Sistemas de Controle 1

Documentos relacionados
Sistemas de Controle

ADL A Representação Geral no Espaço de Estados

Sistemas de Controle 1

Sistemas de Controle 1

Estados Prof: Marcos Lajovic Carneiro Aluno (a): Laboratório Resumo Experimentos da Modelagem no Espaço dos Estados

Comecemos escrevendo a forma geral de uma equação diferencial de ordem n, 1 inear e invariante no tempo, , b i

Modelagem Matemática de Sistemas Eletromecânicos

Modelagem no Domínio da Frequência. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello 1

Representação por Variáveis de Estado

Modelagem no Domínio do Tempo. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello 1

REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS DINÂMICOS NA FORMA DO ESPAÇO DOS ESTADOS

Conteúdo. Definições básicas;

Sinais e Sistemas Unidade 5 Representação em domínio da frequência para sinais contínuos: Transformada de Laplace

Disciplina: Circuitos Elétricos I. Conceitos Preliminares

Análise Dinâmica de Sistemas Mecânicos e Controle

Sistemas de Controle 2

Métodos de Análise de Circuitos

Análise de Laplace. Prof. André E. Lazzaretti

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I EEL 420. Módulo 6

Sumário. CAPÍTULO 1 Introdução 1. CAPÍTULO 2 Terminologia dos Sistemas de Controle 14

Programa de engenharia biomédica. Princípios de instrumentação biomédica cob 781

Controle de Processos: Solução analítica de sistemas lineares dinâmicos

Descrição de Sistemas LTI por Variáveis de Estados 1

4.1 Pólos, Zeros e Resposta do Sistema

CIRCUITOS ELÉTRICOS I PROGRAMAÇÃO 02/16

CIRCUITOS ELÉTRICOS I PROGRAMAÇÃO 02/15

Eletrotécnica. Circuitos Elétricos

Aula 3. Circuitos Complexos via Método das Malhas. Função de transferência múltiplas malhas

Eletricidade (EL63A) ANÁLISE NODAL

Sistemas Lineares e Invariantes: Tempo Contínuo e Tempo Discreto

Resolução de circuitos usando lei de Kirchhoff

Sumário. CAPÍTULO 1 A Natureza da Eletricidade 13. CAPÍTULO 2 Padronizações e Convenções em Eletricidade 27. CAPÍTULO 3 Lei de Ohm e Potência 51

EN2607 Transformadas em Sinais e Sistemas Lineares Lista de Exercícios Suplementares 3 3 quadrimestre 2012

Controle de Processos: Representação de modelos

Se no terminal b do circuito for conectado um terceiro componente, como na figura abaixo, os resistores R 1 e R 2 não estarão mais em série.

Circuitos Resistivos (Parte 1)

Modelagem Matemática de Sistemas Dinâmicos

Circuitos Elétricos III

Método das Malhas. Abordagem Geral

CAPÍTULO IX. Análise de Circuitos RLC

Sistemas de Controle 2

Introdução ao Controle em Espaço de Estados - Escrevendo as Equações de Estado

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I - EEL420. Módulo 7

DESENVOLVIMENTO DE UMA INTERFACE GRÁFICA VOLTADA PARA O CONTROLE LINEAR UTILIZANDO O MATLAB

Modelagem no Domínio da Frequência. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello 1

Problema Circuito RL excitado por um escalão de tensão

Sistemas de equações lineares

Aplicações de Conversores Estáticos de Potência

Modelos Variáveis de Estado

Actividade Formativa 1

Disciplina: Instrumentação e Controle de Sistemas Mecânicos. Teoria de Controle Parte 2

SISTEMAS REALIMENTADOS

Transformada de Laplace. Parte 3

Conteúdo programático: Quadripolos. Notas de aula e exercícios: 1. Apresentação do Tópico

I φ= V φ R. Fazendo a mesma análise para um circuito indutivo, se aplicarmos uma tensão v(t) = V m sen(ωt + I (φ 90)= V φ X L

CIRCUITOS ELÉTRICOS EXERCÍCIOS ) Dado o circuito da figura, determinar a corrente I, a potência dissipada pelo resistor R 2.

Lista de Exercícios 3 - Circuitos Elétricos II

ÁLGEBRA LINEAR: aplicações de sistemas lineares

LEIS DE KIRCHHOFF LKC e LKT I = 0

Problema 5a by

Entre os pontos A e B temos uma d.d.p. no indutor dada por V L = L d i e entre os pontos C e D da d.d.p. no capacitor é dada por V L V C = 0

ANÁLISE DE REDES DC Métodos: Corrente nas malhas, tensão nodal e superposição

Sinais e Sistemas. Tempo para Sistemas Lineares Invariantes no Tempo. Representações em Domínio do. Profª Sandra Mara Torres Müller.

A u l a 0 3 : R e p r e s e n t a ç ã o d o S i s t e m a E l é t r i c o d e P o t ê n c i a

Teoria dos Circuitos e Fundamentos de Electrónica. Teresa Mendes de Almeida. DEEC Área Científica de Electrónica

Modelagem de Sistemas Dinâmicos. Eduardo Camponogara

Capítulo 3 Circuitos com Capacitância e Indutância

Circuitos Elétricos Ativos, análise via transformada de Laplace

1ā lista de exercícios de Sistemas de Controle II

Setor de Tecnologia - TC Engenharia Ambiental Avaliação 1. Matemática Aplicada II

Sumário. Capítulo 1 - Conhecendo os Vários Tipos de Problema... 1

Introdução aos Circuitos Elétricos

Circuitos Elétricos I

Lista de Exercício IV Análise Nodal

BC 1519 Circuitos Elétricos e Fotônica

Universidade Federal de Alagoas UFAL Centro de Tecnologia - CTEC Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - PPGEC

Sinais e Sistemas. Conceitos Básicos. Prof.: Fábio de Araújo Leite

UNIVERSIDADE GAMA FILHO PROCET DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CONTROLE E AUTOMAÇÃO. Professor Leonardo Gonsioroski

Resposta dos Exercícios da Apostila

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I - EEL420. Módulo 5

CIRCUITOS ELÉTRICOS RESOLUÇÃO DE CIRCUITOS TRANSITÓRIOS NO DOMÍNIO DA FREQÜÊNCIA

Experimento 7 Circuitos RC e RL em corrente alternada. Parte A: Circuito RC em corrente alternada

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I EEL 420. Módulo 10

Cap. 6 Conversores DC-DC

Figura : Monitoria. Monitoria Cálculo Numérico

40.(ASSEMB.LEG-SP/FCC/2010) Um circuito RLC paralelo é alimentado por uma tensão v(t). A expressão da corrente total i(t) no domínio do tempo é: C dt

Introdução à Eletrônica PSI2223

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Caracterização temporal de circuitos: análise de transientes e regime permanente. Condições iniciais e finais e resolução de exercícios.

Transformadas de Laplace Engenharia Mecânica - FAENG. Prof. Josemar dos Santos

Sumário. Capítulo 1 Conhecendo os Vários Tipos de Problema... 1

Aula 04 Representação de Sistemas

Cap. 2 Hart, Eletrônica de Potência. Cálculos de potência

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Sistemas de Equações Lineares e Equações Vectoriais Aula 2 Álgebra Linear Pedro A. Santos

SUMÁRIO VOLUME II 8 MODELAGEM MATEMÁTICA COM EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SÉRIES INFINITAS CURVAS PARAMÉTRICAS E POLARES; SEÇÕES CÔNICAS 692

Estatística Aplicada ao Serviço Social

ELETROTÉCNICA (ENE078)

PESQUISA OPERACIONAL 11. SOLUÇÃO ALGEBRICA O MÉTODO SIMPLEX ( ) DEFINIÇÕES REGRAS DE TRANSFORMAÇÃO. Prof. Edson Rovina Página 16

Transcrição:

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Engenharia Sistemas de Controle 1 Cap3 Modelagem no Domínio do Tempo Prof. Dr. Marcos Lajovic Carneiro

Sistemas de Controle 1 Prof. Dr. Marcos Lajovic Carneiro 3. Modelagem no Domínio do Tempo 3.1 Introdução 3.2 Algumas Observações 3.3 A Representação Geral no Espaço dos Estados 3.4 Aplicando a Representação no Espaço dos Estados 3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço dos Estados 3.6 Convertendo do Espaço dos Estados para a Função de Transferência 3.7 Linearização

3.1 Introdução Abordagens para análise e projeto de sistemas de controle com retroação: Técnica clássica, ou no domínio da frequência Vantagens Simplifica os cálculos Substitui equação diferencial por uma equação algébrica Simplifica a modelagem modelagem de subsistemas interconectados. Desvantagens Aplicabilidade limitada Apenas para sistemas lineares e invariantes no tempo Aproximações para esses sistemas Os novos avanços e requisitos de sistemas de controle tornaram esse tipo de modelagem inadequada Abordagem no Espaço dos Estados (ou abordagem moderna ou no domínio do tempo) Vantagens Representa também sistemas não lineares (dotados de folga, saturação e zona morta) Representa sistemas variantes no tempo (mísseis com níveis de fluído variável) Manipula de forma adequada sistemas com condições iniciais não nulas Manipula sistemas com múltiplas entradas e saídas Desvantagens Não é muito intuitiva Muitos cálculos antes que a interpretação física do modelo se torne aparente * Abordagem do livro é limitada a modelos lineares e invariantes no tempo ou que possam ser linearizados. Abordagem aprofundada é assunto para cursos de pós-graduação. 3

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Exemplo 1: Considere que existe uma corrente inicial i(0). 1. Selecionando i(t) para ser variável de estado: Equação da malha: Aplicando a Transformada de Laplace: Equação de Estado Transf. De Laplace para o degrau unitário Admitindo que a entrada v(t) seja um degrau unitário u(t): Isolando I(s) Inversa de Laplace 4

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Exemplo 1: Sabendo i(t) e v(t) é possível calcular os valores de todas variáveis possíveis do circuito (ou de todos estados possíveis) 2. Resolvendo algebricamente todas as outras variáveis do circuito em termos de i(t) e v(t): Resistor: Indutor: Derivada da corrente: 5

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Exemplo 1: Representação no espaço dos estados para o circuito RL: Representação no espaço de estados Equação de estado Equações de saída A equação de estado utilizada não é única, ela poderia ter sido escrita em função de qualquer outra variável do circuito. Exemplo: i = v R R Equação de Estado 6

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Exemplo 2: Representação no espaço dos estados para o circuito RLC: Circuito de segunda ordem 2 equações diferenciais de primeira ordem 2 variáveis de estado: i(t) e q(t) 2 equações diferenciais de primeira ordem e linearmente independentes Equações de Estado 7

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Exemplo 2: Calculando as outras variáveis do circuito: Tensão no indutor: Combinação linear das variáveis de estado: i(t) e q(t) Representação no espaço dos estados: Representação no espaço de estados Essa representação não é única Equações de estado Equação de saída

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Exemplo 2: Outra possível escolha de variáveis de estado: Tensão no resistor: Tensão no capacitor: Equações de estado Restrição para escolha de variáveis de estado: Nenhuma das variáveis de estado pode ser representada como uma combinação linear das outras variáveis de estado.

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Representação matricial: Equações de estado Logo:

3.2 Algumas Observações Exemplos de modelagem no espaço dos estados Representação matricial: Equação de saída Logo: Representação no espaço de estados

3.2 Algumas Observações Exemplo de modelagem no espaço dos estados Forma de abordagem: 1. Selecionar subconjunto particular de todas as variáveis do sistema para serem as variáveis de estado. 2. Para um sistema de ordem n, escrever n equações diferenciais de primeira ordem, simultâneas em termos das variáveis de estado. 3. Conhecendo os valores das variáveis de estado para a condição inicial t0 e para t>t0 é possível calcular seus valores para outros momentos t1>t0. 4. Equação de saída: combinação algébrica das variáveis de estado com a entrada. 5. Representação do sistema no espaço dos estados: equações de estado + equações de saída. 12

3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Representação no espaço de estados Exemplos: Descrição das variáveis 13

3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Definições: Combinação linear Independência linear Diz-se que um conjunto de variáveis é linearmente independente se nenhuma das variáveis puder ser escrita como uma combinação linear das outras Variável de sistema Qualquer variável que responda a uma entrada ou a condições iniciais em um sistema Variáveis de estado O menor conjunto linearmente independente de variáveis de sistema Exemplo: i(t) e q(t)

3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Definições: Vetor de estado Um vetor cujos elementos são as variáveis de estado Espaço de estados O espaço n-dimensional cujos eixos são as variáveis de estado Equações de estado Um conjunto de n equações diferenciais de primeira ordem, simultâneas, com n variáveis, onde as n variáveis a serem resolvidas são as variáveis de estado Equação de saída A equação algébrica que exprime as variáveis de saída de um sistema como combinações lineares das variáveis de estado e das entradas

3.3 Representação Geral no Espaço dos Estados Exemplo de representação geral: Sistema de segunda ordem, linear, invariante no tempo, com uma entrada v(t) Se houver uma única saída:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 1 Nomear as correntes de todos os ramos do circuito

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 2 Selecionar as variáveis de estado escrevendo a equação da derivada relativa a todos os elementos armazenadores de energia Variáveis de Estado:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Nó 1 Passo 3 Aplicar a teoria de circuitos, como as leis de Kirchhoff das tensões e das correntes, para obter i c e v L em termos das variáveis de estado, v c e i L Equação no nó 1: Equação na malha externa: v t + v L + v C = 0

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 4 Obter as equações de estado: equações de estado Passo 5 Obter a equação de saída:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Representação no espaço dos estados

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados * Observa-se que esse circuito possui uma fonte de corrente dependente de tensão.

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 1 Nomear as correntes de todos os ramos do circuito

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 2 Selecionar as variáveis de estado escrevendo a equação da derivada relativa a todos os elementos armazenadores de energia Variáveis de estado

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 3 Aplicar a teoria de circuitos, como as leis de Kirchhoff das tensões e das correntes, para obter i c e v L em termos das variáveis de estado, v c e i L LKT na malha com L e C: LKC no nó 1: Corrente em R2:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Montando o sistema: v L = v c R 2 i L i(t) 1 (1 4R 2 ) R 2 1 R 1 1 Resolvendo por Cramer: i C = (1 4R 2 ) v c 1 R 1 i L i(t) (1 4R 2 ) R 2 1 R 1 1 (1 4R 2 ) R 2 1 R 1 1 v L i C = v c i L i(t)

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 4 Obter as equações de estado: Equações de estado:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Passo 5 Obter a equação de saída: Equações de saída na forma matricial:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Escrever equações no domínio da transformada de Laplace por inspeção e em seguida aplicar a transformada inversa. Equações de movimento: s 2 M 1 + sd + K X 1 s KX 2 = 0 KX 1 + s 2 M 2 + K X 2 s = F(s)

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Fazer a relação entre movimento e velocidade: Escolher as variáveis de estado: x 1, v 1, x 2 e v 2

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Organizando equações de estado:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Escrevendo na forma matricial:

3.4 Aplicando a Representação no Espaço de Estados Se a saída do sistema for x 2 então a equação da saída será: y = 0 0 1 0 x

3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados 1) Transformar função de transferência em equação diferencial. Multiplicar cruzado Aplicar Transformada Inversa de Laplace considerando condições iniciais nulas:

3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados 2) Selecionar conjunto de variáveis de estado variáveis de fase Variáveis de fase Nas variáveis de fase temos que cada variável de estado subsequente é a derivada da variável de estado anterior.

3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados 3) Derivar variáveis de fase para encontrar ഺc Variáveis de fase Derivadas das variáveis de fase ഺc

3.5 Convertendo uma Função de Transferência para o Espaço de Estados ഺc 4) Organizando o sistema 5) Montando matrizes