RELATÓRIO SOBRE DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS POR ACADÊMICOS DO CURSO DE ZOOTECNIA DURANTE O 1º SEMESTRE LETIVO DE 2004
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- Ana Luísa Castelo Sequeira
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS - CCR DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA DZ LABORATÓRIO DE AVICULTURA - LAVIC DISCIPLINA DE AVICULTURA RELATÓRIO SOBRE DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS POR ACADÊMICOS DO CURSO DE ZOOTECNIA DURANTE O 1º SEMESTRE LETIVO DE 2004 Acadêmicos: Ademar Bassan Arione Boligon Fernando Gravina Luiz Mauricio Ricardo Worm Rodrigo Uttpatel Silvio Menegassi SANTA MARIA Julho/2004
2 INTRODUÇÃO A avicultura é uma das atividades zootécnicas que mais evoluiu nos últimos anos, em função da eficiência de produção de carne de frango a custos mais baixos e a facilidade de produzir ave para o abate em curto espaço de tempo. A seleção genética e a nutrição desempenharam um papel significativo neste melhoramento, assim como avanços nos campos da saúde aviária, métodos de manejo, ambiência, tecnologia de processamento e de comercialização. A extrema tecnicidade do segmento avícola, exige pessoas capacitadas e que de preferência tenham um conhecimento prático, visto que não se tem mais tempo para treinar uma equipe técnica, assim esta responsabilidade deve ser suprida pela instituição de ensino, através de trabalhos práticos e dias de campo, ensino aos alunos algo a mais do que a teoria.
3 MATERIAL E MÉTODOS Local e Época O trabalho foi realizado no Laboratório de Avicultura LAVIC, do Departamento de Zootecnia (DZ) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)/RS, no período de 20 de maio a 01 de julho de Animais Foram utilizados 30 pintos de corte, sendo 23 fêmeas e 7 machos da linhagem COBB 500, provenientes de matrizes de corte do Laboratório de Avicultura LAVIC. Instalações O trabalho foi conduzido em um galpão experimental de 1,4m de largura por 3,0m de comprimento, com orientação leste-oeste, possuindo piso de cimento, pé-direito de 1,5m, muretas laterais de 0,40m de altura, cortinas laterais e cobertura de telha de barro. Procedimentos As aves foram alojadas com um dia de idade. O galpão, no alojamento, estava equipado com um bebedouro infantil, um comedouro do tipo bandeja e uma campânula elétrica para os primeiros dias, posteriormente os equipamentos iniciais foram substituídos pelos definitivos, para o restante do experimento, sendo um comedouro do tipo tubular e um bebedouro tipo pendular. A cama utilizada foi de caca de arroz com camada de maravalha, sendo sua altura total de 10 cm. No alojamento, os pintos foram pesados, para obtenção do peso médio, os pintos foram ensinados a tomar água, e posteriormente colocados em baixo das
4 campânulas, para aquecimento dos mesmos, os pintos receberam ração a vontade depois de 30 minutos. Durante o experimento, diariamente os bebedouros foram lavados e os comedouros foram abastecidos e mexidos para estimular o consumo das aves, sendo a ração fornecida à vontade. A partir da segunda semana do experimento, as camas foram revolvidas quando necessário, para evitar crostas e conseqüente redução na sua qualidade. O trabalho dividiu-se em 3 fases: inicial de 1 a 21 dias, crescimento de 22 a 35 dias e final de 36 a 42 dias de idade. As aves foram pesadas ao final de cada fase experimental. A ração fornecida e as sobras ao final de cada fase, foram pesadas para medir o consumo e a conversão alimentar. Dietas Experimentais As dietas utilizadas foram formuladas com o programa de formulação de ração User Friendly Feed Formulation (UFFDA, 1992) e com base nas exigências nutricionais das aves, para sexo (macho ou mistos) e fases (inicial, crescimento e final), conforme as recomendações de ROSTAGNO et al (2000), conforme tabela 1. As dietas foram formuladas à base de milho e farelo de soja, para as fases inicial e final a ração foi misturada (durante 10 minutos) em um misturador tipo batedeira, com capacidade para 50 kg de ração, para a fase de crescimento a ração foi misturada (durante 10 minutos) por em um misturador vertical, com capacidade de 500Kg de ração, o premix e os aminoácidos sintéticos foram previamente diluídos com milho em misturador tipo Y, para posteriormente serem incorporados aos demais ingredientes durante a mistura.
5 TABELA 1 - Composição percentual das dietas nas diferentes fases. Inicial Crescimento Final Custo(R$/Kg) 0,787 0,771 0,746 Ingredientes Milho (%) 59,230 64,220 67,310 Far. Soja (%) 36,190 31,130 27,700 Fosf. Bicalcico(%) 1,780 1,820 1,850 Calcario(%) 1,050 0,800 0,810 Oleo Vegetal(%) 0,770 1,500 2,170 Px. vit.min.(%) 0,500 0,500 0,500 Sal Comum(%) 0,400 0,400 0,400 L-Lisina(%) 0,270 0,190 0,170 DL-Metionina(%) 0,190 0,200 0,180 Composição Calculada PB(%) 22,000 20,000 18,642 EM (Kcal/Kg) 3,000 3,100 3,175 Cálcio(%) 1,000 0,900 0,900 Fósforo total(%) 0,692 0,677 0,666 Fósforo disp.(%) 0,450 0,450 0,450 Sódio(%) 0,181 0,182 0,183 Ác. Linoléico(%) 1,766 2,222 2,623 Lisina(%) 1,380 1,170 1,060 Metionina(%) 0,480 0,460 0,420 Met + Cis(%) 0,907 0,867 0,813 Triptofano(%) 0,242 0,212 0,192 Treonina(%) 0,776 0,695 0,640 Arginina(%) 1,431 1,273 1,166 Leucina(%) 1,758 1,622 1,528 Isoleucina(%) 0,859 0,767 0,704 Histidina(%) 0,530 0,480 0,445 Valina(%) 0,987 0,901 0,842
6 PARÂMETROS AVALIADOS Consumo Alimentar e Peso Corporal Foram calculados os consumos das aves, por período, através da diferença da quantidade de ração fornecida as aves durante as fases, e as sobras ao final de cada fase. O peso corporal das aves foi avaliado aos 21, 35 e 42 dias de idade, onde todas as aves foram pesadas, determinando o peso corporal médio. Ganho Médio Diário (GMD) O ganho médio diário foi obtido através da divisão do peso da ave pelo número de dias por fase experimental. Conversão Alimentar (CA) A conversão alimentar foi obtida através da relação do consumo alimentar e o peso corporal da fase experimental. Mortalidade Durante o período experimental (1 a 42 dias), foram anotadas diariamente o número de aves mortas. Logo após cada fase foi calculado o percentual de mortalidade, através da relação do número de aves mortas pelo número total de aves. Gastos com ração Os gastos com ração foram calculados a partir do consumo e do custo do quilograma da ração, onde calculamos o gasto com ração por fase e o gasto para ganho de um quilograma de peso vivo.
7 O gasto com ração também foi calculado em relação ao rendimento de carcaça, obtendo-se assim o custo da carcaça do frango, que é representado pela ração consumioda. Índice de Eficiência Produtiva (IEP) Foi calculado para o período total do experimento. Sendo obtido pelo GMD multiplicado pela viabilidade criatória e o resultado obtido dividido pela CA de 1 a 42 dias de idade e o resultado multiplicado por 10. Fator de Eficiência Europeu (FEE) Foi calculado para o período total do experimento. Sendo obtido pela viabilidade criatória multiplicado pelo peso corporal em Kg e o resultado obtido dividido pela CA de 1 a 42 dias de idade multiplicado pela idade em dias. Rendimento de Carcaça (RC) Aos 44 dias de idade foram selecionadas cinco aves, ao acaso, na qual foram abatidas em um abatedouro de aves comercial localizado no bairro Camobi em Santa Maria RS. As aves foram abatidas em um sistema semi-automático, onde foram penduradas pela nórea, insensibilizadas através de choque e posteriormente abatidas manualmente com um corte no pescoço (jugular), logo passaram pelo tanque de escaldagem (temperatura ± 60 ), após este processo foram depenadas mecanicamente, em seguida retornaram a nórea e foram evisceradas manualmente. a seguir as carcaças foram pesadas. O RC foi calculado através da relação do peso da carcaça dividido pelo peso vivo multiplicado por 100, expresso em percentagem (%).
8 RESULTADOS Consumo Alimentar Tabela 2. Consumo médio por ave, nos períodos experimentais. Fase (dias) Consumo Médio (g) Inicial (1-21) 926,067 Crescimento (22-35) 2179,267 Final (36-42) 1137,931 Total (1-42) 4205,333 Peso Corporal Tabela 3. Peso corporal das aves, nos períodos experimentais. Idade(dias) Peso Médio (G) 1 45, , , ,172 Ganho Médio por Fase e Ganho Médio Diário (GMD) Tabela 4. Ganho médio por fase e ganho médio diário (GMD), nos períodos experimentais. Fase (dias) Ganho Peso (g) GMD(g) Imicial (1-21) 694,033 33,049 Crescimento (22-35) 1143,633 81,688 Final (36-42) 531,839 75,977 Total (1-42) 2369,506 57,793 Conversão Alimentar (CA) Tabela 5. Conversão alimentar (CA) nos períodos experimentais. Fase(dias) CA , , ,741
9 Mortalidade Tabela 6. Mortalidade (%), nos períodos experimentais. Fase (dias) Mortalidade (%) Inicial (1-21) 0,000 Crescimento (22-35) 0,000 Final (36-42) 3,448 Total (1-42) 3,448 Rendimento de Carcaça (RC) Tabela 7. Rendimento médio de carcaça (%) das aves aos 44 dias. Peso Médio (g) Peso Carcaça (g) Rendimento (%) 2506, ,25 80,24 Índice de Eficiência Produtiva (IEP) e Fator de Eficiência Europeu (FEE) Tabela 8. Índice de eficiência produtiva(iep) e fator de eficiência europeu das aves aos 42 dias de idade. IEP FEE 321,88 320,25 Gasto com Ração Tabela 9. Gasto com ração por período experimental. Fase (dias) Gasto com ração (R$) Inicial (1-21) 21,873 Crescimento (22-35) 50,512 Final (36-42) 24,920 Total (1-42) 97,305
10 Tabela 10. Gasto com ração por Kg de ganho de peso, nos períodos experimentais Fase (dias) Gasto com ração (R$) Inicial (1-21) 1,051 Crescimento (22-35) 1,472 Final (36-42) 1,562 Total (1-42) 1,369 Tabela 11. Gasto com ração por quilograma de carcaça no período de 1 42 dias de idade. Período (dias) Gasto com ração (R$) ,661
11 CONCLUSÃO Os trabalhos desenvolvidos com a finalidade de uma melhor capacitação dos acadêmicos de Zootecnia, como a atividade desenvolvida, possibilitaram a maior compreensão de toda a estrutura técnica que está envolvida na atividade, como a nutrição, manejo, ambiência e sanidade. A nutrição pode ser melhor compreendida, pois o resultado de nossas formulações pode ser visto no desempenho das aves, assim como o manejo que utilizamos durante o período em que desenvolveu-se a atividade. A análise de custo feita, foi muito importante pois possibilitou ver o quanto a nutrição representa no custo do frango vivo e abatido. O abate foi interessante possibilitando um melhor entendimento do processo industrial, possibilitou também avaliarmos o rendimento de carcaça das aves que criamos. A atividade contribui muito para a nossa formação acadêmica, principalmente por ter possibilitado um contato com as aves, aplicando assim o aprendizado teórico na pratica.
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