RELATÓRIO DE ESTÁGIO 2/3 (segundo de três) Período: 13/03/2009 a 13/05/2009. Tractebel Energia - GDF SUEZ



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Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Mecânica Coordenadoria de Estágio do Curso de Engenharia Mecânica CEP 88040-970 - Florianópolis - SC - BRASIL www.emc.ufsc.br/estagiomecanica estagio@emc.ufsc.br RELATÓRIO DE ESTÁGIO 2/3 (segundo de três) Período: 13/03/2009 a 13/05/2009 Tractebel Energia - GDF SUEZ Nome do aluno: Ricardo Augusto Dal Moro Nome do supervisor: Sérgio Renato Pons Nome dos orientadores: Prof. Edson Bazzo Florianópolis, maio de 2009

ÍNDICE ÍNDICE...1 1. ATIVIDADES REALIZADAS NO PERÍODO...2 1.1 Introdução...2 1.2 Proposta de Trabalho...2 2. TRABALHO PROPRIAMENTE REALIZADO...3 2.1 Jorge Lacerda...3 2.2 Encontro de Estagiários Laguna /SC...6 2.3 PCH Areia Branca...6 3. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES...9 4. REFERÊNCIAS...10 4.1 Bibliografia...10 5. ANEXOS...11 5.1 Anexo I Isolador...11 1

1. ATIVIDADES REALIZADAS 1.1 Introdução O segundo período do estagio foi muito produtivo. Muitos valores e conhecimentos foram agregados. Este período de estagio foi caracterizado por viagens a usinas em manutenção, visitas técnicas a fornecedores, cursos, palestras e acompanhamento da montagem da PCH Areia Branca. Relembrando que o trabalho desenvolvido durante o estagio está primeiramente voltado à construção da PCH Areia Branca, usina que foi adquirida junto com outras duas, Beberibe e Pedra do Sal, na compra da empresa Econergy pelo grupo GDF-SUEZ, e que a Tractebel assumiu a construção no ano de 2008. Essas usinas encontravam-se com problemas de gerenciamento e a PCH Areia Branca em especial com muitos caminhos críticos no fornecimento, montagem e projeto. 1.2 Proposta de trabalho Um fornecimento pouco estudado, antes da contratação, e pouco qualificado, durante a execução, pode trazer vários problemas a um empreendimento. Esses estavam aparecendo cada vez mais no Projeto de Areia Branca. Estudar, pesquisar, solucionar e apresentar as soluções aos problemas se mostrava a principal expectativa da empresa em relação ao trabalho aqui apresentado.. 2

2. TRABALHO PROPRIAMENTE REALIZADO 2.1 Jorge Lacerda Localização: Capivari de Baixo (SC) Combustível: Carvão Mineral Capacidade Instalada: 857 MW Certificada pela NBR ISO 14001 e ISO 9001 Produção Acumulada no ano: UTLA: 136,95 GWh UTLB: 216,63 GWh UTLC: 242,49 GWh A engenharia e área técnica da Tractebel Energia localiza-se em Capivari de Baixo SC, na Usina de Jorge Lacerda. Muitos estudos e consultorias feitas pela UFSC para a Tractebel são para atender a demanda dos trabalhos da TMS (Tractebel Manutenção e Serviços). A usina de Jorge Lacerda estava em uma parada de curta duração da UTLB 6. A UTLB 5 estava se preparando para uma parada de 75 dias, assim as grades do Precipitador Eletrostático já estavam sendo fabricadas. Essa parada da unidade 5 seria especial, pois não estava no ano da revisão geral, porém, como a TMS teria que reformar o precitador e isso levaria o tempo de uma revisão geral, já aproveitaram e adiantaram a revisão geral dessa unidade. As paradas de manutenção das Usinas termoelétricas da Tractebel funcionam segundo o nível de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas e o preço da energia. Como normalmente o preço da energia é mais barato no inicio do ano, as paradas de manutenção são planejadas para serem feitas nessa época. Existem três tipos de paradas nas Usinas: de Curta duração (10 dias), Media duração (20 dias), Revisão geral (45-75 dias). A semana no Complexo Jorge Lacerda foi exclusiva, pois cinco especialistas da TMS se propuseram e disponibilizaram algumas horas da sua semana para ensinar e repassar um pouco dos seus conhecimentos aos dois estagiários. Primeiramente recepcionados pelo Engenheiro José Piotrovski foi explicado como funciona toda a estrutura da TMS, como ocorre o planejamento e execução das manutenções das usinas da Tractebel Energia. Foi também realizada uma primeira visita técnica a caldeira UTLB 6. Na visita foi mostrado um problema diagnosticado, havia uma tubulação que estava com trincas ao redor da solda. No processo de estudo para solução do problema, a Tractebel estava consultando o Prof. Carlos Enrique Niño Bohórquez, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina. 3

No segundo dia o técnico de manutenção, Sr. Nilson Bardini Alves, passou um dia inteiro mostrando cada equipamento do complexo, tanto de unidades em funcionamento como de unidades paradas. A área de operação e controle das unidades deve estar sempre por dentro de tudo que está acontecendo. Por exemplo, durante a manutenção existem vários acionamentos que devem ser efetuados pela operação para a realização de testes. Para estes testes ocorrerem deve ser assinado uma OS por todas as frentes de trabalho, procedimento esse para certificar que todas as frentes estão cientes do teste a ser realizado. Assim, a operação poderá efetuar o acionamento desejado, e evitar que acidentes de trabalho ocorram. O Sr. Bardini também mostrou todo o trabalho por trás das paradas de manutenção, a área de fabricação, recuperação e almoxarife. Na quarta feira o engenheiro Luiz Felipe - que já ganhou duas vezes prêmios em conferencias internacionais de engenharia - passou uma manhã mostrando o trabalho que ele está realizando durante anos na área de caldeiras, FGD, vida de materiais, falhas e desgastes. A Tractebel vem mapeando durante doze anos todos os tipos de falhas e desgastes com suas respectivas freqüências. A engenharia acredita que existem 21 tipos de falhas principais. O engenheiro mostrou também que pelo fato de nesse ramo termoelétrico o risco de acidentes graves ser alto, as empresas trabalham se ajudando, apresentando cases importantíssimos e realizando Benchmarking. Relatou o caso do acidente ocorrido em 9 de agosto de 2004 Usina Nuclear de Mihama III em Kansai, Japão onde na linha do condensado (Fig. 1) a tubulação de aço carbono tinha espessura inicial de 10 mm e foi reduzida por corrosão para 1,4 mm causando a ruptura e morte de 5 trabalhadores. Fig 1 - Linha de condensado Usina de Mihama III Para ser feita uma analogia entre o software utilizado pela manutenção da tractebel e pelo setor de implantação de usinas foi apresentado pelo Sr. Laércio o software Maximo. E para uma noção de como é feita a cobrança do cronograma de manutenção aos prepostos (responsáveis por cada área da manutenção) o técnico Andrey explicou como é utilizado o MS Project pela Tractebel e fez questão da presença dos estagiários em todas as reuniões de cronograma da parada de curta da UTLB 6. As reuniões servem para sincronizar as frentes de trabalho e todas estarem cientes do trabalho realizado entre as mesmas. Durante a manutenção das unidades os trabalhos são divididos em 10 frentes, cada frente possuindo um preposto da tractebel. As frentes são: 4

Caldeira Aquecedores Precipitador Ar e Gases Queima Cinza Ventiladores Ensaios não destrutivos Turbo alternador TMSE (Elétrica) Fig 2 UTLB 5 e 6 Fig 3 UTLB 6 Fig 4 UTLB 6 Fig 5 Moedores do Moinho / UTLB 6 Fig 6 Moinho UTLB 6 Fig 7 Precipitador UTLA 4 Fig 8 Corrosão tubulação Fig 9 Arrefecedor UTLC 7 Fig 10 Queimadores UTLC 7 5

2.2 Encontro de Estagiários Laguna /SC O curso foi ministrado pela facilitadora Patrícia Santos, que atua na área de treinamento e desenvolvimento pessoal e mercado desde 1990. Hoje vivemos na era dos relacionamentos. Saber se relacionar é uma arte, umas das competências mais exigidas no mercado de trabalho. Tanto isso é verdade que Patrícia Santos afirma que cerca de 97% das vagas de emprego que existe no Brasil são preenchidas por indicação. A ética do profissional já faz parte dos atributos mensuráveis num processo de seleção e desenvolvimento de carreira. Não se busca o profissional perfeito, mas se tenta identificar como ele lida com questões de atrito e a forma com as resolve. A etiqueta, que muitas vezes deve ser seguida, é um código de regras que seguem uma norma preestabelecida numa sociedade visando ações que sejam agradáveis aos outros. O encontro foi realizado em 3 dias e no último dia houve palestras de apresentação da Tractebel Energia S.A. Os palestrantes foram gerentes dos departamentos de informática, comercial, P&D e um funcionário explicando sobre o comitê de ética da empresa. 2.3 PCH Areia Branca A PCH Areia Branca é uma usina que entrou no programa do PROINFRA Programa De Financiamento à Infra-Estrutura. Segundo o cronograma, a usina deverá entrar em geração até a metade do ano. Devido a um mau gerenciamento por parte da empresa que era responsável antes da Tractebel, a PCH está com o cronograma atrasado, e corre o risco de ficar fora do PROINFRA, além de ter que arcar com uma multa de um ano de geração. Por isso, o PLP (Planejamento e Logística de Projetos) está trabalhando arduamente para colocar a usina em funcionamento dentro do prazo. Os estagiários, agora de uma forma mais incisiva, trabalham no fornecimento dos materiais e equipamentos para a obra. Para um melhor acompanhamento dos fornecedores foi feita uma viagem para Belo Horizonte e a primeira empresa a ser visitada foi a K&L, empresa fornecedora de uma ponte rolante. Ao enviar o equipamento, a empresa não forneceu o manual de montagem, que na reunião foi cobrado e já levado em mãos à Energ, empresa epecista do projeto. A Tecnometal é a empresa que se encontra em um dos principais caminhos críticos da usina. Ela é a responsável pela entrega dos dois rotores Kaplan na obra. A visita a essa empresa foi primordial, pois foi feita uma reunião que durou 4 horas e meia com o gerente de contrato e o gerente de compras da empresa, quando foi cobrado um check list de todos os materiais e peças que são necessários para a montagem do rotor. Esse check list não era feito pela empresa, e sempre que a montagem era começada, notava-se que algo faltava, atrasando a entrega do rotor. Foi solicitado ainda, na reunião, um teste de batimento nos cubos dos rotores das turbinas, que deveria ser feito pela Tecnometal. A ida para Santo Antonio do Manhaçu, local da obra de Areia Branca, proporcionou um melhor entendimento do trabalho realizado e a real visualização da necessidade de conclusão de outros. Na obra primeiramente foi feito um acompanhamento de todas frentes de trabalho. Foi acompanhado de perto a descida das comportas da tomada de água, 6

comissionamento da ponte rolante de jusante e de tomada de água, montagem passo a passo do distribuidor das duas maquinas, limpeza do poço de drenagem, vistoria de concreto, e fundação da subestação. Em novembro, quando as borrachas de vedação das comportas de jusantes foram cortadas, o serviço foi feito de maneira errada. Com isso grandes problemas ocorreram. Em dezembro choveu muito, o rio subiu e a casa de força começou a inundar. Três meses depois, ainda com a borracha errada, veio mais chuva, mas em menos quantidade em ralação ao passado, e o problema foi logo resolvido por bombas que jogavam a água que entrava na casa de força de volta para o rio. As borrachas de substituição, após fabricação, chegaram dois dias depois do novo incidente, e iriam ser trocadas assim que possível. Um grande problema observado e pedido para ser solucionado foi o caso dos desenhos. Não se tinha na obra a última versão e nem todos os desenhos elétricos e mecânicos necessários para a construção. Assim mais uma tarefa surgiu. Na obra se tem mais contato com quem está verdadeiramente por dentro do assunto - para quem as dúvidas devem ser perguntadas e qual direção se deve tomar para solucionar problemas de forma mais rápida e eficaz. Assim, todos os desenhos foram arquivados e encaminhados à obra. A CEMIG será a distribuidora da energia gerada na PCH Areia branca. A subestação de chaveamento será controlada pela distribuidora. No momento que a CEMIG foi averiguar os equipamentos da subestação, notou que havia alguns itens fora do seu padrão, havendo a necessidade de se conseguir novos isoladores para as chaves seccionadoras e novos pára-raios conforme o padrão CEMIG, que exige nove pára-raios para a subestação de chaveamento. Como a linha é de 69KV, devido ao histórico de raios ocorridos em Minas Gerais, o equipamento de segurança deverá ter tensão nominal de 75KV e não 60KV, como se tinha. Outro critério não atendido e a imposição de que para linhas acima de 36KV os pára-raios deverão ser de porcelana e não poliméricos. A obra deverá ser concluída em 30 dias e os prazos para fabricação desses itens são de 100 a 150 dias. Esses equipamentos são somente fabricados no exterior. Assim começou uma árdua busca no mercado para encontrar pára-raios de 75KV com invólucro de porcelana marrom. A distribuidora possui quatro empresas que possuem os pára-raios já testados e aceitos conforme o padrão. Para qualquer outra empresa que pudesse fornecer o equipamento, a CEMIG teria duas opções: treinar seus técnicos para realizar todos os testes de conformidade e isso levaria mais de cem dias, extrapolando o prazo de conclusão da obra, ou a empresa fornecedora deveria fornecer os seguintes documentos: Desenhos de dimensões externas do pára-raios, incluindo terminais, máximo esforço de flexão e massa total. Desenho de dimensões da base isolante. Desenho de dimensões do contador de operações. Desenho da placa de identificação com as respectivas dimensões e informações gravadas. Instruções para montagem e operação do pára-raios. Lista de fornecimento de pára-raios do tipo ofertado. Relatórios dos ensaios em laboratório oficial ou próprio, com acompanhamento de inspetor da CEMIG ou de seu representante legal. 7

Após contato com várias empresas do Brasil, foi encontrado pára-raios que atendiam os requisitos da CEMIG, porém não eram das empresas indicadas e como o equipamento era antigo não se possuía os documentos necessários para a aprovação. Das empresas indicadas uma retornou com resposta positiva. Ela estava com um diretor na fábrica da Alemanha e estaria fazendo o contato direto conosco. Conforme a negociação foi se encaminhando para o final, a proposta veio, porém o prazo de entrega continuou não satisfazendo o que necessitávamos. Para esse empreendimento temos contrato de venda de energia com a Eletrobrás e um contrato de uso do Sistema de Distribuição com a CEMIG. A partir do momento em que a usina fica pronta, a CEMIG testa todos os sistemas de distribuição da usina e apresenta o seu parecer para a ANEEL, assim liberando a usina para geração comercial. A saída para conseguir gerar no prazo seria negociar com o gestor do contrato, gerência e superintendência da CEMIG alguma alternativa provisória até a chegada dos pára-raios que ela exige. Outro grande problema da usina, os isoladores das chaves seccionadoras, estava sendo tratado, porém, após a solução dada ter sido invalidada pela empresa que cederia o equipamento, o problema se agravou, pois o tempo estava mais curto e a fabricação fora de qualquer cogitação. Com muita negociação e contatos feitos a gerentes de empresas que trabalham na área há anos conseguiu-se uma proposta para isoladores HD 350 de pedestal. Esses isoladores têm uma qualidade maior, com resistências mecânicas maiores, porém o diâmetro de furação é maior do que se tem como padrão de pedestal. As negociações não pararam e no dia seguinte vieram duas grandes noticias: além de duas propostas para o Isolador HB 350 classe TR-16 (ver Anexo-I), isolador utilizado e indicado pela distribuidora, ele será entregue em 5 dias. 8

3. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES O acompanhamento do trabalho que vem sendo realizado na obra foi espetacular, o aprendizado é enorme e o ditado popular de fazendo que se aprende se concretizou. No final dos 15 dias de obra já se tinha uma visão bem melhor de como tudo funciona. Houve a absorção de uma ótima visão de gerenciamento de projetos e a seqüência de montagem de um distribuidor jamais será esquecido. Ética no trabalho, segurança da informação e conhecimento pessoal e empresarial foram temas abordados no curso para os estagiários da Tractebel Energia, o que mostra a preocupação da empresa não só na formação de profissionais com excelência técnica, mas com muito interesse no trabalho e prazer pessoal. O tempo junto aos profissionais do Complexo Jorge Lacerda mostrou a verdadeira força da engenharia técnica. Profissionais lidando com matérias em constante trabalho de dilatação e contração, sofrendo desgaste dos mais variados tipos, engenheiros e técnicos sendo verdadeiros médicos tendo que diagnosticar e solucionar problemas nas unidades termoelétricas para salvar vidas e gerar energia com segurança. Notou-se uma maior liberdade de trabalho e também maior peso nos problemas a serem resolvidos nessa segunda fase do estágio. Os problemas abordados eram de soluções difíceis e de essência dos projetos. E com isso o crescimento profissional e pessoal foi se solidificando. 9

4. REFERÊNCIAS 4.1 Bibliografia [1] Xavier, S.M.T., Contratos EPC para empreendimentos Hidrelétricos e seus Stackeholders. Dissertação (Mestrado em Concentração e Engenharia de Produção), Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2004. [2] Pasquali, G., Implantação da metodologia EARNED VALUE na construção de projetos. Material de suporte técnico, Diretoria de Implantação, Tractebel Energia S.A. Florianópolis, 2003. [3] Fleming, Quentim W. e Koppelman, Joel M., Earned Value Project Management. 2000, Project Management Institute. [4] Apostila Primavera Expedition, Verano. Curso básico, 10ª ed. 2007. [5] Atlas de Energia Elétrica do Brasil, ANEEL. 3ª ed. 2008. [6] Port, R. D.; Herro, H. M.; The Nalco Guide To Boiler Failure Analysis, United States of America; ED. McGraw-Hill; p.129-137; 1991. 10

5. ANEXOS 5.1 Anexo I Isolador 11