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Transcrição:

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Dezembro 2012 Prof.ª Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS- GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA A economia brasileira neste final de 2012 continua apresentando baixo dinamismo. Apesar de os resultados da atividade econômica do segundo semestre do ano mostrarem aceleração em relação à primeira metade do ano, a intensidade da retomada está abaixo da esperada por analistas. A principal decepção é o ritmo fraco de recuperação dos investimentos. A produtividade da indústria se mostra estagnada e os investimentos na economia não estão reagindo, apesar das medidas de estímulo do governo, como financiamentos de máquinas e equipamentos com juros abaixo da inflação. Os últimos dados divulgados revelaram recuo na produção de bens de capital (como máquinas) pelo segundo mês consecutivo, o que pode indicar continuação de investimentos baixos. No terceiro trimestre do ano, o setor industrial registrou queda e a produção inverteu uma sequência de três meses consecutivos de resultados positivos. Alguns setores que haviam recebido incentivos com a redução de IPI, como veículos, eletrodomésticos de linha branca e móveis, tiveram fraco desempenho em setembro, pois o consumo havia sido antecipado em agosto. Neste último trimestre do ano, tendo em vista as festas de fim de ano, se verifica uma retomada não significativa da atividade econômica, porém, não evitará a retração da indústria. Alguns fatores estruturais, tem levado a esta crise na indústria, como o real forte, mas também a crise externa teve seu papel nos resultados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os Estados brasileiros mais afetados pela queda industrial são polos produtores de bens de capital (máquinas e equipamentos) e bens duráveis (veículos e

eletrodomésticos). No entanto, a queda da indústria foi muito disseminada, quase generalizada. SECTOR EXTERIOR No último trimestre do ano, a queda nas exportações brasileiras fez com que o saldo da balança comercial tivesse o pior resultado desde 2009. Em novembro, o Brasil fechou a Balança Comercial com um déficit de 186 milhões de dólares, um saldo negativo que contrasta com o superávit de 571 milhões de dólares do mesmo mês de 2011. No mês as exportações tiveram uma redução de 6% com relação ao ano passado e no mês, a queda foi de 3,5%. Como contrapartida, as importações, se elevaram em 13,0% no mês, resultando em saldo negativo devido principalmente a uma queda considerável nas vendas de matérias-primas (12%) e bens semimanufaturados (14%). Os produtos cujas exportações mais recuaram foram a soja, o café e o minério de ferro, petróleo e estes maus resultados das exportações, foram devidos ao fato de que o Brasil ainda sente os efeitos da crise no sul da Europa e a lenta recuperação da economia norteamericana. O relevante fluxo de comércio entre Brasil e China, após ter registrado saltos de crescimento nos últimos dois anos, mostra acomodação neste final de ano. A Secretaria de Comércio Exterior do país vem adotando medidas legislativas para simplificar as operações relacionadas às exportações brasileiras, visando aumentar a competitividade neste momento de crise mundial, argumentando que a legislação anterior impunha rigorosos controles com relação ao financiamento de exportações, o que no passado era justificado, mas a nova situação requer que sejam eliminados procedimentos não mais necessários e que acabam bloqueando as exportações. SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL O governo federal informou formalmente a decisão de que será descumprida a previsão da meta para o resultado das contas do Tesouro e assinala que deverá fechar o ano com um maior patamar elevado de despesas. Com isso, a despesa total esperada para o ano subiu, nos dois últimos meses 18,8% do PIB. Por outro lado, mantiveram previsões otimistas para o desempenho de receitas não tributárias, como dividendos de estatais e royalties do petróleo. Já em outubro a economia feita pelo governo para o pagamento dos juros da dívida, o chamado superávit primário, havia voltado a cair. O governo afirma que a meta fiscal é "um importante referencial" para as decisões do governo, mas a prioridade é garantir o desempenho da economia e atenuar

os efeitos da crise internacional. A redução de economia nos gastos feita pelo governo é consequência do descompasso entre o crescimento das despesas e da arrecadação, cujo resultado mais fraco foi influenciado pelo baixo desempenho da economia neste ano, o que diminui o ganho da União com arrecadação de tributos, mas também pela decisão do governo de abrir mão de cerca de R$ 45 bilhões em impostos (IPI), na tentativa de estimular o setor produtivo. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa de juros oficial (SEÇLC) em 7,25% e mostrou a convicção deque esta taxa deverá predominar em todo o ano de 2013. O Copom elevou a projeção de inflação para 2012 tanto pelo cenário de referência quanto de mercado, e ambos encontram-se acima do centro da meta, de 4,5% de inflação. Para 2013, a autoridade monetária manteve suas projeções para inflação nos dois cenários, mas também acima do centro da meta e dessa forma o governo acredita que a estabilidade da taxa básica de juros por tempo suficientemente prolongado é a "estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". EMPLEO Com a queda da produção industrial em setembro o emprego e salários sofreram recuo de 1% registrado, o que prejudicou maior abertura de vagas no final do ano. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Indústria salienta que o quadro o emprego industrial é de forte retração generalizada e não vê perspectivas de recuperação no curto prazo. O maior polo industrial do país, São Paulo teve queda intensa e puxou o desempenho geral para baixo, principalmente em ramos que empregam muito e sofrem maior concorrência externa, como calçados, vestuário, têxteis e madeira. Em outubro, o país criou 66.988 postos de trabalho com carteira assinada em outubro, o que significou uma queda de quase 50% em relação ao resultado do mesmo período de 2011. Alguns setores que apresentaram diminuição de postos de trabalho, como a agricultura (-20.153 postos), construção civil (-8.290 vagas) e administração pública (-3.521 postos). O Ministério do Trabalho considera que os números mais fracos do emprego refletem a elevada rotatividade de mão de obra. Informam que o setor de metalmecânica (produção de metalurgia, eletrônica, informática, máquinas e veículos) segurou o nível de emprego na indústria nos últimos meses. Os dados mostram que a população está muito endividada e com menos dinheiro disponível vem diminuindo o consumo de bens duráveis, e no final do ano consumo se volta mais para produtos mais baratos e primeira necessidade, como alimentos e têxteis, o que se reflete na produção e criação de emprego dos respectivos setores.

POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial da inflação, de novembro apresentou variação de 0,60%, muito próxima à da taxa de 0,59% de outubro. A direção da variação dos preços foi diversificada entre os setores, desde que enquanto os preços dos alimentos recuaram de 1,36% em outubro para 0,79% no mês, os não alimentícios se aceleraram de 0,35% para 0,54%. De janeiro a novembro a inflação acumulada foi de 5% e o boletim Focus, levantamento do Banco Central com profissionais do mercado, indica um IPCA de 5,44% para 2012. Os especialistas afirmam que a inflação não é um fenômeno transitório, mas que está disseminado e os baixos índices de desemprego, associados ao aumento de salário pressionam os preços, sobretudo no setor de serviços. Por outro lado, não há uma política monetária deliberada voltada ao combate da inflação. A taxa cambial se encontra fixada por volta de R$ 2,04, o que impede que a valorização da moeda compense a alta no preço das commodities, incidindo no valor final dos alimentos; estes continuam pressionando os preços. A arrecadação de tributos subiu devido ao crescimento da formalização de empresas e de trabalhadores e este volume de impostos cresceu quase três vezes mais do que a parcela que o governo retornou à população por meio dos pagamentos de aposentadorias, subsídios e benefícios como segurodesemprego e o Bolsa Família. A carga tributária incluídos todos os impostos e tributos arrecadados pelos governos federal, estadual e municípios, além de outras taxas e contribuições, como a do FGTS se elevou consideravelmente no final do ano (2,8%), atingindo 35,3% do PIB brasileiro. MERCADOS FINANCIEROS No país, o volume de crédito abundante que vem financiando o consumo dos brasileiros desde 2009, fez os bancos sofrerem com calotes pois a inadimplência subiu consideravelmente. No primeiro semestre de 2012, os empréstimos atrasados que os bancos foram obrigados a registrar como novos prejuízos cresceram 46% em relação ao mesmo período de 2011. A tendência, é a continuidade da inadimplência de empresas e indivíduos, pois um grande percentual dos clientes que contraíram empréstimos e ficaram inadimplentes e estão tendo dificuldade em quitar a dívida atrasada. Dessa forma, os bancos são obrigados pelo Banco Central (BC) a rebaixar a classificação dos créditos em atraso usando letras e também as instituições financeiras precisam fazer uma provisão para cobrir possíveis perdas com esses empréstimos. No entanto, os créditos atrasados continuam sendo considerados um ativo, ou seja, um valor que a instituição emprestou e espera receber de volta. Depois de 360 dias, a recuperação do crédito

inadimplente passa a ser considerada improvável e ele tem de ser registrado como prejuízo. Mas apesar das perdas crescentes com inadimplência, os bancos continuam apresentando lucros elevados, porém começaram a racionar mais a concessão de novos empréstimos. Medidas adotadas pelo BC inibem empréstimos muito longos para compra de produtos como automóveis, embora o governo espere que o crédito e o consumo deverão continuar a ser os responsáveis pela retomada da atividade econômica em 2013, depois do desempenho ruim de 2012, pois o mercado interno consumidor do país deverá contrabalançar o impacto negativo da crise financeira internacional no crescimento da economia brasileira. No entanto, alguns analistas, acreditam que o modelo de crescimento sustentado pelo crédito pode ter atingido seu limite. TIPO DE CAMBIO Em novembro, o dólar veio aumentando e o preço voltou a ser o mais alto em três anos e meio, alta que foi alimentada pelo comportamento da moeda no exterior com um cenário externo ruim, de recessão na Europa e ainda pelo receio de que os EUA não consigam resolver seus desafios fiscais. Por outro lado, o governo brasileiro tem interesse na valorização da cotação do dólar para favorecer a indústria. O Ministro da Fazenda afirmou que o dólar acima de R$ 2 "veio pra ficar", o que fez a cotação da moeda norte-americana disparar no final de novembro, levando o Banco Central a intervir no mercado de câmbio. No entanto, o mercado não interpretou a ação do BC como a indicação de um teto para a banda cambial, pois acredita que a atuação do BC ocorrerá apenas para conter variações bruscas do câmbio, na avaliação do mercado. O mercado avalia que a moeda americana poderia subir ainda mais. No entanto, em dezembro o dólar acumulou perdas e a variação pequena da moeda americana surpreendeu, pois no final do ano, de modo sazonal, ocorre uma maior saída de dólares do país, pois as empresas enviam dividendos e outras remessas de filiais brasileiras para as matrizes no exterior. Porém com a proximidade do Natal e do Ano Novo, as saídas de dólares diminuem e com menos pressão de saída, a moeda americana não terá muito espaço para subir. 2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS Grande parte dos analistas econômicos acredita que o fraco desempenho recente da economia do país pode se tornar uma regra para o médio prazo do que e não apenas um período de exceção e projetam para o Brasil um crescimento máximo de 2,5% a 3,5% para os próximos anos. Essas taxas

seriam compatíveis com crescimento sem pressão inflacionária (Produto Interno Bruto potencial). Um dos maiores bloqueios para um nível de crescimento mais elevado no Brasil é o ritmo lento de expansão da produtividade, o que poderia ser combatido com maior investimento, porem a tendência é que esse seja um processo demorado. Por outro lado os economistas fazem a previsão de que a desaceleração nas concessões de crédito pelos bancos, em um cenário de consumidores endividados e inadimplência alta, é outro empecilho para resolver a questão, assim como a crise nos países desenvolvidos e a desaceleração de emergentes, com China e Índia, que reduzem a demanda pelos bens produzidos pelo Brasil. A previsão oficial do governo é de um crescimento de pelo menos 4% no próximo ano de 2013, mas a recuperação tímida e irregular da economia está elevando o ceticismo em relação a esta previsão. A média das previsões coletadas, mostra que a expansão do PIB esperada em 2013 caiu nas últimas seis semanas de 4% para 3,87%. Com a previsão de retomada mais modesta, os economistas acreditam que o juro do BC não subirá em 2013, mas as medidas do governo para auxiliar a indústria através de melhoria na infraestrutura logística e outras, só terão efeito no longo prazo. 3. SITUACIÓN POLÍTICA Com a proximidade do final de 2012, o governo propõe correções na política econômica, reconhecendo alguns erros estratégicos. Anunciou novas desonerações da folha de pagamento, dessa vez para o setor da construção civil. As políticas de avanços na formação da infraestrutura logística devem ser apressadas, para estimular o escoamento da produção industrial tanto nos fluxos domésticos quanto para as exportações. O ministro da Fazenda avisou que novos estímulos virão ainda antes do fim do ano. Existem pressões para que o governo mude sua política econômica, pois o baixo crescimento do Brasil é devido ao fato de que as medidas já adotadas ainda não terem afetado a economia. Porem a política econômica continuará com os mesmos objetivos: estimular o consumo, protegendo o setor de manufaturados local e fornecendo crédito barato para investimentos. Não haverá medidas para impulsionar os lucros e as margens deprimidas do sector privado