Economia volta a crescer, após ano perdido

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Transcrição:

TENDÊNCIAS Economia volta a crescer, após ano perdido (Atualizado em 10/01/2011) Por Neuto Gonçalves dos Reis* Embora tenha sido um ano perdido, a economia brasileira recuperou gradativamente o ritmo pré-crise. Já está em marcha um novo período de desenvolvimento. Espera-se que o País cresça mais de 7% em e a taxas próximas a 5% em 2011. A maioria dos indicadores mostra que o impacto do estouro da bolha do subprime sobre a economia brasileira foi forte e imediato. O PIB recuou por dois trimestres seguidos (último trimestre de e primeiro trimestre de ), o que caracterizou um período de recessão. Países como China e Índia continuaram a crescer normalmente, como se nada tivesse acontecido. No entanto, dois anos após o início da crise, o fundo do poço vai ficando para trás. Os bons fundamentos da economia, aliados a medidas anticíclicas do governo permitiram que o país começasse a se recuperar rapidamente. O PIB do segundo trimestre de cresceu 1,9% em relação ao primeiro trimestre, mas recuou 1,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No terceiro trimestre, o PIB, cresceu 1,3% em relação ao período anterior, mas recuou 1,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No quarto trimestre, houve forte crescimento (2%). Mesmo assim, o PIB anual foi negativo (- 0,6%). No primeiro trimestre de, o PIB cresceu a uma taxa chinesa de 2,7% (11,2% anualizada) em relação ao trimestre anterior. Quando comparado com mesmo trimestre de, o índice de aumento atingiu 9,0. No segundo trimestre, embora menor (1,2%), o crescimento ainda foi expressivo. Já no terceiro trimestre, a taxa caiu para 0,5%. Mesmo assim, espera-se que a economia cresça mais de 7,5% em. A crise econômica teve impacto imediato sobre o PIB brasileiro do último trimestre de (gráfico 1) e o primeiro trimestre de, com queda acumulada de 4,6%, o que caracterizou uma recessão. No segundo trimestre, houve recuperação parcial (1,9%) desta queda. Gráfico 1 1

Evolução do PIB trimestral em relação ao trimestre anterior Crescimento (%) 3 2 1 0-1 -2-3 1,8 1,6 1,6 1,1-2,9-0,9 2,7 1,1 1,3 2,0 1,2 0,5 2007 4o. 1o. 2o. 3o 4o 1o. 2o. 3o. 4o. 1o. 2o. 3o. -4 Trimestre No terceiro trimestre, o crescimento em relação ao trimestre anterior (1,3%) ficou abaixo das expectativas, que eram superiores a 2,0. No quarto trimestre de, a economia mostrou crescimento de 2% em relação ao trimestre anterior e de 4,0% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No primeiro trimestre de, o PIB cresceu a uma taxa chinesa de 2,7% (11,2% anualizada) em relação ao trimestre anterior. Quando comparado com o mesmo trimestre de, o índice de aumento atingiu 9,0. No segundo trimestre, embora menor (1,2%), o crescimento ainda foi expressivo. Já no terceiro trimestre, a taxa caiu para 0,5%. Espera-se taxa superior para o quarto trimestre. Gráfico 2 Evolução do PIB em relação ao trimestre anterior índice 112,0 110,0 108,0 106,0 104,0 102,0 100,0 98,0 2007 4o. 101,6103,2104,4 104,9 102,8 101,3 101,5 100,0 100,4 1o. 2o. 3o 4o 1o. 2o. 3o. 4o. 1o. 109,0 107,7 2o. 3o. 109,6 Quando comparado com o mesmo trimestre do ano anteriro, o PIB mostra boa recuperação no final de, com excelentes resultados, embora declinantes, em (gráfico 3). 2

Gráfico 3 Evolução do PIB em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (%) 10 8 6 6,1 6,2 7,1 9,0 8,8 6,7 4 4,3 2 0-2 -4 1o. 2o. 3o 4o 0,8 1o. 2o. -2,1-1,6 3o. -1,2 Crescimento (%) 4o. 1o. 2o. 3o. Ao lado de uma forte recuperação da indústria, constata-se nos últimos doze meses crescimento da índustria, agropecuária e do setor de serviços (gráfico 4). Os consumos das famílias e do governo também estão bastante aquecidos, enquanto a taxa de investimento chegou a 20,2%. Embora não seja o ideal, este nível é bem melhor do que os dos períodos anteriores. Gráfico 4 Crescimento dos componentes do PIB em quatro trimestres Variação (%) 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 5,9 10,2 5,7 20,2 7,0 7,5 4,8 PIB Consumo governo Comnsumo família FBCF Serviços Indústria Agropecuária O crescimento da demanda tem gerado alguns riscos de desorganização da economia. A indústria, em especial, está próxima de sua plena capacidade e faltam investimentos para ampliar a produção. A expansão econômica vem sendo sustentada pelo consumo das famílias (impulsionado pelo crédito fácil) e pelas despesas do governo Existe, nesse processo, risco de aumento da inflação e do endividamento público. O Banco Central chegou a elevar os juros, mas o momento exige medidas como controle de gastos públicos e aumentos da taxa do compulsório bancário, que acabaram não sendo tomadas num ano eleitoral. Segundo a pesquisa Focus de 7 de janeiro de 2011, a expectativa de crescimento do PIB é de 4,50% em 2011 e 4,50% em 2012. 3

PIB anual Quebrando um longo período de crescimento, o PIB anua de foi negativo (-0,6%), ou seja, em termos de crescimento, o país marcou passo em, que foi um ano perdido (gráfico 5). Gráfico 5 Evolução do PIB % 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0-1,0 5,7 6,1 5,1 4,3 4,0 3,2 2,7 1,3 1,1-0,6 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 O resultado mostra-se favorável quando comparado com os Estados Unidos (-2,4%), ao Japão (-5%), Alemanha (-5,0%) e outros países europeus. Convém lembrar, no entanto, em outros países do BRIC, como China (8,7%) e Índia (6,1%), a crise nem existiu. Houve forte queda na formação de capital, na indústria e na agropecuária. O setor de serviços assim como as despesas do governo e das famílias cresceram (gráfico). Inflação Embora tenha subido ligeiramente em e tenha apresentado ligeira tendência de alta no final do ano, a inflação, medida pelo IPCA, fechou abaixo da meta (gráfico 6). No entanto, em, a infração fechou o ano em 4,91%, muito próxima ao limite superior da meta do Banco Central. Gráfico 6 4

Evolução do IPCA 14,00 12,53 12,00 % ao ano 10,00 8,00 6,00 4,00 9,30 7,60 5,69 3,14 4,46 5,91 4,31 5,91 2,00 0,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Devido à recuperação da economia, nos últimos meses, a inflação vem mostrando tendência consistente de alta nos últimos meses. (gráfico 7). Gráfico 7 Evolução do IPCA anual (%) Taxa anual (%) 7 6,5 6 5,5 5 4,5 4 6,37 6,41 6,06 6,17 6,25 6,39 5,91 5,90 5,64 5,58 5,91 5,61 5,26 5,84 5,20 5,53 5,04 4,59 5,22 4,56 4,61 4,73 5,20 4,80 4,31 4,85 4,70 4,50 4,22 4,60 4,49 4,364,17 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 Mês nov/09 jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 Segundo dados da Focus de 7 de janeiro de 2011, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, é de 5,34% para 2011 e 4,50% para 2012. Câmbio.Depois de um período de queda, o dólar subiu bastante com a crise, mas já voltou a declinar (ver gráfico). Este ano, sua cotação chegou a supera ligeiramente os níveis de, mas já se situa abaixo da dos anos anteriores Gráfico 8). A valorização excessiva do real constitui atualmente uma das preocupações das autoridades econômicas, pois isso tem dificultado as exportações e favorecido as importações. 5

As previsões da Focus de 7 de janeiro de 2011 são de R$ 1,72 no final de 2011 e de R$ 1,79 no final de 2012. Gráfico 8 Cotação do dólar 2,5 re?us$ 2,4 2,3 2,2 2,1 2 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 jan 2,371 2,314 2,318 2,315 2,333 2,1783 2,156 2,1247 2,1182 2,0504 ** 2,0339 1,964 1,9262 1,883 1,906 1,781 1,8102 1,834 1,753 1,8167 1,804 1,793 1,761 1,738 1,7572 1,756 1,7713 1,737 1,692 1,7161 1,663 1,703 1,628 1,649 1,597 1,563 mar mai jul set nov 2007 Selic Após cinco sucessivas reduções, a taxa Selic caiu de 13,75% para 8,25% em meados de. Esta era a menor taxa desde que a Selic foi criada. Devido ao aquecimento da economia e ao crescimento da inflação, a taxa foi elevada para 9,50% no final de abril, 10,25% em junho e 10,75% e mantida daí em diante. (gráfico 9). A Focus de 7 de janeiro de 2011 prevê 12,25% no final de 2011 e 10,75% no final de 2012. Gráfico 9 Evolução da taxa Selic 26,00 24,00 25,50 22,00 Taxa (%) 20,00 18,00 16,00 14,00 16,00 19,75 12,00 10,00 8,00 11,25 11,25 8,75 8,75 10,25 9,50 10,75 dez/02 jul/03 jan/04 dez/04 jul/05 jan/06 dez/06 jul/07 jan/08 dez/08 Mês fev/09 abr/09 jun/09 ago/09 out/09 dez/09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 Balança comercial 6

O comércio exterior, que vinha em processo de crescimento contínuo, registrou forte queda em (gráficos 10 e 11), mas reagiu superou ligeiramente em os níveis de. Gráfico 10 Evolução do comércio exterior 250,0 US$ bilhões 200,0 150,0 100,0 50,0 201,9 197,9 160,6 173,0 181,6 137,5 153,0 118,3 96,5 120,6 127,6 73,1 91,4 60,4 49,3 55,8 55,6 48,0 55,1 58,2 47,2 73,6 62,8 48,3 0,0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Gráfico 11 Evolução do saldo da balança Saldo (US$ bilhões) 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0-10,0-1,3-0,7 2,6 1999 2000 2001 2002 13,1 24,8 33,7 2003 2004 2005 Ano 44,7 46,1 40,0 25,4 25,0 20,3 2006 2007 2011* 8,0 Queda do saldo Em, embora a exportações tenham reagido (aumento de 32% em relação a ), as importações cresceram mais (41,9%), o que levou à redução de 18,8%no saldo da balança comercial. Em relação a, as exportações estão 2,0% acima, as importações, 4,9% acima e o saldo, 18% abaixo (gráficos 12, 13 e 14). Gráfico 12 7

Evolução das exportações US$ milhões 22.000 20.919 20.000 19.303 20.451 20.017 19.236 18.000 18.512 15.727 17.703 17.673 18.833 17.688 17.094 16.000 15.161 14.468 14.752 13.277 13.863 14.000 14.463 14.058 13.817 12.000 11.305 11.809 12.322 12.197 10.000 9.782 8.000 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Gráfico 13 Evolução das importações US$ milhões 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 13.883 14.25914.817 13.141 12.355 12.321 12.55412.766 11.95011.625 12.04212.293 11.482 11.231 11.516 11.809 10.788 10.311 10.053 9.631 9.865 7.826 15.061 15.870 15.231 8.629 17.123 17.468 17.740 17.291 17.307 16.796 16.316 16.527 17.376 15.551 2.009 2.010 6.000 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 8

Gráfico 14 Evoluçao do comercio exterior US$ milhões 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 197.940201.917 181.617 173.198 152.995 127.989 25.006 24.742 20.300 Exportação Importação Saldo jan/dez08 jan/dez09 jan/dez10 Na pesquisa Focus de 7 de janeiro de 2011, a previsão de superávit comercial para 2011é de apenas R$ 8,75 bilhões em 2011 e 5,0 bilhões em 2012. O déficit em conta corrente deverá atingir R$ R$ 67,44 bilhões em 2011 e R$ 69,50 bilhões em 2012. Nível de emprego Segundo o Ministério do Trabalho, 655 mil vagas do emprego formal viraram pó em dezembro de, contra 352 mil em dezembro de 2007). Este é foi pior dado do mês desde 1992. Até setembro de, o emprego formal vinha apresentando saldo superior a 200 mil vagas por mês. Em outubro, este saldo caiu para 61.400 postos de trabalho. Em dezembro, 40.800 vagas foram fechadas (gráfico 15). Mesmo assim, o saldo de foi de 1,44 milhão de empregos criados, 10,2% menor do que o de 2007. No acumulado de, o saldo é de 995 mil vagas contra 1.444,7 mil no ano anterior (queda de 31,1%).Em, os resultados têm sido superiores aos de. Até novembro de, o saldo é de 2.544,5 mil empregos, 93,6% maior do que o de (1.314,6 mil) e 21,2% maior do que o de (2.099,6 mil). A criação de empregos foi puxada pelo crescimento das atividades de serviços e do comércio e pela recuperação da indústria (gráfico 16). 9

Postos de trabalho (CAGED) Mil postos 400 300 200 100 0-100 -200-300 -400-500 -600-700 -800 266,4 299,4 298,0 204,8 246,7 181,4 213,0 246,9 138,2 9,2 34,8 119,5 61,4-40,8 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez -101,8-415,2-654,9 Gráfico 16 Criação de empregos formais por atividade (jan/nov ) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Mil empregos 27,9 66,2 505,2 333,8 16,6 638,0 17,3 939,4 Administração pública Agropecuária Comércio Construção civil Extrativa mineral Ind. transformação Serv. Ind. util. Pública Serviços O índice de desocupação nas regiões metropolitanas, que foi elevado de março a maio de, mostra boa recuperação (gráfico 17). Em dezembro de, a taxa de desocupação foi de 6,80%, idêntica à de dezembro de. Na média, as taxas foram de 7,8% em e 8,1% em. Em, o índice alcançou resultados bem melhores do que os dos anos anteriores. 10

Gráfico 17 Taxa de desocupação nas RM (IBGE) % 9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 9,0 8,9 8,8 8,7 8,2 8,2 8,5 8,5 8,1 8,1 8,0 8,1 7,7 7,9 7,9 8,0 7,6 7,2 7,4 7,6 7,6 7,3 7,5 7,5 7,0 7,4 6,9 6,7 6,8 6,2 6,1 5,7 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Setor industrial A indústria foi o calcanhar de Aquiles da economia durante a crise. Segundo o IBGE (gráficos), entre novembro de e outubro de, o setor sofreu fortes quedas em relação ao mesmo mês do ano anterior. Houve forte recuperação a partir de novembro de (gráfico 18). Em relação ao mês anterior, os dados mostram forte queda de agosto da dezembro de. Como regra geral, o resultado tem sido positivo a partir de, com ligeiro desaquecimento a partir de maio. Gráfico 18 Variação da produção industrial em relação ao mês anterior Variação (%) 4,0 2,0 0,0-2,0-4,0-6,0-8,0-10,0-12,0-14,0 jan/08 2,8 3,0 2,11,9 0,7 1,3 2,2 2,2 1,6 1,21,4 1,2 1,1,5 0,4-0,1 0,6 1,1 0,1-1,0 0,8-0,2-0,5 0,2-0,3 0,0-1,4-1,4-0,2 - abr/08 jul/08 out/08-7,1 jan/09 abr/09-12,7 jul/09 Mês out/09 jan/10 abr/10-0,7 ju/10 out/10 11

Quando comparado com o mesmo mês do ano anterior, o nível de atividade mostra forte queda em e aumentos expressivos em, em parte, devido à depressão da base de comparação. Apesar de toda a recuperação, o setor ainda não alcançou o nível de atividade anterior á crise (gráfico 19). Gráfico 19 Evolução da indústria em relação a janeiro/08 Índice 106,0 104,0 102,0 100,0 98,0 96,0 94,0 92,0 90,0 88,0 86,0 84,0 82,0 80,0 103,4 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 set/08 nov/08 jan/09 82,7 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 99,4 nov/09 jan/10 mar/10 mai/10 ju/10 set/10 Nos primeiros onze meses de, a indústria cresceu 11,1%. O avanço foi puxado pelos bens de capital e bens intermediários e de consumo duráveis (gráfico), que foram vítimas de grandes perdas no mesmo período do ano anterior (gráfico 20). Gráfico 20 98,1 Indústria: acumulado do ano (em % nov ) 25 22,3 20 15 10 5 11,1 12,2 10,6 5,6 0 Indústria Bens de capital Bens intermediarios Bens de consumo duráveis Bens semi e não duráveis Quando comparado com o mesmo mês do ano anterior, o desempenho da indústria mostra-se negativo durante a maior parte de, com forte recuperação no final do ano e ligeiro declínio dos índices daí em diante (gráfico 21). 12

A Focus de 7 de janeiro de 2011 prevê crescimento de 5,03% na produção industrial de 2012 e e de 5,00% em 2012. Gráfico 21 Variação da produção em relação ao mesmo mês do ano anterior Mês 20,0 15,0 10,0 9,2 5,0 0,0 1,1-5,0-6,4-10,0-15,0-20,0-14,7-17,5-3,2-7,2-10,0-11,3-10,9-9,9-7,8-16,8-14,8 18,4 18,9 18,1 16,0 5,2 set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 nov/09 jan/10 Variação (%) 17,4 14,8 11,1 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 8,9 5,3 8,76,3 2,1 nov/10 Indústria automobilística A produção de foi 14,3% superior à de e 13,1% superior à de. (gráfico 22). No longo prazo, a produção dobrou em relação a 2002. Gráfico 22 Produção de veículos Mil unidades 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 2.317 1.791 1.828 2.997 2.531 2.611 3.216 3.183 3.638 500 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Durante, a produção manteve-se em nível elevado, tendo atingindo um pico em março (gráfico 23). 13

Gráfico 23 Produção de veículos Produção de veículos mil unidades 340,0 320,0 300,0 280,0 260,0 240,0 220,0 200,0 180,0 331,0 317,8 329,1 321,1 309,6 321,8 300,6 306,4 315,9 308,1 316,0 282,9 303,8 296,9 292,1 290,0 283,9 272,4 253,7 270,2283,9 279,4 275,3 249,8 254,7 243,4 240,5 201,7 184,8 194,9 193,0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez O licenciamento também cresceu 11,90% em relação a e 24,7 % em relação a ; tendo registrado recordes em março e dezembro de. (gráficos 24 e 25). No longo prazo, o licenciamento vem crescendo mais do que a produção, Isso indica aumento na importação de veículos. Gráfico 24 Licenciamento de veículos Mil unidades 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2.820 3.141 2.463 1.928 1.479 1.429 1.579 1.715 2002 2003 2004 2005 2006 2007 3.515 14

Gráfico 26 Licenciamento de veículos Mil unidades 400,0 380,0 381,6 360,0 353,7 340,0 312,8 328,5 320,0 308,7 300,0 300,2 302,3 303,2 277,8 288,1 295,4 293,0 280,0 271,4 260,0 255,1262,8 256,0 258,1 234,4 251,7 240,0 213,3 221,0 232,1 239,2 247,0 244,8 220,0 200,0 199,4 200,8 180,0 189,7 177,8 161,2 168,7 160,0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 2.008 As exportações, que vinham caindo a partir de 2007, mostram boa recuperação. Em foram 61,02% superiores às de e 4,19% superiores às de.. Gráfico 27 Exportação de veículos 1.000 800 759 897 842 789 727 766 Mil unidades 600 400 200 424 536 475 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 15

Gráfico 28 Exportação de veículos unidades 85.000 80.000 78.072 75.000 68.163 71.361 70.000 64.489 64.868 67.937 68.065 65.000 60.000 55.843 61.344 53.959 63.737 65.436 55.000 55.187 52.716 50.000 49.343 49.370 45.000 38.503 43.084 48.260 40.000 44.828 37.247 43.580 35.000 34.761 30.000 27.958 25.000 20.000 21.820 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Produção de grãos Segundo dados da CONAB, a produção de grãos teve aumento de 10,42% em (gráfico) em relação a e de apenas 0,04% em em relação a (gráfico 30). Devido a problemas climáticos provocados pelo La Liña, a projeção para /2011 é praticamente igual à de (gráfico 30). Gráfico 30 Produção de grãos (Conab) Milhões de toneladas 160,00 149,20 149,27 149,42 150,00 144,10 140,00 135,50 135,13 130,00 122,50 119,00 120,00 115,00 110,00 100,00 90,00 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 /09 /10 /11 2011* O IBGE chegou a resultados menos otimistas (gráfico 31) e prevê queda de 2,5% na produção. 16

Gráfico 31 Produção de grãos (IBGE) Milhões de toneladas 160,0 150,0 140,0 130,0 120,0 110,0 100,0 90,0 80,0 145,8 149,5 145,8 132,9 134,0 117,0 2006 2007 2011* Contas públicas Em novembro de, o superávit primário do setor público consolidado alcançou R$ 4,2 bilhões. O Governo Central registrou superávit de R$1,7 bilhão; os governos regionais, de R$2,4 bilhões; e as empresas estatais, R$134 milhões. No acumulado no ano, o superávit primário alcançou apenas R$ 90,8 bilhões (2,74% do PIB). O superávit acumulado em doze meses alcançou apenas R$91 bilhões (2,51% do PIB). Os juros nominais alcançaram R$18,5 bilhões em novembro. No acumulado em doze meses, os juros nominais apropriados totalizaram R$190,2 bilhões (5,25% do PIB). O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, registrou déficit de R$14,4 bilhões em novembro. No acumulado no ano, o resultado foi deficitário em R$85 bilhões (2,56% do PIB). Gráfico 32 Superávit primário % do PIB 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 3,38 3,21 3,34 3,80 3,93 3,24 3,37 3,54 2,06 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 17

Gráfico 33 Despesas com juros % do PIB 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00-5,00-6,00-7,00-8,00-9,00 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007-5,40-6,67-6,06-6,59-6,45-6,78-7,63-7,31-8,47 Gráfico 34 Resultado nominal % do PIB 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00-5,00-6,00 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007-1,90-2,79-2,69-3,29-3,38-3,54-3,34-4,42-5,13 Em termos absolutos o valor da dívida vem crescendo (gráfico 35). Gráfico 35 R$ bilhões 1600 1500 1400 1300 1200 1100 1000 1.014 965,8 1.157 1.236 1.329 1.397 1.497 900 2003 2004 2005 2006 2007 Bolsa Entre o início de setembro e o final de outubro de, o índice Ibovespa despencou da faixa de 55 mil pontos par menos de 30 mil pontos. A partir daí, graças à entrada de capital estrangeiro, passou a ser 18

recuperar e crescer. Em, apesar de ligeiras oscilações, o índice tem se mantido em nível alto (gráfico 36). Gráfico 36 Evolução do IBOVESPA 85.000 75.000 65.000 55.000 45.000 35.000 25.000 61.517 54.486 54.766 55.162 38.249 49.798 40.244 50.404 41.967 51.544 34.74038.235 29.435 69.588 68.588 66.471 67.529 60.935 70.427 69.629 67.515 67.705 set-08 nov-08 jan-09 mar-09 mai-09 jul-09 set-09 nov-09 jan-10 mar-10 mai-10 jul-10 set-10 nov-10 Índice O autor é coordenador técnico da NTC&Logística, membro titular da Câmara Temática de Assuntos Veiculares, coordenador das JARI do DER-SP e professor de Gerenciamento de Custos Logísticos da FAAP. 19