FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DISCIPLINA DE GERIATRIA 4º ANO / 2012
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- Fátima Pinho Fonseca
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1 FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DISCIPLINA DE GERIATRIA CURSO DE CLÍNICA MÉDICA 4º ANO / 2012 Coordenação: Dra. Elina Lika Kikuchi Professor Responsável: Prof. Dr. Wilson Jacob Filho Corpo Docente: Grupo A Dra. Naira Hossepian S. L. Hojaij Grupo B Profa. Dra. Claudia Kimie Suemoto Zoriki Grupo C Dra. Regina Miksian Magaldi Grupo D Dr. Márlon Juliano R. Aliberti Grupo E Dra. Lilian Schafirovits Morillo Grupo F Dr. Marcelo Altona Grupo G Prof. Dra. Maria do Carmo Sitta Grupo H Dra. Elina Lika Kikuchi Local de encontro: enfermaria da Geriatria (6º andar ICHC) 1
2 DISCIPLINA DE GERIATRIA É importante lembrar que o ensino de Geriatria difere das demais especialidades clínicas, por compreender uma fase da vida e não um órgão ou sistema específico. Portanto, a proposta pedagógica para a abordagem deste conteúdo programático é a de avaliar o paciente como um todo, da maneira o mais abrangente possível, incluindo anamnese e exame físico característicos da faixa etária, assim como suas doenças e limitações, caracterizando-o principalmente quanto às suas capacidades e limitações funcionais. 1) OBJETIVO Capacitar os alunos a diferenciar as particularidades dos idosos em relação aos adultos jovens, tanto na valorização das informações como na tomada de decisões, com ênfase na compreensão da necessidade de prevenir e otimizar a sua funcionalidade e, diferenciar o papel do geriatra em relação às demais especialidades médicas. Esta capacitação inclui atitudes, conhecimento e habilidades, que são necessárias para o cuidado da população idosa. I. Atitudes A. Desfazer os mitos e estereótipos relacionados aos idosos. B Reconhecer que o etarismo afeta todos os níveis e aspectos da sociedade, incluindo profissionais de saúde, o que pode prejudicar o cuidado com esta população. C. Reconhecer a heterogeneidade dos idosos um grupo com diferentes personalidades, valores, níveis de funcionalidade e doenças clínicas. Portanto, cada pessoa necessita ser vista como um indivíduo, apesar da idade cronológica. D. Reconhecer a importância da equipe interdisciplinar no cuidado de pacientes idosos. E. Reconhecer a importância dos familiares e cuidadores no auxílio da anamnese e do tratamento de idosos frágeis. F. Reconhecer situações clínicas onde a expectativa de vida, o estado funcional ou a preferência do paciente se sobrepõe às recomendações padrões de rastreamento ou tratamento de idosos. G. Reconhecer a importância de priorizar a melhora da qualidade de vida em relação à instituição de tratamento padrão de doenças específicas. II. Conhecimento A. Epidemiologia do Envelhecimento. B.Senescência X Senilidade C. Propedêutica do Idoso. D. Síndromes Geriátricas: os alunos devem se familiarizar com as condições geriátricas mais comuns e ter conhecimento básico dos fatores de risco, causas, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico diferencial, avaliação inicial e estratégias de prevenção. Estas condições incluem: 2
3 1. Iatrogenia e Medicação inapropriada para o idoso 2. Depressão 3. Demência 4. Delirium 5. Instabilidade e Quedas 6. Imobilidade 7. Fragilidade 8. Incontinência urinária E. Multimorbidades mais comuns ou com apresentação atípica em idosos: hipertensão arterial, diabetes mellitus, hiper e hipotireoidismo, insuficiência cardíaca, infecções, constipação intestinal, osteoporose, osteoartrose, disfunção sexual. F. Promoção de Saúde G. Cuidados Paliativos sensibilização à finitude e manejo de sintomas (dor) III. Habilidades A. Realizar anamnese e exame físico do idoso, diferenciando o normal do patológico. B. Aplicar e interpretar instrumentos para o auxílio no diagnóstico das síndromes geriátricas: 1. Mini-Exame do Estado Mental, Teste de Fluência Verbal e Teste do Relógio 2. Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e Critérios de depressão do DSM-IV 3. Teste do Levantar e Andar (Timed Get Up And Go) 4. Avaliação das atividades básicas e instrumentais de vida diária (Katz e Lawton) 2) METODOLOGIA O Curso de Geriatria se baseia em atividades teórico-práticas e para tal, cada um dos grupos de 11 ou 12 alunos ficam sob a orientação de um professor e um ou dois monitores. O local de encontro com os alunos é no 6º andar ICHC, em frente à enfermaria de Geriatria. Nos seis períodos de quatro horas será desenvolvido o seguinte conteúdo programático: Aula 1: Teórica: Introdução à Geriatria Prof. Dr. Wilson Jacob Filho Prática: Propedêutica do Idoso (Anamnese e Exame Físico) Avaliação Geriátrica Global Aula 2: Teórica + Caso clínico 1 + prática: Multimorbidades + Iatrogenia + Manejo de Medicamentos + Incontinência urinária Aula 3: Teórica + Caso clínico 2 + Prática: Alterações motoras (quedas, imobilidade, avaliação equilíbrio e marcha) 3
4 delirium) Aula 4: Teórica + Caso clínico 3 e 4 + Prática: Alterações neuropsiquiátricas (demência, depressão, Aula 5: Teórica + Caso Clínico 5 e 6 + prática + filme: Fragilidade + Cuidados Paliativos Aula 6: Teórica + Caso clínico 7 + prática: Promoção de Saúde PROVA 3) AVALIAÇÃO A. Frequência (mínimo de 70%) B. Nota de conceito Interesse, participação nas discussões de casos clínicos, entrevistas com os pacientes. C. Mini-prova ao final Prova teórica com casos clínicos (elaborada e corrigida por uma comissão de avaliação independente do professor) A nota final será: (Frequência x 3; mini prova x 3 e conceito x 4)/10. D. Avaliação do curso Os alunos devem preencher a avaliação ao final do curso e nomear um representante do grupo para entregar diretamente na Secretaria da Disciplina de Geriatria, PAMB, 8 andar bloco 10, NAPEGG. 4) BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1. Jacob Filho W, Kikuchi EL. Geriatria e Gerontologia Básicas. Ed. Elsevier Jacob Filho W; Amaral JR. Avaliação global do idoso: manual da Liga do Gamia. Editora Atheneu, Jacob Filho W, Sitta MC. Terapêutica do Idoso Manual da Liga do GAMIA. Editora Rubio, Jacob Filho W. Geriatria. In: Diagnóstico e tratamento, volume 2. Antonio Carlos Lopes (ed.). Editora Manole, 2006, 1ª edição, pág Módulo de Geriatria. Livro de Clinica Médica do Hospital das Clínicas 4
5 PERGUNTAS ORIENTADORAS 1. Conceitos gerais 1. Reconhecer as alterações da senescência na propedêutica do idoso 2. Reconhecer o que mais incomoda o paciente o que põe em risco a vida do paciente o que mais compromete o seu bem estar repercussão funcional das doenças 1. Identificar apresentações clínicas atípicas no idoso. 2. Avaliar a presença de fatores de risco para reações adversas a medicamentos. 3. Relacionar sintomas com possíveis efeitos adversos de algum medicamento. 4. Discutir estratégias de prevenção de eventos adversos em idosos. 2. Depressão, Demência e Delirium 1. Quais são os sintomas mais frequentes de depressão no idoso em relação ao adulto jovem? 2. Quais doenças ou condições estão associadas a sintomas de depressão? 3. Diferenciar esquecimento normal de esquecimento patológico. 4. Definir comprometimento cognitivo leve. 5. Quais as causas reversíveis de demência? 6. Quais as principais causas irreversíveis de demência? 7. Quais as principais diferenças entre demência por Doença de Alzheimer e demência vascular? 8. Princípios terapêuticos: estratégias terapêuticas não medicamentosas e medicamentosas para depressão e demência. 9. Descrever as apresentações típicas e história natural do delirium, ressaltando as particularidades nos idosos. 10. Quais são as causas comuns de delirium no idoso? 11. Quais são as principais diferenças entre delirium e demência? 3. Quedas e Imobilidade 1. Quais são os fatores de risco (extrínsecos e intrínsecos) para quedas em idosos? 2. Quais as consequências que as quedas causam na vida do idoso? 3. Quais são as estratégias de prevenção de quedas no idoso. 4. Quais os fatores que podem levar à imobilidade? 5. Quais as principais complicações do repouso prolongado e/ou imobilidade no idoso? 6. Quais as principais estratégias de prevenção da imobilidade e de suas complicações? 5
6 4. Incontinência urinária 1. Quais as causas reversíveis de incontinência urinária no idoso? 2. Quais as principais consequências da incontinência urinária no idoso? 5. Fragilidade 1. Qual a definição de fragilidade? 2. Quais os fatores de risco para a síndrome da fragilidade? 3. Como avaliar o idoso frágil? 6. Cuidados paliativos 1. O que são cuidados paliativos e a que tipo de paciente eles se aplicam? 2. Discutir tratamento curativo X paliativo. 3. Quais sintomas podem ser paliados? 4. Definir distanásia x ortotanásia x eutanásia 7. Promoção de saúde 1. Quais as orientações que deveriam ser realizadas para um idoso que gostaria de realizar um check up? 2. Quais exames são indicados para rastreamento de neoplasias? 3. Qual o impacto de cada estratégia de promoção de saúde na vida do idoso? 6
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