ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA CRIAÇÃO DE SUÍNOS NA FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO Eduardo Henrique Oliveira LIMA¹;Cássia Maria Silva NORONHA²;Itallo Fernandes TEODORO¹. 1 Estudantes do Curso Técnico em Agricultura e Zootecnia IFMG campus Bambuí. 2 Professor Orientador IFMG- Campus Bambuí RESUMO A suinocultura é uma cadeia do agronegócio em pleno desenvolvimento no Brasil e no mundo. A produção em escala pede que cada vez mais se dê atenção à alimentação dos animais. Buscou-se neste trabalho alternativas nutricionalmente adequadas e economicamente viáveis. Ao analisar diversos tipos de alimentos alternativos para suínos em fase de crescimento e terminação pode se observar que as ervilhas contem o valor nutricional ao qual consegue suprir as necessidades do mesmo. Foram observados tanto aspectos nutricionais como economicamente viáveis. Palavras-chave: Alternativas; Nutrição, Suinocultura. 1. INTRODUÇÃO A suinocultura é uma das atividades que mais se desenvolveu nos últimos 30 anos, quando a carne suína assumiu o 1 lugar de preferência mundial mantendo-se nesta posição (FARIA, 2011). Esta atividade tem caráter empresarial e requer a aplicação de tecnologias modernas que permitam altos índices de produtividade. A carne suína apesar de alto valor energético e suas demais qualidades, ainda sofre preconceitos de cunho cultural. O desenvolvimento da suinocultura, e conseqüentemente de todas as biotecnologias que são utilizadas nos seus segmentos de produção, estão diretamente relacionados com o incremento do consumo per capita da carne suína. De acordo com Bellaver; Ludcke (2004), cada granja apresenta o seu custo específico referente à alimentação do plantel e, assim, o impacto da oscilação nos preços dos ingredientes no mercado reflete na rentabilidade da atividade a nível de produtor. Este por sua vez, deve conhecer o real custo da alimentação, de forma constante, deve ter seu objetivo centrado na redução dos custos, visando simultaneamente a garantia da qualidade na produção. Por isso, sempre que se pensar em alternativas na alimentação, há que se fazer um balanço de nutrientes oferecidos na dieta e
o custo de produção da ração, frente aos preços de mercado, devendo haver vantagem econômica para que se façam mudanças. Este trabalho tem foco na fase de crescimento e terminação da suinocultura. 2. As exigências nutricionais na fase de crescimento e terminação As fases de crescimento e terminação são vitais para a viabilidade econômica da criação em função do alto consumo de ração (cerca de 70% do custo de produção) e das variações que ocorrem no ganho de peso e principalmente na conversão alimentar. Para que se possa determinar quais alimentos oferecer ao suíno é necessário conhecer suas exigências nutricionais (Tabela1). Tabela 1. Exigências nutricionais de suínos Nutrientes Valores Exigidos Proteína Bruta (PB) 13.830 E.M. Suínos 3.230 Lis. Digestível 0,679 Met. Digestível 0.211 Cálcio 0.484 P-Disponivel 0.248 Fonte: Tabela Brasileira para aves e suínos, 2005. Os valores exigidos estão em Kcal/kg e de aminoácidos digestíveis Considerando os custos dos alimentos normalmente oferecidos aos suínos e as necessidades da fase de crescimento e terminação, faz-se necessário pensar em alimentos alternativos, para auxiliar a sustentabilidade da produção. Existem várias opções de alimentos alternativos, este trabalho trata da ervilha, milheto e girassol. 3. ALIMENTOS ALTERNATIVOS ERVILHA, MILHETO E GIRASSOL De acordo com Tomm (2003), com a freqüente escassez de milho, grãos de ervilha constituem excelente opção de alimento para os animais, porque a ervilha é colhida justamente na entressafra de milho, o que propicia redução no custo das rações e aumento
da rentabilidade, especialmente nas pequenas propriedades. Além disso, ervilha apresenta características que a tornam altamente desejável: é rica fonte de aminoácidos e não apresenta níveis altos de fatores antinutricionais como os verificados em outras leguminosas, como a soja. Os custos da ervilha giram em torno de R$ 0,370/Kg. O milheto apresenta-se como um forte ingrediente alternativo para o fornecimento de energia nas rações de suínos. Outro aspecto inerente ao milheto é a sua boa tolerância a solos ácidos, alta saturação de alumínio, baixa fertilidade (principalmente fósforo), além de resistência à seca e altas temperaturas. Os custos do milheto giram em torno de R$1,20 Kg Para o aproveitamento ótimo do girassol recomenda-se que sua inclusão em dietas iniciais não ultrapasse os 15%. Para crescimento e terminação, deve ser limitada a 10%, não devendo ultrapassar os 25% nas dietas de gestação e lactação. A semente de girassol tem em média 38% de óleo, 17% de proteína bruta e 15% de fibra bruta, mas é pobre em lisina. Os custos do girassol giram em torno de R$8,50/Kg de sementes de girassol. 4. DISCUSSÃO Os teores de proteína bruta e lisina das ervilhas variaram de 18,20 a 24,62% e 1,38 a 1,72%, respectivamente (Tabela 2). O teor de proteína bruta do milheto (Tabela 2) varia de 28 a 45%, mas é deficiente em lisina, este em energia equivale a aproximadamente 95% do valor do milho, mas com teor e qualidade superiores de proteína. Todavia a produção e a composição do grão são fortemente afetadas pelo ambiente,como o teor de proteína variando de 9 a 24% (ANDREWS ; KUMAR,1992). Tabela 2- Comparação entre os níveis nutricionais do milheto e ervilha em relação ao milho. Nutrientes Milheto Ervilha Girassol Milho Proteína Bruta (PB) 13.10 22,77 28,0 3340 E.M. Suínos 2872 3246 5.004 3340 Lis. Digestível 0,31 1,57 0,66% 0,19 Met. Digestível 0,44 0,19 0,50% 0,15 Cálcio 0,03 0,07 0,40 0,03 P-Disponivel 0,08 0.47 1,10 0,08 Fonte: Lima; et al (2002). Adaptado de Rostagno et al. (2005); N.R.C (1996), PLERUMI.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após comparar as diferentes alternativas de alimentação de suínos em fase de crescimento e terminação, podemos observar que o alimento que melhor atende o binômio viabilidade/nutrição foi à ervilha. O milheto atende nutricionalmente e é mais acessível ao produtor, pois tem um baixo valor no mercado, enquanto o Girassol é mais caro sendo com valor de R$8,50/kg de sementes de girassol, a ervilha tem preço de R$ 0,370/Kg, o milheto é encontrado a de R$1,20 Kg. Após avaliar o preço comercial dos produtos e levando em conta o valor nutricional, o alimento alternativo mais indicado é a ervilha. Assumindo o preço da ervilha de R$0,370/kg, e o percentual de utilização de 17,86%, o custo da ração é reduzido em R$0,013/kg (Lima, 2003). Ressalta-se que os resultados deste estudo podem variar em função dos preços dos insumos e da composição química dos ingredientes. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLAVER C. & LUDKE J.V. 2004.Considerações sobre os alimentos alternativos para dietas de suínos. IN: ENCONTRO INTERNACIONAL DOS NEGÓCIOS DA PECUÁRIA,CUIABA: BRASIL, 2004. COSTA, M.C.R.et.al; grão de girassol na alimentação de suínos em crescimento e terminação: digestibilidade e efeitos no desempenho; XI Encontro Anual de Iniciação Científica - de 1 a 4/10/2002 FARIA, S.R. Introdução a Suinocultura. IFMG-Bambuí, 1º semestre de 2011. Notas de aula. FERREIRA,A,H,C; RASPA INTEGRAL DA RAIZ DE MANDIOCA PARA FRANGOS DE CORTE, Teresina, Estado do Piauí,Brasil;Fevereiro 2010 LIMA;K,R,S; et,al;níveis de Proteína Bruta da Ração para Marrãs em Gestação; R. Bras. Zootec., v.31, n.1, p.86-95, 2002 LIMA. G,M,M;.Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Suínos e AvesMinistério da Agricultura, Pecuária e Abasteciment;2003 RIBEIRO;A,M,L.2010, Alimentos alternativos para suínos em crescimento e terminação, Acta Scientiae Veterinariae. 38(Supl 1): s61-s71, 2010.
ROSTAGNO, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2.ed. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2005. 186p TOMM,G,O; et,al; Ervilha é alternativa para alimentação de suínos,2003. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient Requeriments of Beef Cattle. Washington, D.C. National Academy of Sciences, 7 ed., 242 p., 1996. TEIXEIRA, J.C., EVANGELISTA, A.R., ALQUERES, M.M. et al. Utilização da Amiréia 150S como suplemento nitrogenado para bovinos em sistema de pastejo. In : XXXV Reunião Anual da S.B.Z.Botucatu, v.1, p.482-483, Anais..., 1998.