Introdução O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento do diabetes em todo o mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, o número de portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025. A expectativa de vida é reduzida em média em 15 anos para o diabetes tipo 1 e em 5 a 7 anos na do tipo 2; os adultos com diabetes têm risco 2 a 4 vezes maior de doença cardiovascular e acidente vascular cerebral ; é a causa mais comum de amputações de membros inferiores não traumática, cegueira irreversível e doença renal crônica terminal. Em mulheres, é responsável por maior número de partos prematuros e mortalidade materna. No Brasil, o diabetes junto com a hipertensão arterial, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores diagnósticos em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise. É importante observar que já existem informações e evidências científicas suficientes para prevenir e/ou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicações e que pessoas e comunidades progressivamente têm acesso a esses cuidados.
O que é? O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico é feito através de coleta de sangue, onde: Categoria Jejum* 2h após 75g de Casual ** glicose Glicemia normal <100 <140 Pré Diabetes >100 à <126 >140 à <200 Diabetes Mellitus 126 200 200 (com sintomas ) *O jejum é definido como falta de ingestão calórica por no mínimo 8h. **Glicemia casual é aquela medida a qualquer hora do dia, independente do período da última medição. Mas atenção, o diagnóstico só deve ser realizado por um médico.
Quais são os sintomas? Fatores de Risco Ter diagnóstico de pré-diabetes - glicemia de jejum alterada Obesidade - o sobrepeso é talvez o principal fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 - O risco aumenta progressivamente a partir de um IMC maior que 25. Ter pressão alta; Ter colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue; Excesso de gordura concentrada em volta da cintura; Ter um pai ou irmão com diabetes; Ter alguma outra condição de saúde que pode estar associada ao diabetes, como a doença renal crônica; Ter bebê com peso superior a quatro quilos ou teve diabetes gestacional; Ter idade acima de 45 anos;
Sedentarismo; Fumo; Ter síndrome de ovários policísticos; Ter diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar; Ter apneia do sono; Recebeu prescrição de medicamentos da classe dos glicocorticoides. Dieta hipercalórica; Diabetes Mellitus tipo 2 e Alimentação Sabemos que o padrão alimentar da população brasileira tem se modificado ao longo dos últimos anos. Introduziram-se mais alimentos processados, ultra processados, junk food, refinados, frituras e bebidas artificiais. Com isso, o número de obesos, hipertensos, sedentários e diabéticos também aumentou. Esse comportamento alimentar aliado à falta de tempo para se exercitar e o comodismo oferecido pela modernização, trouxe uma combinação nada interessante: atividade física reduzida, e consumo de alimentos industrializados aumentado. São esses alimentos, quando consumidos em excesso, que proporciona um aumento da produção de insulina pelo pâncreas. Alguns alimentos proporcionam um aumento nos níveis de açúcar do sangue, e prejudica o equilíbrio do nosso corpo. glicêmico. Para esses alimentos foi criada uma escala chamada índice
Índice Glicêmico (IG) É a velocidade em que a glicose ( açúcar ) atinge o sangue após a ingestão. Para isso, foi criado um valor numérico, onde se classificam os alimentos através de uma escala. Quanto maior o valor, mais rápido esse alimento alcança a corrente sanguínea. Quanto menor o valor, mais lentamente esse alimento alcança a corrente sanguínea. Ao ingerir alimentos de índice glicêmicos maiores, o organismo necessita de uma maior produção de um hormônio, chamado insulina, para equilibrar os níveis de açúcar do sangue. Este aumento na produção insulínica contribui para menor saciedade após as refeições, podendo levar ao consumo excessivo de alimentos, contribuindo para desenvolver obesidade e piora do quadro de glicemia elevada. Os alimentos de baixo IG, possivelmente diminuem o risco para o desenvolvimento do diabetes do tipo 2, devido ao melhor controle na liberação de insulina, bem como da obesidade, pelo aumento da saciedade, além de não contribuir para consumo excessivo de alimentos na refeição posterior. Essas dietas estimulam a oxidação de gordura em detrimento ao carboidrato com consequente redução na deposição de gordura de corpo.
Comece a mudar hoje mesmo! Troque todos os carboidratos por integrais. Pão, biscoitos, torradas, arroz...troque todos pela versão integral, com mais fibras e proteína. As frutas também contêm carboidratos. Muitas pessoas esquecem-se dessa composição e as consomem em grandes quantidades, de uma vez só, alterando desfavoravelmente a glicemia. 3x ao dia é o suficiente. Insira uma fonte de gordura boa em todas as refeições. Para assegurar os o equilíbrio da glicemia, acrescente linhaça, chia, côco, castanhas, azeite ou pasta de amendoim integral. Fracione a alimentação. Tenha 4 a 6 refeições por dia, em horários determinados e com moderação. O tempo entre uma refeição não deve ser menor que 2 horas nem maior do que quatro; Mastigue bem os alimentos saboreando-os. 25 a 30 vezes por alimento. Evite frituras. São muito calóricas, sempre que possível, asse, grelhe ou cozinhe seus alimentos; Devagar com o sal. Evite deixar o saleiro na mesa. A porção individual não deve ultrapassar 1 colher de chá por dia (6 g); O sal de ervas que ensinei aqui pode ser incluído.
Leia os rótulos. Mesmo que o produto seja diet, observe se contém: maltodextrina, xarope de glicose, xarope de frutose (e outros xaropes), caldas, dextrose, mel ou melado. São sinônimos de açúcar. Escolha sempre o alimento com mais fibra. As fibras seguram a glicemia e aumentam a saciedade. Evite beber sucos. Quando isso acontecer, opte pelos sucos com hortaliças (couve, agrião, etc) e não coe. Faça exercícios físicos. O exercício ajuda a controlar a glicemia e o peso. Beba água. Calcule seu peso atual x 0,35ml. O resultado é o que você deverá beber em um dia. Evite adoçar os alimentos. Até mesmo alguns adoçantes tem se mostrado tão prejudiciais quanto o açúcar. Prefira o saor in natural, e quando realmente for necessário, utilize o tipo stévia.
Em ocasiões especiais... Festas É conveniente que você sempre se alimente em casa antes de sair, ingerindo 1/3 ou a metade da alimentação habitual para aquele horário, para evitar a hipoglicemia; Nas festas, procure usar os alimentos saudáveis, como por exemplo: escolher os alimentos assados ao invés dos fritos, usar saladas, frutas, refrigerantes diet ou light e usar as quantidades recomendadas em seu plano alimentar. Restaurantes Cuidados que devem ser tomados: Evitar atrasar o horário da refeição; Escolher locais que ofereçam maior variedade (restaurantes self-service costumam ter boa variedade); Atenção: quando comemos em restaurantes, geralmente consumimos mais sal e gorduras; Procure escolher refeições saudáveis: - peça salada como entrada; - controle a quantidade de carne. Muitas vezes a porção é grande e pode ser dividida para duas pessoas; - escolha preparações sem molhos e sem queijos. Prefira os pratos grelhados; Mantenha as quantidades recomendadas em seu plano alimentar, ou seja, sirva seu prato da mesma forma que faz em casa.
Bebidas Água mineral gasosa (pode incrementar com rodelas de limão); Limonada com adoçante. Refrigerante light ou diet (com moderação); Chá (prefira os chás verdes); Café (com moderação); Bebidas Alcoólicas: Os diabéticos devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas porque: o Contêm calorias, podendo aumentar o peso corporal; o Podem causar hipoglicemia quando consumidas em jejum; o Podem aumentar os níveis sanguíneos de triglicerídeos; o Pessoas que usam alguns tipos de medicação podem ter fortes reações com o uso do álcool (dor de cabeça intensa, náuseas, vermelhidão na face e outros). o O consumo de bebida alcoólica por diabéticos bem controlados é aceito com a supervisão do médico e nutricionista. Um passo de cada vez Lembre-se que todas essas dicas devem ser introduzidas aos poucos no seu dia-a-dia. Liste aqui em baixo, quais serão suas 3 ações iniciais para mudar a alimentação e ganhar qualidade de vida Atitude 1: Atitude 2: Atitude 3: Prazo para colocar em prática: / /.
Agora é só colocar tudo em prática! Nutrição Clínica e Esportiva Líder de Emagrecimento Coach de Emagrecimento Consciente Autora do site nutricionistavalinhos.com.br
Bibliografia 1-American Diabetes Association. Eating Healthy With The Diabetes Food Pyramid As Your Guide. 2000. 18p. 2-American Dietetic Association; American Diabetes Association. Exchange Lists For Meal Planning. 1995. 33p. 3-American Institute For Cancer Research. The New American Plate. 2000. 17p. 4-Brasil. Ministério Da Saúde: Agência Nacional De Vigilância Sanitária. Resolução - Rdc Nº 39, De 21 De Março De 2001: Tabela De Valores De Referência Para Porções De Alimentos E Bebidas Embalados Para Fins De Rotulagem Nutricional. Brasíla-Df, 2001.18p. 5-Brasil. Ministério Da Saúde: Secretaria De Vigilância Sanitária Portaria N 29, De 13 De Janeiro De 1998: Regulamento Técnico Para Fixação De Identidade E Qualidade De Alimentos Para Fins Especiais. Brasília-Df, 1998. 4p. 6-Bressan, Josefina Et Al. Diet Pro: Sistema De Suporte À Avaliação Nutricional E Prescrição De Dietas. Agromídia Software. 7-Dutra-De-Oliveira, José Eduardo. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier,1997. 403p.