Educação Financeira: Uma questão de Valores? Ricardo Nogueira Patrícia Otero
Eixo Temático: Educação Financeira Histórico 1. Encontro com os professores para discussão dos conceitos ligados a Educação Financeira. 2. Adequação dos projetos pedagógicos para aderência ao novo Eixo Temático. 3. Desenvolvimento dos projetos com os alunos. 4. Apoio e orientação dos pais. 5. Divulgação do tema no site do Colégio e outras mídias.
PREMISSAS BÁSICAS É uma questão comportamental e não de fórmulas. Conter impulsos e aprender a lidar com a percepção de desejos e os limites para sua realização. Desenvolvimento de hábitos que possibilitem uma relação saudável, equilibrada e responsável com o dinheiro. Não significa somente ensinar a poupar, mas dar a noção da importância do dinheiro na vida das pessoas.
Por que falar de Educação Financeira? Histórico da economia inflacionária: Impossibilidade de planejamento de longo prazo e formação de gerações de imediatistas 8 mudanças de moedas em 60 anos Abertura dos mercados e globalização Avanço tecnológico
Por que falar de Educação Financeira? Consequências... Facilidade ao crédito Aumento do consumo Imediatismo
PRINCÍPIOS NORTEADORES 1. Querer X precisar 2. Não desperdiçar 3. Controlar a compra por impulso 4. Caro X barato 5. Planejamento financeiro 6. Refletir antes de tomar uma decisão/ fazer uma escolha 7. Responsabilidade social e ética: uso e ganho do dinheiro 8. Poupar e Doar
EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA PRÁTICA ESCOLAR
Educação Infantil Conceitos Princípios Comportamentos esperados (exemplos) Convívio Social, Solidariedade e Meio Ambiente. Caro X Barato; Não desperdiçar; Fazer escolhas; Doar. Começar a cuidar e valorizar os objetos pessoais; Cuidar dos objetos/ brinquedos/ materiais dos colegas; Começar a desenvolver a percepção da importância dos amigos/ colegas/ professores e familiares (SER), e uma menor valorização dos objetos (TER).
Educação Fundamental I (1º a 5º ano) Conceitos Princípios Comportamentos esperados (exemplos) Cidadania, Solidariedade, Consumo Consciente e Planejamento Financeiro (Orçamento). Querer X precisar; Não desperdiçar; Controlar a compra por impulso, Doar, Poupar, Orçamento. Refletir sobre o consumo consciente e o impacto sobre o nosso ambiente; Planejar suas compras de produtos e serviços; Aprender a escolher e diferenciar necessidades X desejos; Compreender a importância da doação (tempo, carinho, dinheiro, objetos) para a nossa sociedade.
Educação Fundamental II (6º a 9º ano) Conceitos Princípios Comportamentos esperados (exemplos) Sustentabilidade econômica, social, ecológica energética. Querer X precisar; Não desperdiçar; Controlar a compra por impulso; Caro X barato; Estudar questões ligadas a planejamento financeiro; Poupar. Compreender a importância do descarte correto de materiais e alimentos; Analisar os problemas ecológicos e sua participação para a preservação da natureza. Analisar criticamente o próprio consumo e do coletivo e os impactos na economia e no meio ambiente.
Ensino Médio (1ª e 2ª séries) Conceitos Princípios Comportamentos esperados (exemplos) Empreendedorismo, Ética no ganho e uso do dinheiro. Trabalho como forma de ganhar dinheiro; Responsabilidade social e ética no gasto e ganho do dinheiro. Realizar o planejamento financeiro do projeto; Aprender a captar recursos através da negociação de patrocínios e do trabalho como gerador ético de renda. Reforçar a importância de ajudar instituições sociais, não só com dinheiro, mas com planejamento e dedicação de tempo.
EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA PRÁTICA FAMILIAR
1. Esperar agora para ter no futuro! (Comportamento impulsivo X autocontrole). Ex: Não atender imediatamente todos os pedidos, ensinar a esperar sua vez no jogo ou na escolha do programa de TV, passeio... Consequências: Não saber esperar gera dificuldade em refletir sobre as consequências e responsabilidades ao realizar uma compra.
2. Tolerância a frustração: nem tudo que queremos, conseguimos! Ex: Presentes em datas comemorativas, ensinar a cuidar e valorizar o que tem, conversar sobre a primeira nota baixa ou situação que não aconteceu como esperado. Consequência: Crianças que não valorizam o que recebem, quando adultas, tenderão a continuar sem saber valorizar o que tem. Angustiadas, irão comprar mais e mais para buscar a satisfação e o reconhecimento.
3. Regras do convívio social Ex: Pode pegar a bola do amigo sem pedir? Pode pegar duas maçãs e só pagar por uma? Estudar e guardar o material, almoçar e levar o prato a pia, varrer o chão depois de sujar. 4. Valor do dinheiro Ex: Verificar quantas moedas são necessárias para comprar um picolé. Mostrar a diferença entre os valores.
5. Fazer escolhas/ Definir prioridades Ex: Escolher roupas e brincadeiras: aumenta o senso de responsabilidade e a lidar com as consequências de suas próprias escolhas. Consequências Crianças que não sabem fazer escolhas terão dificuldade de fazer um planejamento financeiro quando adultas, justamente porque não aprenderam a ter responsabilidade sobre seus atos.
6. Desejar, esperar e conquistar algo Ensinar a controlar o dinheiro (semanada, mesada, etc): impossível comprar tudo o que se quer, vale a pena eu gastar o meu dinheiro para comprar isso? Não comprar tudo o que se pede (ensinar a escolher e esperar boas oportunidades).
Consequências Adultos que não sabem escolher nem esperar tendem a agir por impulso, sem pesquisar e sem pensar nas consequências.
7. Autonomia e responsabilização sobre seus atos Ajudar nos afazeres domésticos: comprar pão, lavar o carro, arrumar a mesa, lavar pratos, cuidar do quarto. Sala de aula: arrumar sua mesa, cuidar da sala, deixar a sala arrumada, cuidar do seu material.
8. Planejamento e limite Financeiro: Semanada/ Mesada Dimensionar quanto de dinheiro precisa para o mês: Planejamento financeiro. Discutir sobre a parte do orçamento familiar que ele passará a gerir em seu favor. Deixar claro o que será de sua responsabilidade e o que os pais continuarão pagando. A decisão de quanto o filho vai receber como mesada deve ser dos pais, pois o valor vai depender do orçamento da família. Já a decisão de como e com o que gastar é responsabilidade do filho, sob supervisão dos pais. Aprende a entender que todo orçamento mensal é limitado, que suas decisões tem consequências e por isso devem ser tomadas com cuidado.
Consequências Cuidado para não ensinar que se o dinheiro acaba, alguém dará um jeito de te tirar do vermelho!! Na vida adulta pode gerar cartões estourados, empréstimos com juros altos...
Converse sobre dinheiro naturalmente. Explique e, se possível, mostre o tipo de trabalho que realiza para ganhar dinheiro (relação entre ganho e limites para seu uso). Procure chamar atenção para a existência de coisas caras e baratas em diferentes ambientes.
Estimule os filhos a participarem da elaboração do orçamento doméstico: planejamento de gastos familiares (passeios, viagens, cursos). Se possível, utilize a semanada/ mesada para ensinar a tomar decisões e fazer escolhas. Acompanhe de perto o uso do dinheiro da mesada, incentivando o planejamento e impondo algumas restrições para o uso do dinheiro.
Resista a tentação de presentear seu filho a todo momento. Estipule as ocasiões propícias. Demonstre carinho e orgulho, através de abraços, beijos, brincadeiras, passeios e não pelo dinheiro. Resista a dar a seu filho tudo que ele pede, é necessário que ele aprenda a ser produtivo e assumir responsabilidades.
Ricardo Nogueira Administrador e Contador ricardo.oxbn@hotmail.com (71) 9117-6384 Patrícia Otero Psicóloga Clínica patriciaotero.oxbn@hotmail.com (71) 9157-8199