INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS FASERRA VICTOR GOLDNER ANCHESQUI



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Transcrição:

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS FASERRA VICTOR GOLDNER ANCHESQUI A RELAÇÃO ENTRE A DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E O PREÇO DAS AÇÕES: Um estudo realizado nas empresas brasileiras de construção civil listadas na BM&F BOVESPA SERRA - ES 2014

VICTOR GOLDNER ANCHESQUI A RELAÇÃO ENTRE A DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E O PREÇO DAS AÇÕES: Um estudo realizado nas empresas brasileiras de construção civil listadas na BM&F BOVESPA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientadora: Mônica Fernanda Santos Porto Pires SERRA - ES 2014

VICTOR GOLDNER ANCHESQUI A RELAÇÃO ENTRE A DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E O PREÇO DAS AÇÕES: Um estudo realizado nas empresas brasileiras de construção civil listadas na BM&F BOVESPA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovado em de de 2014. BANCA EXAMINADORA... Mônica Fernanda Santos Porto Pires Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Orientadora... Prof. Ângelo Roberto Fiorio Custódio Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Banca Examinadora

AGRADECIMENTOS Um agradecimento enorme à minha orientadora Mônica Fernanda Santos Porto Pires, pela grande paciência e tempo à mim disponibilizado, pelo conhecimento transmitido, pela motivação aplicada e pela disposição em me atender, sem você eu não teria conseguido, tenho certeza que você será recompensada. Agradeço também a minha companheira Luiza, pela dedicação, carinho e motivação que tem me dado.

RESUMO O objetivo principal deste trabalho é investigar a relação entre lucro líquido contábil divulgado por uma companhia e a oscilação do preço de suas ações em um período de curto prazo após esta divulgação. Este estudo se justifica pela necessidade de se conhecer a resposta do investidor em relação a divulgação das demonstrações contábeis das empresas, principalmente em relação a conta do lucro apurado. O estudo foi realizado nas empresas listadas na Bolsa de Valores BM&F Bovespa se restringindo ao setor de construção civil, onde existem cinco empresas que estão listadas neste segmento: MRV Engenhara e Participações S.A, Rossi Residencial S.A, Cyrela Brazil Realty S.A Empreendimentos e Participações, Gafisa SA e João Fortes Engenharia S.A. O período de analise compreende ao triênio de 2011 a 2013. Para realização dos cálculos foi utilizado o método de coeficiente de correlação de Person que nos mostra se há relação entre as duas variáveis. Os resultados encontrados mostram que existe uma forte correlação entre a divulgação das demonstrações e o preço destas ações para dois anos dos três que foram analisados, e que a maioria das empresas analisadas apresentaram uma forte correlação em todos os anos. Palavras-chave: Ações, Construção Civil, Lucro Líquido, Mercado Eficiente, Mercado Financeiro.

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resultado operacional da empresa 1...27 Tabela 2: Comparativo das variações da empresa 1...27 Tabela 3: Resultado operacional da empresa 2...28 Tabela 4: Comparativo das variações da empresa 2...29 Tabela 5: Resultado operacional da empresa 3...30 Tabela 6: Comparativo das variações da empresa 3...30 Tabela 7: Resultado operacional da empresa 4...31 Tabela 8: Comparativo das variações da empresa 4...32 Tabela 9: Resultado operacional da empresa 5...33 Tabela 10: Comparativo das variações da empresa 5...33

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Comparativo das variações da empresa 1...28 Gráfico 2: Comparativo das variações da empresa 2...29 Gráfico 3: Comparativo das variações da empresa 3...31 Gráfico 4: Comparativo das variações da empresa 4...32 Gráfico 5: Comparativo das variações da empresa 5...34

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 9 1.1 PROBLEMA... 10 1.2 OBJETIVO GERAL... 10 1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO... 11 1.4 JUSTIFICATIVA... 11 1.5 METODOLOGIA... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 13 2.1 AÇÕES... 13 2.1.1 Histórico... 13 2.1.2 Conceito... 14 2.1.3 Tipos de Ações... 15 2.1.4 Vantagens e Desvantagens... 15 2.1.5 Funcionamento do Mercado... 18 2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS... 19 2.2.1 Conceito... 19 2.2.2 Tipos de Demonstrações Contábeis... 20 2.3 INFLUÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO PREÇO DE AÇÕES... 23 2.3.1 Mercado Eficiente... 23 2.3.2 Análises de Mercado... 24 3 METODOLOGIA APLICADA... 26

4 RESULTADOS OBTIDOS... 27 4.1 RESULTADOS OBTIDOS EMPRESA 1... 27 4.2 RESULTADOS OBTIDOS EMPRESA 2... 28 4.3 RESULTADOS OBTIDOS EMPRESA 3... 30 4.4 RESULTADOS OBTIDOS EMPRESA 4... 31 4.5 RESULTADOS OBTIDOS EMPRESA 5... 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 35 REFERÊNCIAS... 36

9 1 INTRODUÇÃO No mercado de capitais, quem investe procura por opções de investimentos que lhe tragam maiores retornos futuros com o menor risco possível. O investidor necessita de informações que possam lhe dar segurança para identificar quais são as empresas rentáveis e quais são as empresas ruins para aplicar o dinheiro (WERNECK, NOSSA, LOPES, TEIXEIRA, 2008). Para Sarlo Neto (2004), a contabilidade é considerada como uma forma de transmissão de informação, neste estudo ela será aplicada por meio de lucro divulgado nas demonstrações financeiras padronizadas publicadas pelas companhias. O Autor aduz ainda que os mercados de capitais representam um local no qual possam ser testadas as práticas contábeis, analisando as alterações dos preços dos ativos em relação à divulgação das informações elaboradas pela contabilidade, a pesquisa em mercado de capitais possibilita o teste e a elaboração de hipóteses sobre um dos objetivos da contabilidade, o de fornecer informações relevantes para os seus usuários, em especial o investidor. Nesta pesquisa, o mercado de capitais será representado exclusivamente por ações. Esta afirmação de Sarlo Neto confirma a existência de estratégias antes de se realizar um investimento. Com base na teoria de que todos possuem informações iguais e que não existe informações privilegiadas, o objetivo desta pesquisa é identificar se a relação de uma informação contábil divulgada interfere a curto prazo nos preços de ações. O funcionamento do mercado se dá através de acionistas comprando ações de empresas que listam suas ações na bolsa através de uma corretora credenciada pela comissão de valores mobiliários que faz a intermediação da negociação. Antes da compra das ações é interessante fazer análises de mercado para saber onde investir. Conforme Assaf Neto (2012) o preço de um ativo qualquer é formado com base nas várias informações publicamente disponíveis aos investidores, sendo as tomadas de decisões de compra e venda com base em suas interpretações dos fatos relevantes. Esta afirmação diz a respeito do mercado eficiente, que pode ser exemplificado quando os valores dos ativos refletem o consenso geral sobre todas as informações disponíveis sobre a economia, os mercados financeiros e sobre a empresa específica envolvida, ajustando espontaneamente essas informações nos preços (Bruni, Famá 1998). Em contrapartida, Bernard e Tomas (1989) apud (Souza

10 2013), argumentaram que existe a possibilidade de que os preços das ações não transcrevam todas as informações referentes ao lucro corrente. A ideia lógica em relaçao a lucro e ações é que ao ver uma demonstração financeira com lucro imagina-se que as ações da companhia irão valorizar, porém, uma série de fatores pode modificar este raciocínio lógico. Esta última análise pode ser explicada em notas explicativas que conforme lei 6.404/76 art. 176, diz que elas vão complementar as demonstrações financeiras juntos de outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para deixar claro a situação patrimonial e os resultados dos exercícios, neste complemento de notas explicativas, pode conter informações que sejam boas ou ruins para investidores, em caso de ruins, justificaria a posição de Bernard e Tomas. O Trabalho de Beaver, Clark e Wright (1979), apud Sarlo Neto (2004) constatou que não existe uma correlação perfeita das variações dos resultados contábeis e os preços das ações. As relações encontradas neste trabalho indicam que a relevância dos números contábeis depende de vários fatores presentes no ambiente econômico. Este estudo se limitará a somente analisar a correlação entre o lucro e a oscilação da ação, não entrando em detalhes expostos nas notas explicativas. Lopes (2002) apud Sarlo Neto (2004) acrescenta que o mercado financeiro, de forma geral, é um dos que mais utilizam a informação contábil por intermédio de analistas, corretoras, investidores institucionais e individuais, bancos de investimentos, denominados Stakeholders 1. Somente mediante o entendimento do papel da contabilidade será possível tomar decisões, orientar ações futuras e claro, visando a melhorar o conteúdo informativo da informação gerada pela contabilidade. 1.1 PROBLEMA Qual é a relação entre a publicação das demonstrações contábeis e o preço das ações de empresas brasileiras de construção civil listadas na BM&F Bovespa? 1.2 OBJETIVO GERAL Analisar a relação entre a publicação das demonstrações contábeis e o preço das 1 Partes Interessadas tradução livre do autor.

11 ações de empresas brasileiras de construção civil listadas na BM&F Bovespa. 1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO - Conceituar ações; - Descrever demonstrações contábeis; - Analisar a relação da publicação das demonstrações contábeis no preço das ações; 1.4 JUSTIFICATIVA Os estudos do mercado de capitais da Bovespa é uma forma de aprender para os ingressantes nesta área, este trabalho se dedica a analisar a reação do mercado pós publicação de resultados em setor específico com a intenção de realizar uma contribuição, este estudo propõe-se a não se limitar somente a números, o impacto a ser medido terá também como justificativas notícias do período a ser analisado das empresas. Espera-se que o estudo venha a complementar e a enriquecer a informação dos ingressantes como forma de estratégia de mercado, com fins a obtenção de sucesso nas escolhas. De acordo com descrição de Famá (1991), o preço da ação, no mercado de capitais eficiente, é ajustado no exato momento em que informações relevantes são divulgadas publicamente. Com base na citação supracitada, este trabalho procura contribuir para ampliar o conhecimento sobre uma possível estratégia de investimento no mercado de capital brasileiro, consequentemente, para os mercados menos desenvolvidos. 1.5 METODOLOGIA Este trabalho é elaborado através de pesquisa bibliográfica, que conforme Andrade (1997) pode ser realizada como um trabalho em si mesmo ou constituir-se numa parte de elaboração de monografias, dissertações, etc. Gil (1996) descreve a pesquisa bibliográfica como um trabalho feito a partir de material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos. Segundo Vergara (2013) também será uma pesquisa descritiva pois deixa evidenciado que utiliza

12 características de determinada população ou de determinado fenômeno. Esta pesquisa também será explicativa, que conforme Gil (1996) tem como objetivo principal identificar os fatores que determinam ou que contribuem para ocorrência de fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o aprendizado da realidade pois explica a razão e o porquê das coisas. E por último será na forma quantitativa, que segundo Portela (2004) exprimi as relações de dependência funcional entre variáveis para responderem o porquê dos fenômenos. Neste trabalho é ainda possível provar, comparando companhias do mesmo ramo, se após as divulgações das demonstrações contábeis, se suas ações serão valorizadas ou desvalorizadas, através de gráficos que contém informações extraídas da consultora InfoMoney, no seu sitio na internet.

13 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 AÇÕES 2.1.1 Histórico Não se sabe ao certo quando os títulos mobiliários começaram a ser comercializados, não existe registro oficial de onde surgiram ou quando, mas há indícios que iniciou-se a muito tempo provavelmente na antiga Roma na Itália, no bazar palestino ou até mesmo na antiga Grécia. De acordo com De Azevêdo e Valentim (2012), a palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro, nasceu em Bruges em uma cidade da Bélgica, lá era um local onde se realizavam reuniões de comerciantes, na residência de um senhor chamado Van der Burse, o nome bolsa é devido à existência, na fachada de sua casa, de um brasão com três bolsas entrelaçadas, surgiu a expressão que representa um local adequado onde as pessoas faziam assembleias, com o propósito de realizar negociações de compra e venda de alguma coisa. No Brasil, conforme o site ADVFN, portal de investimentos em ações da bolsa de valores do Brasil, com cotações da Bovespa e BM&F, foi na década de sessenta que iniciou-se um processo de expansão da bolsa de valores, a antiga Bovespa e as demais bolsas brasileiras eram ligadas ao poder público, com as reformas do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais que foram implementadas nos anos de 1965 e 1966, as bolsas assumiram a característica institucional, transformando-se em associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Além da mudança que causou grande crescimento, o que ajudou a ascensão das ações foram os incentivos fiscais do governo, com isenção de imposto de renda e também isenção de tributos para empresas, isto fez com que o volume aumentasse consideravelmente (AZEVEDO E BARCELLOS 2010). Desde o estopim das ações à atualmente, a notoriedade foi visível, se tornaram uma fonte de investimento alternativa a poupança que predomina o Brasil e conforme Bertolo (2010), são os títulos mais comprados e vendidos nas bolsas.

14 2.1.2 Conceito Ação é definido pela BM&F Bovespa como títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas de capital aberto, que representam a menor fração do capital da sociedade. Já para Fortuna (1999) apud Sarlo Neto (2004, p.78): As ações são títulos representativos do capital social de uma companhia que, no caso, é dita aberta por ter seus títulos negociados em bolsa de valores e, portanto, sujeita a uma série de exigências quanto ao fornecimento de informações junto ao público. Têm de se sujeitar a todas as regras de disclosure. 2 As ações podem ser emitidas sob a forma física de cautelas ou certificados, que provam a existência e a posse de certa quantidade especificada de ações, ou do tipo escritural, que dispensa sua emissão em papel, mantendo o controle das ações em contas de depósitos em nome de seus titulares em uma instituição depositária (ASSAF NETO, 2012). O FIPECAFI (2012) informa que ações possuem dois formatos, nominativas e escriturais, na primeira, a propriedade presume-se pela inscrição do nome do acionista do Livro de Registro de Ações Nominativas ou pelo extrato fornecido pela instituição custodiante. Já a segunda, a característica presume-se pelo registro na conta de depósito das ações, aberta em nome do acionista nos livros da instituição depositária, ainda é informado que hoje em dia, quase todos os títulos são escriturais e também uma ação escritural não se deixa de ser nominativa, pois o controle escritural é feito nominalmente à pessoa que tem posse. A BM&F Bovespa também informa que a rentabilidade das ações é variável, parte dela advém da posse da ação, que é composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa; outra parte vem do eventual ganho de capital na venda da ação. Segundo Assaf Neto (2012), a renda das ações podem acontecer de várias maneiras, dentre elas, podem vir em forma de dividendos, juros sobre capital próprio, bonificação, valorização e diretos de subscrição. 2 Evidenciação em notas explicativas tradução livre do autor.

15 2.1.3 Tipos de Ações Para Assaf Neto (2012), os tipos de ações são conceituados como ordinárias, preferencias. As ações ordinárias são as que comandam as assembleias de acionistas de uma companhia, conferindo ao seu titular o direito de votar nas decisões da empresa. A ação ordinária atribui o poder de eleger membros da diretoria e conselho fiscal, decidir sobre o destino dos lucros, editar o estatuto social, autorizar a emissão de debêntures, aumentar capital social e votar contas patrimoniais dentro outros. As ações preferenciais, não dão direito a voto ao seu titular, porém, da preferência em recebimento de dividendos, geralmente um percentual mais elevado que o das ações ordinárias, prioridade no reembolso de capital no caso de dissolução da companhia. Ademais, Assaf Neto (2012) também conclui que existe um outro tipo de ação, denominado Fruição ou Gozo, que são equivalentes ao montante que caberiam aos acionistas de uma companhia caso haja uma dissolução. Essas ações não costumam ser colocadas em negociação na bolsa de valores, pois releva interesse somente aos sócios fundadores da sociedade. Em conceito semelhante aos tipos de ações, a InfoMoney revela que as ações ordinárias dão direito a voto ao acionista e o mesmo não é responsável pelas dívidas da empresa, estas são as mais cobiçadas dos investidores, tendo em vista que quem possui mais de 50% delas em uma determinada empresa, passa a controlar efetivamente a companhia; Já as ações preferenciais, atribuem preferência ao pagamento de dividendos e em caso de liquidação da empresa. A InfoMoney completa dizendo que no mercado fora do Brasil só existem ações ordinárias, e que esforços estão sendo medidos para trazer o mercado brasileiro para a realidade internacional com emissão somente de um tipo de ação, visto que traz transparência e defende de forma mais efetiva o interesse dos acionistas minoritários. 2.1.4 Vantagens e Desvantagens Existe uma série de vantagens ao se investir em ações conforme a seguir: potencial de boa rentabilidade no longo prazo, segundo Camargos (2007), a valorização das

16 Lojas Americanas em um período de cinco anos foi de inacreditáveis 3700%, ou seja, quem investiu R$ 1.000,00 reais em cinco anos teria R$ 37.000,00. Não é necessário muito dinheiro para começar, de acordo com a InfoMoney, é possível iniciar um investimento com qualquer valor, porém, valores muito baixos não são viáveis devidos as taxas de corretagem e custódia impostas pelas Bolsas. Pode-se comprar ou vender ações no momento em que quiser, diferente de alguns títulos de renda fixa, as ações podem ser comercializadas no mercado secundário no momento em que o acionista desejar negociar seus títulos. É possível alugar ações, segundo a Bradesco Corretora, nessa operação, o titular das ações (doador) aluga seus ativos custodiados na BM&FBovespa a um terceiro (tomador) que se compromete ao pagamento de uma taxa acordada entre as partes, além dos emolumentos devidos à BM&FBovespa, o tomador pode ainda vender esses ativos ou negociá-los no mercado, com a obrigação de devolvê-los ao doador dentro do prazo estipulado em contrato. A BM&F Bovespa informa que é possível fazer o acompanhamento dos investimentos on-line, a qualquer tempo, utilizando um software denominado Home Broker 3 que possui todas informações necessárias para acompanhar o investimento do acionista, com isto, é possível tomar decisões de acordo com as respostas imediatas do mercado. A BM&F Bovespa descreve ainda que existe o benefício tributário referente ao Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos da aplicação em ações, é cobrado apenas na saída do investimento e só existe se o resgate for maior do que R$ 20 mil (neste caso são cobrados 15% sobre o ganho, medido pela diferença entre o valor aplicado e o resgatado). Nos fundos de renda fixa, por outro lado, o IR é cobrado semestralmente. Conforme Assaf Neto (2012) as ações rendem juros sobre capital próprio, que é pago pela empresa com base em suas reservas patrimoniais de lucros referentes a resultados de exercícios anteriores ao período atual, diferenciando-se dos 3 Home Broker é um sistema oferecido por diversas companhias para conectar seus usuários ao pregão eletrônico no mercado de capitais.

17 dividendos. O pagamento deste juro traz o benefício fiscal de dedução no lucro real, economizando no imposto de renda. A apuração do juro sobre capital próprio é facultativa a cada empresa, não constituindo obrigação. Seguindo a mesma linha de raciocínio, as ações também geram o direito de subscrição, que é o direito de adquirir novas ações emitidas por uma companhia quando a mesma resolve aumentar seu capital social, dando preferência aos atuais proprietários de suas ações na compra por um preço geralmente inferior ao de mercado por determinado prazo. Caso o acionista não queira exercer o direito de subscrição, ele poderá vende-lo em pregão na bolsa de valores. Segundo o FIPECAFI (2012), as ações auferem dividendos e bonificações, o primeiro corresponde a uma parcela do lucro líquido da empresa distribuído entre os acionistas, e o segundo corresponde a distribuição de novas ações ou dinheiro para os atuais acionistas. O FIPECAFI (2012) alega que, o fato das ações serem um investimento de renda variável, o lucro não é garantido e o retorno depende de uma série de fatores como desempenho da empresa, comportamento da economia brasileira e internacional. Já a InfoMoney destaca também que as custas do investimento podem não ser interessantes para baixos investimentos, eis que corroerá o possível lucro. Assim, o investimento em ações é mais interessante para valores mais significativos. Assaf Neto (2012) revela que pode-se identificar dois grandes riscos no investimento de ações, o risco da empresa captadora dos recursos e o risco de mercado. O primeiro é associado as decisões financeiras, que visam avaliar a capacidade financeira da companhia em resgatar os compromissos assumidos perante terceiros e os aspectos de atratividade econômica. Neste risco pode-se considerar o risco econômico, que é aquele que o resultado operacional não acontece como esperado, exemplificando: aumento de concorrência, evolução tecnológica, elevação dos juros e qualidade e, também, o risco financeiro que reflete o grau de endividamento da companhia. O segundo, risco de mercado, diz a respeito das variações imprevistas no comportamento do mercado, determinadas, principalmente, por mudanças ocorridas na economia.

18 2.1.5 O funcionamento do Mercado O funcionamento do mercado ocorre através de acionistas comprando ações de empresas que listam suas ações na bolsa por meio de uma corretora credenciada pela CVM que faz a intermediação da negociação. A bolsa de valores é um local, físico ou eletrônico, onde são negociados títulos e valores mobiliários emitidos por empresas. As ações são os títulos mais comprados e vendidos nas bolsas. No local físico (pregão), os vendedores gritam os preços pelos quais estão dispostos a vender seus títulos, já os consumidores também informam os preços que querem pagar pelos títulos. Dessa forma, a aparente confusão que se existe no pregão das bolsas de valores nada mais é do que compradores e vendedores tentando chegar a um acordo quanto ao preço das ações. No caso da bolsa eletrônica, as ordens de compra e de venda são enviadas eletronicamente pelas corretoras. O fechamento da operação somente se dá no momento em que os dois preços (de compradores e vendedores) coincidem. (BERTOLO, 2010) As negociações podem ocorrer em duas formas, conforme descrição do Portal do Investidor: O mercado primário é aquele em os valores mobiliários de uma nova emissão da companhia são negociados diretamente entre a companhia e os investidores subscritores da emissão -, e os recursos são destinados para os projetos de investimento da empresa ou para o caixa. Entretanto, alguns desses valores mobiliários, como as ações, representam frações patrimoniais da companhia e, dessa forma, não são resgatáveis em data pré-definida. Da mesma forma, outros podem ter prazos de vencimento muito longo. Essas características, entre outras, poderiam afastar muitos dos investidores do mercado de capitais, caso eles não tivessem como negociar com terceiros os valores mobiliários subscritos, dificultando o processo de emissão das companhias. O mercado secundário cumpre essa função. É o local onde os investidores negociam e transferem entre si os valores mobiliários emitidos pelas companhias. Nesse mercado ocorre apenas a transferência de propriedade e de recursos entre investidores. A companhia não tem participação. Portanto, o mercado secundário oferece liquidez aos títulos emitidos no mercado primário. Os preços das ações são formados por uma série de fatores como dito por Bertolo (2010 p.7): O preço das ações está diretamente relacionado à oferta e à procura. Quando as perspectivas de crescimento dos lucros de uma empresa aumentam, ampliando suas chances de valorização no mercado, a procura pelas ações da empresa também cresce e, consequentemente, seu preço. As perspectivas envolvem fatores como a política econômica, estratégias da empresa, lançamentos, inovações tecnológicas e aumento da

19 competitividade dentro de seu setor. Fusões, aquisições ou a possibilidade de fechamento de capital (recompra de todas as ações em circulação no mercado) também influenciam no preço das ações. Bertolo (2010) complementa dizendo que as ações são compradas por lote e que existem quatro tipos de ordem de compra e venda, sendo elas ordem à mercado, ordem limitada, ordem casada e ordem de financiamento. Explica o autor que na ordem a mercado o investidor detalha apenas a quantidade e o tipo de ação que quer adquirir ou vender, sem estabelecer o preço, definido pelo mercado. Já na ordem limitada, o investidor estabelece o preço de aquisição ou de venda das ações para a intermediadora, que só executará o pedido se o mercado estiver operando de acordo com os limites estabelecidos. Nessa mesma linha, na ordem casada o investidor especifica uma ordem de compra ou de venda de ações a um determinado valor, que só será executada se ambas as ordens forem atendidas. Por fim, na ordem de financiamento, o investidor especifica uma ordem de compra ou de venda de uma ação e outra ao mesmo tempo de venda ou de compra da mesma ação, no mesmo mercado ou em outro. 2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.2.1 Conceito O Comitê de Pronunciamentos Contábeis 00 afirma que as demonstrações contábeis tem o objetivo de fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira da entidade (Balanço Patrimonial), sobre seu desempenho em um determinado período (Demonstração do Resultado) e sobre as modificações na sua posição financeira (Demonstração dos Fluxos de Caixa, no Brasil, a partir de 2008), informações essas que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica. Essas demonstrações devem estar complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações que permitam o adequado entendimento sobre a posição patrimonial e financeira. As demonstrações contábeis são uma representação monetária, estruturada legalmente de acordo com normas, da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis generalizado é fornecer dados

20 sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na escolha de suas decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento pela administração dos recursos que lhe são confiados (IBRACON NPC 27). De acordo com a CVM, as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para os usuários externos do mercado, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. 2.2.2 Tipos de Demonstrações Contábeis Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, as publicações das demonstrações contábeis e suas outras versões, é o ato de disponibilizá-las publicamente e compreende, entre outras, as seguintes formas: (a) publicação na imprensa oficial em qualquer das suas modalidades; (b) remessa aos órgãos de controle interno e externo, a associações e a conselhos representativos; (c) a disponibilização das Demonstrações Contábeis para acesso da sociedade em local e prazos indicados; (d) disponibilização em meios de comunicação eletrônicos de acesso público. De acordo com a lei 6.404/76, Art. 176, posteriormente alterada pela lei 11.638/2007, ao fim de cada exercício social, a diretoria deve elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão revelar com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício (demonstração do resultado abrangente); demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007). De acordo com o NBC T.3.2 o balanço patrimonial é a demonstração contábil objetivada a mostrar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a situação patrimonial e financeira da entidade, é constituído pelo ativo, pelo passivo e pelo Patrimônio Líquido.

21 O balanço patrimonial é dividido em três grandes tópicos: ativo, passivo exigível e patrimônio líquido. O ativo e o passivo possuem a classificação de circulante e não circulante, o ativo não circulante é constituído por realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. O passivo não circulante absorve o exigível a longo prazo e o patrimônio líquido (Assaf Neto, 2012). De acordo com a Ernst & Young e o FIPECAFI (2009) a IAS 1 diz que foi introduzido a Demonstração do Resultado Abrangente (anteriormente denominada demonstração do resultado do exercício) em 2007, que diz que uma entidade deve apresentar todas as receitas e despesas reconhecidos no período. No mínimo o corpo da DRA deverá constar: 1- receita, 2- custos financeiros, 3- parcela de lucro ou prejuízo de associadas e empreendimentos conjuntos contabilizada pelo método da equivalência patrimonial, 4- despesa de imposto, 5- uma única quantia abrangendo o total de lucro ou prejuízo após impostos de unidades operacionais descontinuadas e ganho ou perda após impostos reconhecidos na mensuração do valor justo menos custos de venda ou na alienação dos ativos ou grupos de alienação constituindo a operação descontinuada, 6- lucro ou prejuízo, 7- cada componente de outro resultado abrangente classificado por natureza, 8- parcelas de outro resultado abrangente de associadas ou joint-ventures registrado pelo método de equivalência patrimonial, e por último, 9- resultado abrangente total. Já para o NBC T.3.3, A demonstração do resultado é a demonstração que objetiva evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade, a demonstração do resultado, aderindo o princípio de competência, mostrará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, custos e despesas. Conforme a IAS 1 descriminada por Ernst & Young e FIPECAFI (2009), os ativos líquidos de uma entidade (seu patrimônio líquido) podem mudar por vários motivos, principalmente os lucros e as despesas reportados na demonstração do resultado abrangente e o aporte ou retorno de capital aos acionistas, devido a relevância dessas informações atualmente, a IAS 1 exige a apresentação desta demonstração financeira. Para o CRC-PR, DMPL - Demonstração das mutações do patrimônio líquido, trata-

22 se da demonstração que apresenta lucro ou prejuízo do período, itens de receita e despesa reconhecidos diretamente no patrimônio líquido do período, os efeitos das modificações na política contábil e correção de erros reconhecidos no exercício, e as quantias das transações com sócios em sua condição de sócios durante o período. Já para Assaf Neto (2012), A DMPL não é obrigatória legalmente, exceto para companhias abertas, por determinação da CVM. A obrigatória pela legislação é demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, que nada mais é do que a explicação do que aconteceu com esta conta durante o exercício social; apresenta a variação do seu saldo balanço por balanço. Compõe-se basicamente de 1- ajustes de exercícios anteriores, 2- dividendos extraordinários, 3- incorporação ao capital, 4- lucro líquido do exercício, 5- transferências para reserva legal, 6- idem para outras reservas de lucros, 7- dividendos propostos e claro os saldos iniciais e finais. A lei 6.404/76 exige a apresentação da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, que é composta pelo saldo inicial do período, os ajustes de exercícios anteriores, correção monetária do saldo inicial, reversões de reserva, lucro líquido do exercício, transferências para reservas, dividendos, parcelas dos lucros incorporados ao capital e o saldo ao fim do período. Está demonstração pode ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido. Outra demonstração de grande relevância, a demonstração do fluxo de caixa é conceituada pelo CRC-PR como demonstração que evidencia informações das alterações no caixa e equivalentes de caixa da entidade para um exercício, evidenciando separadamente as mudanças nas atividades operacionais, nas atividades de investimento e nas atividades de financiamento. As informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são importantes para mostrar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a companhia gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários necessitam de avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração. Assaf Neto (2012) corrobora com isto, ele diz que a DFC que passou a ser

23 obrigatória com a lei 11.638/2007, substituindo a demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR), centraliza sua atenção nas origens e aplicações de caixa, ou seja, mostra onde os recursos de caixa foram obtidos e onde foram investidos, no período. O autor destaca ainda a importância da DFC para avaliação de situação financeira da companhia, podendo se conhecer sua efetiva capacidade de pagamento. Assaf Neto (2012), conceitua também a demonstração do valor adicionado e diz que nesta demonstração a companhia destaca para quem está sendo direcionado a riqueza apurada em determinado exercício. Esta demonstração passou a ser obrigatória para as companhias abertas após publicação da lei 11.638/2007. O valor adicionado representa quanto a empresa está adicionando (agregando) pela sua atividade. Representa, em outras palavras, o PIB da empresa. Para concluir o complexo de demonstrações contábeis, também é apresentado as notas explicativas, que são conceituadas pela Ernst & Young, FIPECAFI (2009), como informações adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usuários sobre itens constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado que não se conseguem enxergar somente através dos números apresentados. Concluindo notas explicativas, o CRC-PR diz que por evidenciação, disclosure, e revelação, observa-se que, é outra informação qualquer divulgada pela companhia, que auxiliem a análise dos estados financeiros a fim de conhecer mais profundamente a situação econômica, financeira, e até mesmo social da empresa. Estas evidenciações devem fazer parte dos relatórios anuais, trazendo revelações que dificilmente seriam percebidas se somente analisados os principais estados financeiros, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultado do exercício, e o fluxo de caixa. 2.3 INFLUÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO PREÇO DE AÇÕES 2.3.1 Mercado Eficiente Muitos estudos (NG; RUSTICUS; VERDI, 2008; CHORDIA et al., 2009) apud Souza (2013), têm se concentrado na observação de anomalias que gerar a possibilidade de obtenção de lucros no mercado de capitais, bem como evidências do surgimento

24 de retornos acima da média, entendidos como anomalias. Os objetos destes estudos sempre estão ligados ao mercado eficiente, que é conceituado por Famá (1970) apud Souza (2013) quando todos os agentes possuem informações iguais disponíveis, impossibilitando ganhos desproporcionais, e o retorno esperado não apresentaria modificações. Famá, (1970) apud Souza (2013 p.8) apresentou três formas de eficiência de mercado: 1ª) Eficiência Fraca - os preços refletem toda informação contida no registro de preços passados; 2ª) Eficiência Semi forte os preços considerarão não só o comportamento passado, mas também informações publicadas (respondem rápido aos anúncios bons e ruins); 3ª) Eficiência Forte refletem todas as informações disponíveis publicadas e não publicadas, incluindo as privilegiadas. Já para Assaf Neto (2012), no contexto de mercado financeiro eficiente, o valor de um ativo é o espelho do consenso dos participantes com relação a seu desempenho esperado. Em relação a eficiência, o preço de um ativo qualquer é formado com base nas várias informações publicamente disponíveis aos stakeholders, sendo as decisões de compra e venda tomadas com base em suas interpretações dos fatos relevantes. Em outro conceito, Bruni e Famá (1998 p.2) dizem: 2.3.2 Análises de Mercado Um mercado financeiro é eficiente quando os preços dos ativos refletem o consenso geral sobre todas as informações disponíveis sobre a economia, os mercados financeiros e sobre a empresa específica envolvida, ajustando rapidamente essas informações nos preços. Em mercados eficientes, a compra ou venda de qualquer título ao preço vigente no mercado nunca será uma transação com valor presente líquido positivo. Os ativos possuem um modelo que faz sua precificação, que é denominado Capital Asset Pricing Model (doravante CAPM), relaciona os riscos não-diversificados previstos aos retornos esperados, partindo da ideia que existe relacionamento discreto entre os retornos dos ativos individuais e os retornos do mercado que se enquadra em ganho de capital mais dividendos (Costa, 2010). No contexto de contabilidade financeira como um sistema de informação para investidores, Sarlo Neto (2004) destaca que o mercado de capitais representa um ambiente ideal para a realização de testes empíricos com a capacidade de analisar o uso das informações contábeis publicadas, tornando possível a avaliação da

25 utilidade da contabilidade para os usuários como investidores, analistas, credores e outros presentes no mercado de capitais. Sarlo Neto (2004) comenta também que de forma similar a qualquer título ou obrigação, os preços das ações são definidos pelo valor presente dos fluxos de caixa futuros e como o valor da ação depende dos fluxos de caixa futuro, o retorno total do investidor, como dividendos e ganhos de capital, em um período reflete as revisões do mercado sobre as expectativas de lucros futuros. Para melhor entender a relação das demonstrações contábeis no preço das ações, é utilizado métodos de analises para prever o acontecimento, dentre elas, a Análise Fundamentalista, que é descrito por Alves (2012), como uma análise que tem sua base no valor de ações. Nesta análise, cada ação tem seu valor definido conformem os resultados apresentados pela empresa. São analisadas variáveis internas e externas que influenciam o comportamento da empresa no mercado. Procede-se inicialmente um levantamento de dados econômicos e financeiros da empresa com posterior aplicação de modelos sobre esses dados, os quais prestarão de comparativo para a decisão de aquisição e venda das ações pelos investidores. O autor ainda descreve outro tipo de análise, a Análise Técnica ou Gráfica, que busca construir previsões do comportamento das ações a partir de acontecimentos do mercado, sendo analisados os fatores como oferta e procura e o preço das ações no mercado. Finalizando a relação de análises de mercado, Matsura (2007) apud Alves (2012), diz que o fator relevante para justificar a oscilação dos preços é saber como isso ocorre, sem ter importância o motivo que o provoca. As oscilações nos preços das ações podem ser frutos de diversos fatores políticos ou econômicos de complexa explicação, mas o preço é o fator determinante no comportamento das ações e nele está embutida toda a informação necessária para sua explicação.

26 3 METODOLOGIA APLICADA Serão analisadas as empresas brasileiras listadas na BM&F Bovespa do setor de construção civil das quais são participantes MRV Engenharia e Participações S.A, Rossi Residencial S.A, Cyrela Brazil Realty S.A Empreendimentos e Participações, Gafisa SA e João Fortes Engenharia S.A no período do último triênio (2011, 2012 e 2013). Os títulos a serem analisadas serão ações ordinárias. As variáveis utilizadas serão variação no preço das ações ordinárias e um intervalo de datas do último pregão antes da publicação das demonstrações contábeis e o terceiro pregão pós publicação de cada empresa em cada um dos anos a serem analisados junto com o resultado porcentual de lucro líquido sobre a receita. Será utilizado o método de coeficiente de correlação que é definido por Levine (2005) como um coeficiente que mede a força relativa de uma relação linear entre duas variáveis numéricas os valores do coeficiente vão de -1 para uma relação negativa perfeita e +1 para uma relação positiva perfeita. O autor define perfeita como se os pontos fossem desenhados em gráfico de dispersão, todos esses pontos poderiam ser ligados por uma linha reta. Conforme Levine (2005), a fórmula do coeficiente de correlação é: ( )( ) ( ) ( )

27 4 RESULTADOS OBTIDOS 4.1 EMPRESA 1: MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A: Tabela 1: Resultado operacional da empresa 1 ANO RECEITA LUCRO PORCENTUAL 2011 R$ 4.015.063 R$ 816.291 20,33% 2012 R$ 4.265.885 R$ 574.837 13,48% 2013 R$ 3.870.608 R$ 450.195 11,63% Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Em milhares de reais, conforme DFP s publicadas pela companhia. Tabela 2: Comparativo das variações da empresa 1 2011 DATA PREÇO FECHAMENTO PREGÃO VARIAÇÃO DO PREÇO DA AÇÃO PORCENTUAL DE LUCRO LÍQUIDO 12/03/2012 R$ 12,70 15/03/2012 R$ 12,69 2012-0,08% 20,33% 12/03/2012 R$ 10,87 15/03/2012 R$ 9,03 2013-16,93% 13,48% 11/03/2014 R$ 7,82 14/03/2014 R$ 7,04-9,97% 11,63% Coeficiente de Correlação 0,810599285 Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Variação do valor da ação retirada do site da InfoMoney.

28 Gráfico 1: Comparativo das variações da empresa 1. 25,00% 20,00% Variação Lucro 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% -5,00% 1 2 3-10,00% -15,00% -20,00% Fonte: Adaptado pelo autor. Análise Gráfica da Correlação entre as duas variáveis: A empresa MRV Engenharia e Participações S.A apresentou resultados de lucro líquido significativos durante os três anos, e as ações variaram negativamente em todos os períodos, conforme o coeficiente de correlação, existe uma relação entre ambas as variações que não é perfeita, porém considerável, visto que seguem uma mesma linha de raciocínio. 4.2 EMPRESA 2: ROSSI RESIDENCIAL S.A: Tabela 3: Resultado operacional da empresa 2. ANO RECEITA LUCRO PORCENTUAL 2011 R$ 2.837.138 R$ 78.677 2,77% 2012 R$ 2.714.588 R$ -205.718-7,58% 2013 R$ 2.132.780 R$ 60.559 2,84% Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Em milhares de reais, conforme DFP s publicadas pela companhia.

29 Tabela 4: Comparativo das variações da empresa 2. 2011 PREÇO VARIAÇÃO DO DATA FECHAMENTO PREGÃO 05/10/2012 R$ 23,11 10/10/2012 R$ 23,79 2012 22/03/2013 R$ 15,30 27/03/2013 R$ 15,05 2013 25/03/2014 R$ 8,05 28/03/2014 R$ 8,80 Fonte: Adaptado pelo autor. PREÇO DA AÇÃO PORCENTUAL DE LUCRO LÍQUIDO 2,94% 2,77% -1,63% -7,58% 9,31% 2,84% Coeficiente de Correlação 0,818054126 Obs.: Variação do valor da ação retirada do site da InfoMoney. Gráfico 2: Comparativo das variações da empresa 2. 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% -2,00% -4,00% -6,00% -8,00% -10,00% 1 2 3 Variação Lucro Fonte: Adaptado pelo autor. Análise Gráfica da Correlação entre as duas variáveis: A empresa Rossi Residencial S.A apresentou resultados de lucro líquido oscilante, e

30 as ações só variaram consideravelmente no último período, a teoria de Levine se confirmar neste caso pois a relação da variação do lucro no preço das ações é quase perfeita conforme coeficiente de correlação quase +1. 4.3 EMPRESA 3: CYRELA BRAZIL REALTY S.A EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES: Tabela 5: Resultado operacional da empresa 3. ANO RECEITA LUCRO PORCENTUAL 2011 R$ 6.126.781 R$ 592.186 9,67% 2012 R$ 5.632.679 R$ 835.689 14,84% 2013 R$ 5.371.882 R$ 893.999 16,64% Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Em milhares de reais, conforme DFP s publicadas pela companhia. Tabela 6: Comparativo das variações da empresa 3. 2011 DATA PREÇO FECHAMENTO PREGÃO VARIAÇÃO DO PREÇO DA AÇÃO PORCENTUAL DE LUCRO LÍQUIDO 23/03/2012 R$ 16,66 28/03/2012 R$ 16,17 2012-2,94% 9,67% 19/03/2013 R$ 15,98 22/03/2013 R$ 16,22 2013 1,50% 14,84% 19/03/2014 R$ 12,15 24/03/2014 R$ 12,45 2,47% 16,64% Coeficiente de Correlação 0,996509059 Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Variação do valor da ação retirada do site da InfoMoney.

31 Gráfico 3: Comparativo das variações da empresa 3. 20,00% Variação Lucro 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 1 2 3-5,00% Fonte: Adaptado pelo autor. Análise Gráfica da Correlação entre as duas variáveis: A empresa Cyrela Brazil Realty S.A Empreendimentos e Participações apresentou resultados de lucro líquido positivos e crescente, e as ações só foram desvalorizadas no primeiro resultado que foi o menor, depois disto, as mesmas foram valorizadas e seguiram a linha do crescimento do lucro, o que comprova isto é o coeficiente de correlação ter resultado de 0,99, ou seja, quase perfeito. 4.4 EMPRESA 4: GAFISA SA: Tabela 7: Resultado operacional da empresa 4. ANO RECEITA LUCRO PORCENTUAL 2011 R$ 3.470.886 R$ -905.189-26,08% 2012 R$ 3.300.972 R$ -77.679-2,35% 2013 R$ 2.879.231 R$ 867.679 30,14% Fonte: Adaptado pelo autor. Em milhares de reais, conforme DFP s publicadas pela companhia.

32 Tabela 8: Comparativo das variações da empresa 4. 2011 DATA PREÇO FECHAMENTO PREGÃO VARIAÇÃO DO PREÇO DA AÇÃO PORCENTUAL DE LUCRO LÍQUIDO 05/04/2012 R$ 4,04 11/04/2012 R$ 3,89 2012-3,71% -26,08% 07/03/2013 R$ 4,13 12/03/2013 R$ 4,00 2013-3,15% -2,35% 25/02/2014 R$ 2,93 28/02/2014 R$ 3,23 10,24% 30,14% Coeficiente de Correlação 0,921817654 Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Variação do valor da ação retirada do site da InfoMoney. Gráfico 4: Comparativo das variações da empresa 4. 40,00% 30,00% Variação Lucro 20,00% 10,00% 0,00% -10,00% 1 2 3-20,00% -30,00% Fonte: Adaptado pelo autor. Análise Gráfica da Correlação entre as duas variáveis:

33 A empresa Gafisa S.A apresentou resultados iniciais negativos, diminuiu um pouco no segundo período, porém, ainda continuou negativo e deu um salto no último período, as ações refletem exatamente o que aconteceu, desvalorizadas nos dos primeiros anos e com valorização expressiva no último ano, isto é evidenciado pelo coeficiente de correlação que foi de 0,92. 4.5 EMPRESA 5: JOÃO FORTES ENGENHARIA S.A: Tabela 9: Resultado operacional da empresa 5. ANO RECEITA LUCRO PORCENTUAL 2011 R$ 644.959 R$ 69.419 10,76% 2012 R$ 580.796 R$ 25.953 4,47% 2013 R$ 971.769 R$ 52.344 5,39% Fonte: Adaptado pelo autor. Em milhares de reais, conforme DFP s publicadas pela companhia. Tabela 10: Comparativo das variações da empresa 5. 2011 DATA PREÇO FECHAMENTO PREGÃO VARIAÇÃO DO PREÇO DA AÇÃO PORCENTUAL DE LUCRO LÍQUIDO 29/03/2012 R$ 8,78 03/04/2012 R$ 8,51 2012-3,08% 10,76% 25/03/2013 R$ 5,10 28/03/2013 R$ 5,61 2013 10,00% 4,47% 20/03/2014 R$ 5,38 04/04/2014 R$ 5,23-2,79% 5,39% Coeficiente de Correlação -0,627399197 Fonte: Adaptado pelo autor. Obs.: Variação do valor da ação retirada do site da InfoMoney.

34 Gráfico 5: Comparativo das variações da empresa 5. 12,00% 10,00% Variação Lucro 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% -2,00% 1 2 3-4,00% Fonte: Adaptado pelo autor. Análise Gráfica da Correlação entre as duas variáveis: A empresa João Fortes Engenharia S.A apresentou resultados positivos em todos os anos, porém, isso nada influenciou nas ações, visto que houve uma valorização da ação considerável no segundo ano para o menor lucro da apuração e praticamente inverso no primeiro ano, algo que o coeficiente de correlação mostra a assimetria das variáveis.

35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dos resultados apontou evidências que sugerem a existência da correlação entre as variáveis, conforme coeficiente positivo para quatro das cinco análises feitas. O resultado do coeficiente da empresa João Fortes Engenharia S.A foi o único que não indicou correlação, fato este que provavelmente é explicado não em números, mas sim em notas explicativas que podem conter informações que irá impactar a empresa de alguma forma em algum período. Os resultados dos coeficientes das empresas MRV Engenharia e Participações S.A, Rossi Residencial S.A, Cyrela Brazil Realty S.A Empreendimentos e Participações e Gafisa S.A, apontaram positivamente para a existência da correlação, em todos os casos as ações responderam de uma mesma forma para os resultados publicados, numa constante não perfeita, porém considerável. Foi possível observar que mesmo que a empresa apresente lucro, não significa que ela irá fazer com que suas ações aumentem, uma série fatores externos estão ligados aos investidores que por algum motivo optam por investir ou não, este fato aconteceu no caso da MRV Engenharia e Participações S.A, a mesma obteve um resultado melhores que a demais e sua ação não foi valorizada em nenhum dos períodos. O ponto mais relevante neste trabalho é a contribuição para o desenvolvimento de estratégias de negociação para possíveis ingressantes da área, para obtenção de informações a serem analisadas antes de efetuar-se um investimento em ações no mercado brasileiro. Este trabalho contribui para a teoria de finanças, na medida em que, as evidências aqui apresentadas somam-se às demais pesquisas acerca de estratégias de investimento no mercado de ações.