiroz, A. C. de. Análise de alimentos Métodos químicos e biológicos.viçosa: UFV. MG, 235p 2004. TOLEDO, G. S. P. et al. Frangos de corte alimentados com dietas de diferentes densidades nutricionais suplementadas ou não com enzimas. Ciência Rural, v.37, n.2, p.518-523, mar-abr, 2007.