Aspectos Neuropsiquiátricos em Geriatria Dr. José Eduardo Martinelli Faculdade de Medicina de Jundiaí
Psiquiatria: Especialidade médica que se dedica ao estudo, diagnóstico, tratamento e à prevenção de distúrbios do comportamento (Campbell, 1970). A psiquiatria se inicia no século XVII, quando a medicina chama para si o papel de cuidar dos insanos, até então função da Igreja (Lishman, 1992).
Neurologia: É o ramo da medicina que se dedica ao estudo das organizações e das funções clínicas do tecido nervoso. A neurologia data da primeira metade do século XIX, a partir do estudo das doenças do cérebro. Seu berço é a neuropatologia.
A neuropsiquiatria atual surge pouco antes do advento da moderna neuroimagem, com o raciocínio clínico para a distinção entre orgânico e funcional ao examinar pacientes com alterações comportamentais e possíveis lesões cerebrais (Lishman, 1992) Geriatria compreende a prevenção e o manejo das doenças do envelhecimento
Organização Mundial da Saúde (OMS, 1947): Saúde Social Mental Física
- Estima-se que, atualmente, cerca de 1 milhão de pessoas cruza a barreira dos 60 anos de idade, a cada mês, em todo o mundo; - Estimativas apontam que, de 1990 a 2025, a população idosa mundial crescerá 2,4% ao ano, contra 1,3% de crescimento anual da população terrestre em sua totalidade. - Na América Latina entre 1980 e 2025 aumento de 217% da população total, enquanto que o aumento da população acima de 60 anos deverá ser de 412% - No ano 2025 Brasil terá a 6ª população de idosos em termos absolutos
Sintomas psiquiátricos estão presentes com freqüência em transtornos neurológicos como acidentes vasculares cerebrais, tumores, doença de Parkinson, coréia de Huntington e epilepsias (Robinson, 1997). Muitas vezes surgem como primeira manifestação da doença neurológica (Mega et. al., 1994).
Essas manifestações psiquiátricas podem ocorrer sob a forma de síndromes depressivas (Cummings, 1993), alterações cognitivas, mudanças de personalidade e sintomas psicóticos. Doenças cerebrais orgânicas são um diagnóstico diferencial a ser considerado em pacientes que apresentam aparente quadro psiquiátrico primário.
Segundo o DSM-IV (Manual Diagnóstico e estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana): O diagnóstico de transtornos mentais maiores só pode ser firmado se excluídas causas orgânicas; na presença destas, o diagnóstico passa a ser o de transtorno mental secundário a uma condição médica geral.
As síndromes psicorgânicas são alterações mentais associadas a doenças somáticas. Síndrome mental orgânica: como sendo uma constelação de sinais e sintomas psicológicos ou comportamentais sem referência a etiologia (demência). Distúrbio mental orgânico: como sendo uma síndrome particular cuja etiologia é conhecida ou presumida (demência de múltiplos infartos).
Podemos dividir as causas somáticas em dois grandes grupos: Intracerebral (traumas, tumores, hemorragias, tromboses,infecções, hidrocefalia e doenças degenerativas). Extracerebral (infecções sistêmicas, insuficiência cardiorespiratória, endocrinopatias e doenças tóxico-metabólicas).
As síndromes psicorgânicas são geralmente associadas a transtornos difusos, multifocais ou regionais do cérebro. por lesão estrutural ou disfunção tóxico-metabólica causas psicológicas
Em idosos: Depressão + Situações psicossociais anormais Privação sociossensorial Excesso de estimulação ambiental Trauma psíquico Estados confusionais ou demenciais (pseudodemência depressiva)
Kraeplin: cada agente nocivo que afeta o cérebro evoca um quadro psiquiátrico específico. Bonhoeffer (1910): o mesmo agente etiológico poderia produzir sintomas psíquicos diferentes assim como quadros clínicos semelhantes originar-se-iam de diferentes agentes etiológicos. Piora da consciência: variados processos tóxicos agindo sobre o cérebro ou da elevação da pressão intracraniana Demência: anoxia, trauma ou doença degenerativa primária.
O que chama atenção para a etiologia orgânica: Alterações da consciência, memória, atenção e concentração. Predomínio de alucinações visuais. Crises epilépticas. Algum sintoma ou sinal focal lateralizado Heminegligência Afasia Agnosia Apraxia
Quadro clínico: lesão (sua natureza, local ou distribuição e rapidez de instalação) paciente (constituição biológica, personalidade, experiência socio-ocupacional e cultural) ambiente psicossocial atual
Síndrome Demencial D. de Alzheimer Demências Reversíveis HPN D. Vascular Hipotiroidismo D. Mista D. Fronto-temporal (D. de Pick) Deficiência de Vit. B 12 Pseudodemência depressiva D. De Corpos de Lewy
Doença de Parkinson Primária Transtornos da Ansiedade e Transtorno do Pânico Secundária
Transtornos Paranóides Parafrenia tardia Delirium Hiperativo Hipoativo
Depressão de início precoce Acidentes Vasculares Cerebrais de início tardio Corticais Vascular Subcorticais
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