Melhoramento Genético de Suínos

Documentos relacionados
Exterior do Suíno. Exterior do Suíno

Suinocultura. Evolução e Raças dos Suínos. Revisão. Objetivos aula. Evolução do suíno. Evolução do suíno 20/03/2018

Suinocultura. Revisão. Luciano Hauschild Departamento de Zootecnia Sistemas de produção; Modelos de produção;

ZOOTECNIA I (Suínos) 30/03/2016. Denominações. Denominações. Denominações. Denominações. Plano da aula

Noções de Melhoramento genético animal

Anterior mais desenvolvido. Defesa e ataque a outros animais. Menor necessidade de defesa; Alimento disponível sem esforço;

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SUÍNOS

SUINOCULTURA DINÂMICA Ano I N o 3 Junho/1992 Periódico técnico-informativo elaborado pela EMBRAPA CNPSA

Herdabilidade. Heterose = vigor híbrido. Cruzamentos em suinocultura. Herdabilidade: Efeito Aditivo. Introdução/revisão. Heterose: Dominância Completa

MELHORAMENTO GENÉTICO E CRUZAMENTOS DE OVINOS

SUINOCULTURA DINÂMICA Ano I N o 1 Abril/1992 Periódico técnico-informativo elaborado pela EMBRAPA CNPSA

3 Raças 1/47. Produção de Suínos. Ciência e Prática. Eduardo Viola

Introdução. Seleção de Reprodutores. Importância das Fêmeas. Importância dos Machos. O que selecionar. Como selecionar

Avanços na Fenotipagem de Suínos. Marcos Lopes

A PESQUISA EM MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL DA EMBRAPA PECUÁRIA SUDESTE

Avicultura de corte Formação das linhagens atuais e Sistemas de produção. Zootecnia I Aves e Suínos 02/06/2016. Principais raças envolvidas

Melhoramento Genético de Suínos Paulo Sávio Lopes 1

SUINOCULTURA DINÂMICA Ano I N o 4 Abril/1994 Periódico técnico-informativo elaborado pela EMBRAPA CNPSA

Sistemas de produção de suínos

Journal of Animal Science Fator de Impacto: Pelotas, 08 de dezembro de 2009.

RAPP 2014 Reunião Anual dos Parceiros PAINT

ÍNDICES DE SELEÇÃO PARA SUÍNOS LANDRACE TESTADOS NAS ESTAÇÕES DE AVALIAÇÃO

CRUZAMENTOS EM ANIMAIS

Visão geral sobre manejo reprodutivo em codornas Machos e Fêmeas

Disciplina: Criação e Exploração de Aves Prof. Msc. Alício José Corbucci Moreira

2. RESULTADOS DE CRUZAMENTOS ENTRE RAÇAS DE BOVINOS NO BRASIL

Consangüinidade ou Endogamia. Consangüinidade ou Endogamia. Coeficiente de Consangüinidade

MELHORAMENTO GENÉTICO DE FRANGOS DE CORTE CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS

Aspetos fenotípicos a ter em conta na escolha de um futuro reprodutor

Cruzamento em gado de corte. Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes Zootecnista, DSc Pesquisador Embrapa Gado de Corte

MELHORAMENTO GENÉTICO

Material de apoio para a disciplina Avicultura CAP.3 RAÇAS E LINHAGENS

Programa Geneplus Embrapa: definição, implementação e retorno ao criador 30º Curso de Melhoramento de Gado de Corte - Geneplus 17-20/07/2018

O futuro do melhoramento genético de suínos. Marcos Lopes Egbert Knol

Principais raças e suas. Prof. Dr. Leandro Barradas Pereira

Estratégia de seleção e produção de carne no Brasil

Sistema de produção, instalações e manejo de Suinocultura

COMPARAÇÃO DOS ÍNDICES PRODUTIVOS ENTRE REPRODUTORES SUÍNOS TERMINADOR E MELHORADOR

A DEP é expressa na unidade da característica avaliada, sempre com sinal positivo ou negativo:

Avicultura e Ornitopatologia

ACASALAMENTO DE REBANHOS LEITEIROS. Apresentadores: Ismael Cavazini Sofia Bonilla de Souza Leal

Seleção genômica na raça Nelore

Ferramentas de Impacto no Melhoramento de Gado de Corte

MELHORAMENTO GENÉTICO DE SÚINOS

A diversidade das raças e a qualidade genética

fmvz Prof. Dr. André Mendes Jorge UNESP - FMVZ - Botucatu - SP- Brasil Pesquisador do CNPq

Flushing. Flushing 07/04/2014. Aspectos reprodutivos dos suínos. Aspectos reprodutivos dos suínos

Programa Analítico de Disciplina AGF473 Produção de Ruminantes

gestão e informação na suinocultura moderna você está convidado a entrar neste mundo

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO. Recria - Gestação Lactação. Cachaço 08/06/2014. Levar em consideração: Exigências nutricionais de fêmeas suínas

COMPONENTES DE VARIÂNCIA E COVARIÂNCIA E ESTIMATIVAS DE HERDABILIDADE PARA SUÍNOS DUROC E PIETRAIN DE TESTE DE GRANJA

REPETIBILIDADE. O termo repetibilidade refere-se a expressão de um mesmo caráter em épocas distintas na vida do animal.

INTRODUÇÃO IJOP= 10%PN + 20%PD + 30%PSOB + 25%PE + 5%AOL + 10%EGS

Suinocultura. Luciano Hauschild Departamento de Zootecnia Jaboticabal, Evolução da produção mundial de suínos;

Mike Tokach and Márcio Gonçalves Kansas State University. Agradecimento especial: Carine Vier (UFRGS)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus Experimental de Dracena PROGRAMA DE ENSINO CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ZOOTECNIA

Seleção: Processo que dá preferência a certos indivíduos para a reprodução da geração seguinte.

ZOOTECNIA I (Suínos)

A Chave Mestra do Melhoramento Genético Avaliação Genômica

Entendendo os Resultados

Avaliação técnico-económica de uma suinicultura em extensivo

INTRODUÇÃO AO MELHORAMENTO ANIMAL

1

GENÉTICA QUANTITATIVA

5 o Seminário Internacional de Suinocultura 27 e 28 de setembro de 2000 Expo Center Norte, SP SISTEMA DE PRODUÇÃO. Mário Faccin

AULA 03 SISTEMA E REGIME DE CRIAÇÃO

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE GOIAS Curso de Zootecnia Plano de Ensino Suinocultura

Cruzamentos. Noções de melhoramento parte 3. Cruzamentos. Cruzamento X Seleção. Como decidir o cruzamento? EXEMPLOS

Valor das vendas dos principais produtos Agropecuários em 2008

COMO MELHORAR GENETICAMENTE OS SUÍNOS BRASILEIROS SEGUINDO O EXEMPLO AMERICANO

ABSI e a organização de criadores de ovinos Santa Inês. Contexto de Fundação: Com a explosão da ovinocultura nacional 2013/2014

Ação gênica Dominância, recessividade e aditividade. Epistasia, pleiotropia e alelos múltiplos.

RAÇAS SINTÉTICAS DE BOVINOS DE CORTE. Prof. Cássio Brauner Prof. Marcelo Pimentel

Ação gênica Dominância, recessividade e aditividade. Epistasia, pleiotropia e alelos múltiplos.

Ação Gênica. Dr. Minos E. Carvalho Pos doc do Grupo de Melhoramento Animal e Biotecnologia Dep. Medicina Veterinária

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus Experimental de Dracena PROGRAMA DE ENSINO CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ZOOTECNIA

MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES. Melhoramento Genético Animal Profa. Dra. Sandra Aidar de Queiroz Departamento de Zootecnia Curso: Zootecnia FCAV UNESP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR PALOTINA ANA PAULA BACKES HIDEMI NISHIMURA JOÃO HENRIQUE ROMERO LETICIA MARCIELLI PAULA CIBOTTO PEDRO CAPRA

Prof. Cássio Brauner Prof. Marcelo Pimentel

SÍNDROME DO SEGUNDO PARTO EM FÊMEAS SUÍNAS PRIMÍPARAS E SUAS PRINCIPAIS ABORDAGENS

JÁ IMAGINOU UMA SOLUÇÃO COM 100% DE MELHORAMENTO GENÉTICO PRONTA PARA ACELERAR O FUTURO DO SEU REBANHO?

Manejo reprodutivo I. Fernando Miranda de Vargas Junior Zootecnista, DSc.

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DO COMPOSTO MARCHANGUS CONSIDERADOS PARA O MELHORAMENTO DO REBANHO

PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE

SUÍNOS. Moderador: Dr. Antônio Batista Sancevero Granja Resende S.A. PERSPECTIVA DO MELHORAMENTO DE SUÍNOS NO BRASIL. Rilke Tadeu Fonseca de Freitas

Artigo: Lucro pela eficiência

a) Qual é o mecanismo de herança dessa doença? Justifique.

Suinocultura. Sistemas de Produção na Suinocultura. Revisão. Objetivos aula. Sistemas de produção de suínos. Sistemas de produção de suínos 12/03/2018

AULA 06 MANEJO REPRODUTIVO DOS SUÍNOS

RAÇAS E LINHAGENS EM AVICULTURA. Profa Me Mariana Belloni Aula 2 16/08/2016

Série NUPEEC Produção Animal Ovinocultura

DA GENÉTICA AO PRATO RAÇA ARAGUAIA GENÉTICA ANIMAL LTDA.

Análise dos Resultados Reprodutivos e Produtivos de dois Núcleos de Porcas Alentejanas e Bísaras

Tecnologia de marcadores moleculares para o melhoramento genético de rebanhos bovinos. Eliza Rossi Komninou Doutoranda em Biotecnologia

INFLUÊNCIA DA CONDUÇÃO CORPORAL AO DESMAME DO PRIMEIRO PARTO SOBRE O DESEMPENHO SUBSEQUENTE DE PRIMÍPARAS SUÍNAS

CLASSIFICAÇÃO E TIPICAÇÃO DE CARCAÇAS OBJETIVOS OBJETIVOS

Delineamento de programas de melhoramento animal

Programa Analítico de Disciplina ZOO416 Caprinocultura

ZOOTECNIA I (Suínos) Sistemas de produção de suínos. Sistemas de produção de suínos 01/04/2014

O EQUILIBRISTA. Ou, por que não consegue interpretar a informação?

Transcrição:

Melhoramento Genético de Suínos Melhoramento Genético de Suínos Indispensável na evolução da suinocultura; Objetivo geral do melhoramento: Aumentar a freqüência de genes e/ou genótipos desejáveis; Ferramentas; Seleção; Cruzamentos; 1

Melhoramento de suínos Objetivos específicos: Melhorias na saúde Resistência a doenças Diminuir problemas congênitos Melhoria da qualidade da carne e carcaça Espessura de toucinho % de carne magra Colesterol, etc Melhoria das características produtivas Prolificidade Conversão alimentar Melhoramento de suínos Ferramentas: Cruzamento entre raças ou linhagens Seleção Marcadores genéticos Conceito: Sequência conhecida do DNA associada a algum/alguns genes desejáveis ou não Utilizado para selecionar características que não são expressas e/ou podem ser medidas no animal Ex: Gene alotano (Síndrome do estresse suíno) 2

Princípios do Melhoramento Genético 1 Seleção entre linhas 2 Cruzamento entre linhas 3 Seleção dentro de linha 4 Disseminação de Genes desejáveis Definições Linhas Puras: Populações Trabalhos de Melhoramento Genético Bisavós: Acasalamento entre machos e fêmeas da mesma linha pura Avós: Machos e fêmeas resultantes do acasalamento das bisavós, apenas um dos sexos de cada linha pura Matriz: Machos e fêmeas resultantes do cruzamento das avós híbrido Suino abate: Resultante do cruzamento entre matrizes híbrido duplo 3

Estrutura e fluxo do material genético Rebanhos núcleo Rebanhos multiplicadores Rebanhos comerciais Rebanhos comerciais Rebanhos comerciais Duroc vs Pietran Linha Macho O SUÍNO ATUAL Large White vs Landrace Linha Fêmea AA BB Linhas Puras CC DD AA BB Bisavós CC DD AA BB Avós CC DD AB Matrizes CD ABCD híbrido comercial 4 anos de melhoramento 4

Itens comparação Qualitativas Quantitativas Variação Discreta Contínua Natureza do estudo Classificação Medição Unidade de estudo Indivíduos População Mecanismo de herança Poucos genes Muitos genes Efeito individual dos genes Conceitos genética Genética qualitativa e quantitativa Comparativo entre características qualitativas e quantitativas Grande Pequeno Influência do ambiente Nenhuma ou pequena Grande Exemplo Cor da plumagem Peso corporal Cor da pele Cor do ovo Nanismo Tipo de crista Consumo de alimento Produção de ovos Eclodibilidade Fertilidade, etc Genética quantitativa 5

Genética quantitativa Qual será o peso vivo da nova população? Peso vivo = fenótipo (F) F = G + A Variação do peso devido ao G O que os suinocultores querem? Alta performance reprodutiva; Excelente eficiência alimentar; Excelente taxa de crescimento; Longevidade de matrizes e suínos resistentes. 6

O que a indústria quer? Alto rendimento de carcaça Diminuir perdas Qualidade de carne Exportação, embutidos, defumados, etc. O que o consumidor quer? Alta qualidade da carne In natura, processada, defumada, etc. 7

Matrizes ideais Matrizes Resistentes a doenças; Temperamento dócil; Boa qualidade de aprumos e de cascos; Longevidade (7 ou mais leitegadas). Matrizes ideais Alta prolificidade; Menor variação de peso de leitões, mesmo em leitegadas grandes; Baixa mortalidade pré e pós desmama; Pelagem branca. 8

Animais de produção ideais Suínos para o abate Apresentar resistência, exigindo menos antibióticos e vacinas; Excelente eficiência alimentar, reduzindo custo de alimentação. Animais de produção ideais Alta taxa de crescimento; Alto rendimento de carcaça com qualidade de carne. 9

3 grupos de raças Raças com melhor desempenho (taxa de crescimento e conversão alimentar): Duroc, Hampshire, Landrace, Large White e Pietran. 3 grupos de raças Raças com boas características reprodutivas (tamanho e peso de leitegada): Landrace, Large White 10

3 grupos de raças Raças com boas características de carcaça (quantidade e qualidade de carne): Hampshire, Duroc e Pietrain Objetivos do melhoramento de suínos Características a serem melhoradas; Desempenho Reprodutivas Qualidade de carne 11

Características Desempenho: Ganho diário de peso h 2 = 0,26-0,4 Conversão alimentar h 2 = 0,4-0,5 Percentual de carne magra h 2 = 0,5-0,6 Alta h 2 ; Consideradas já suficientemente melhoradas Características Reprodutivas: Tamanho de leitegada h 2 = 0,10-0,14 Intervalo desmame cio h 2 = 0,24 h 2 moderadas a baixa; Foco principal dado ao tamanho da leitegada ao nascer; 12

Características Carcaça: Espessura de toucinho h 2 = 0,16-0,62 AOL h 2 = 0,30-0,96 Comprimento da carcaça h 2 = 0,26-0,63 h 2 moderadas a altas Dificuldade: se expressam tardiamente na vida do animal. Seleção A seleção é a escolha deliberada de indivíduos que serão os pais da próxima geração. Escolha da linhagem compatível com a criação: Nutrição Sanidade Manejo 13

Seleção Na linha macho crescimento e carcaça. Seleção Na linha fêmea desempenho reprodutivo. 14

Seleção Características a serem observadas na seleção de machos e fêmeas. Rusticidade Desempenho Reprodutivas N de filhos nascidos Habilidade materna (machos?) Seleção Taxas de reposição anual recomendadas para rebanhos núcleo, multiplicadores e comerciais. 15

Critérios e objetivos de seleção usados no programa de seleção genética para linha machos Critério Conformação Área do olho de lombo (AOL) Objetivo % carne pernil % de lombo Critérios e objetivos de seleção usados no programa de seleção genética para linha fêmeas Critério Tamanho de leitegada Peso de leitegada à desmama Número de tetas Objetivo Produtividade da matriz Habilidade materna 16

Critérios e objetivos de seleção usados no programa de seleção genética para linhas fêmeas e machos Critério Taxa de crescimento Consumo de ração Espessura de toucinho Escore de aprumos Objetivo Idade ao abate Conversão alimentar % carne magra na carcaça Qualidade de aprumos Seleção pelo aspecto exterior Leitoas: Mínimo 7 pares de tetas funcionais, Não possuir tetas cegas ou invertidas e Bons aprumos 17

Seleção pelo aspecto exterior Machos Mínimo seis pares de tetas funcionais, Bons aprumos, Não possuir defeitos como criptorquidismo, hermafroditismo, hérnias etc. 18