SETOR EXTERNO EM MARÇO DE 2004 COLHENDO OS FRUTOS DO AJUSTE

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Transcrição:

SETOR EXTERNO EM MARÇO DE 24 COLHENDO OS FRUTOS DO AJUSTE Em março, as transações correntes experimentaram um superávit de US$ 817 milhões. Mais uma vez o destaque coube à balança comercial, superavitária em US$ 2,6 bilhões. A conta de serviços e rendas, no entanto, impediram melhor sorte na conta corrente. As grandes fontes de financiamento, a seu turno, retrocederam em relação ao resultado do mês anterior. Destaque-se o recuo do IDE de fevereiro a março, deixando nas costas da balança comercial a grande parte do peso do ajuste. E, desta vez, as taxas de rolagem dos empréstimos em geral e mesmo as do setor privado ficaram bastante baixas, trazendo preocupação quanto a dificuldades nas contas externas. É importante que o País consiga atrair investimentos estrangeiros em maior volume. Transações Correntes O saldo das transações correntes atingiu em março último um superávit de US$ 817 milhões, superando o resultado positivo do mês anterior, bem como o de igual mês no ano passado, quando a conta corrente fora superavitária em US$ 169 milhões. Esse número de janeiro contribuiu mais uma vez para a ampliação do superávit no acumulado em doze meses das transações correntes, medido em percentual do PIB: no terceiro mês do ano, atingiu 1,1% do PIB. Coube novamente à balança comercial o papel de principal responsável por tais dados positivos. Em março, o saldo comercial chegou a US$ 2,6 bilhões, superando as cifras tanto de fevereiro último (US$ 2 bilhões), quanto de março de 23 (US$ 1,5 bilhão). suplantou o já bom resultado registrado em fevereiro de 23 (US$ 1,1 bilhão). Acresça-se que tal incremento ocorreu a despeito de um aumento nas importações em ambas bases de comparação, isto é, as exportações tiveram excelente desempenho no período em causa, totalizando US$ 7,9 bilhões. No tocante à conta de serviços de março, esta experimentou um déficit de US$ 364 milhões, acima de sua equivalente de fevereiro/ 24 (-US$ 197 milhões) e da do mesmo mês no ano passado (-US$ 321 milhões). Para as duas bases de comparação, as receitas líquidas das viagens internacionais foram maiores em março de 24, enquanto os dispêndios líquidos com transportes acusaram leve recuo. Ou seja, a piora do saldo de serviços se deveu às demais rubricas, especialmente aluguel de equipamentos (-US$ 169 milhões), royalties e licenças (-US$ 121 milhões), e computação e informação (-US$ 116 milhões). As remessas líquidas de rendimentos ao exterior de março também atuaram no sentido de reduzir o superávit da conte corrente, ao experimentar um déficit de US$ 1,7 bilhão, superior em 39,1% o déficit do mesmo mês de 23. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 1

3. Transações Correntes e Balança Comercial - US$ Milhões 2.5 2. 1.5 1. 5-5 -1. mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Transações correntes 169-954 874 475 74 1.216 1.327 54-139 346 669 197 817 Balança comercial 1.536 1.721 2.518 2.354 2.55 2.673 2.667 2.541 1.731 2.759 1.584 1.981 2.62 Déficit em Transações Correntes - % PIB, Acumulado em 12 Meses 4, 3,9 3,9 3,8 3,5 3,2 2,8 2,3 2, 1,7 1,4 1,2,9,7,1 -,3 -,5 -,7 -,7 -,7 -,7 -,8 -,9-1, -1,1 mar/2 abr/2 mai/2 jun/2 jul/2 ago/2 set/2 out/2 nov/2 dez/2 jan/3 fev/3 mar/3 abr/3 mai/3 jun/3 jul/3 ago/3 set/3 out/3 nov/3 dez/3 jan/4 fev/4 mar/4 Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 2

35 Transações Correntes e Balança Comercial Valores Acumulados em 12 Meses - US$ Bilhões 3 25 2 15 1 5-5 -1-15 -2-25 -3-35 mar/99 jun/99 set/99 dez/99 mar/ jun/ set/ dez/ mar/1 jun/1 set/1 dez/1 mar/2 jun/2 set/2 dez/2 mar/3 jun/3 set/3 dez/3 mar/4 Transações correntes Balança comercial 2 Viagens Internacionais e Outros Serviços - US$ Milhões 1-1 -2-3 -4-5 -6-7 mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Viagens internacionais 16 9-12 -49-14 36 13-11 57 72 1 95 97 Outros serviços -336-484 -445-524 -388-538 -558-567 -269-64 -181-292 -461 Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 3

Juros e Lucros e Dividendos - US$ Milhões -2-4 -6-8 -1. -1.2-1.4-1.6-1.8 mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Lucros e dividendos -512-72 -552-382 -36-41 -255-545 -625-979 -94-585 -938 Juros -711-1.78-856 -1.127-1.42-8 -776-1.69-1.285-1.186-1.7-1.248-781 Os Fluxos de Capitais A conta de capital e financeira do terceiro mês do ano acusou déficit de US$ 1,6 bilhão, levando o balanço de pagamentos a registrar um resultado negativo de US$ 1,3 bilhão. A principal causa foi o déficit nos chamados outros investimentos estrangeiros, de US$ 1,5 bilhão, quase todo ele decorrente de amortização junto ao FMI no valor de US$ 1,4 bilhão. Contrabalançando esse número, os ingressos líquidos de investimento estrangeiro direto somaram US$ 73 milhões. Cabe referir que a taxa de rolagem da amortização das dívidas de médio e longo prazos, por sua vez, caiu em relação ao mês anterior, ficando em 51%, com o agravante de que, dessa vez, a taxa de rolagem do setor privado também se situou em patamar baixo, de 46%. Quanto às principais fontes de financiamento do setor externo de curto e de médio e longo prazos, em março último, estas totalizaram US$ 1,7 bilhão, contrastando com os US$ 2 bilhões de fevereiro/ 24. Em março de 23, essas fontes corresponderam a US$ 1,8 bilhão. Os empréstimos de curto prazo obtiveram um saldo positivo de US$ 51 milhões, em decorrência do crédito líquido a fornecedores, dado que tanto os títulos de renda fixa de curto prazo negociados no exterior quanto o resultado líquido dos demais empréstimos e financiamentos foram negativos no mês em questão. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 4

Nas fontes de médio e longo prazos, os ingressos líquidos do IDE atingiram magnitude suficiente para cobrir com alguma folga as saídas líquidas dos investimentos em carteira (na forma de ações de companhias brasileiras e de títulos de renda fixa de longo prazo líquido). Todavia o IDE líquido de US$ 73 milhões representou um declínio de 31,3% frente ao registrado do mês anterior (US$ 1 bilhão), ainda que o resultado tenha sido melhor do que o observado em março de 23 (US$ 284 milhões). Já as saídas líquidas referentes a ações e títulos somaram US$ 19 milhões, numa flagrante queda nas duas bases de comparação mês anterior e mesmo mês do ano passado. Os desembolsos de médio e longo prazos somaram US$ 1,1 bilhão, nova queda em relação ao mês anterior (US$ 1,4 bilhão). Em março de 23, esses desembolsos totalizaram US$ 7 milhões. Empréstimos de Curto Prazo (Líquido) - US$ Milhões 2.5 2. 1.5 1. 5-5 -1. -1.5-2. mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Crédito comercial - fornecedores (líquido) -744 64 656-437 713-469 -971 494 8 51 584-231 383 Empréstimos e financ. (líquido) 916-1.7-73 -177-91 -93-533 16-34 2.171-172 -782-191 Títulos de renda fixa CP - neg. no ext. 696 329 1-515 -64-25 -114-315 -131-472 48-17 -141 Emprést. de curto prazo 868-11 -73-1.129-252 -1.622-1.618 195 365 2.21 46-1.31 51 Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 5

2. Investimento Estrangeiro - US$ Milhões 1.8 1.6 1.4 1.2 1. 8 6 4 2-2 mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Invest. estrang. direto 284 796 541 186 1.247 98 739 314 1.954 1.49 993 1.24 73 Invest. estrang. em carteira -84 329 55 147 117 297 48 415 42 86 433 635-19 4. Desembolsos de Empréstimos e Amortizações de Médio e Longo Prazo - US$ Milhões 3. 2. 1. -1. -2. -3. -4. -5. mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Amortiz. de m. e l. prazo -2.71-2.433-1.422-3.52-2.22-4.6-1.41-2.33-2.2-3.473-1.593-1.626-2.219 Desemb. de m. e l. prazo 7 2.241 1.993 3.248 1.448 2.734 2.21 2.48 1.783 2.274 3.59 1.43 1.122 Desembolsos menos amortizações -1.371-192 571 196-753 -1.326 791 446-418 -1.198 1.466-196 -1.97 Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 6

Tal declínio nos desembolsos de médio e longo prazos favoreceu para que os mesmos fossem superados pelas amortizações. Essa diferença atingiu US$ 1,1 bilhão. Dessa forma, a rolagem de novos empréstimos de médio e longo prazos ficou restrita a 51%. Nessa direção, é válido salientar alguns pontos: A captação líquida foi negativa seja para bônus de médio e longo prazos, seja para notes e commercial papers. No caso do bônus, não houve desembolsos no período, enquanto para notes e commercial papers, foram registrados desembolsos de US$ 36 milhões, contra amortizações de US$ 93 milhões. Daí a taxa de rolagem de apenas 28%. No que tange à rolagem do crédito de fornecedores (crédito comercial), esta não ficou em situação muito melhor: foi rolada a metade das amortizações. O saldo entre amortizações e desembolsos ficou em -US$ 1 milhões. Os empréstimos e financiamentos de médio e longo prazos presenciaram amortizações de US$ 922 milhões para desembolsos de US$ 714 milhões, com a taxa de rolagem atingindo 77%. Adicionalmente, se em fevereiro essas taxas de rolagem também ficaram aquém do nível de 1%, em março há o agravante de não se ter observado um patamar confortável de rolagem dos empréstimos a médio e longo prazos das empresas. Foram rolados somente 46%, contrastando com a boa rolagem verificada no primeiro bimestre do ano. Rolagem - Desembolsos / Amortizações (Médio e Longo Prazo) - % 9 8 7 6 5 4 3 2 1 mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Bônus, notes e c. papers 2 63 375 597 51 52 355 197 76 16 82 147 28 Crédito comercial - forneced. 46 66 45 49 49 17 92 2 32 3 35 39 5 Empréstimos e financiam. 42 123 69 31 73 131 68 81 91 5 5 51 77 Total 34 92 14 16 66 67 156 122 81 65 192 88 51 Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 7

Desembolsos Menos Amortizações (Médio e Longo Prazo) - US$ Milhões 1.6 1.2 8 4-4 -8-1.2-1.6 mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Bônus -555-644 1.75 1.55 3-1.526 1.235 1.12 1 1.5 1-165 Notes e commercial papers -97 244-128 451-281 -34-159 -237-233 -39 64 22-624 Desembolsos Menos Amortizações (Médio e Longo Prazo) - US$ Milhões 5 1-3 -7-1.1-1.5-1.9 mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Crédito comercial - fornecedores -85-59 -97-89 -73 6-1 -264-84 -156-95 -97-1 Empréstimos e financiamentos -634 267-279 -1.716-43 228-274 -155-11 -1.13-579 -4-28 Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 8

Desembolsos Menos Amortizações dos Empréstimos de Médio e Longo Prazo e Empréstimos de Curto Prazo (Líquido) - US$ Milhões 2.5 2. 1.5 1. 5-5 -1. -1.5-2. mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Emprést. de médio e l. prazo -1.371-192 571 196-753 -1.326 791 446-418 -1.198 1.466-196 -1.97 Emprést. de curto prazo 868-11 -73-1.129-252 -1.622-1.618 195 365 2.21 46-1.31 51 Quanto às linhas de crédito interbancárias em março, estas se ampliaram, mas de modo suave. Em março o total dessas linhas chegou a US$ 13,8 bilhões ante US$ 13,6 bilhões. Enquanto as linhas de crédito para exportação evoluíram de US$ 8 bilhões para 8,2 bilhões, as linhas para importação e as operações concernentes à Resolução 2.77, envolvendo overdrafts, time deposits, certificate of deposits e operações de repo cresceram de maneira ainda mais discreta. Malgrado os números desfavoráveis acima expostos, os fluxos de capitais estrangeiros totalizaram US$ 1,7 bilhão, superando a saída líquida de capitais brasileiros, de somente - US$ 199 milhões. Assim, mesmo com os fluxos de capitais estrangeiros de março último ficando abaixo de seu equivalente para o mês anterior, o fluxo líquido de capitais cresceu por essa base de comparação: US$ 1,5 bilhão contra US$ 1 bilhão. A CC5, por sua vez, apresentou em março saída líquida de recursos de US$ 222 milhões. Já as reservas internacionais líquidas ajustadas continuam no desconfortável patamar de US$ 25 bilhões. Embora as reservas já tenham estado em situação pior, o nível vigente confere pouca segurança para o balanço de pagamentos. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 9

25. Evolução das Linhas Interbancárias - US$ Milhões 2. 15. 1. 5. mar/1 abr/1 mai/1 jun/1 jul/1 ago/1 set/1 out/1 nov/1 dez/1 jan/2 fev/2 mar/2 abr/2 mai/2 jun/2 jul/2 ago/2 set/2 out/2 nov/2 dez/2 jan/3 fev/3 mar/3 abr/3 mai/3 jun/3 jul/3 ago/3 set/3 out/3 nov/3 dez/3 jan/4 fev/4 mar/4 Exportação Importação Demais¹ Total Fonte: Banco Central do Brasil. Nota: 1 Inclui Resolução 2.77, antiga 63, overdrafts, time deposits, certificate of deposits e operações de repo. Contas CC5: Saídas Líquidas de Recursos - US$ Milhões 389 272 215 222 11 91 74 58 132 5-74 -47-87 mar/3 abr/3 mai/3 jun/3 jul/3 ago/3 set/3 out/3 nov/3 dez/3 jan/4 fev/4 mar/4 Fonte: Banco Central do Brasil. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 1

8. Fluxo de Capitais - US$ Milhões 6. 4. 2. -2. -4. mar-3 abr-3 mai-3 jun-3 jul-3 ago-3 set-3 out-3 nov-3 dez-3 jan-4 fev-4 mar-4 Fluxo de capitais estrangeiros 1.893 3.471 2.395 2.461 2.499 2.487 1.867 3.494 4.84 6.763 4.919 2.386 1.679 Fluxo de capitais brasileiros -279-1.325-555 269-1.277 314-1.183-351 -3.47-3.47 64-1.397-199 Fluxo líquido de capitais 1.614 2.146 1.84 2.73 1.222 2.81 684 3.144 1.757 3.293 4.983 989 1.48 Reservas Internacionais Líquidas Ajustadas - US$ Bilhões 6 51 52 38 34 32 28 28 28 29 29 28 27 25 24 25 25 25 23 21 18 18 16 18 17 17 16 17 18 18 18 19 21 2 21 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/ Dez/1 Jan/2 Fev/2 Mar/2 Abr/2 Mai/2 Jun/2 Jul/2 Ago/2 Set/2 Out/2 Nov/2 Dez/2 Jan/3 Fev/3 Mar/3 Abr/3 Mai/3 Jun/3 Jul/3 Ago/3 Set/3 Out/3 Nov/3 Dez/3 Jan/4 Fev/4 Mar/4 Fonte: Banco Central do Brasil. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 11

Setor Externo: Usos e Fontes de Recursos US$ milhões 23* 24* Mar Jan-Mar Ano Mar Jan-Mar Ano 6/ Usos -1.965-4.71-23.117-1.468-3.821-39 Transações correntes 169 124 4.63 817 1.683 Balança comercial 1.536 3.86 24.825 2.62 6.168 24 Exportações 5.239 15.45 73.84 7.927 19.448 8 Importações -3.73-11.239-48.26-5.325-13.28-56 Serviços e rendas -1.541-4.298-23.628-2.62-5.235-26 Juros -711-2.629-13.2-781 -3.36-14 Lucros e dividendos -512-893 -5.64-938 -1.617-6 Viagens internacionais 16 117 218 97 292 Demais -333-892 -5.185-44 -873-6 Transferências unilaterais correntes 174 616 2.867 277 75 3 Amortizações de médio e longo prazos 1/ -2.134-4.833-27.18-2.285-5.54-39 Bônus, notes e commercial papers 2/ -815-1.28-1.258-1.95-2.35-21 Crédito de fornecedores -2-42 -352-11 -25 Empréstimos 3/ -1.161-3.16-14.956-988 -2.961-15 Fontes 1.965 4.71 23.117 1.468 3.821 39 Conta capital 3 93 498 94 188 1 Investimentos estrangeiros diretos 284 1.977 1.144 73 2.719 13 Participação no capital (líquido) 381 1.51 9.32 753 3.127 12 Empréstimos intercompanhias (líquido) -97 467 823-5 -48 1 Inv. em papéis domésticos de longo prazo e ações -84 142 3.135-19 877 3 Desembolsos de médio e longo prazos 4/ 7 2.51 22.93 1.122 5.611 31 Bônus, notes e commercial papers 162 36 11.816 36 3.687 19 Crédito de fornecedores 73 26 1.7 12 215 1 Empréstimos 465 1.881 1.81 714 1.79 12 Ativos brasileiros no exterior -2-1.321-8.871 254-586 -6 Empréstimos ao Banco Central (FMI) 3.886 3.886 4.769-1.354-1.354-4 Curto prazo e demais 5/ 875 1.417-966 -43-1.7-1 Ativos de reservas -3.725-3.986-8.496 1.27-2.626 2 Fonte: Banco Central do Brasil - Nota para Imprensa: Setor Externo, Quadro II. * Dados preliminares. 1/ Registra amortizações de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior. Exclui amortizações de empréstimos tomados pelo Banco Central e de empréstimos intercompanhias. 2/ Inclui projeções de exercícios de put/call de US$1,3 bilhão para 23. 3/ Registra amortizações de empréstimos concedidos por bancos estrangeiros, compradores, agências e organismos. 4/ Exclui desembolsos de empréstimos intercompanhias. 5/ Registra títulos de renda fixa de curto prazo negociados no País e negociados no exterior, empréstimos de curto prazo, crédito comercial de curto prazo, derivativos financeiros, depósitos de não-residentes, outros passivos e erros e omissões. 6/ Projeção. Em bilhões. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 12

Dívida Externa A dívida externa (exclusive empréstimos intercompanhias) apurada pelo Banco Central para o final de janeiro último foi de US$ 216 bilhões, um incremento de,3% em relação ao resultado registrado no encerramento de 23. Em que pese esse ligeiro crescimento, o endividamento externo medido em percentual do PIB e em percentual das exportações persevera em sua trajetória declinante. Ressalve-se que o declínio de janeiro em relação a dezembro/ 23 aponta uma perda de ímpeto nesse processo. Ademais não se pode esquecer a situação desconfortável do País quando o mesmo é contraposto com outras economias. Nosso endividamento externo (inclusive empréstimos intercompanhias) projetado pela J P Morgan para 24 e 25 é ainda o maior dentre as economias emergentes acompanhadas. Como temos salientado ao longo dos últimos doze meses, tal característica implica na premência de se reforçar as exportações brasileiras de bens e serviços. Esse quadro se torna mais contingente à medida que não se verifiquem sinais claros de que as entradas líquidas de IDE irão entrar numa trajetória ascendente. O que se tem visto é um comportamento claudicante dos investimentos estrangeiros diretos, exigindo medidas claras por parte da esfera pública e capazes de rivalizar com aquelas adotadas por outras economias candidatas a hospedeiras. 5 Dívida Externa (Exclusive Empréstimos Intercompanhias) - Em % PIB 45 4 42, 4,8 37,7 36,5 36, 35, 37, 4,3 41,1 42,7 45,8 45,9 45,9 45,8 45,8 45,3 43,6 43,4 35 3 28,4 25 22,3 23,7 2 4T 1996 4T 1997 4T 1998 4T 1999 1T 2 2T 2 3T 2 4T 2 1T 21 2T 21 3T 21 4T 21 1T 22 2T 22 3T 22 4T 22 1T 23 2T 23 3T 23 4T 23 jan/4 Fonte: Banco Central do Brasil Séries Temporais. Elaboração Própria. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 13

48 46 469,9 Dívida Externa (Exclusive Empréstimos Intercompanhias) Em % Exportações 451,5 44 437,6 42 415,2 43, 4 393,8 38 363, 393,5 372,9 374,2 371,1 36 361,6 359,2 359, 36,6 349,1 34 339, 32 3 28 32,4 315,5 294, 291,9 4T 1996 4T 1997 4T 1998 4T 1999 1T 2 2T 2 3T 2 4T 2 1T 21 2T 21 3T 21 4T 21 1T 22 2T 22 3T 22 4T 22 1T 23 2T 23 3T 23 4T 23 jan/4 Fonte: Banco Central do Brasil Séries Temporais. Elaboração Própria. Venezuela México Chile Brasil Argentina Turquia Rússia Polônia Tailândia Taiwan Indonésia Coréia China África do Sul Dívida Externa Total (Inclui Empréstimos Intercompanhias) - US$ Bilhões 5 1 15 2 25 23 24 25 Fonte: Banco Central do Brasil, com dados do Emerging Markets Economic Indicators, JP Morgan. Nota: Os dados são estimativas/ previsões. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 14

Pagamento de Juros - % da Exportação de Bens, Serviços e Transferências Venezuela México Chile Brasil Argentina Turquia Rússia Polônia Tailândia Taiwan Indonésia Coréia China África do Sul 5 1 15 2 25 3 35 23 24 25 Fonte: Banco Central do Brasil, com dados do Emerging Markets Economic Indicators, JP Morgan. Nota: Os dados são estimativas/ previsões. Perspectiva Comparada das Transações Correntes A essencialidade de se atrair novos investimentos fica clara quando se observam comparativamente as projeções feitas pelo FMI para as transações correntes em percentuais do PIB. O fato é que, projetando uma expansão da economia brasileira, o FMI prevê déficit em transações correntes para 24 e 25 de -,4% e -,9% do PIB, respectivamente. Obviamente isso exigirá uma contrapartida da conta capital e financeira. A questão é que o balanço de pagamentos não tem mostrado indicativos concretos de melhora nesse sentido, principalmente no tocante ao IDE. Os gráficos seguintes, com os referidos dados do FMI, salientam bem os esforços de economias, especialmente as emergentes da Ásia, em sua inserção como bases de exportação, amplamente traduzidos em transações correntes superavitárias. E isso mesmo para países assaz populosos como China e Índia. Mesmo nações avançadas, como Canadá e Japão, sem falar dos países da Área do Euro, deverão experimentar saldos positivos nesse biênio. É claro que o Brasil não será o único País nessa condição. Nações do Leste Europeu, que estão se integrando à União Européia, e parceiros nossos da América Latina, como México e Chile, também deverão apresentar saldos negativos, segundo os cálculos do FMI. Porém o que preocupa no caso brasileiro é ausência de sinais de recuperação do IDE conjugada com um nível elevado de dívida externa. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 15

Países Selecionados - Transações Correntes/PIB (%) Área do Euro,6,7,8 Austrália -6, -5,4-5,2 Canadá 2,1 1,8 1,7 Estados Unidos -4,9-4,2-4,1 Japão 3,2 3,1 3,2 Reino Unido -2,4-2,2-2,1 Brasil -,4 -,9,8 23 24 25 Fonte: FMl World Economic Outlook abril/24. Elaboração Própria. Países Selecionados - Transações Correntes/PIB (%) 5,7 Argentina 4,6 1,6,8 Brasil -,4 -,9 -,8 Chile -,2 -,6-1,5 México -2, -2,2 11,3 Venezuela 9,3 6,4 23 24 25 Fonte: FMl World Economic Outlook abril/24. Elaboração Própria. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 16

Países Selecionados - Transações Correntes/PIB (%) Brasil -,4 -,9,8 China 2,1 1,6 1,9 Cingapura 28, 26,7 3,9 Coréia do Sul 2, 1,5,9 Filipinas 2,1 1,6,8 Índia,5,2,3 Indonésia 3,9 2,9 2,2 Malásia 11,1 1,9 9,7 Tailândia 2,3 5,6 4,4 Taiwan 7,3 6,2 1, 23 24 25 Fonte: FMl World Economic Outlook abril/24. Elaboração Própria. Países Selecionados - Transações Correntes/PIB (%) Brasil África do Sul -,4 -,9-1,2-1,8-2,1,8 Israel -,2 -,4,3 Hungria -5,5-5,3-4,3 Polônia -2, -2,3-2,9 Rep. Checa -6,5-5,4-4,8 Rússia 5,1 7,9 8,9 Turquia -2,9-3, -2,4 23 24 25 Fonte: FMl World Economic Outlook abril/24. Elaboração Própria. Setor Externo em Março de 24 - Colhendo os Frutos do Ajuste 17