ANAIS. ANANIAS FRANCISCO DOS SANTOS ( prof.ananias@gmail.com, ananias@ifes.com.br ) INSTITUTO FAYAL DE ENSINO SUPERIOR



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3. PESQUISA. 3.1.Tipo de Pesquisa

Transcrição:

GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DOS CLUBES DE FUTEBOL VERSUS DESEMPENHO DE RANKING DE CLUBES DA CBF: UMA APLICAÇÃO DA ANÁLISE DAS COMPONENTES PRINCIPAIS ANANIAS FRANCISCO DOS SANTOS ( prof.ananias@gmail.com, ananias@ifes.com.br ) INSTITUTO FAYAL DE ENSINO SUPERIOR Resumo: A pesquisa objetivou verificar, aplicando a ACP, se há relação entre a gestão econômico-financeira dos clubes brasileiros de futebol com os respectivos desempenhos no ranking de clubes da CBF entre 2007/2009. O resultado apontou o Clube Atlético/PR como a melhor gestão financeira não repetindo o mesmo resultado no desempenho no ranking de clubes da CBF. Outro resultado importante foi o Internacional/RS que obteve a primeira posição no ranking de clubes da CBF não repetindo o mesmo resultado na sua gestão econômico-financeira. Conclui-se que não há relação entre a gestão econômico-financeira com o desempenho no ranking de clubes da CBF. Palavras-chave: Gestão Econômico-financeira; Análises Componentes Principais; Desempenho no Ranking de Clubes da CBF. 1 INTRODUÇÃO O futebol, visto como um componente presente e importante na sociedade brasileira e tido como um dos elementos de identidade nacional passou a ser visto como uma fonte geradora de recursos financeiros ainda a ser explorada. Houve, com o passar dos anos na prática do futebol, desde a sua chegada ao Brasil no final do século XIX até os dias atuais, diversas mudanças na sociedade brasileira provocando uma nova forma de ver tal prática, deixando de ser apenas um passatempo da elite da sociedade brasileira sendo tratado como um negócio muito lucrativo. Neste contexto, o futebol passou a ser tratado como um produto ou ativo a ser explorado economicamente, onde a prioridade por resultados financeiros tornase o objetivo principal dos clubes em detrimento de valores e tradições, impulsionado por uma sociedade consumista decorrente da paixão pelo futebol e, principalmente, por parceiros que buscam vantagens econômicas. Surge, então, o fenômeno denominado empresarização que é caracterizado pela crescente influência que as empresas ou que a lógica empresarial exerce sobre as demais organizações, dentre elas os clubes de futebol. Todavia, os gestores das entidades, de modo geral, incluindo os clubes de futebol, enfrentam desafios que surgem rotineiramente decorrentes do mercado globalizado e competitivo em que as organizações atuam. Alguns destes desafios se devem em parte, à grande velocidade com que as informações são geradas e à qualidade dessas numa tomada de decisão. Os administradores têm à sua disposição várias ferramentas que os auxiliam na gestão das empresas, dentre elas, a análise das Demonstrações Contábeis, que por meio de indicadores, fornecem uma visão mais ampla da situação econômica e financeira em que se encontra a empresa num determinado momento, além de proporcionar informações rápidas, eficientes e de qualidade. 1/16

Os clubes de futebol como qualquer entidade, precisam de recursos para cumprir com as suas obrigações financeiras, principalmente com salários dos seus profissionais que fazem parte do seu quadro, entre eles o jogador de futebol. No Brasil, são poucos os clubes que conseguem através de uma gestão profissional e eficiente, ao final de cada período, obter resultados financeiros positivos. Adiciona-se ainda, a cobrança da torcida por conquistas de títulos importantes de competições esportivas nacionais e internacionais do qual participam. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), principal instituição responsável pelo a gestão do futebol brasileiro, criou em 2003, um ranking que representasse a realidade dos clubes brasileiros a respeito do desempenho dos clubes nas competições nacionais, decorrente de sua atividade principal, o futebol. Diante do exposto acima, questiona-se: Há relação entre a gestão econômico-financeira dos clubes brasileiros de futebol com os respectivos desempenhos no ranking de clubes da CBF? Com o intuito de verificar a validade de resposta existente para a questão acima, nesta pesquisa formulou-se a seguinte hipótese: Não há relação entre a gestão econômico-financeira dos clubes brasileiros de futebol com o seu desempenho no ranking do clubes da CBF. Assim, o trabalho teve como objetivo verificar, aplicando a Análise das Componentes Principais, se há relação entre a gestão econômicofinanceira dos clubes brasileiros de futebol com os respectivos desempenhos no ranking de clubes da CBF no período de 2007 a 2009. Quanto aos objetivos esta pesquisa classifica-se como descritiva conforme o objetivo proposto. Quanto aos procedimentos esta pesquisa classifica-se como documental. Quanto à abordagem do problema esta pesquisa classifica-se como quantitativa. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de somar-se à produção de trabalhos científicos em nível nacional e internacional, devido ao reduzido volume de pesquisa dedicada à análise da gestão financeira dos clubes de futebol relacionando-os com os desempenhos no ranking de clubes da CBF. Esta pesquisa possui algumas limitações e não pretende esgotar o assunto, mas sim contribuir para os estudos relacionados aos Clubes de Futebol no Brasil. A aplicação desta pesquisa não se desenvolveu em todos os clubes brasileiros de futebol, tendo em vista que, para a boa análise dos dados, seria interessante trabalhar com todos os clubes que compõem os rankings no período analisado. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MODELO DE GESTÃO DE CLUBES DE FUTEBOL O modelo de gestão é caracterizado pela segmentação das partes que interagem entre si e dá suporte à decisão. No planejamento estratégico são identificados os pontos fortes e fracos, as ameaças e as oportunidades das atividades empresariais, necessárias às decisões que definem os destinos de produtos e serviços e em conseqüência, o êxito ou o fracasso das organizações. Outro aspecto refere-se à sinergia das partes ou das fases que são responsáveis pela geração dos resultados planejados (AIDAR et al., 2002). Pereira (2000) afirma que o modelo de gestão de uma empresa compreende um conjunto de crenças, valores e princípios que determine a forma como a empresa é administrada. Incluem ainda, o processo de planejamento e controle, grau de autonomia dos gestores, critérios de avaliação de desempenho e princípios que determinam a postura gerencial. Sob forte influência dos proprietários e principais executivos da empresa, o modelo de gestão influencia fortemente a forma como os gestores tomam as suas decisões na empresa. Sua importância se revela por influenciarem todos os subsistemas da empresa, condicionando a interação da empresa com demais sistemas que compõem o seu ambiente externo. Portanto, 2/16

a importância do subsistema de gestão nas empresas torna-se fundamental para que o gestor tome decisões rápidas e oportunas. Já o modelo de gestão estratégica se caracteriza por ser um conjunto estabelecido de princípios e funções de uma organização que coordenam seus recursos na direção de seus objetivos estratégicos. A essência da gestão esportiva é maximizar os lucros e manter bom desempenho técnico das equipes e atletas. Os principais fatores que determinam a lucratividade e a lógica do negócio para os clubes de futebol são o desempenho em campo, lucro, receita e despesas com salários. O desempenho técnico ótimo da equipe é o maior objetivo de um clube de futebol, mas para tal objetivo ser alcançado é essencial o trabalho dos gestores profissionais com dedicação exclusiva à administração dos clubes (AIDAR et al., 2002). Sette (1999, p. 31) esclarece que a administração estratégica preocupa-se principalmente com o futuro da organização, procurando definir os rumos que a empresa deve seguir para sobreviver no ambiente futuro com todas as suas variações, limitações e conseqüências. Seguindo uma tendência mundial, os clubes brasileiros tendem a profissionalizar os seus gestores, com isso surgem alguns questionamentos decorrentes deste movimento, tais como: qual é o objetivo do clube maximizar lucros, acumular títulos ou aumentar o número de torcedores? Estes objetivos são compatíveis ou não? Em estudos realizados por Szymanski e Kuypers (1999), sobre os resultados econômico-financeiros e esportivos de clubes europeus, comprovaram relações entre os principais fatores que regem a lucratividade e a lógica do negócio para os clubes de futebol desempenho em campo, lucro, receita e despesas com salários. Em análise estatística é apresentada pelos autores a existência de dois relacionamentos significativos que ilustram funcionamento do negócio, onde o primeiro demonstra - relacionamento diretamente proporcional entre gastos com salários e sucesso no campeonato, já o segundo comprova que existe um relacionamento diretamente proporcional entre sucesso nos campeonatos e as receitas e ressalta que, quanto maiores os gastos de um clube com salários, maior será a probabilidade de o clube alcançar melhores desempenhos em campo. Portanto, os clubes de futebol, com ou sem fins lucrativos, procuram alternativas para obter ao final de cada temporada o aumento da lucratividade, através da exploração da marca e inserção de ações no mercado de valores, entre outros. No entanto, não se deve esquecer que os clubes disputam títulos e, assim sendo, a gestão estratégica do clube de futebol procura gerir de forma eficaz os recursos, para obter a maximização das receitas e o controle de custos simultaneamente à obtenção de títulos. Szymanski e Kuypers (1999, p. 157) afirmam que, apesar da gestão estratégica contemplar objetivos aparentemente conflitantes, como a obtenção de títulos e o controle de custos, esta definição está baseada no relacionamento que é fundamental dentro da estrutura do negócio para os clubes. Seja qual for o modelo de gestão adotado pelo clube de futebol, Leoncini e Silva (2000) destacam que este deve abranger definições, princípios e funções que atendam um modelo de gestão a partir de questões que abordem os objetivos estratégicos do clube e os fatores de sucesso. Tais objetivos podem ser avaliados através da satisfação do torcedor, produção eficiente e eficaz de talentos, viabilidade do clube etc. 2.2 ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O verbo analisar significa observar com minúcia, ou seja, tornar uma coisa simples mediante uma decomposição da mesma, extraindo elementos de um todo, procurando conhecer-lhes as partes. Assim, analisar é conhecer uma coisa pelos elementos que o compõem (SÁ, 2008). 3/16

A análise de Balanços surgiu e desenvolveu-se dentro do sistema bancário que foi e é até hoje o seu principal usuário. Remonta ao final século XIX, quando banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às empresas tomadoras de empréstimos (MATARAZZO, 1998). A análise de demonstrações contábeis, uma das formas de avaliação econômica e financeira de empresas utilizada pelo usuário externo, tem sido aplicada com três enfoques distintos: análise tradicional, modelos integrados de análise e análise estruturada. No enfoque tradicional, a análise de demonstrações contábeis é um trabalho artesanal. A avaliação depende muito da capacidade e experiência do analista. É, muitas vezes, não padronizada e aplica-se, sobretudo, a pequeno número de empresas. Exige uma análise mais aprofundada na preparação das informações e na condução das conclusões (SILVA, 2004). Aplica-se, igualmente, às pesquisas que pretendam determinar padrões de divulgação, adoção de práticas contábeis ou análises setoriais, sendo muito utilizada como suporte a decisões de investimentos ou concessões de financiamentos. Pode, no entanto, ser uma etapa da preparação e padronização de informações para aplicação de modelos estatísticos. É iniciada com a leitura detalhada e minuciosa das demonstrações contábeis, a reclassificação de contas buscando a padronização das práticas contábeis e o cálculo de indicadores e percentuais (SANTOS; NOVA, 2005). Os modelos integrados de análise de demonstrações contábeis surgem para organizar e condensar a informação, permitindo afastar a subjetividade do analista. O que está na base da compreensão desses modelos é o entendimento do desempenho como fator multidimensional e que somente será possível sua compreensão mediante análise conjunta de indicadores. Santos e Nova (2005) investiram em seu estudo e desenvolveram objetivos para identificar quais os fatores determinantes do desempenho econômico, qual a ponderação entre os fatores e como obter uma medida sintética e única, considerando os fatores importantes e sua ponderação. Essas etapas são cumpridas, muitas vezes, com a utilização de métodos quantitativos. A primeira etapa é uma análise detalhada das informações pela leitura das demonstrações contábeis, de forma a compreendê-las em sua integridade. Na segunda etapa são calculados os índices, percentuais e quocientes tradicionais. Pode-se, então, proceder à utilização de modelos estatísticos. O tratamento estatístico das informações permite identificar características individuais de cada empresa analisada e confrontá-las com o conjunto de empresas considerado. A análise das demonstrações contábeis é fundamental para que uma determinada empresa possa ser avaliada em relação à sua gestão, principalmente pelos usuários externos da informação, dentre eles citam-se: os sócios, o governo, a sociedade, etc. É necessário estar atento a esta análise, que deve ser tratada com cuidado, pois não existe um roteiro padronizado, divide-se em análises financeiras e análises econômicas. Matarazzo (2007) sugere que na análise das demonstrações contábeis inicialmente, analisa-se a situação financeira separadamente da situação econômica; no momento seguinte, juntam-se as conclusões dessas duas análises. As demonstrações contábeis divulgadas pelas empresas têm sido objeto de diversos estudos. Tem-se tentado com as informações contábeis derivar modelos de orientação para investidores e credores. Para alguns, mais do que uma técnica a análise de balanços, ou ainda, a análise de demonstrações contábeis, é uma arte (SANTOS; NOVA, 2005). As empresas dispõem de uma ferramenta que auxilia na avaliação da sua gestão que é a análise das demonstrações contábeis. Esta análise consiste num exame minucioso dos dados financeiros e econômicos disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a empresa. Nas análises utilizamos as informações obtidas em suas demonstrações contábeis e todo conhecimento que temos sobre a empresa e o segmento em que a mesma atua, com o intuito de compreendermos e avaliarmos aspectos 4/16

como capacidade de pagamento da empresa mediante a geração de caixa; capacidade de remunerar os investidores, gerando lucro em níveis compatíveis com suas expectativas; nível de endividamento, motivo e qualidade do endividamento; políticas operacionais e seus impactos na necessidade de capital de giro da empresa e impacto nas decisões estratégicas relacionadas a investimentos e financiamentos, por exemplo (SILVA, 2004). É importante destacar que nestas análises a avaliação não pode ser limitada apenas aos indicadores de natureza financeira ou econômica, pois há uma série de fatores que, mesmo não podendo ser chamados de financeiros ou econômicos, causam impactos na saúde financeira da empresa. Em ambas as análises de empresas, envolvem-se basicamente as seguintes atividades: coletar, conferir, preparar, processar, analisar e concluir. 2.3 INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS Devido à competitividade decorrente do mercado globalizado e também pela manutenção das empresas, vários estudos têm sido realizados em diversos campos do conhecimento, principalmente o contábil, com o objetivo de encontrar mecanismos que sirvam para avaliar o desempenho dos gestores das empresas. Catelli (1999) afirma que avaliar uma empresa, significa atribuir-lhes valores, tanto no sentido quantitativo ou qualitativo, considerando o mérito, a importância e a mensuração. Na avaliação de desempenho de empresas há necessidade de um referencial ou um parâmetro para compará-las entre si, contra o qual os desempenhos serão confrontados. Este parâmetro poderá ser expresso tanto em termos físicos quanto financeiros, ou ambos (PELEIAS, 2002). Segundo Beuren et al. (1998) as avaliações estratégicas de desempenho constituem o conjunto integrado de avaliações e processos de gestão, que ligam a estratégia à execução. A autora afirma ainda que a definição de indicadores de desempenho é analisada sob dois aspectos: O primeiro aspecto é caracterizado como modelo conceitual de indicadores de desempenho aplicável ao negócio conectando as ações operacionais da empresa aos seus resultados econômicos, de modo que as medições façam sentido para todos os membros da organização; O segundo aspecto é identificado pelas características específicas, que deverão estar presentes nos indicadores que irão compor os sistemas de avaliação estratégica de desempenho. Solomon (1961, apud SABADIN, 2006) destaca que a localização do ponto de força principal para qualquer empresa será variável de acordo com o grau de incerteza da empresa no contexto de suas operações e com as reações dos mercados de capitais ante esta incerteza. Isso, por sua vez, compõe-se de expectativas sobre o futuro mercado e o preço dos produtos de uma empresa, da proporção de seus custos fixos com relação aos variáveis, da capacidade de gerar liquidez, da possibilidade eficiente de comercializar seus recursos no mercado e da opinião dos investidores e credores com relação à administração da empresa. Os indicadores são indispensáveis para a satisfação dos usuários externos de qualquer empresa sendo descritos em termos de elementos, fatores e medidas. Os indicadores de desempenho ou performance são sinais vitais da organização que qualificam ou quantificam o modo como as atividades de um processo atingem sua meta (HRONEC, 2001). Axson (1999, apud SABADIN, 206) faz a seguinte analogia: Quando dirigimos um carro, o painel de controle nos fornece muitas informações, em tempo real, que nos auxiliam na tomada de decisão imediata, que muitas vezes temos que fazer sem, no entanto, nos fornecer informações desnecessárias. Alguns indicadores como os níveis de combustível e óleo, velocidade, temperatura do motor e talvez a rotação são suficientes para um monitoramento contínuo. Ao mesmo tempo, sensores podem estar monitorando outros 5/16

indicadores, também importantes para o bom funcionamento do automóvel, mas que irão alertar somente se ocorrer algum problema, como por exemplo, uma luz vermelha que alerta quando o motor estará superaquecido, e ainda bem que lhe proporciona tempo suficiente para fazer ajustes que corrigirão o problema. Em resumo, o painel de controle lhe fornece a informação que você precisa no momento certo, sem lhe inundar com todas as informações. Portanto, percebe-se a importância dos indicadores no planejamento em virtude de possibilitar o conhecimento prévio de situações, além de permitir o estabelecimento de metas quantificáveis e sua dispersão na empresa. Os indicadores são essenciais ao controle, pode-se realizar uma análise mais detalhada do desempenho da empresa, facilitando ainda, uma visão ampla da situação facilitando com isso a tomada de decisão e o planejamento estratégico, operacional e tático da empresa. 2.4 ANÁLISES DAS COMPONENTES PRINCIPAIS Em 1901, Pearson foi o pioneiro no desenvolvimento da Análise das Componentes Principais (ACP). Ele descreveu que o grupo de componentes ou Combinações Lineares (CL) era gerado de um conjunto de variáveis originais, possuindo variâncias mínimas não explicadas. As combinações lineares geram um plano, no qual o ajuste da nuvem de pontos será em conseqüência o melhor, em função de ser mínima a soma das distâncias de cada ponto ao plano. Já em 1933 esta teoria foi reformulada por Hotteling, o qual considerou n variáveis obtidas de uma população de estudantes representados por notas obtidas. Neste teste, foi avaliado a habilidade dos alunos ao responderem os problemas, dentre outras variáveis. Neste sentido, foi possível identificar quais variáveis exerciam uma maior influência sobre as outras, sendo este o principal objetivo de Hotteling, o qual determinou de Análise das Componentes Principais (LOPES, 2001). Segundo Landim (2000) a análise das componentes principais nada mais é que o cálculo dos autovalores e correspondentes autovetores de uma matriz de variâncias covariâncias ou de uma matriz de coeficientes de correlação entre variáveis. Quando as variáveis, devido a escalas diferentes de mensurações empregadas, não podem ser diretamente comparadas, torna-se necessários preliminarmente a padronização, de modo que as variáveis transformadas passem a ter média zero e variâncias unitária, o que é conseguido pela transformação z. Nesses casos, com variáveis padronizadas, a matriz de variâncias covarianças e a de coeficiente de correlação tornam-se idênticas. A principal finalidade da aplicação da análise de componentes é verificar se todas as variáveis contribuem para explicar o sistema. O seu objetivo principal é obter um pequeno número de combinações lineares (componentes principais) de um conjunto de variáveis, que retenham o máximo possível da informação contida nas variáveis originais. Freqüentemente, um pequeno número de componentes pode ser usado, em lugar das variáveis originais, nas análises de regressões, análises de agrupamentos, etc. Na opinião de Loesch e Hoeltgebum (2005) a Análise das Componentes Principais é a técnica de representação de objetos (casos e variáveis numéricas) da tabela de dados projetados em um subespaço de menor dimensionalidade, para fins de simplificação. Este subespaço é determinado por vetores denominados direções principais. O subespaço é determinado de forma a fornecer a máxima inércia explicada pela nuvem de pontos nele projetada. Segundo Mingoti (2005) o método de análise de componente principal trata-se de tabelas que cruzam indivíduos e variáveis numéricas. Este método é utilizado quando se trata do processamento de várias variáveis reais. A análise fatorial de correspondência trata-se de tabelas de freqüência e estuda a correspondência de duas variáveis categóricas e, análise 6/16

fatorial de correspondências múltiplas trata-se de tabelas de variáveis qualitativas codificadas, é utilizada quando se trata do processamento de várias variáveis categóricas. É a mais antiga metodologia de análise de dados multivariada, sendo originalmente descrita por Pearson, em 1901. Esta análise tem como objetivo identificar primeiro a função que melhor discrimina os objetos e em seguida, derivar a função ortogonal ou perpendicular desta primeira função. Ou seja, primeiro identifica-se a dimensão que melhor distingue os objetos, em seguida, à função ortogonal a ela; não estando ainda os objetos perfeitamente discriminados, um novo componente discriminador será buscado, e assim por diante (JOHNSON, 1992). 3 METODOLOGIA Quanto aos objetivos esta pesquisa classifica-se como descritiva conforme o objetivo proposto, ou seja, verificar se há relação entre a gestão financeira e econômica dos clubes brasileiros de futebol com suas performances no ranking de clubes de futebol da CBF no período de 2007 a 2009. Gil (2002) afirma que este tipo de pesquisa tem como principal objetivo descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Quanto aos procedimentos esta pesquisa é classificada como documental. Silva e Grigolo (2002, apud Beuren; Raupp, 2004, p. 85) afirmam que este tipo de pesquisa vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma análise aprofundada. Este tipo de pesquisa tem como objetivo selecionar, tratar e interpretar a informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe algum valor, podendo, desse modo, contribuir com a sociedade científica a fim de que outros possam voltar a desempenhar no futuro o mesmo papel. Quanto à abordagem do problema esta pesquisa classifica-se como quantitativa. Para Oliveira (2001), a abordagem quantitativa, conforme o próprio termo indica, significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como o eficiente de correlação, análise de regressão etc. Para Silveira (2004, p. 111), População é entendida como um conjunto de elementos que possui as características desejáveis para o estudo. A população pesquisada é composta pelos vinte primeiros clubes classificados no ranking de clubes da CBF em 2010. A Tabela 1 traz a relação dos vinte clubes com as suas colocações e as respectivas pontuações. Tabela 1 Vinte primeiros clubes do ranking da CBF em 2010 Posição Clube Pontuação Geral 1 Grêmio de Futebol Porto Alegrense 2.159 2 Sport Club Corinhthians Paulista 2.137 3 Clube de Regatas Flamengo 2.086 4 Clube de Regatas Vasco da Gama 2.086 5 São Paulo Futebol Clube 2.049 6 Clube Atlético Mineiro 2.032 7 Sociedade Esportiva Palmeiras 2.012 8 Sport Club Internacional 1.996 9 Cruzeiro Esporte Clube 1.950 10 Santos Futebol Clube 1.829 11 Fluminense Football Club 1.723 12 Clube de Futebol e Regata Botafogo 1.672 13 Goiás Esporte Clube 1.523 7/16

14 Coritiba Football Club 1.516 15 Guarani Esporte Clube 1.515 16 Sport Club do Recife 1.501 17 Portuguesa de Desportos 1.405 18 Clube Atlético Paranaense 1.379 19 Bahia Esporte Clube 1.358 20 Esporte Clube Vitória 1.355 Fonte: CBF, 2011 Identificada à população deste estudo, tem-se a escolha da amostra, tratando-se de um subconjunto de uma população que possa representá-la, certamente que, a amostra é relativa e depende das circunstâncias do estudo. A amostra é uma parte escolhida, segundo critérios de representatividade, na população (SILVEIRA, 2004). O Quadro 1 relaciona os clubes de futebol que compõem a amostra da pesquisa. Clube Grêmio de Futebol Porto Alegrense Sport Club Corinhthians Paulista Clube de Regatas Flamengo Clube de Regatas Vasco da Gama São Paulo Futebol Clube Clube Atlético Mineiro Sociedade Esportiva Palmeiras Sport Club Internacional Cruzeiro Esporte Clube Santos Futebol Clube Fluminense Football Club Goiás Esporte Clube Coritiba Football Club Clube Atlético Paranaense Quadro 1 Amostra da Pesquisa Fonte: Dados da pesquisa Forma de obtenção das demonstrações contábeis Diário Oficial do Estado de São Paulo Enviado por meio de mensagem eletrônica O critério adotado para a escolha dos clubes participantes da amostra foi a disponibilidade das demonstrações contábeis utilizadas na extração dos dados econômicos e financeiros. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Para a análise dos dados desta pesquisa, foram separados os indicadores mais comuns encontrados na literatura e que são aplicáveis aos clubes de futebol, num total de 16 (dezesseis) indicadores, sendo 4 (quatro) indicadores de liquidez, 9 (nove) indicadores de estrutura de capital e 3 (três) indicadores de rentabilidade, todos extraídos das demonstrações contábeis dos 14 clubes que participam da amostra. Com o objetivo de verificar o grau de importância destes indicadores financeiros e econômicos por meio da técnica estatística Análise das Componentes Principais, foi utilizado o Software LHStat 2.1. A técnica estatística de Análise das Componentes Principais (ACP), tem como objetivo principal reduzir o número de variáveis (indicadores), ou seja, excluir as variáveis que têm menor contribuição na explicação dos casos. Foram utilizadas as variáveis (indicadores) dos três anos pesquisados, ou seja, 2007/2008/2009 dos 14 clubes da amostra. 4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS INDICADORES ECONOMICO - FINANCEIROS 8/16

Utilizou-se nesta pesquisa para a análise do desempenho econômico-financeiro os indicadores contábeis de liquidez, de estrutura de Capital e de Rentabilidade. O Quadro 2 apresenta os indicadores de liquidez utilizados na pesquisa. Variáveis (indicadores) Liquidez Corrente Liquidez Geral Liquidez Imediata Margem de Garantia Quadro 2 Indicadores de Liquidez Fonte: Dados da Pesquisa Descrição É o quociente utilizado para medir a capacidade em saldar seus compromissos no curto prazo, sendo AC equivalente a Ativo Circulante. Este indicador é obtido pela divisão do AC pelo PC. Indica a situação financeira, medindo a sua capacidade de cumprir seus compromissos perante terceiros no longo prazo. RT corresponde ao Realizável Total. Indica a capacidade de pagamento de dívidas no curto prazo, considerando a hipótese de que todo o Passivo Circulante da empresa vença no primeiro dia útil seguinte à data do encerramento do Balanço. A margem de garantia mede a capacidade de liquidação da empresa em função das obrigações existentes junto a terceiros. Verifica-se a possibilidade de por meio das vendas de todos os ativos, cumprirem todas as obrigações com terceiros. As principais características dos indicadores são quanto maior o índice, melhor para a empresa. A seguir, tem-se o Quadro 3 com a relação dos indicadores (variáveis) de Estrutura de Capital. São nove os indicadores de Estrutural de Capital utilizados na pesquisa. Variável (Indicadores) Composição do Endividamento Endividamento Total Endividamento a Curto Prazo Nível de Endividamento Imobilização do Patrimônio Líquido Imobilização de Recursos Não Corrente. Independência Financeira Solvência Geral Garantia de Capitais de Terceiros Descrição Mede a composição do perfil do endividamento Passivo Circulante (PC) e Exigível à Longo Prazo (ELP). Representa o quanto de capital de terceiros Exigível Total (ET) existe para cada real aplicado no Ativo Total (AT). Indica a proporção de dívidas de curto prazo em relação ao capital próprio investido. Indica a proporção entre os recursos de terceiros e os recursos próprios. Esse índice é conhecido também como nível de alavancagem. Mostra o montante de capitais próprios Patrimônio Líquido (PL) Aplicado no Ativo Permanente (AP). Indica o nível de imobilização dos recursos de longo prazo, tanto próprios quanto de terceiros. Dispõe a proporção do PL sobre AT, demonstrando o montante de recursos próprios que a empresa aplicou em seu ativo. Mede a capacidade total de cumprir obrigações assumidas perante terceiros, tanto no curto quanto no longo prazo. Demonstra a proporção dos capitais próprios representados pelo PL em relação aos capitais de terceiros. Quadro 3 Indicadores de Estrutura de Capital Fonte: Dados da Pesquisa Estes indicadores destacam-se em virtude de vários estudos mostrarem a eficiência dos mesmos na análise do desempenho de quaisquer entidades sejam elas lucrativas ou não. A seguir, tem-se o Quadro 4 que evidencia os indicadores de rentabilidade utilizados na pesquisa. Variável (Indicadores) Giro do Ativo Total Descrição É um indicador que estabelece a relação entre as receitas operacionais com o ativo total ou investimento realizado pela empresa, demonstrando quantas vezes o ativo total da empresa transformou-se em dinheiro em determinado período através das 9/16

Rentabilidade do Ativo Total Rentabilidade do Patrimônio Líquido ANAIS vendas Realizadas. Indica o retorno sobre o ativo total independente de sua procedência, seja dos proprietários (Capital Próprio), das operações da empresa ou de terceiros (Capital de Terceiros). Indica quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação a seus investimentos no empreendimento. Quadro 4 Indicadores de Rentabilidade Fonte: Dados da Pesquisa Ressalta-se a importância na análise econômica e financeira utilizando um número considerável de variáveis, caso desta pesquisa, possibilita uma boa avaliação da gestão econômico-financeira de unidades organizacionais, inclusive os clubes de futebol. Cada uma dessas variáveis pode ser vista como um vetor de desempenho que representa diferente aspecto destas entidades. 4.2 DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE DAS COMPONENTES PRINCIPAIS Neste tópico, foi desenvolvida a técnica estatística da Análise das Componentes Principais (ACP), a qual permitiu verificar o grau de importância de cada indicador, ou seja, esta técnica demonstrou qual o número de variáveis (quocientes) que contribuem para explicar a situação econômica financeira dos clubes de futebol participantes da pesquisa. O objetivo desta análise é verificar se realmente se faz necessário utilizar os 16 indicadores índices para interpretar a situação financeira e econômica dos clubes, ou seja, esta técnica seleciona as variáveis que têm maior contribuição na explicação da variabilidade total. Os resultados desta análise, para uma melhor interpretação, foram analisados através dos resultados da aplicação da técnica ACP, que permitiu visualizar a posição das variáveis diante dos casos estudados, cujos resultados demonstram a qualidade das informações dos quocientes aplicados nas demonstrações contábeis dos clubes. Nesta etapa da pesquisa, por meio da análise das componentes principais, analisaram-se as variáveis, considerando quais destas contribuem na explicação da variabilidade total. Segundo um dos critérios propostos por Márdia, Kent e Bibby, (1979, apud MAROZINI; OLINQUEVITCH; HEIN, 2006), desprezam-se, nesta análise, as variáveis iguais ao número de autovalores menores ou iguais a 0,70. Desta forma, diversas variáveis foram descartadas por não satisfazerem as condições determinadas para este estudo. A seguir, a Tabela 2 evidencia o resultado da aplicação da ACP nas variáveis (indicadores) utilizados na pesquisa. Tabelas 2 Coordenadas das Variáveis Variável Média Desvio Padrão Coeficiente Variação Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Endividamento Total 0,985152 0,497211 50,5% 0,689-0,380 0,075 Margem Líquida 0,576061 0,212417 36,9% 0,794-0,360 0,065 Nível de Endividamento 1,0297 0,465315 45,2% 0,609-0,394 0,122 Endividamento Curto Prazo 3,02939 7,42938 245,2% 0,397 0,868 0,250 Imobilização Patrimônio Liquido 6,72182 15,1931 226,0% 0,465 0,838 0,239 Imobilização Recursos Não Corrente 6,53545 15,1359 231,6% 0,446 0,853 0,237 Composição Endividamento 3,03242 1,26724 41,8% 0,367-0,141-0,222 Giro do Ativo Total 7,30606 15,0925 206,6% 0,466 0,842 0,210 Garantia de Capital Terceiros 0,385758 0,435875 113,0% -0,780-0,075 0,552 Independência Financeira 0,319091 0,270861 84,9% -0,371-0,380 0,797 Retorno s/patrimônio Líquido 2,36576 2,90395 122,7% 0,424 0,700-0,236 Liquidez Corrente 0,430303 0,277035 64,4% -0,529 0,310-0,579 Liquidez Geral 1,15727 0,489225 42,3% -0,909 0,335 0,008 Liquidez Imediata 0,0701515 0,0839365 119,7% -0,473 0,333-0,198 10/16

Margem de Garantia 1,16 0,488256 42,1% -0,906 0,336 0,006 Solvência Geral 2,15364 1,24564 57,8% -0,871 0,267 0,083 Fonte: dados da pesquisa Seguindo o critério proposto, percebe-se na Tabela 2 que apenas os indicadores MG, ECT, IPL IRNC, GAT, LG e SG obtiveram autovalores maiores que 0,70. No eixo 1, tem-se os seguintes indicadores com autovalor maior que 0,70: Margem Líquida 0,794; Garantia de Capital de Terceiros -0,780; Liquidez Geral -9,909; Margem de Garantia -0,906; e Solvência Geral -0,871. Diante dos valores apurados, observa-se que tais valores estão próximos, e por esta razão, permaneceu na pesquisa o quociente LG, por considerá-lo mais representativo (autovalor maior). Esta mesma metodologia foi adotada no Eixo 2 permanecendo o quociente do ECP (Endividamento a Curto Prazo). Para o Eixo 3, permaneceu apenas o IF (Independência Financeira), por satisfazer os critérios estabelecidos neste estudo. A seguir, a Tabela 3 evidencia os indicadores selecionados, segundo o critério estabelecido, pela ACP como os principais. Tabela 3 - Coordenadas das Variáveis consideradas relevantes Variável Média Desvio Coef.Variação Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 padrão LG 1,15727 0,489225 42,3% -0,909 0,335 0,008 ECP 3,02939 7,42938 245,2% 0,397 0,868 0,250 IF 0,319091 0,270861 84,9% -0,371-0,380 0,797 Fonte: dados da pesquisa. Após descartar algumas variáveis, restaram apenas 3 (três) quocientes, conforme a Tabela 3. Diante dos valores apurados, por meio da aplicação da ACP, foram considerados como mais representativos (autovalores maiores) e mais próximos e por esta razão permanecendo na pesquisa o quociente LG (Liquidez Geral), ECP (Endividamento à Curto Prazo) e IF (Independência Financeira). 4.2 DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO DOS CLUBES Por meio dos indicadores obtidos após a aplicação da técnica ACP que considerou entre as dezesseis variáveis (indicadores) analisadas, como os mais representativos, como sendo: LG (Liquidez Geral), ECP (Endividamento à Curto Prazo) e IF (Independência Financeira). Para a criação do ranking do desempenho econômico-financeiro adotou-se como critério a seguinte pontuação: o Clube que tiver o melhor índice dentre os participantes será classificado em 1º lugar com uma pontuação máxima de 14 pontos; o segundo colocado receberá 13 pontos e assim sucessivamente até o último colocado que receberá apenas um ponto. Nesta pesquisa parte-se da definição mais simples para um indicador financeiro ou econômico, a saber, a soma simples dos escores atribuídos aos três elementos de análise: LG, ECP e IF. Pela definição adotada nesta pesquisa, os valores dos indicadores podem variar entre o mínimo (1 ponto) e o máximo (14 pontos) de cada índice dos clubes participantes da amostra. Na seqüência, têm-se a Tabela 4 com os indicadores financeiros e econômicos dos clubes, calculados segundo dados extraídos das demonstrações contábeis dos respectivos clubes. Tabela 4 Indicadores Econômicos e Financeiros dos Clubes Liquidez Geral Endividamento Curto Prazo Independência Financeira 11/16

Clubes 2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Atlético/MG 1,05 0,83 0,94 3.,31 0,25 1,78 0,04 0,06 0,05 Atlético/PR 7,64 4,39 5,29 0,11 0,17 0,12 0,86 0,77 0,81 Corinthians/SP 1,24 1,21 1,19 2,72 2,03 2,63 0,19 0,17 0,16 Coritiba/PR 1,06 1,12 1,01 1,83 1,96 0,86 0,05 0,11 0,03 Cruzeiro/MG 1,34 1,32 0,88 0,41 0,93 5,75 0,34 0,24 0,08 Flamengo/RJ 0,85 0,85 0,85 0,56 0,76 0,66 0,79 0,68 0,73 Fluminense/RJ 0,93 0,93 0,84 0,21 0,51 0,57 0,85 0,84 0,84 Goiás/GO 0,94 0,44 0,44 23,5 23,5 30,1 0,02 0,04 0,05 Grêmio/RS 1,14 1,07 1,01 2,72 4,26 44,2 0,12 0,06 0,09 Internacional/RS 1,12 1,08 1,09 2,18 4,29 3,23 0,11 0,06 0,08 Palmeiras/SP 1,26 1,34 1,19 0,78 0,39 1,13 0,35 0,28 0,41 São Paulo-SP 2,49 2,51 2,58 0,31 0,37 0,37 0,59 0,61 0,61 Santos-SP 1,31 1,11 0,46 1,41 4,45 0,68 0,23 0,09 0,33 Vasco da Gama-RJ 1,13 0,33 0,73 3,73 0,35 2,04 0,11 0,19 0,15 Fonte: dados da pesquisa As principais características destes indicadores são: Liquidez Geral (LG) indica a situação financeira, medindo a sua capacidade de cumprir seus compromissos perante terceiros no longo prazo, quanto maior, melhor; Endividamento à Curto Prazo (ECP) indica a proporção de dívidas de curto prazo em relação ao capital próprio investido, quanto menor, melhor; Independência Financeira (IF) dispõe a proporção do Patrimônio Líquido sobre o Ativo Total, demonstrando o montante de recursos próprios que a empresa aplicou em seu ativo, quanto maior, melhor. Na Tabela 5 a seguir, têm-se os clubes com as respectivas pontuações obtidas, conforme os valores dos indicadores econômico-financeiros evidenciados na Tabela 2. Tabela 5 Pontuação dos clubes Liquidez Geral Endividamento Curto Independência Total Prazo Financeira Clubes 2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Pontos Atlético/PR 14 14 14 14 14 14 14 13 13 124 São Paulo-SP 13 13 13 12 11 13 11 11 11 108 Palmeiras/SP 10 12 12 09 10 08 10 10 10 091 Fluminense/RJ 02 05 04 13 09 12 13 14 14 086 Flamengo/RJ 01 04 05 10 08 11 12 12 12 075 Cruzeiro/MG 12 11 06 11 07 03 09 09 04 072 Corinthians/SP 09 10 12 05 05 05 07 07 08 068 Santos-SP 11 08 02 08 02 10 08 01 09 059 Coritiba/PR 05 09 09 07 06 09 01 06 06 057 Vasco da Gama-RJ 07 01 03 02 12 06 05 08 07 051 Internacional/RS 06 07 10 06 03 04 05 04 04 049 Atlético/MG 04 03 07 03 13 07 02 04 05 046 Grêmio/RS 08 06 09 05 04 01 06 04 03 046 Goiás/GO 03 02 01 01 01 02 03 05 05 023 Fonte: dados da pesquisa Para consolidar as posições conquistadas pelos clubes nesta análise financeira e econômica foi criado um ranking dos clubes segundo o seu desempenho no período analisado. Adotando o critério de pontuação e abordando os três indicadores considerados pela ACP como variáveis que explica a situação econômico-financeira dos clubes, o resultado mostra que o Clube Atlético Paranaense obteve a 1ª posição com 124 pontos. O São Paulo Futebol Clube obteve a segunda posição com um total de 108 pontos. Nas três últimas posições estão o Clube Atlético Mineiro, o Grêmio de Futebol Porto Alegrense e o Goiás Esporte Clube. 4.3 DESEMPENHO NO RANKING DE CLUBES DA CBF 12/16

Na análise do desempenho decorrentes da atividade principal dos clubes de futebol, escolheu-se o ranking de clubes da CBF, por ser a principal Instituição que organiza o futebol brasileiro. O ranking de clubes atual da CBF foi criado em 2003, depois de várias tentativas de criação de um ranking que representasse a realidade dos clubes brasileiros. Para a criação do ranking atual, a CBF partiu dos seguintes pressupostos: Considerar apenas as competições nacionais organizadas pela própria CBF; Dar pontos para todos os clubes que participam das competições de cada ano; e Dar mais pontos para as equipes melhor colocadas nas competições mais importantes. Na análise do desempenho no ranking dos clubes brasileiros organizado pela Confederação Brasileira de Futebol, utilizaram-se os vinte primeiros clubes classificados nos rankings do período de 2006 a 2009. Na criação do Ranking de Desempenho dos clubes pesquisados, adotou-se como procedimento para avaliar o desempenho no ano de 2007, a comparação dos resultados obtidos pelos vinte clubes neste mesmo período com o anterior, ou seja, o ano de 2006. A Tabela 6 a seguir, traz o desempenho dos clubes no ranking de clubes da CBF. Tabela 6 Desempenho dos clubes no ranking da CBF no período 2007 a 2009 Clubes 2007 2008 2009 Total Posição Internacional 50 60 79 189 1º Corinthians 47 60 79 186 2º Fluminense 87 47 50 184 3º Flamengo/RJ 58 56 65 179 4º São Paulo 60 60 58 178 5º Cruzeiro 59 58 57 174 6º Palmeiras 56 60 56 172 7º Atlético/MG 58 54 57 169 8º Grêmio 55 61 53 169 8º Goiás 47 62 49 158 9º Santos 59 46 51 156 10º Vasco da Gama 53 53 50 156 10º Atlético/PR 54 49 48 151 11º Coritiba 43 54 54 151 11º Fonte: Dados da Pesquisa Para facilitar o entendimento do critério adotado para criar o ranking, tem-se como exemplo o Sport Club Internacional. O Clube obteve em 2006 um total de 1753 pontos no ranking de clubes da CBF. No ano seguinte, em 2007, obteve 1.803 pontos. Na análise do desempenho em 2007, o Clube obteve 50 pontos (1.803 1.753). Em 2008, o clube obteve um total de 60 pontos (1863 1860). Em 2009, obteve 79 pontos (1942 1863). Adicionando o valores dos pontos obtidos nos três períodos analisados, o Sport Club Internacional obteve um total de 189 pontos, classificando-se em 1º Lugar, ou seja, o clube que teve o melhor desempenho entre os participantes da amostra da pesquisa. Os mesmos procedimentos foram adotados nos períodos seguintes para todos os clubes participantes da pesquisa. 4.4 DESEMPENHO ECONÕMICO-FINANCEIRO VERSUS RANKING DE CLUBES CBF Na seqüência tem-se a Tabela 7 que compara os desempenhos financeiros e econômicos dos clubes de futebol e suas respectivas performances no ranking de clubes da CBF. Tabela 7 Desempenho econômico-financeiro versus Ranking de Clubes da CBF DESEMPENHO FINANCEIRO ECONÔMICO DESEMPENHO RANKING CLUBES CBF Clubes Total Pontos Classificação Clubes Total Pontos Classificação 13/16

Atlético/PR 124 1º Lugar Internacional 189 1º Lugar São Paulo-SP 108 2º Lugar Corinthians 186 2º Lugar Palmeiras/SP 091 3º Lugar Fluminense 184 3º Lugar Fluminense/RJ 086 4º Lugar Flamengo/RJ 179 4º Lugar Flamengo/RJ 075 5º Lugar São Paulo 178 5º Lugar Cruzeiro/MG 072 6º Lugar Cruzeiro 174 6º Lugar Corinthians/SP 068 7º Lugar Palmeiras 172 7º Lugar Santos-SP 059 8º Lugar Atlético/MG 169 8º Lugar Coritiba/PR 057 9º Lugar Grêmio 169 9º Lugar Vasco da Gama-RJ 051 10º Lugar Goiás 158 10º Lugar Internacional/RS 049 11º Lugar Santos 156 11º Lugar Atlético/MG 046 12º Lugar Vasco da Gama 156 12º Lugar Grêmio/RS 046 13º Lugar Atlético/PR 151 13º Lugar Goiás/GO 023 14º Lugar Coritiba 151 14º Lugar Fonte: Dados dos Autores Percebe-se no resultado que apenas o Cruzeiro Esporte Clube manteve a mesma posição quando comparados ambos os desempenhos. O Atlético Paranaense que obteve um bom desempenho econômico-financeiro não repetiu o resultado do desempenho no ranking de clubes. O mesmo aconteceu com Sport Club Internacional que teve um bom desempenho no ranking de clubes e não repetiu o feito na análise econômico-financeira. Outros destaques são os clubes cariocas. O Fluminense e o Flamengo se classificaram ambos em 4º e 5º lugar respectivamente no desempenho econômico-financeiro. No desempenho no ranking da CBF o Fluminense obteve a 3ª colocação seguido pelo o Flamengo em 4ª posição. O Goiás foi o clube com o pior desempenho econômico-financeiro com a 14ª posição. No desempenho de clubes da CBF obteve o 10º Lugar. Já o Coritiba Football Club obteve a última colocação no desempenho de clubes do ranking da CBF. No desempenho econômico-financeiro obteve a 9ª posição. 5 CONCLUSÃO Esta pesquisa teve como objetivo verificar, aplicando a Análise das Componentes Principais, se há relação entre a gestão econômico-financeira dos clubes brasileiros de futebol com os respectivos desempenhos no ranking de clubes da CBF no período de 2007 a 2009. O resultado da pesquisa identificou as seguintes situações quando comparados ambos os desempenhos: O Atlético Paranaense que obteve uma boa gestão econômico-financeira não repetiu o resultado do desempenho no ranking de clubes da CBF. O mesmo aconteceu com Sport Club Internacional que teve um bom desempenho no ranking de clubes e não repetiu o feito na análise econômico-financeira. Outros destaques são os clubes cariocas. O Goiás foi o clube com o pior desempenho econômico-financeiro com a 14ª posição. No desempenho de clubes da CBF obteve o 10º Lugar. Já o Coritiba Football Club obteve a última colocação no desempenho de clubes do ranking da CBF. No desempenho econômico-financeiro obteve a 9ª posição. Percebe-se, portanto, que o problema de pesquisa foi respondido no decorrer do desenvolvimento do trabalho, pois se verificou que, após aplicação da técnica da Análise das Componentes Principais, utilizando-se como variáveis os indicadores contábeis comparando os desempenhos no ranking de clubes da CBF, constatou-se que não há relação entre ambos nos desempenhos analisados. O resultado da pesquisa também validou a hipótese formulada com o objetivo de responder a questão problema desta pesquisa. A hipótese formulada foi é possível afirmar que não há relação entre o desempenho econômico-financeiro dos clubes brasileiros de futebol com o desempenho no ranking de clubes da CBF? Portanto, conclui-se que não há relação entre a gestão econômico-financeira dos clubes com os seus respectivos desempenho no ranking e clubes da CBF. 14/16

Portanto, conclui-se pelo resultado obtido pela pesquisa que não há nenhuma relação entre a gestão econômico-financeira dos clubes de futebol com o desempenho no ranking de clubes da CBF. REFERÊNCIAS AIDAR, Antônio Carlos K.; LEONCINI. As leis econômicas e o futebol: a estrutura do novo negócio. In: AIDAR, Antônio Carlos K.; OLIVEIRA, João José de; LEONCINI, Marvio Pereira.(org) A nova gestão do futebol. 2 ed. Rio de Janeiro. FGV, 2002. AITCHISON, J. The statistical analysis of compositional data. Chapman & Hall, 1986. BEUREN, Ilse Maria. RAUPP, Fabiano Maury; Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In: BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 76-97. CATELLI, A. Controladoria: Uma abordagem da gestão econômica. São Paulo: Atlas, 1999. GIL, A. L. Qualidade total nas organizações: indicadores de qualidade, gestão econômica da qualidade, sistemas especialistas de qualidade. São Paulo: Atlas, 2002. HRONEC, S. M. Sinais Vitais. São Paulo: Makron Books, 2001. JOHNSON, D. F. Applied multivariate statistical analysis. 3. ed. London: Prentice_Hall, 1992. LANDIM, P. M. B. Análise estatística de dados geológicos multivariados. DGA, IGCE, UNESP/Rio Claro. Lab. Geomatemática, Texto Didático 03, 96 pp. 2000. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/textodi.html>. Acesso em: 17 jun. 2009. LEONCINI, M.P.; SILVA, M.T. Analisando a Indústria do Futebol e suas Dinâmicas: Quais as Forças que Empurram os Clubes de Futebol Rumo a Profissionalização de suas Atividades. Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Produção, São Paulo, 2002. Boletim Técnico. LOESCH, Cláudio; HOELTGEBAUM, Marianne. Métodos estatístico multivariados aplicados à economia de empresa. Blumenau: Nova Letra, 2005. LOPES, Luis Felipe Dias. Análise de componentes principais aplicada à confiabilidade de sistemas complexos, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanço: abordagem básica e gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.. Avaliação do Desempenho Empresarial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 15/16

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